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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA UNIDADE ACADÊMICA DE FÍSICA FÍSICA EXPERIMENTAL II TEORIAS SOBRE MODELOS EXPERIMENTAIS PERÍODO 2012.1 MARÇO - 2011 2 PREFÁCIO 2011.2 Está apostila foi editada com o objetivo de auxiliar os alunos no entendimento dos assuntos e das experiências realizadas no decorrer do cronograma de curso da disciplina de Física Experimental II. O Curso é fornecido pela Unidade Acadêmica de Física - UAF do Centro de Ciências e Tecnologia - CCT da Universidade Federal de Campina Grande . Essa versão será adotada no período 2011.2 é resultado de um melhoramento de edições anteriores. Nela encontra-se o resumo acerca da fundamentação teórica para a realização dos experimentos. Anteriormente escrita pelo professor Pedro Luís de Nascimento e outros, foi revisada e aperfeiçoada pela equipe abaixo: Pedro Luiz do Nascimento (Professor) Laerson Duarte da Silva Lincoln Araújo Anthony Josean (Técnico) Ao longo deste curso as várias grandezas utilizadas serão apresentadas no Sistema Internacional de Unidades; seguiremos ainda as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT ). 3 Sumário 1 - INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................................. 6 1.1 - A CARGA ELÉTRICA ...................................................................................................................................................................... 6 1.2 - A CORRENTE ELÉTRICA .............................................................................................................................................................. 6 1.3 - FORÇA ELÉTRICA .......................................................................................................................................................................... 7 1.4 - CAMPO ELÉTRICO ......................................................................................................................................................................... 7 1.5 - DIFERENÇAS DE POTENCIAL (d.d.p) ......................................................................................................................................... 8 1. 6 – RESISTÊNCIA ELÉTRICA ............................................................................................................................................................ 8 Fundamentos teóricos ............................................................................................................................................................................ 9 1.7 – ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES................................................................................................................................................... 9 Associação em série ................................................................................................................................................................................ 9 Potencia elétrica dissipada num resistor ............................................................................................................................................. 10 Associação em paralelo ........................................................................................................................................................................ 11 Associação Mista .................................................................................................................................................................................. 12 Associação Estrela – Delta ................................................................................................................................................................... 12 2 - EXPERIMENTO 1: M U L T Í M E T R O .........................................................................................................................15 2.1 -INTRODUÇÃO TEÓRICA .............................................................................................................................................................. 15 2.2 - GALVANÔMETRO ......................................................................................................................................................................... 16 2.3 - COMO AUMENTAR A LEITURA DO GALVANÔMETRO: NESTE CASO, TEMOS A CONSTRUÇÃO DE UM AMPERÍMETRO ..................................................................................................................................................................................... 18 2.4 - COMO USAR UM GALVANÔMETRO PARA MEDIR TENSÕES MAIORES QUE O Vg (O VOLTÍMETRO). ............... 20 2.5 - O OHMÍMETRO obtido a partir de um Galvanômetro ............................................................................................................... 22 2.6 - O MULTÍMETRO ........................................................................................................................................................................... 22 2.7 - MEDIÇÃO DE CORRENTE ALTERNADA ................................................................................................................................ 23 2.8 - PRECISÃO DO INSTRUMENTO .................................................................................................................................................. 23 2.9 -ESCOLHA DO CALIBRE ............................................................................................................................................................... 24 1. A segurança do aparelho .................................................................................................................................................................. 24 2. A precisão da leitura ......................................................................................................................................................................... 24 2.10 - RESISTÊNCIA INTERNA DO INSTRUMENTO ...................................................................................................................... 25 2.11 - O CÓDIGO DAS CORES .............................................................................................................................................................. 26 3 - EXPERIMENTO 2: ELEMENTOS RESISTIVOS LINEARES E NÃO-LINEARES ...........................................................28 3.1 - OBJETIVOS ..................................................................................................................................................................................... 28 3.2 - MATERIAL UTILIZADO .............................................................................................................................................................. 28 3. 3 - INTRODUÇÃO TEÓRICA ............................................................................................................................................................ 28 3.3.1 - ELEMENTOS RESISTIVOS LINEARES .............................................................................................................................. 28 3.3.2 -ELEMENTOS RESISTIVOS NÃO-LINEARES ....................................................................................................................... 29 3.4 - COMO SABER SE UM ELEMENTO OBEDECE À LEI DE OHM? ....................................................................................... 29 3.5 - DIODO ..............................................................................................................................................................................................31 3.6 - DIODO COMO RETIFICADOR .................................................................................................................................................... 35 4 - EXPERIMENTO 3: FONTES E SUAS RESISTÊNCIAS INTERNAS ...............................................................................38 4.1 - OBJETIVO ....................................................................................................................................................................................... 38 4.2 - MATERIAL UTILIZADO .............................................................................................................................................................. 38 4.3 - INTRODUÇÃO TEÓRICA ............................................................................................................................................................. 