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FACULDADE ESTÁCIO DE SERGIPE NUTRIÇÃO CARBOIDRATOS AULA 4 Composição de Alimentos CARBOIDRATOS • São os compostos carbônicos mais abundantes existentes. E para a nutrição é a maior fonte disponível de nutriente presente nos alimentos. O corpo converte os carboidratos em glicose para obter energia imediata e em glicogênio para a energia de reserva. Devido capacidade limitada de armazenamento, todos os carboidratos ingeridos além das necessidades do indivíduo, são convertidos e armazenados na forma de gordura. • 1 g fornece 4 calorias. 50-75% do total de calorias a serem ingeridas COMPOSIÇÃO QUÍMICA Compõe o mais abundante dos compostos orgânicos; São produzidos pelos vegetais e constituídos de C, H e O. Quimicamente são: poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas e seus derivados. COMPOSIÇÃO QUÍMICA Possuem na intimidade de sua molécula: água, CO2 e energia luminosa (síntese); Os animais não são capazes de sintetizar Carboidratos a partir de substratos simples não- energéticos dependentes dos vegetais para obter essa energia; Maior fonte disponível de nutrientes presentes nos alimentos como: glicose, frutose, galactose, sacarose, lactose, amido e celulose. CLASSIFICAÇÃO DOS CHOs Simples - São substâncias de baixo peso molecular ◦ Monossacarídeos Frutose, glicose, galactose ◦ Dissacarídeos Sacarose, maltose, lactose ◦ Trissacarídeos: Rafinose Complexos - Polissacarídeos ◦ São polímeros de peso molecular elevado Ex.: Amido, Celulose, glicogênio ESTRUTURA DOS CHO • Monossacarídeos: – São açúcares simples – Na natureza não ocorrem como moléculas livres di e polissacarídeos; – Podem ter 3, 4, 5, 6 ou 7 carbonos, mas os mais importantes são as HEXOSES • Glicose, frutose e galactose • Todos os outros CHOs devem ser efetivamente digeridos até esses monossacarídeos para serem absorvidos. ESTRUTURA DOS CHO Monossacarídeos: GLICOSE: o maior monossacarídeo encontrado no organismo e amplamente distribuído na natureza - frutas, vegetais e mel. ; Dextrose glicose produzida pela hidrolise do amido de milho; Conhecido como Açúcar do sangue refere-se a glicose e extremamente dependente desta. Mecanismos fisiológicos mantêm as concentrações de glicose sérica adequadas; A L-glicose pode ser utilizada como uma alternativa de adoçante não natural ESTRUTURA DOS CHO • Cont.Monossacarídeos: – FRUTOSE ou levulose: • É o mais doce dos monossacarídeos; • As frutas contem de 1 a 7% e o mel até 40%; • Encontrada nas frutas mais doces devido a quebra da sacarose; • Xarope de milho mudança enzimática da glicose do milho em frutose; • Aumento considerável da ingestão (23%) presente em bebidas, cereais, produtos de panificação e de confeitaria. ESTRUTURA DOS CHO • Cont. Monossacarídeos: – GALACTOSE: Presente no leite, produtos lácteos e diversos vegetais e frutas. • É produzida a partir da lactose pela hidrólise durante o processo digestivo; • Galactosemia: incapacidade que alguns lactentes têm de metabolizar a lactose. A galactose e a frutose são metabolizadas no fígado para incorporação nas vias metabólicas para glicose ESTRUTURA DOS CHO • Dissacarídeos: – Formados por 2 monossacarídeos • Ligação entre grupo aldeído ou cetona com o grupo hidróxila – Os três mais importantes na nutrição humana são: sacarose, lactose e maltose; – MALTOSE (açúcar do malte): • Glicose + glicose • Maior fonte: grãos em germinação • Ex.: Produção da cerveja – Maltose Malte ESTRUTURA DOS CHO • Cont. Dissacarídeos: – SACAROSE: • Glicose + frutose; • Mais familiar dos dissacarídeos e o que mais prevalece na alimentação Açúcar de mesa; • Com a expansão dos alimentos processados contribui com 30 a 40% do total de Kcal provenientes de CHOs na dieta; • Fontes: Cana-de-açúcar, beterraba e mel. ESTRUTURA DOS CHO • Cont. Dissacarídeos: – LACTOSE: • Glicose + galactose; • Produzida quase exclusivamente nas glândulas mamárias de animais lactantes; • Responsável por 7,5 a 4,5% da composição do leite em humanos e nas vacas, respectivamente; • É o menos doce dos dissacarídeos; • INTOLERÂNCIA: criou uma controvérsia quanto