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Importância do Temperamento em Bovinos de Corte

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IMPORTÂNCIA DO TEMPERAMENTO EM BOVINOS DE CORTE 
 
 
CORREA, T. A. P 1; BIZINOTO, A. L.2 
 
1Pós-Graduando em Julgamento de Raças Zebuínas, Faculdades Associadas de Uberaba, Uberaba (MG), e-mail: 
tarickcorrea@hotmail.com 
2Mestre em Ciências Veterinárias e Professor da Faculdades Associadas de Uberaba, Uberaba (MG), e-mail: 
bizinoto@fazu.br 
 
RESUMO: Apesar da importância do temperamento e da necessidade de sua inclusão nos programas de melhoramento 
genético, medi-lo não é tarefa fácil. Definido como a reação do animal às ações realizadas pelo homem nos diferentes 
sistemas de produção, que produz resposta comportamental nociva ou favorável, o temperamento tem sido identificado 
como uma característica de grande impacto econômico, sobretudo, em sistemas de produção que utilizam animais de raças 
zebuínas. Objetivou-se com esta revisão destacar as principais características do temperamento bovino que possam 
contribuir para a otimização de sistemas de produção. Além das características produtivas e reprodutivas, o temperamento 
é uma característica importante na seleção animal, pois animais mais reativos são mais perigosos durante o manejo e 
podem ter seu desenvolvimento alterado e comprometido. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Comportamento animal. Ganho de Peso. Genética. 
 
IMPORTANCE OF BEEF CATTLE TEMPERAMENT 
 
ABSTRACT: In despite of the importance of temperament and need for their inclusion in breeding programs, measure it 
is not easy. Defined as the animal's reaction aquarist the actions undertaken by man in different production systems, which 
produce harmful or favorable behavioral response, temperament has been identified as a characteristic of great economic 
impact, particularly in production systems using animals of Zebu breed. Propose with this review highlight key features of 
bovine temperament which could contribute to the optimization of production systems. In addition to productive and 
reproductive characteristics, the temperament is an important feature in animal selection, because animals more reactive 
are most risky during the handling and can have their development changed and committed. 
 
KEY WORDS: Animal behavior. Weight gain. Genetic. 
 