38 4.4 - FORÇA ELETROMOTRIZ E RESISTÊNCIA INTERNA DE UMA FONTE .......................................................................... 38 4.5 - A PILHA SECA ................................................................................................................................................................................ 39 4.6 - EFEITO DA RESISTÊNCIA DE UMA FONTE SOBRE A DIFERENÇA DE POTENCIAL ENTRE OS SEUS TERMINAIS ............................................................................................................................................................................................. 39 4.7 - EFEITO DA RESISTÊNCIA INTERNA SOBRE A POTÊNCIA MÁXIMA QUE UMA FONTE PODE FORNECER ....... 41 4.8 - FORÇA ELETROMOTRIZ ............................................................................................................................................................ 43 4.9 - RESISTÊNCIA INTERNA .............................................................................................................................................................. 44 5 -EXPERIMENTO 4 : LEIS DE KIRCHHOFF ......................................................................................................................46 5.1 - OBJETIVOS ..................................................................................................................................................................................... 46 5.2 - MATERIAL UTILIZADO .............................................................................................................................................................. 46 5.3 - INTRODUÇÃO TEÓRICA ............................................................................................................................................................. 46 5.3.1 - MALHAS, RAMOS E NÓS ....................................................................................................................................................... 46 5.3.2 - 1a LEI DE KIRCHHOFF (ou lei dos nós)................................................................................................................................ 48 4 5.3.3 - 2a LEI DE KIRCHHOFF (ou lei das malhas) ......................................................................................................................... 48 6 - EXPERIMENTO 5: PONTE DE WHEATSTONE .............................................................................................................51 6.1 -OBJETIVO: ....................................................................................................................................................................................... 51 6.2 – INTRODUÇÃO TEÓRICA ............................................................................................................................................................ 51 6.3 - A PONTE DE WHEATSTONE ...................................................................................................................................................... 51 6.4 -PROTEÇÃO DO GALVANÔMETRO ........................................................................................................................................... 54 7 - EXPERIMENTO 6: CIRCUITO RC ..................................................................................................................................55 7.1 - OBJETIVO ....................................................................................................................................................................................... 55 7.2 - MATERIAL UTILIZADO .............................................................................................................................................................. 55 7.3 - INTRODUÇÃO TEÓRICA ............................................................................................................................................................. 55 7.3.1 - ELEMENTOS DO CIRCUITO RC........................................................................................................................................... 55 7.4 - CIRCUITO RC ................................................................................................................................................................................. 56 7.4.1 - CARREGANDO O CAPACITOR ............................................................................................................................................. 57 7.4.2 - DESCARREGANDO O CAPACITOR ...................................................................................................................................... 59 7.5 - ANÁLISE DO CIRCUITO RC SÉRIE POR MEIO DO MULTÍMETRO ................................................................................ 61 7.6 - OBSERVAÇÃO DO COMPORTAMENTO TRANSITÓRIO DO CIRCUITO RC POR MEIO DO OSCILOSCÓPIO. ..... 62 7.7 - PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................................................................................................................ 64 7.7.1 - MEDIDA DA CONSTANTE DE TEMPO DE UM CIRCUITO RC ATRAVÉS DE UM MILIAMPERÍMETRO. .............. 64 7.7.2 - ANÁLISE DO COMPORTAMENTO TRANSITÓRIO DO CIRCUITO RC POR MEIO DO OSCILOSCÓPIO. ................. 67 8 - EXPERIMENTO 7: OSCILOSCÓPIO ..............................................................................................................................69 8.1 - OBJETIVOS .................................................................................................................................................................................... 69 8.2 - MATERIAL UTILIZADO .............................................................................................................................................................. 69 8.3 - OSCILOSCÓPIO ............................................................................................................................................................................ 69 8.3.1 - INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................................... 69 8.3.2 - DIAGRAMA BÁSICO ............................................................................................................................................................... 71 8.3.3 - O TUBO DE RAIOS CATÓDICOS (TRC) ............................................................................................................................... 71 8.3.4 - AMPLIADOR VERTICAL ........................................................................................................................................................ 74 8.3.5 - GERADOR DE BASE DE TEMPO .........................................................................................................................................74 8.3.6 - AMPLIFICADOR HORIZONTAL ........................................................................................................................................... 78 8.3.7 - MANUSEIO DO OSCILOSCÓPIO .......................................................................................................................................... 78 IDENTIFICAÇÃO DOS CONTROLES ....................................................................................................................................... 79 8.3.8 - APLICAÇÕES DO OSCILOSCÓPIO ....................................................................................................................................... 81 9 - EXPERIMENTO 8: CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA ...................................................................................................93 9.1 - OBJETIVO ....................................................................................................................................................................................... 93 9.2 - MATERIAL UTILIZADO .............................................................................................................................................................. 93 9.3 - INTRODUÇÃO TEÓRICA ............................................................................................................................................................. 93 9.4 - DISCUSSÃO DO MÉTODO EXPERIMENTAL UTILIZADO ................................................................................................... 