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“A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isto fica sendo a minha última e mais elevada descoberta”. Isaac Newton (1642-1727) fundador da física clássica e descobridor da lei da gravidade Macrolídeos Objetivo deste material didático é promover uma introdução ao estudo de farmacologia, motivar a leitura do tema em livros textos e diretrizes. Busca contribuir para que o(a) futuro(a) prescritor(a) esteja atento(a) aos critérios da prescrição racional de medicamentos, alicerçado em bases técnicas e éticas. Solicitamos o envio de sugestões e correções para o aprimoramento do material para larb@vm.uff.br Universidade Federal Fluminense Farmacologia dos Antibióticos Prof. Luiz Antonio Ranzeiro de Bragança Macrolídeos Histórico Mecanismo de Ação Mecanismo de Resistência Farmacocinética Usos Terapêuticos Reações Adversas Interações Farmacológicas Universidade Federal Fluminense Módulo de Farmacologia dos Antibióticos Prof. Luiz Bragança Macrolídeos - História e Origem 1952. amostra do solo das Filipinas obteve o fungo Streptomyces erythreus ► Eritromicina, por McGuire e col. derivados semi-sintéticos a partir de 1991 Azi - tromicina Clari- Alvarez-Elcoro e Enzler. Roxi - Teli - tromicina Antiga lista da F. U. com todos os fármacos juntos. http://www.proex.uff.br/ identifique os macrolídeos... ____ http://www.proex.uff.br/ ____ ____ Cloranfenicol clindamicina Macrolídeos - Mecanismo de Ação São agentes bacteriostáticos; inibem a síntese de proteínas através de sua ligação reversível à subunidade ribossômica 50S de microrganismos sensíveis. A atividade antimicrobiana ↑em pH alcalino. A eritromicina acumula-se 100x mais em gram + inibem a síntese de proteínas na sub-unidade 50S Macrolídeos - Mecanismo de Ação Macrolídeos - Mecanismos de Resistência 2. Bomba de efluxo ativo (ORSA, estreptococos do grupo A e pneumococo). 3. Hidrólise dos macrolídeos por esterases sintetizadas por enterobactérias. 1. Mutações cromossômicas que alteram a proteína ribossômica 50S (Bacillus subtilis, Campylobacter spp. e nos cocos gram +) induzida ou constitutiva, com redução de ligação do ATB (proteção ribossômica). Ação de uma metilase que modifica o alvo (adenina no ARN 23S). Macrolídeos - Mecanismos de Resistência • Bacilos gram negativos pertencentes às enterobactérias e os não fermentadores são naturalmente resistentes à ERITRO e outros macrolídeos por não serem permeáveis a estes ATBs. Existe resistência cruzada entre os macrolídeos e às vezes com clindamicina e lincomicina. A resistência entre estafilococos já atinge 50% das amostras. Pneumococos começam a gerar resistência. Eritromicina - Estrutura Química: Eritromicina - Espectro de Ação: ● Cocos Gram + aeróbios (estafilo e estrepto), clostrídios, corinebactérias e bacilos. ● Gram - (N. gonorrhoeae, N. meningitidis e H. influenza) ● Espiroquetas: leptospiras e treponemas ● actinomicetos, Chlamydia sp. ● gastroenterite por Campylobacter, M.pneumoniae, Gardnerella vaginalis, Vibrio cholerae, Legionella, Entamoeba histolytica e micobactérias atípicas. Eritromicina - Espectro de Ação: Na Philadelfia, verão de 1976, Legionários americanos reunidos para uma convenção desenvolveram um tipo misterioso de pneumonia. O surto ocorreu num hotel onde 150 hóspedes e 32 visitantes contraíram a doença. A chamada “doença dos Legionários” causou 29 mortes. Exames convencionais de escarro, culturas e amostras de necrópsia não revelaram nenhum patógeno conhecido. Chegam a suspeitar de gases venenosos, suprimentos e água contaminados, terrorismo e vírus mortíferos. Princípios de Farmacologia, 2008. GOLAN, D.E. e col. Ed. Guanabara Koogan, pg.547 Muitos meses depois equipes do Centers of Disease Control and Prevention, identificaram a bactéria gram negativa aeróbica casual (Legionella pneumophila). Os casos tratados com eritromicina e tetraciclina apresentaram melhores desfechos do que os tratados com outros fármacos. Eritromicina - Espectro de Ação: ● coqueluche (5-7 dias), Não modifica o curso da coqueluche (sintomas são causados pela toxina) mas diminui a infecciosidade dos portadores (Fucs, 2004). com a vacina pertussis, permitiu controlar, mas não erradicar. A morbidade e a mortalidade decresceram consideravelmente. Corticosteróides e beta-2-agonistas adrenérgicos podem reduzir os paroxismos de tosse. Antibacterianos: estolato de eritromicina tem sido estudado tanto no tratamento como na profilaxia dos contatos, parecendo superior aos outros ésteres porque atinge maiores níveis séricos, nas mesmas doses. Claritromicina e azitromicina mostram-se superiores. Cotrimoxazol é uma alternativa para pacientes intolerantes. (revisão OPAS, 