ao consumo de leite em adultos por muitos apresentarem deficiência enzimática. – Sintomas: náuseas e vômitos, cólicas abdominais, flatulência e diarréia ESTRUTURA DOS CHO Polissacarídeos Contém de 10 a mais de 3.000 unidades de monossacarídeos; A maior parte é glicose; É a forma como os CHOs são armazenados nas plantas e nos tecidos animais AMIDO Estrutura complexa formada por: Amilose: contém de 15 20% da molécula de amido – mais fácil digestão Amilopectina: contém de 80 a 85% da estrutura do amido - devido sua cadeia mais complexa, dificulta o acesso das enzimas responsáveis por sua degradação. Um parte desse amido chega ao cólon e promove também um efeito prebiótico (amido resistente). Fontes: tubérculos (batatas), cereais em grãos(arroz, trigo e milho), leguminosas (feijão, ervilha), sementes de plantas (As plantas armazenam glicose como amido). CHO COMO PREBIÓTICOS Prebióticos são substâncias que estimulam o crescimento de espécies de MOS que atuam como Probióticos (inibem o crescimento do MOS patogênicos); Oligossacarídeos do leite humano inibem a adesão de bactérias patogênicas à mucosa intestinal; Frutanas: Favorecem a multiplicação de espécies de MOS: bifidobactérias, produtos de ácido acético, propiônico e butírico; ↓ velocidade de absorção de glicose; Fontes: aspargo, alho, alho poró, cebola, alcachofra, raiz de chicória, entre outros. ESTRUTURA DOS CHO Cont. Polissacarídeos CONT. AMIDO A proporção entre as frações de amilose e amilopectina influência na digestibilidade dos diferentes tipos de amido; A amilopectina dificulta o acesso das enzimas responsáveis pela sua degradação menor digestiblidade em relação a amilose; O processamento hidrotérmico e a origem botânica do amido podem dificultar o acesso da enzima e retardar a digestão, quando o mesmo está contido em vegetais integrais, grãos e sementes AMIDO RESISTENTE AGENTE PREBIÓTICO ESTRUTURA DOS CHO • Cont. Polissacarídeos – GLICOGÊNIO • Polissacarídeo de reserva animal • Função significativa no balanço energético humano; • Ajudam a regular o metabolismo proteico; • É armazenado no fígado e no tecido muscular; • Ajuda a manter o nível de açúcar normais durante períodos de jejum (ex.: sono) e provoca combustão imediata para ações musculares. • Não constitui fonte dietética, pois quando o animal morre a quantidade de glicogênio é transformada, logo a carne tem pouca quantidade quando preparada. ESTRUTURA DOS CHO • Cont. Polissacarídeos – CELULOSE • Formado por moléculas de glicose ligadas por ligações β-1.4, não digeríveis; • Constituinte principal da estrutura dos vegetais; • Não é digerida pelas enzimas humanas e torna-se importante fonte de volume nas dietas; • Incluído no grupo das FIBRAS DIETÉTICAS. FUNÇÕES DOS CHO Reserva energética: Amido nos vegetais Glicogênio no fígado e no músculo: protege as células de danos e funções metabólicas reduzidas e ajuda a regular o metabolismo protéico; Sustentação: Celulose, hemicelulose, quitina, ácido hialurônico; Participam de mecanismos de defesa: glicoproteínas e imunoglobulinas; Funcionamento adequado do sistema nervoso central: Suprimento de energia para os neurônios; FUNÇÕES DOS CHO Regulação do metabolismo dos lipídios: – Evita a cetose (↑ na produção de corpos cetônicos) acidose metabólica espoliação de eletrólitos; Fornecem energia ao organismo: – 4 Kcal; Economizam a utilização das proteínas da dieta: – Evitam a GLICONEOGÊNESE; Facilitam o transporte e excreção de substâncias tóxicas do sangue: – Ex.: Ácido glicurônico que se conjuga com a bilirrubina. FUNÇÕES DOS CHO • Coração - glicogênio é uma fonte emergencial de energia para a contração cardíaca • Aparelho digestivo - todo aparelho digestório sofre influência: Boca - amilase salivar é adicionada ao carboidrato, estimulada pela presença deste na boca e pela mastigação, preparando o amido para iniciar a digestão no estômago. Estômago – peristalse, provocando ondas que misturam os alimento ao suco gástrico, formando o quimo. Intestino delgado – os carboidratos são transformado em monossarídeos (glicose, frutose e galactose) pela ação das enzimas