93 9.4.1 - CAMPO PRODUZIDO POR UM FIO PERCORRIDO POR UMA CORRENTE NUM PONTO P EQÜIDISTANTE DAS EXTREMIDADES. ............................................................................................................................................................................... 96 9.5 - CONCLUSÃO .................................................................................................................................................................................. 97 9.6 - USO DO SISTEMA BOBINA-BÚSSOLA COMO AMPERÍMETRO ........................................................................................ 97 10 - EXPERIMENTO 9: CAMPO MAGNETICO DE DOIS FIOS PARALELOS E LONGOS .................................................98 10.1 - OBJETIVO ..................................................................................................................................................................................... 98 10.2 - MATERIAL UTILIZADO ............................................................................................................................................................ 98 10.3 - INTRODUÇÃO TEÓRICA ........................................................................................................................................................... 98 10.3.1 - VALOR EFICAZ OU VALOR MÉDIO QUADRÁTICO (RMS). .......................................................................................... 98 10.3.2 - CAMPO MAGNÉTICO DE UM FIO LONGO .................................................................................................................... 100 10.4 - CAMPO MAGNÉTICO DE DOIS FIOS PARALELOS E MUITO LONGOS ...................................................................... 102 10.4.1 - INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................................... 102 10.5 - MÉTODO DE MEDIÇÃO ........................................................................................................................................................... 107 11 - EXPERIMENTO 10: CAMPO MAGNETICO DE UMA ESPIRA CIRCULAR ................................................................ 111 11.1 - OBJETIVO ................................................................................................................................................................................... 111 11.2 - MATERIAL UTILIZADO ......................................................................................................................................................... 111 11.3 - INTRODUÇÃO TEÓRICA ......................................................................................................................................................... 111 11.3.1. CAMPO DE UMA ESPIRA CIRCULAR .............................................................................................................................. 111 11.3.2 - MÉTODO DE MEDIÇÃO DE INDUÇÃO ........................................................................................................................... 112 5 12 - EXPERIMENTO 11 : BALANÇA DE CORRENTE ....................................................................................................... 118 12.1 - OBJETIVO .................................................................................................................................................................................. 118 12.2 - FUNDAMENTOS TEORICOS ................................................................................................................................................... 118 12.3 – MATERIAL ................................................................................................................................................................................. 119 12.4 - Modelo de Estudo ......................................................................................................................................................................... 114 12.5 - Montagem e Procedimento .......................................................................................................................................................... 114 APÊNDICE ......................................................................................................................................................................... 118 Conceito de Relatório ............................................................................................................................................................................. 118 O QUE É? ............................................................................................................................................................................................ 118 PARA QUE SERVE? .......................................................................................................................................................................... 118 Detalhamento: ...................................................................................................................................................................................... 118 Conceito de Tabela ................................................................................................................................................................................. 119 O QUE É? ............................................................................................................................................................................................ 119 PARA QUE SERVE? .......................................................................................................................................................................... 119 Interpretação de Gráficos ...................................................................................................................................................................... 120 O QUE É? ............................................................................................................................................................................................ 120 PARA QUE SERVE? ..........................................................................................................................................................................120 APÊNDICE IV ..................................................................................................................................................................... 121 MULTIPLICAÇÃO................................................................................................................................................................................ 121 DIVISÃO ................................................................................................................................................................................................. 121 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................................................. 126 6 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE FÍSICA DISCIPLINA FÍSICA EXPERIMENTAL II 1 - INTRODUÇÃO Breve Revisão dos Conceitos Fundamentais para o estudo da Eletrodinâmica 1.1 - A CARGA ELÉTRICA A carga elétrica é uma grandeza fundamental, tal como a massa, o comprimento e o tempo são grandezas fundamentais na mecânica. A carga elétrica não pode ser definida em termos das outras três grandezas. Evidências experimentais indicam a existência de duas espécies de cargas elétricas: positiva e negativa. A unidade de carga elétrica no Sistema Internacional (SI) é o coulomb ( C ), e a menor quantidade de carga elétrica conhecida é a possuída pelo elétron. A carga elétrica de elétron é igual a: - 1,6x10 -19 Coulomb. O sinal negativo foi escolhido arbitrariamente. 1.2 - A CORRENTE ELÉTRICA A quantidade de carga elétrica Δq que atravessa uma secção transversal de um condutor por um determinado intervalo de tempo Δt define a intensidade de corrente elétrica. I= q / t 1 Δq - Quantidade de carga elétrica Δt - intervalo de tempo I - intensidade de corrente elétrica No SI, a dimensão de corrente elétrica é Coulomb(C ) por segundo (s), que é definido como Ampère (A); assim, temos: [ I ] = [coulomb]/[ segundo] = [C]/[s] = ampère [A]. Aqui, I é denominado corrente elétrica e q é a quantidade de carga líquida que atravessa uma dada superfície no intervalo de tempo t. 7 A corrente instantânea através da superfície é o limite de q para t 0; assim temos: i(t) = dq/dt (ampère) 2 A unidade de corrente elétrica Ampère foi atribuída em homenagem ao físico francês Andre Marie Ampère 1A = 1C/1s 3 Um Coulomb é definido como a quantidade de carga líquida que atravessa em um Segundo a secção transversal de um conductor percorrido por uma corrente elétrica igual a 1A. A definição da corrente elétrica exige a fixação de um sentido de referência positivo. É adotado convencionalmente como positivo o sentido de movimento das cargas elétricas positivas. As correntes elétricas são, em geral, funções do tempo, e podem ser classificadas de acordo com o tipo de função. Assim, temos: - Correntes contínuas: que não variam com o tempo. - Correntes alternadas: descritas por funções periódicas no tempo, com valor médio nulo num período. - Correntes pulsantes: também periódicas. Mas com valor médio não nulo no período. 