2006) Eritromicina - Espectro de Ação: outros efeitos: Atividade pró-cinética, uso em alguns casos de gastroparesia. (via receptor de motilina) Postula-se efeito antiinflamatório - casos de panbronquiolite no Japão. Eritromicina - Farmacocinética Absorção: Incompleta porém adequada no intestino delgado superior. Inativada por ácidos gástricos (comp. revestimento entérico) Ésteres (estearato, estolato e etilsuccinato) melhoram a estabilidade em ácido e facilitam a absorção. Distribuição: Rápida por todos os tecidos, exceto cérebro e LCR. Não atravessa a BHE! Liga-se de 70-80% a proteínas, pode chegar a 96%. Atravessa a barreira placentária e também ao leite materno. Eritromicina - Farmacocinética Eliminação: t 1/2 de eliminação é de cerca de 1,6 horas. É excretada na forma ativa pela bile. Eritromicina - Efeitos Colaterais Hepatite colestática pelo estolato: É o efeito colateral mais importante. Surge após 10 a 20 dias de tratamento Caracteriza-se por início súbito de náuseas, vômitos e cólicas abdominais. Com freqüência a dor simula colecistite aguda, com falso abdome agudo! Logo segue a icterícia, febre, leucocitose, eosinofilia e aumento de transaminases. A biópsia hepática revela lesão colestática. As manifestações desaparecem, em geral, dentro de poucos dias após suspensão do fármaco. Claritromicina - Estrutura Química: Claritromicina - Espectro de Ação ● Infecções de VAS e VAI: faringites, amigdalites, sinusites, otite média, bronquite aguda e crônica agudizada, (bronco)pneumonias. ● Haemophilus influenza. ● bom contra: Moraxella catarrhalis, Chlamydia pneumoniae e Mycoplasma pneumoniae. ● piodermites: impetigo, furunculose e celulites, habitualmente causadas por estafilo e estrepto. Walter Tavares, 2002 Claritro: 250 a 500 mg, 12/12 horas. mínimo 7 dias Claritromicina - Espectro de Ação ● Mais potente contra cepas de estreptococos e estafilococos sensíveis à eritromicina. Helicobacter pylori, Toxoplasma gondii, alternativa pra sulfa em SIDA, associada com pirimetamina. M. avium (associada com etambutol e ofloxa ou ciprofloxacina) e M. leprae. Walter Tavares, 2002 Claritromicina - Farmacocinética Absorção Rápida pelo TGI após sua administração oral. Rápido metabolismo de 1ª passagem biodisponibilidade: cerca de 50%. Alimento não interfere. Distribuição Ampla, por todo o organismo, Claritro e seu metabólito ativo. Atingem concentrações intracelulares elevadas. cerca de 40 a 70% ligam-se proteínas plasmáticas.Claritromicina - Farmacocinética Metabolização Fígado, em vários metabólitos, um é ativo (14- hidroxi-CL). Eliminação Predomina via renal. ajuste de dose na IRC. Hepatopatas: uso sem ajuste de dose t 1/2 : claritromicina 3-7 horas uso 2x/dia. 14-hidroxiclaritromicina 5-9 horas. http://www.consultaremedios.com.br - set 2010 CLARITROMICINA www.nhlbi.nih.gov/guidelines/asthma/07_sec3_comp4.pdf 2007 ________________ ________________ ________________ _____ Azitromicina - Estrutura Química: Azitromicina - Espectro de Ação ● Em geral, é menos ativa que a eritromicina contra Gram + (estreptococos e enterococos). ● É ligeiramente mais ativa do que a eritromicina e que a claritromicina contra H. influenzae e Campylobacter spp. ● É muito ativa contra M. catarrhalis, Chlamydia spp., M. pneumoniae, Fusobacterium spp. e N.gonorrhaeae. ● M. avium, T. gondii, E. coli, Salmonella, Shigella e Yersinia. Azitromicina Farmacocinética Absorção Rápida oral. Biodisponibilidade 40%. Antiácidos (hidróxido de alumínio e magnésio) diminuem as [ ]s séricas máximas. Não deve ser usada com alimento. 43% de redução. Distribuição Ampla por todo o organismo, exceto no LCR. Altas concentrações no interior das células. Preferencial em macrófagos, PMN, monócitos e fibroblastos A ligação a proteínas plasmáticas de 30 a 50%. Azitromicina - Farmacocinética Metabolismo pouco, hepático metabólitos inativos. Eliminação 72% forma ativa. Principal: hepática E mucosa intestinal, 50% da dose absorvida. Urinária é lenta. Só cerca de 6,5%. t ½ de eliminação de 40-68 horas, devido aos extensos seqüestro e ligação teciduais. Azitromicina - Usos Terapêuticos Uretrite não-gonocócica: Chlamydia trachomatis Azitromicina 1g em dose única. Obs: A administração de 2g em dose única mostra-se eficaz no tratamento da gonorréia mas não é rotineiramente recomendada. Usos semelhantes à claritro, incluindo infecções respiratórias e dermatológicas; sífilis primária e secundária; cancróide (H. ducreyi); doença de Lyme; micobactérias atípicas; febre tifóide não complicada. W. Tavares, 2002 Azitromicina - Usos Terapêuticos GONORREIA - DOENCAS INFECCIOSAS E PARASITARIAS Secretaria de Vigilancia em Saude / MS
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