intestinais e pancreáticas. ÍNDICE GLICÊMICO (IG) Define-se como o aumento da área sob a curva da glicemia em resposta a uma dose padronizada de CHO, ou seja, a resposta da curva glicêmica acima do nível de glicose sanguínea em jejum (Teixeira Neto, 2003); Ou como a área sob uma curva de resposta à glicose, após o consumo de 50g de CHO glicêmico (não incluídas as fibras) de um alimento teste, expressa como percentual de resposta para a mesma quantidade de CHO de um alimento padrão (pão branco ou glicose pura), ambos ingeridos pelo mesmo indivíduo (Sampaio et al, 2007). Método de classificação de alimentos de acordo com o potencial de aumentar a glicose no sangue. REGULAÇÃO DO AÇÚCAR NO SANGUE - ÍNDICE GLICÊMICO Alimentos ricos em CHO possuem diferentes capacidade para elevar a glicemia, devido diferença na velocidade de absorção; Possuem diferentes respostas glicêmicas ASSIM, cada alimento tem um valor de IG. Embora as dietas com baixo índice glicêmico possam reduzir a resposta glicêmica pós-prandial, os estudos a longo prazo não têm confirmado estes achados. Desta forma, a monitorização da glicemia ainda é considerada um guia para identificar as respostas específicas de cada alimento sobre a glicemia. ÍNDICE GLICÊMICO Alimentos de índice alto: – Batatas – Pães “brancos” – Cereais processados Alimento de índice moderado: – Sorvetes – Bolos – Bolachas – Chocolates Alimento de índice baixo: – Leguminosas – Produtos lácteos – Frutas CARGA GLICÊMICA • A carga glicêmica (CG) inclui, concomitantemente, o índice glicêmico do alimento e a quantidade de CHO disponíveis na porção de alimento consumida. • Alguns estudiosos vêem o índice glicêmico como não fidedigno, visto que o mesmo não considera as porções reais consumidas por um indivíduo, sugerindo, assim, a CG como melhor preditor de risco de doenças crônicas, entre as quais a obesidade e as diferenças físicas e químicas dos alimentos. RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS - SUBSTITUIÇÃO DO AÇÚCAR NA ALIMENTAÇÃO Feita, normalmente, através de adoçantes artificiais ou naturais; Adoçantes: não alcançam a mesma resposta fisiológica mediada por neurotransmissores no cérebro; < saciedade > impulso para o consumo de lipídios Naturais (xilitol, manitol, sorbitol, frutoligossacarídeos) ou artificiais (ciclamato, sacarina, aspartame, acesulfame-k) não devem ser consumidos em excesso, nem de forma contínua. Aspartame- aprovado para uso Ciclamato – Esta sendo considerado para aprovação como adoçante de mesa e não como aditivo. RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS - SUBSTITUIÇÃO DO AÇÚCAR NA ALIMENTAÇÃO Consumo moderado de açúcares , em torno de 20kcal/dia - representa 1 colher de chá (5g) Açúcar deve representar , no máximo, 25% da ingestão total de energia diária - segundo DRIs (Ingestão Dietética de Referência) As recomendações das Pirâmides Alimentares representam 10% da ingestão diária total de energia - concordado pela OMS (organização Mundial de Saúde) e FAO (Organização da Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS DOS CHO RDA – 130g/dia - 45% a 65% de ingestão de energia Valores diários – 300g com base na dieta de 2000kcal Escolha uma variedade de grãos- preferencialmente integrais (trigo, arroz integral e aveia) Consuma 2m porções de frutas e 3 de hortaliças /dia FONTES DE CHOs Frutas e Sucos de frutas Cana-de-açúcar Hidrólise do amido e da sacarose da cana- de-açúcar Malte Leite e derivados (pequenas quant.) Tubérculos, raízes, cereais e leguminosas Mel Pectinas, gomas e mucilagens FIBRAS ALIMENTARES • DEFINIÇÃO • São carboidratos resistentes à digestão e absorção (não são quebradas pelas enzimas digestivas no corpo) - logo não fornecem energia para o corpo. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E FUNÇÕES • Fibras solúveis – Absorvem água para formar gel(viscosas) e são facilmente digeridas pelas bactérias do cólon(fermentáveis). Encontradas nas leguminosas e frutas e são associadas a proteção contra doenças do coração e diabetes pois diminuem os níveis de colesterol e glicose no sangue. • Fibras Insolúveis – Não absorvem água para formar gel (não- viscosas)e não se fermentam tão rapidamente . Encontradas nos grãos e vegetais (aipo, salsão e cascas dos grãos de milho), favorecem os movimentos do intestino e aliviam a constipação. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AS ORIGENS E FUNÇÕES • Fibras dietéticas – aparecem naturalmente em plantas intactas. • Fibras funcionais – extraídas de plantas ou manufaturadas e possuem efeitos benéficos para o ser humano. • Fibras Totais - Fibras dietéticas + Fibras funcionais Essas definições foram criadas para adaptar a rotulagem de produtos que podem conter novas fontes de fibras com efeitos benéficos. FIBRAS FIBRA MENOS SOLÚVEL Tipo de fibra Principais componentes químicos Fontes Principais funções Celulose Glicose (Ligações β-1-4) Trigo integral, farelos, vegetais Capacidade de retenção de água aumentada, aumentando assim o volume fecal e diminuindo o tempo de trânsito intestinal Hemicelul ose Xilose, manose, galactose Farelo, grãos integrais Lignina Fénois Frutas e sementes comestíveis, vegetais maduros Fermentação produz ácidos graxos de cadeia curta associados ao risco diminuído de formação de tumor FIBRAS FIBRA MAIS SOLÚVEL Tipo de fibra Principais componentes químicos Fontes Principais funções Gomas Galactose e ácido glicorônico Aveia, leguminosas, goma guar, cevada Causam a formação de gel, diminuindo assim o esvaziamento gástrico, digestão lenta, tempo de trânsito intestinal e absorção de glicose Pectinas Ácido poligalacturônico Maçãs, morangos, cenoura, frutas cítricas Também se ligam a minerais, lipídios e ácidos biliares, aumentando a sua excreção, diminuindo assim o colesterol sérico FIBRAS FIBRAS FUNCIONAIS (ISOLADAS OU EXTRAÍDAS) Tipo de fibra Principais componentes químicos Fontes Principais funções Quitina Glicopiranose Suplmento das carapaças de caranguejos elagostas Reduz o colesterol sérico Frutanos (incluindo inulina) Polímeros de frutose Extraídos de fontes naturais: chicória, cebolas, etc Prebióticos que estimulam o crescimento de bactérias benéficas no intestino, utilizados como substituto para gordura Betaglicanas Glicopiranose Aveia e farelo de cevada Reduz o colesterol sérico Polissacarídeo s algáceos (carragenina) Isolados de algas e algas marinhas Formação de gel – usados como espessantes, estabilizadores (podem ser tóxicos EFEITOS SOBRE A SAÚDE o Prevenção da obesidade e diabetes tipo 2 o Perda de peso (baixo teor de gorduras e açúcares adicionados) o Conforme o conteúdo nos alimentos, pode influenciar a resposta glicêmica e o metabolismo da glicose o Evita constipação, diverticulite, hemorróidas e CA de cólon. o São consideradas como prebióticos o Aumentam o bolo fecal, estimulam o peristaltismo e o trânsito intestinal o Favorecerem o aumento da relação LDL/HDL e reduz o colesterol sérico o Protegem contra doenças do coração e derrame cerebral RECOMENDAÇÕES DIÁRIA Beber muito líquido – amaciar as fibras enquanto elas se deslocam pelo trato GI FDA – 25g ou 11,5g por ingestão de 1000 kcal / dia DRIs – 14g por ingestão de 1000kcal/dia Ingestão adequada quando a RDA não pode ser estabelecida : 14g/1000kacal/dia Homens – 19-50 anos - 38g/1000kcal/dia e a partir de 51 anos 30g/dia Mulheres - 19-50 anos - 25g/1000kcal/dia e a partir de 51 anos 21g/dia Efeitos nocivos na ingestão excessiva de fibras, ocasionando o desconforto abdominal – aumentar consumo gradualmente RECOMENDAÇÕES DIÁRIA Consuma cereais integrais Frutas com cascas (Ex. Pêra) e vegetais (batata ) com cascas Verduras cruas Frutas secas REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • DUTRA-DE-OLIVERA, J. E. & MARCHINI, J. S. Ciências Nutricionais: Aprendendo a aprender. 2ª. edição. São Paulo: Sarvier, 2008. • MAHAN, K. & ESCOTT-STUMP, S. KRAUSE: Alimentos, nutrição e dietoterapia. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2010. • GIBNEY, M. J., MACDONALD, I.A., ROCHE, H.M. Nutrição e metabolismo. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. • WHITNEY.E.; ROLFES S. R. Entendendo os Nutrientes. V1.1ª ed. 2008. OBRIGADA!
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