1.3 - FORÇA ELÉTRICA Uma carga elétrica q1 atua em uma outra q2 separada por uma distancia d, na interação carga, carga. A força elétrica é proporcional ao produto da cargas e inversamente proporcional a distancia que as separa, se as cargas são de mesmo sentido as cargas se repele e são de sentido oposto as cargas se atraem. +q1 +q2 Figura 1 A ação direta de uma carga +q sobre outra carga a uma distancia d é a interação carga carga denominada de Força Eletrostática F que tem a direção da linha que as duas carga e módulo dado pela equação. 1.4 - CAMPO ELÉTRICO Consideremos uma carga q, num ponto qualquer do espaço, produz uma perturbação em volta do ponto que se encontra que a uma distancia d do ponto produz uma a ação a distancia denominada força elétrica F devido a esta perturbação denominado de campo Elétrico.E. A carga colocada no ponto a distancia d é denominada de carga de prova que fica sobre a ação de uma força eletrostática F que a ação do Campo Elétrico E, ação do Campo Força é dado pela equação E = F / q 4 8 1.5 - DIFERENÇAS DE POTENCIAL (d.d.p) Suponhamos que uma carga, q sujeita a uma força eletrostática, se desloca de um ponto A a um ponto B fig.01 entre A e B existe um campo elétrico uniforme E Figura 2 – Efeito da força no campo elétrico O trabalho realizado pela força F será: No plano dos pontos A e B existe um Campo Elétrico uniforme paralelo ao segmento de A para B W = F.d.cos() 5 sendo F = q.E, resulta: W = q.E.d.cos() 6 O trabalho por unidade de carga é dado por: W/q = E.d.cos() 7 O resultado obtido na equação 6 corresponde ao trabalho realizado para levar uma carga unitária do ponto A ao ponto B. A este termo dá-se o nome de diferença de potencial, medida no SI em joule/coulomb = Volt símbolo (V), assim: VAB = V = E.d.cos() ( V ) Na direção retilínea de A para B temos: θ = 0 e cos θ = 1, portanto V = Ed 8 1. 6 – RESISTÊNCIA ELÉTRICA A resistência Elétrica é uma medida da oposição que a matéria oferece à passagem de corrente elétrica, os materiais denominados por condutores, semicondutores e isolante conforme sua estrutura de oposição que oferecem á passagem da corrente elétrica. 9 Fundamentos teóricos Aplicada uma diferença de potencial nos extremos de um condutor, uma corrente elétrica se estabelece no mesmo. A intensidade desta corrente depende da d.d.p. aplicada e da característica própria da substância da qual o condutor é feito, ou seja, dois diferentes condutores, sob a mesma d.d.p., permitem a passagem de diferentes intensidades de corrente, isto é, diferentes condutores possuem diferentes resistências elétricas. Os condutores que possuem resistência elétrica são chamados resistores e são simbolizados da seguinte maneira: Figura 3 – Símbolo do resistor O resitor através do efeito joule , transforma energia elétrica em calor , e uma das aplicaçoes mais utilizadas nos circuitos é como limitador de corrente elétrica..Dentre os vários tipos de resistores podemos destacar os dois tipos mais utilizados :o resistor de fio e o resistor de carvão 1.7 – ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES A Associação conveniente de Resistores se torna necessária para obter valor que não temos disponivel. Associação em série Dois pontos (A e B), num circuito elétrico, podem ser ligados através de mais de um resistor. Se as conexões entre eles forem semelhantes à sequencia abaixo, diz-se que os mesmos formam uma associação em série de resistores. Figura 4 – Associação de resistores em série A tensão entre os terminais da associação é a soma das tensões em cada resistor. Por isso, a associação de resistores em série é um divisor de tensão VAB = VR1 + VR2 + VR3 9 A corrente é a mesma em todos os resistores para associação em serie A maior resistência corresponde a maior potencia dissipada.10 Potencia elétrica dissipada num resistor Suponha que um resistor de valor R, é ligado a uma diferença de potencial V, seja percorrido por uma corrente elétrica de intensidade i. Veja figura: Figura 5 –Resistor submetido a tensão V Esta diferença de potencial é responsável pelo trabalho realizado sobre os portadores de carga, fazendo com que eles atravessem o resistor. As expressões matemática para a potencia desenvolvida nesse processo pode-se expressa- se: P =Vi 10 V = Ri 11 P = Ri 2 12 P = V 2 /R 13 Esta potência é quase sempre dissipada para o meio em calor, fenômeno conhecido como efeito joule. Em eletricidade, a potencia é uma grandeza extremamente útil porque permite a medir a energia elétrica consumida por qualquer aparelho elétrico, a potencia do equipamento é sempre um indicador importante, devido ao consumo de energia, que sempre consta das especificações do equipamento pelo fabricante. Que é a potencia que determina a energia consumida pelo aparelho.pela expressão: E = PΔt 14 Onde Δt é o intervalo de tempo no qual a potencia é consumida, tempo durante o funcionamento do aparelho. Esta expressão da origem a unidade pratica de potencia em eletricidade, o quilowatt- hora(KWh). 11 Em sistemas elétricos, a potência instantânea desenvolvida por um dispositivo de dois terminais é o produto da diferença de potencial entre os terminais e a corrente que passa através do dispositivo. Isto é, P = VI 15 onde I é o valor instantâneo da corrente e V é o valor instantâneo da tensão. Se I está em ampères e V em volts, P estará em watts. V = RI 16 Portanto : P = Ri 2 17 As tensões Individuais são proporcionais às resistências: V = Ri 18 i = V1/R1 = V2/R2 = V3/R3 19 A resistência capaz ser substituir a associação é denominado de resistor equivalente e tem valor igual soma dos resistores associados em série Req = R1 + R2 + R3 20 Associação em paralelo Outra possibilidade, esquematizada a seguir, é denominada associação em paralelo de resistores. Figura 6 – Associação em paralelo Um único resistor capaz de substituir os resistores individuais é denominado de resistor equivalente. Na associação em paralelo a ddp (diferença de potencial) V é mesma em todos os resistores. 12 V =V1 = V2 = V3 21 A corrente total é soma das correntes individuais em cada resistor. I = I1 + I2 + I3 22 À menor resistência corresponde a maior potencia dissipada, veja ddp(V) é a mesma para todos os resistores e P = V 2 /R, então a potencia é inversamente proporcional à resistência elétrica. A intensidade da corrente elétrica em cada resistor é inversamente proporcional à sua resistência elétrica. V = Ri => i = V/R 23 Resistor Equivalente Na associação paralela, o inverso do resistor equivalente é igual a soma dos inverso dos resistores da associação 1/R = 1/R1 + 1/R2 + 1/R3 24 Somente para dois resistores associados em paralelos: Req = R1R2 /(R1 + R2) 25 Para n resistores de resistência iguais a R Req = R/n 26 Associação Mista Em uma associação mista, existem resistores ligados em série e em paralelo. Não existe uma fórmula que permita o cálculo da resistência equivalente, o que existe é um método de resolução. Neste método, inicialmente resolve-se as associações série e paralelo que forem possíveis, obtendo-se um circuito menor o qual é equivalente ao original. Repete-se a operação tantas vezes quanto for necessário até se chegar a um único valor de resistência. Associação Estrela – Delta Estes tipos de ligação são usados em sistemas trifásicos. No nosso caso utilizaremos este tipo de associação para resolvermos certos circuitos, para os quais os desdobramentos em associações básicas, como série e paralelo não são possíveis. A figura abaixo mostra uma ligação em estrela e em delta. 13 Devido as .Associação Mista levou Kirchhoff a propor um método para resolve circuito elétrico com este tipo de associação se precisar de reduzi-lo uma circuito simplificado. Figura 7 – Ligação “Estrela” e “Delta” Conhecendo-se cBA RRR ,, podemos determinar BCACAB RRR ,, tal que se substituirmos na figura acima, nada ficará alterado para o resto do circuito. A BABCCA BC R RRRRRR R 27 C BABCCA AB R RRRRRR R 28 B BABCCA AC R RRRRRR R 29 Da mesma forma, dada uma associação delta, BCACAB RRR ,, , podemos determinar a ligação estrela que lhe é equivalente. BCACAB ACAB A RRR RR R 30 BCACAB BCAB RRR RR R B 31 14 BCACAB BCAC C RRR RR R 32 Observação: Resistor em curto-circuito Quando os terminais de um resistor são ligados por um fio ideal, dizemos que esse resistor está em curto-circuito. A tensão nesse resistor é nula e, portanto, ele pode ser descartado por ocasião do cálculo do resistor equivalente. Os resistores de uso comum são produzidos em escala industrial, isto é, em grandes quantidades. Este processo torna o seu custo acessível porém, em contrapartida, sua precisão fica prejudicada, por este motivo, é de grande valia sabermos a imprecisão destes resistores (obtidos pelos fabricantes) e identificarmos a faixa que compreende o seu valor provável. Os valores dos resistores, produzidos industrialmente, é apresentado através do código de cores comentaremos mais adiante. Vamos estudar neste item, a relação simultânea entre a corrente e a ddp aplicada a um resistor. Isto é estudar como um elemento se comporta quando submetido a um a d.d.p. surgido uma corrente i medindo-se simultaneamente a tensão em função da corrente aplicada pode-se concluir dados interessantes, e obter curva característica de cada componente em estudo. Conhecida como levantamento da curva característica do componente em estudo. 15 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE FÍSICA DISCIPLINA FÍSICA EXPERIMENTAL II 2 - Experimento 1: M U L T Í M E T R O 2.1 -INTRODUÇÃO TEÓRICA O MULTÍMETRO é um instrumento de medição capaz de medir uma corrente elétrica, uma diferença de potencial ou uma resistência e outras Grandezas Elétricas neste curso vamos efetuarmos medidas das Grandezas citadas, também chamado multiteste (Multímetro = multi-metro, ou seja, muitas medidas). Um multímetro pode, portanto, ser utilizado como amperímetro, como voltímetro ou como ohmímetro. O tipo mais comum de multímetro é o analógico fazendo uso de um indicador móvel, ou seja, seu princípio de funcionamento ter por base o de um GALVANÔMETRO. Seu aspecto é mostrado nas figuras 1 e 2 abaixo: Fig. 1Fig. 2 Um tipo mais avançado, mas também igualmente comum e hoje bastante barato é o digital, mostrado nas figuras 3 e 4. Neste multímetro, os valores das grandezas que são 16 medidas são mostrados por meio de dígitos de 0 a 9. O número de dígitos pode variar de 3 ½ a 8 ou 9, e a seleção das escalas é feita por uma chave no painel ou botões num teclado. A diferença básica entre o multímetro digital e o analógico, está na maneira como o digital apresenta os resultados das medidas: na forma de números ou dígitos. Nas figuras 3 e 4 temos os aspectos de multímetros digital típicos com mostradores de 3 e ½ dígitos. Três e meio significa que temos três dígitos que podem assumir valores de 0 a 9 e um que pode mostrar apenas 0 ou 1, ou seja, corresponde a “meio dígito”. Assim, esse multímetro pode mostrar valores de 0 a 1999. O princípio desse mostrador é um display de cristal líquido, que quando energizado fica opaco e entra em contraste com o fundo, permitindo sua visualização. Figura de um display Figura 5 – Display de LCD típico 2.2 - GALVANÔMETRO A base de funcionamento do multímetro analógico é o instrumento indicador de bobina móvel, ou seja, o galvanômetro. Denomina-se galvanômetro qualquer instrumento sensível à passagem de uma pequena corrente elétrica. Em eletricidade instrumento para acusar a passagem da corrente elétrica e medir algumas das suas características, quando um fio é percorrido por certa corrente e se encontra sob a influência de um campo magnético, uma força atuará sobre o mesmo. O valor desta força é igual a F i x B . onde i é a corrente que atravessa o fio, é o comprimento do fio e B é a indução magnética. Ver figura 6. 17 y F P an i S Q i x R B z F Figura 6 - Efeito do torque elétrico Temos que: As forças exercidas nos elementos PQ e RS são nulas, pois estes lados estão paralelo ou antiparalelo ao campo magnético B. Assim a densidade de fluxo exerce um torque na espira, tendendo a girá-la para direita no sentido horário. é a área da espira. na forma vetorial fica: Quando a espira for percorrida por uma corrente i, duas forças atuarão sobre a mesma, como se vê na figura 5. O resultado desta ação conjunta fará a bobina girar em torno do eixo z. Como cada uma das forças é proporcional a i, o conjugado também será proporcional a i. Entretanto, qualquer que seja o valor de i, a posição final da espira será a mesma, ou seja, na vertical, pois só nesta posição o conjugado é zero. Mas a posição intermediária dependerá da corrente. Precisamos, portanto, introduzir um novo elemento junto à bobina, que force a mesma a girar em ângulos diferentes para correntes diferentes. Este elemento é a mola helicoidal que pode ser vista na figura 6. O ímã implementa o campo magnético B. BPSIFBxlIF )( cos)( )( cos )( PQBPSIPQFT cos ABIT en sABIT ))(( PQPSA BxAIT na 18 Mola helicoidal (M) Ponteiro Símbolo elétrico Circuito elétrico equivalente Figura 7 Sempre que a bobina gira, provoca uma torção na mola M. A medida que o giro aumenta, aumenta também a torção. Quando o valor desta torção for suficiente para equilibrar o conjugado exercido sobre a bobina, a mesma para, havendo, portanto, para cada valor da corrente um giro diferente da bobina. Alguns dos aspectos do galvanômetro são mostrados nas figuras 7 e 8 a seguir: Fig. 8 Fig. 9 2.3 - COMO AUMENTAR A LEITURA DO GALVANÔMETRO: NESTE CASO, TEMOS A CONSTRUÇÃO DE UM AMPERÍMETRO Para se utilizar um galvanômetro como amperímetro, consideremos a seguinte situação. Suponha que temos à nossa disposição um galvanômetro com calibre Ig (o calibre é a corrente que corresponde à deflexão máxima do ponteiro) e resistência Rg (devido ao fio que forma a bobina). Que podemos fazer para que este galvanômetro possa medir uma corrente maior que Ig? Podemos desviar uma parte desta corrente. Isto é feito ligando-se 19 uma resistência em paralelo com o galvanômetro. Este resistor poderá ser ajustado à vontade, permitindo assim que ajustemos a sensibilidade do medidor. Vejamos o seguinte exemplo: Qual deve ser o valor da resistência que precisamos associar em paralelo ao galvanômetro para que possamos medir com o mesmo correntes de até Igmax (onde Igmax é o calibre do galvanômetro)? ESQUEMA DE UM AMPERÍMETRO Ig nIg (n - 1) Ig Vg Vp Figura 10 - Circuito equivalente de um amperímetro Como a tensão sobre o galvanômetro (Vg) é igual à tensão Vp sobre Rp, pois os dois estão em paralelo, podemos escrever: Rg.Ig = (n - 1)Ig.Rp Rg = (n - 1) Rp Rp = R n g ( )1 Conclusão: Se ligarmos um resistor de R n g ( )1 em paralelo com o galvanômetro, poderemos medir com o mesmo correntes de até n.Igmax. a resistência interna do instrumento cairá para RpRg = Rg/n. 20 Ig I1 = 300 mA R1=4 I1 I2 I3 I2 = 1A R2=1,05 I3 = R3=2,22 Rg = 20 Calibre; Ig = 50 mA CH Figura 11 - Esquema de um Amperímetro: de 04 Escalas (calibres) O amperímetro da figura anterior possui quatro calibres, que são selecionados através da chave seletora CH. 2.4 - COMO USAR UM GALVANÔMETRO PARA MEDIR TENSÕES MAIORES QUE O Vg (O VOLTÍMETRO). Apesar do galvanômetro ser sensível à corrente, podemos utilizá-lo para medir tensões maiores que Vg, pois sempre que aplicarmos uma tensão ao mesmo, irá circular uma corrente pela sua bobina. Como esta corrente é proporcional à tensão I = V/Rg, o deslocamento do ponteiro será também proporcional ao valor da tensão. O valor máximo da tensão que o galvanômetro pode suportar será (Rg.Igmax), onde Rg é a resistência do galvanômetro e Igmax é o seu calibre. O que podemos fazer para medir tensões maiores que Vgmax? Podemos dividir esta tensão entre o galvanômetro e um resistor. Para isto ligamos um resistor em série com o galvanômetro. Vejamos o seguinte exemplo: Qual o valor da resistência que devemos ligar em série com um galvanômetro de resistência Rg para que possamos medir com o mesmo uma tensão n vezes maior que Vgmax? Como a corrente que passa pelo galvanômetro é a mesma que passa pelo resistor, pois os dois estão em série, podemos escrever: I = V R n V Rs R g g g g . n.Rg = Rs + Rg Rs = (n - 1).Rg 21 Esquema de um voltímetro I (n-1) Vg Vg nVg Figura 12 - Circuito equivalente de um voltímetro Conclusão: Ao colocarmos um resistor de (n - 1)Rg em série com o galvanômetro, podemos medir tensões de até n vezes o valor da tensão suportada pelo mesmo. A resistência interna do voltímetro será entãoRs em série com Rg, o que dará (n.Rg). Na figura 10, temos um voltímetro de 4 calibres: 1V, 10V, 5V e 50V, que são selecionados através da chave seletora CH. Esquema de um Voltímetro de 04 escalas(calibre): Figura 13 - Esquema de um voltimetro de 04 Escalas (calibres) Na figura acima temos um voltímetro de 4 calibres: 1V, 10V, 5V e 50V, que são selecionados através da chave seletora CH. 22 2.5 - O OHMÍMETRO obtido a partir de um Galvanômetro Podemos ainda utilizar o galvanômetro para determinar ou medir resistências, bastando para isso, que submetamos esta resistência a uma diferença de potencial conhecida e meçamos a corrente que circula pela mesma. Se a tensão sobre a resistência é mantida constante, a corrente que circula na mesma é inversamente proporcional ao valor da resistência, portanto o ponteiro do galvanômetro terá deslocamentos inversamente proporcionais à resistência, ou seja, quanto menor a resistência maior será o deslocamento do ponteiro. Este fato pode ser verificado em qualquer multímetro comercial, onde as escalas de resistência são opostas às de tensão e corrente. I Figura 14 - Esquema de um Ohmímetro gs RRR I 2.6 - O MULTÍMETRO O multímetro é um instrumento dotado de “shunts”, isto é, resistência em paralelo com galvanômetro, resistência em série com o galvanômetro e baterias, capaz de, mediante o uso de uma chave seletora, funcionar como voltímetro, amperímetro ou ohmímetro. Um dos multímetros que utilizaremos nesta experiência é um Minipa ET-3009, cuja gama de calibres de tensão, corrente e resistência é mostrada na tabela a seguir: 23 Grandeza Indicação no Painel do instrumento Calibres Existentes Classe de Precisão Corrente Contínua DC.mA (Direct. corrente, medida em mA) 0,05 500 5 50 10 A 3 Tensão Contínua .25 50 2,5 250 10 1000 3 Tensão Alternada AC.V (Alternating Current, tensão medida em V) 10 50 1000 250 4 Resistência OHMS Rx1 Rx1K Rx10 Rx10K Rx100 3 2.7 - MEDIÇÃO DE CORRENTE ALTERNADA Para que o galvanômetro existente no multímetro possa medir corrente alternada, é preciso antes retificar esta corrente. Esta retificação é conseguida com o uso de diodos semicondutores, que são dispositivos que só permitem a passagem da corrente em um sentido. O mecanismo de bobina móvel (MBM) responde ao valor médio ou cc da intensidade de corrente através da bobina. Se a corrente através do MBM for alternada com semiciclos positivos e negativos, o torque motor durante um semiciclo terá um sentido, e sentido oposto durante o próximo semiciclo. Em baixa frequências o ponteiro pode oscilar de um lado para outro do zero na escala. Em frequências mais altas, a inércia do MBM não lhe permite acompanhar as rápidas inversões de sentido provocadas pelas freqüentes mudanças de semiciclos. Desta forma, o ponteiro vibrará ligeiramente em torno do zero da escala. Para tornar possível a medição de corrente alternadas com o MBM, é necessário tornar a corrente unidirecional, o que se consegue com a retificação de onda completa da corrente alternada fig.39. 2.8 - PRECISÃO DO INSTRUMENTO Como qualquer medição física, a medição de corrente ou tensão está também sujeita a erros, tendo portanto uma precisão limitada. No multímetro podemos mencionar como causas de erro: - atrito nos pontos de suspensão da bobina; 24 - o campo magnético não é perfeitamente homogêneo; - os resistores utilizados nos aparelhos não são absolutamente precisos; - a leitura a ser feita na escala do aparelho está sujeita a erros. Ciente de todos esses fatores, o fabricante estipula, a partir de um levantamento estatístico, o limite de erro que se pode esperar em qualquer medição que se faça com o mesmo. Este limite de erro está associado ao que chamamos a classe do aparelho. A classe de um multímetro nos informa qual é a precisão percentual do aparelho, e nos permite calcular o erro máximo possível em qualquer medição que fizermos. Por exemplo: Suponha que dispomos de um multímetro de classe 3. O erro máximo que poderemos cometer em qualquer medição no calibre de 600 V.DC será: Erro máximo = (CLASSE) X CALIBRE) = 3X600 = 18V 100 100 Logo, se medirmos a tensão da rede com este multímetro usando este calibre, a nossa leitura estará sujeita a um erro de 18V. É importante notarmos que este erro é constante para toda a faixa de valores dentro do mesmo calibre, ou seja, qualquer medição que se faça com o mesmo calibre estará sujeita ao mesmo erro. se medirmos 6 mA em um calibre de 60 mA onde a classe do instrumento é 4, a nossa leitura esta sujeita a um erro máximo possível de: ( ) ( )classe x calibre x 100 4 60 100 = 2,4 mA 2.9 -ESCOLHA DO CALIBRE As escolhermos o calibre a ser utilizado para fazer uma certa medição, devemos levar em conta dois fatores: 1. A segurança do aparelho - A escolha de um calibre menor que o valor da grandeza que se quer medir danificará o aparelho. Nunca devemos nos esquecer deste fato, pois a incoerência neste erro só nos trará prejuízo. 2. A precisão da leitura - Suponha que desejamos medir a tensão de uma pilha comum (1,5V DC) e dispomos dos seguintes calibres: 3V DC 6V DC 50V DC 25 Classe de aparelho: 3 Em qualquer um dos calibres cometeremos erros. O erro máximo possível em cada um deles será: Calibre de 3V: V = 3 3 100 x = 0,09V Calibre de 6V: V = 3 6 100 x = 0,18V Calibre de 50V: V = 50 3 100 x = 1,5V Conclusão: Devemos escolher o calibre mais próximo acima do valor que se espera medir, pois assim poderemos fazer uma leitura mais precisa, cometer um menor erro. No exemplo acima, a leitura mais precisa será feita no calibre de 3V. 2.10 - RESISTÊNCIA INTERNA DO INSTRUMENTO É importante que um medidor tenha influência mínima no resultado da medição, ou seja, a pertubação que o medidor provoca no circuito deve ser a mínima possível. Para verificar isto, precisamos conhecer a resistência interna do instrumento. Sabemos que um voltímetro ou um amperímetro são completamente caracterizados por seus calibres e resistências internas. Porém, mudando o calibre, mudamos também a resistência interna. Verifique que, aumentando o calibre n vezes, a resistência interna muda na razão de: - 1/n, para um amperímetro. - n, para um voltímetro. Portanto, conhecendo Imax e o calibre escolhido Vmax, pode-se calcular a resistência interna do instrumento neste calibre. Figura 15 - Resistência interna de um voltímetro e de um amperímetro 26 Por razões práticas, porém, não se indica no instrumento a Imax, mas o seu inverso: R V i max (ohm/volt) Para achar o valor da resistência interna de um certo calibre só é preciso multiplicar este valor (ohm/volt) pelo calibre. Verifique isto! (Só se aplica ao voltímetro). Por exemplo: Um medidor com sensibilidade de 25.000 ohm/volt terá em toda a escala de 10V uma resistência de 250.000 Ohm (250 kohm), e em toda escala de 25V uma resistência interna de 265K ohm. No caso de haver deflexãomáxima, a corrente que passa pelo instrumento é de: Imax = 1 25000 A . = 40A Um medidor que tem deflexão máxima quando passa por ele uma corrente de 5A pode ser denominada um voltímetro de 200K ohm/volt. Com o multímetro vamos medir as grandezas: elétrica, corrente, tensão e resistência elétrica de componentes. Assim abordaremos a seguir um técnica de medida de resistência, nada mais é do que a maneira do fabricante indica o valor nominal da resistência do resistor CONHECIDO COMO CÓDIGO DE CORES. 2.11 - O CÓDIGO DAS CORES Damos abaixo o significado de cada anel e de cada cor que forma o código das cores para a “medida” das resistências, a fim de que possamos ter sempre à mão este método simples. A B C D Figura 16 - Esquema do código de cores ANEL - SIGNIFICADO A - Indica o primeiro algarismo significativo da resistência, em ohms; B - Indica o segundo algarismo significativo da resistência; C - Indica a potência de 10 pela qual deve ser multiplicado o número formado pelos dois primeiros algarismos significativos A e B; D - Indica a tolerância em %. 27 CORES a) para os anéis A, B e C: 0 - preto 5 - verde 1 - marrom 6 - azul 2 - vermelho 7 - violeta 3 - laranja 8 - cinza 4 - amarelo 9 - branco b) para o anel D: Ouro: 5% Prata: 10% Quando não houver cor nenhuma: 20% Quando o dourando vem na terceira cor indica a precisão do resistor, deve-se multiplicar dois primeiros algarismos significativos por 0,1, e se for prata por 0,01. Isto, para resistor de precisão. Quando o anel D for as outras cores segue a precisão do percentual correspondente ao número atribuído a esta cor, exemplo; marrom 1% . Laranja 3%. Exemplo da leitura de uma resistência pelo código das cores: Sejam: A - Laranja B - Branco C - Preto D - Ouro Resulta: R = ABx10 C D % R = (39 x 10 0 5%) ohm R = (39 x 100 5% de 39 ) ohm ou R = ( 39 2 ) ohm RMAX = 41 e RMIN = 37 37 R 41 28 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE FÍSICA DISCIPLINA FÍSICA EXPERIMENTAL II 3 - Experimento 2: ELEMENTOS RESISTIVOS LINEARES E NÃO-LINEARES 3.1 - OBJETIVOS Ao final desta experiência você deverá ser capaz de: - Distinguir entre elementos resistivos lineares e não-lineares. - Determinar experimentalmente as curvas características de elementos resistivos. - Estabelecer circuitos que minimizem os erros na determinação da resistência, devidos ao voltímetro e ao amperímetro. 3.2 - MATERIAL UTILIZADO - Prancheta com bornes de ligação - Resistores - Diodo - Amperímetro e voltímetro. 3. 3 - INTRODUÇÃO TEÓRICA 3.3.1 - ELEMENTOS RESISTIVOS LINEARES Chamamos de elementos resistivos linear aquele em que a razão entre a d.d.p. aplicada V e a intensidade I da corrente que o atravessa é uma constante, isto é: V/I = R = constante (qualquer que sejam V e I). eq. (1) V V I I Figura 1 - Curva característica de um material que obedece a lei de Ohm Figura 2 - Curva característica de um elemento não-linear 29 A esta constante de proporcionalidade chamamos de “resistência” do elemento. Esta relação é conhecida como LEI DE OHM, e a curva característica V x I para tais elementos é uma reta passando na origem, como mostra a figura 1. É isto é que caracteriza os materiais Ôhmicos. Foi em 1826 que o alemão Georg Simon Ohm(1787-1854) verificou teoricamente esta relação entre a tensão aplicada os terminais de condutor e a corrente que surgiu V variava diretamente proporcional com o i que surgiu devido a d.d.p. Estes resultados podem ser deduzidos, teoricamente. Muitos físicos diriam que esta não é uma lei, mas uma definição de resistência elétrica. Se nós queremos chamá-la de Lei de Ohm, deveríamos então demonstrar que a corrente através de um condutor metálico é proporcional à voltagem aplicada, i µ V. Isto é, R é uma constante, independente da ddp V em metais condutores. Mas em geral esta relação não se aplica, como por exemplo aos diodos e transistores. Dessa forma a lei de Ohm não é uma lei fundamental, mas sim uma forma de classificar certos materiais. Os materiais que não obedecem a lei de Ohm (eq.1) são ditos ser não ôhmicos, figura (2). 3.3.2 -ELEMENTOS RESISTIVOS NÃO-LINEARES Para alguns materiais, a relação entre a d.d.p. aplicada V e a corrente I que o atravessa não é uma constante. Estes materiais, portanto, não obedecem à Lei de Ohm. Isto significa que a curva V x I não é uma reta (figura 2). Para tais materiais podemos definir uma “resistência aparente”, a saber. R(ap) = V/I eq. (2) , é denominada de resistência aparente do material. Esta relação, como podemos observar,na fig.(2) varia de ponto para ponto na curva característica, ou seja, a resistência depende das condições a que esteja submetido o elemento, como voltagem, temperatura, intensidade luminosa etc. 3.4 - COMO SABER SE UM ELEMENTO OBEDECE À LEI DE OHM? Fazendo a medida simultaneamente de I em função V tensão aplicada, se está razão for uma constante para qualquer V e I, o elemento é dito Ôhmico. Se levantar a curva característica deverá ser uma reta e passando na origem. Caso contrario o componente é não Ôhmico. Para isto devemos levantar a curva característica do material, ou seja, submetê-lo a diversas diferenças de potencial e medir a corrente que o atravessa, e em seguida traçar o gráfico V x I. ATENÇÃO: Para traçar a curva característica de um elemento, devemos sempre medir simultaneamente a corrente que o atravessa e a voltagem a que ele está submetido. Aqui vamos medir simultaneamente V e I, isto é V em função da corrente aplicada, mas não é para o estudo da Lei de Ohm e sim para verificarmos a influência das resistências internas do Amperímetro e do Voltímetro no resultado. Esta é o objetivo desta Experiência. Às vezes não entendidas, mesmo por aqueles que realizam o experimento. 30 Mas como fazer simultaneamente estas duas medidas? Será isto possível? Temos duas alternativas, ambas afetadas de um erro devido aos medidores. a) Na primeira alternativa (figura 3), a corrente que atravessa o elemento I(R) é a mesma que atravessa o amperímetro I(a); I(R) = I(a). Porém a d.p.p., medida pelo voltímetro V(v) é a queda de potencial através do resistor v(R) mais a queda de potencial V(a) devida à resistência interna do amperímetro R(a), que nunca é rigorosamente igual a zero, isto é: V(v) = V(R) + V(a) V(v) = R.Ia + Ra.Ia R R A A + V + V E E - - Figura 3 - Montagem a montante. O Figura 4 - Montagem a jusante. O voltímetro é colocado antes do voltímetro é colocado depois do amperímetro. amperímetro. Como a resistência interna do amperímetro não é nula, haverá uma discrepância entre a leitura do voltímetro e a d.d.p., a que está submetido o elemento,e esta discrepância será tanto maior quanto maior for o valor da resistência interna do amperímetro, em relação ao valor da resistência R. (R(a)>>R). b) Na segunda alternativa (figura 4) a d.d.p., a que está submetido o resistor V(R) é aquela medida pelo voltímetro V(v): V(v) = V(R). Porém a corrente medida pelo amperímetro I(a) será a soma das correntes que atravessam o voltímetro I(v) e o elemento I(R): I(a) = I(v) + I(R). Portanto a resistência do elemento (R) (r(v)>>R), se não haverá uma discrepância sensível entre a leitura do amperímetro e a corrente que passa pelo elemento. I(a) = I(v) + I(R). Veja a figura 4. Vemos então que a primeira alternativa, chamada montagem a montante (voltímetro antes do amperímetro) dá resultados mais precisos quando a resistência a medir é muito maior que a resistência interna do amperímetro; e a segunda, chamada montagem a jusante (voltímetro depois do amperímetro) é indicada para os casos em que a resistência interna do voltímetro seja muito maior que a resistência a medir. Estas duas condições não se excluem. Nos casos em que ambas sejam satisfeitas, os dois métodos darão resultados satisfatórios. 31 3.5 - DIODO O diodo é o elemento de circuito não linear mais simples, permite a passagem. Dos portadores de cargas fluírem em uma direção, mas na outra não. O diodo é um dispositivo que possui propriedades de um retificador. O que caracteriza um retificador é que ele deixa passar facilmente a corrente num sentido, e quase não a deixa passar no sentido oposto. No primeiro caso dizemos que o diodo está “diretamente polarizado”, e no segundo que está “inversamente polarizado”. Noutras palavras, podemos considerar o diodo como um dispositivo que apresenta resistência de polarização direta R(d) quase nula, e resistência de polarização inversa R(i) altíssima (veja figuras 5 e 6). + - - + R Dd R D1 + + E - E - Figura 5 - Diodo diretamente Figura 6 - Diodo inversamente polarizado polarizado Além disso, a resistência de polarização direta do diodo não é constante, variando com a d.d.p., a que ele é submetido. Ou seja, o gráfico VxI para um diodo não é uma linha reta, mas sim uma de inclinação variável. A figura 7 mostra a relação entre corrente e tensão para um diodo ideal. A figura 8 mostra a mesma relação para um diodo real. I(d) e V(d) são a corrente e a tensão no caso do diodo diretamente polarizado, I(i) e V(i) no caso do diodo inversamente polarizado. I Id Vi Ii Vd Figura 7 diodo ideal 32 Figura 8 – Curva característica de um diodo OBSERVAÇÃO: Neste experimento só será utilizado o diodo diretamente polarizado, pois podemos considerar desprezíveis os valores obtidos para a corrente inversamente polarizada. Sugerimos ao aluno que na hora da realização do experimento tente medir esta corrente e fique atento para qual montagem deve ser utilizada. Funcionamento do diodo com tensão contínua O símbolo do diodo semicondutor, é mostrado na figura abaixo A D K A K P N ânodo cátodo ânodo cátodo Figura 9 – Símbolo do diodo O terminal designado pele letra A, mostra o ânodo do díodo, e o terminal designado pele letra K, mostra o cátodo. Para que o díodo conduza, é sempre necessário que o ânodo seja positivo em relação ao seu cátodo, condição esta de polarização direta. Todo dispositivo eletrônico pode ser representado pelo seu circuito equivalente. O circuito equivalente do díodo semicondutor e mostrado na figura abaixo: 33 A - + r K VO Figura 10 – Um circuito elétrico equivalente para o diodo Neste circuito equivalente, a tensão da barreira de potencial é representada pela bateria v, a qual vale de 0,2V a 0,3V para o germânio e de 0,6V a 0,7V para o silício e a própria característica do díodo é representada pelo resistor em série r, que é um resistor dinâmico. Ambos os valores ou elementos do circuito equivalente são dinâmicos; isto é, dependem do ponto de trabalho, denominação para o diodo. Analisemos a seguir, o circuito abaixo: D + E - vO RL I VRL Figura 11 – Circuito retificador meia onda Nela temos um díodo semicondutor D, em série com um resistor de carga RL, polarizado diretamente pele bateria E. Como o díodo está polarizado diretamente, pelo circuito circulará uma corrente i. Esta corrente i, circulando, provocará quedas de tensão no díodo e no resistor, respectivamente V0 e VRL. Aplicando-se a Lei das tensões de Kirchhoff ao circuito, temos: E=VO+VRL; 1 Ou seja, “No circuito série, a soma das quedas de tensão é igual à tensão total aplicada ao circuito”. Sabemos também que a queda de tensão, num resistor, é proporcional ao valor do resistor e à corrente que por ele circula, ou seja: VRL=i.RL 2 34 Substituindo (2) em (1), temos E=V+I.RL 3 Equação da Reta de Carga (3) Obtendo-se desta maneira a Equação da Reta de Carga do circuito, e tendo-se em mãos a curva característica do díodo D, podemos amarrar uma série de valores característicos do circuito, conforme se segue: a) Na equação da reta de carga, fazendo-se I=0, isto é, abrindo-se o circuito, ou removendo-se o díodo D do circuito, temos: I=0 implica V=E 4 e podemos, desta maneira, determinar um dos pontos por onde passará a reta de carga, qual seja: P1(V=E;I=0) 5 b) Na equação da reta de carga, fazendo-se V=0, isto é, curto-circuitando-se o díodo D, temos: V=0 implica VRL= I.RL e I=VRL/RL 6 e podemos, desta maneira, determinar o outro ponto por onde passará a reta de carga; qual seja: P2(V=0;I=VRL/RL) 7 Tendo estes dois pontos (P1 e P2), podemos uni-los através de um traço, obtendo desta maneira a reta de carga do circuito estudado. Na intersecção desta reta de carga, com a curva característica do díodo, encontramos o ponto de trabalho, ou ponto de operação, ou como é mais conhecido, ponto quiescente do díodo D. Este ponto quiescente, Q, determina dois parâmetros importantes para o circuito em estudo: - traçando-se uma paralela, pelo ponto Q, ao eixo das tensões, e prolongando-se esta paralela até o eixo das correntes, encontramos a corrente quiescente do circuito, a qual é a corrente que será encontrada no circuito, quando o mesmo estiver em funcionamento. - traçando-se outra paralela, pelo ponto Q, desta feita ao eixo das correntes, e prolongando-se esta paralela até o eixo das tensões, encontramosa queda de tensão quiescente sobre o díodo, que é a queda de tensão que será encontrada sobre o díodo, quando o circuito estiver em funcionamento. 35 Um outro parâmetro importante do circuito que pode ser determinado, através do ponto quiescente, é a queda de tensão no resistor, VRL, VRL=E-VQ ou ainda, VRL=IQ.RL 8 O ponto quiescente que acabamos de determinar, refere-se à condição do díodo com polarização direta. Para a condição de polarização inversa, existe outro ponto quiescente, que é determinado de forma análoga. 3.6 - DIODO COMO RETIFICADOR Quando só dispomos de uma fonte de tensão alternada, pode ocorrer que desejemos retificar a corrente, o que é possível fazer com auxílio de diodos. Lembramos que uma corrente contínua é uma corrente cujo sentido e intensidade se mantém constantes com o tempo. O gráfico Ixt de uma corrente contínua é, pois, uma reta paralela ao eixo t (ver figura 9), e a função que representa uma corrente contínua pode ser escrita como: I(t) = Io = constante. (1) I Io Figura 9 - Corrente contínua Já a corrente alternada varia continuamente, em intensidade e sentido, com o tempo. A forma mais comum da corrente alternada é a “senoidal”, cuja função pode ser escrita como: I(t) = Iosem (wt) (2) e cujo gráfico pode ser visto na figura 10. Na expressão anterior W é a “freqüência angular”, e está relacionada com a “freqüência vibração” f da corrente pela relação: W = 2f (3) t 36 I Io T 2T t T/2 3T/2 Io Figura 10 - Corrente alternada senoidal Quando colocamos um diodo em um circuito de corrente alternada, a corrente só passará durante a metade do período. Durante a outra metade a corrente não poderá passar, porque, havendo invertido o sentido, ela encontrará o diodo inversamente polarizado. No caso da corrente senoidal, a função será, portanto, durante a primeira metade do período, a mesma da equação (2) anterior, enquanto durante a segunda metade será nula. I(t) = Io sewt (0 < t < T/2) I(t) = 0 (T/2 < t < T) (4) I R D Io A Ii Id t T/2 T 3T/2 2T ~ Figura 11 - Retificação de meia onda, com um diodo Onde T = 1/f é o “período”, e o gráfico é o que pode ser visto na figura 11. Dizemos que houve uma “retificação de meia onda”. 37 Para a figura 12, abaixo temos um retificador de onda completa. V Figura 12 - Retificação de onda completa, com 4 diodos. Uma retificação de onda completa pode ser obtida, por exemplo, associando 4 diodos da maneira indicada na figura 12(denominada ponte de diodo). Acompanhando o esquema, e lembrando que a corrente só atravessa um diodo se ela for tal que resulte polarização direta naquele instante, você poderá ver que a corrente sempre atravessará o resistor R no sentido de A para B. a função que representa a corrente em um circuito com um retificador de onda completa será: I(t) = Io senwt (0 < t < T/2) I(t) = Io sewt (T/2 < t < T) (5) O gráfico da corrente neste caso será a resposta na carga R o que é mostrado na figura 12. D1 D2 D4 DD 3 ~ D3 T/2 T 3/2 T 2T t R 38 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE FÍSICA DISCIPLINA FÍSICA EXPERIMENTAL II 4 - Experimento 3: FONTES E SUAS RESISTÊNCIAS INTERNAS 4.1 - OBJETIVO Pretendemos neste experimento fornecer alguns conceitos básicos de fontes de tensão, verificando como uma fonte de tensão reage quando varia a carga ligada a ela. 4.2 - MATERIAL UTILIZADO - Um multímetro, a ser usado como voltímetro. - Um miliamperímetro - Uma prancheta de madeira, com bornes de ligação - Duas pilhas comuns (pilhas secas) - Potenciômetro. 4.3 - INTRODUÇÃO TEÓRICA 4.4 - FORÇA ELETROMOTRIZ E RESISTÊNCIA INTERNA DE UMA FONTE Antes de iniciarmos o nosso estudo de fontes de tensão reais é necessário sabermos o que é uma fonte de tensão. Idealmente, uma fonte de tensão é um dispositivo que mantém uma diferença de potencial constante entre dois terminais, quaisquer que sejam as condições de carga a que a mesma esteja submetida. Chamamos de carga a tudo que possa consumir energia desta fonte. Na realidade, nenhuma fonte de tensão é capaz de manter sua “ddp” (diferença de potencial) constante, pois todas as fontes de tensão reais possuem uma resistência interna que por si mesma já constitui uma carga para esta fonte. Uma fonte de tensão real pode ser representada pelo desenho da figura 1. A força eletromotriz de uma fonte é algum mecanismo que transporta os portadores de carga em sentido oposto aquele em que o campo elétrico está tentando movê-los. Nas baterias comuns, esta força eletromotriz tem sua origem na dissociação iônica que sofrem os componentes desta bateria. 39 Ri + E Figura 1 4.5 - A PILHA SECA Um tipo bastante comum de bateria química é a pilha comum ou pilha seca (pilha usada em rádio). Ela consiste de uma cuba de zinco (pólo negativo) contendo um bastão de grafite no centro (pólo positivo) e cheia com uma solução úmida de bióxido de manganês, cloreto de zinco e cloreto de amônia. O conjunto de reações que se passam nesta pilha foge ao nosso estudo atual. 4.6 - EFEITO DA RESISTÊNCIA DE UMA FONTE SOBRE A DIFERENÇA DE POTENCIAL ENTRE OS SEUS TERMINAIS Como vimos, uma fonte de tensão real pode ser representada por uma fonte ideal em série com uma resistência. Se ligarmos uma resistência externa entre os dois terminais desta fonte, uma corrente irá fluir pela mesma. Ri I + - E V R - Figura 2. Fonte de tensão real Cálculo da corrente pela expressão: I = E R Ri 1 Obs: No experimento R é variável, isto é, um potenciômetro. 40 Sobre os terminais externos da fonte irá aparecer uma diferença de potencial V. No entanto, V não será mais constante, ao contrário variará em função das variações que ocorrem com R. 41 A diferença de potencial nos terminais da fonte é dada por: V = E - RiI 2 V = E - i i RR ER . = E RR Ri )1( 1 3 V = R R Ri . E V = f(R) 4 V é uma função f da resistência externa R. Sobre a resistência interna da fonte (Ri) irá ocorrer uma queda de tensão igual a Vi, onde: Vi = Ri.I = R1 . E R R R R R E i i i 5 ; dividindo a expressão por R1 temos: Vi = E R Ri 1 6 Podemos ver quanto menor for o valor de R (carga), maior será esta queda de tensão. 4.7 - EFEITO DA RESISTÊNCIA INTERNA SOBRE A POTÊNCIA MÁXIMA QUE UMA FONTE PODE FORNECER
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