INTRODUÇÃO 
 
O temperamento é definido como o conjunto de 
respostas comportamentais apresentadas por um animal 
(ou conjunto de animais) ao ser manejado pelo ser 
humano, sendo o comportamento de um animal 
determinado por uma interação complexa entre 
características herdáveis com o ambiente ao qual está 
exposto. Entretanto, tem havido crescente preocupação 
com o tema, principalmente em situações de grande 
proximidade com o rebanho, como em sistemas de 
confinamento e procedimentos de identificação, pesagem e 
vacinação, onde pesquisadores e pecuaristas avaliam-no 
por meio da análise do comportamento dos bovinos frente 
a situações rotineiras de manejo (SPIRONELLI, 2006). 
Porém, muitos motivos justificam o estudo desta 
questão em bovinos de corte, e geralmente partem da 
pressuposição de que o melhor entendimento dos 
mecanismos de ação do temperamento bovino pode 
contribuir para a otimização de sistemas de produção. 
Medo e ansiedade são estados emocionais indesejáveis nos 
bovinos, pois resultam em estresse e consequente redução 
no bem-estar dos animais. Trata-se, além disso, de uma 
característica com valor econômico, pois a lida com 
animais nervosos (agitados, com medo, agressivos) 
frequentemente implica em maiores custos, em 
comparação a animais mais calmos frente à ação humana, 
em função de maior tempo necessário durante as rotinas de 
manejo, necessidade de maior número de trabalhadores, 
maior risco à segurança dos mesmos, necessidade de 
melhor infra-estrutura de manejo e maior manutenção da 
mesma, além de prejuízos em características produtivas, 
como ganho de peso, rendimento de carcaça e qualidade de 
carne devido a contusões e estresse no manejo pré-abate, 
diminuição da eficiência na detecção de cio em sistemas 
que utilizam inseminação artificial (CERVONI, 2006). 
Paranhos da Costa (2000), chamou a atenção para 
a fundamental importância do temperamento como 
contribuinte da otimização na produção animal e como 
característica de valor econômico, pois o temperamento 
mostrou ter relação com estresse e, consequentemente, 
com maiores custos de produção em função de: (1) 
necessidades de maior número de vaqueiros bem treinados; 
(2) riscos envolvendo segurança de trabalhadores; (3) 
tempo despendido com manejo; (4) necessidade de maior 
infra-estrutura e manutenção; (5) lotes heterogêneos em 
função de diferentes graus de susceptibilidade ao estresse 
de animais. 
A identificação dos animais mais ou menos 
reativos pode permitir a adequação de práticas de manejo, 
o treinamento de mão-de-obra e, ainda, servir como 
critério de descarte de animais. Os bovinos de corte 
reagem, em diferentes situações, de acordo com o seu 
temperamento (uma organização hormonal, nervosa e 
física), que pode ser definido como a percepção e reação 
dos animais a estímulos que originam medo ou ao manejo 
do homem (SILVEIRA; FISCHER; SOARES, 2006). 
Em um sistema com manejo eficiente e regular, 
que estabelece o contato do animal com o homem, os 
animais são mais dóceis, principalmente se o contato 
ocorrer nos primeiros meses de vida do bezerro ou até o 
início da fase pós-desmama (MOURÃO; BERGMANN; 
FERREIRA, 1998). 
Para Mourão: Bergmann; Ferreira (1998), 
adicionalmente, a característica temperamento parece 
sofrer influência importante de fatores genéticos, que 
contribuiriam com as diferenças de comportamento 
observadas em bovinos. Outro aspecto importante a ser 
considerado é a relação entre o temperamento e o 
desempenho produtivo. Os animais que apresentaram 
temperamento mais calmo também obtiveram melhores 
desempenhos em provas de ganho de peso. 
Com um rebanho de cerca 177,7 milhões de 
bovinos; sendo aproximadamente 118 milhões de animais 
com aptidão para produção de carne, o Brasil posiciona-se 
atualmente como o maior exportador de carne bovina no 
mundo. Muitos são os fatores que proporcionaram tal 
posicionamento, dentre eles questões sanitárias e 
econômicas (ANUALPEC, 2010) 
Os produtores têm buscado fazer uso de 
indicadores de temperamento e desempenho para alcançar 
seus objetivos. Alguns programas de melhoramento 
genético têm avaliado o temperamento em seus rebanhos, 
na busca por animais mais dóceis, adaptados ao manejo e 
mais produtivos. O conceito de temperamento é visto de 
forma ampla, pois submerge definições de ordem 
fisiológica, psicológica, social e comportamental. Dentre 
as definições mais citadas encontra-se aquela que trata do 
conjunto de comportamentos dos animais em relação ao 
homem, geralmente atribuído ao medo (FORDYCE; 
GODDARD; SEIFERT, 1982). 
Paranhos da Costa et al. (2002) citaram ser mais 
adequado avaliar os indivíduos considerando apenas um ou 
alguns aspectos (de forma independente) de seu 
temperamento, medindo comportamentos que indiquem as 
tendências de um dado animal em ser mais agressivo, ágil, 
atento, curioso, dócil, esperto, medroso, reativo, teimoso e 
tímido, dentre outras características. 
Objetivou-se com esta revisão destacar as 
principais características do temperamento bovino que 
possam contribuir para a otimização de sistemas de 
produção. 
 
METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DO 
TEMPERAMENTO 
 
As várias metodologias de avaliação de 
temperamento, apesar de abordarem aspectos amplos do 
comportamento, procuram medir a reação animal em 
relação ao homem e ao manejo imposto pela rotina de 
trabalho nas fazendas. 
De acordo com Burrow (1997), uma simples 
medida de temperamento pode não identificar todos os 
tipos de comportamento animal que os pecuaristas buscam. 
No entanto, é possível que alguns testes identifiquem 
aspectos particulares do comportamentoos quais 
apresentem correlação favorável com outros aspectos 
comportamentais. 
Para a mensuração de temperamento em bovinos, 
diversos testes foram utilizados, sendo os mais comuns: 
• Testes de não restrição: em que o animal tem 
liberdade de movimentação em uma área relativamente 
espaçosa na presença ou ausência de um observador. 
• Teste de distância de fuga: mede a distância na 
qual um avaliador pode se aproximar antes que o animal 
reaja, afastando-se (MATSUNAGA et al., 2002) . 
• Teste de docilidade: considera não apenas a 
distância na qual um avaliador pode se aproximar como 
também o tempo que um animal pode tolerar a 
aproximação ou ser encurralado em um canto (FIG. 1) (LE 
NEINDRE, 1995). 
• Velocidade de fuga (Flight Speed): mede o 
tempo gasto por um animal para percorrer uma distância 
conhecida, no qual os animais mais rápidos recebem as 
piores notas quanto ao temperamento (SILVEIRA; 
FISHER; SOARES, 2006). 
• Escores de temperamento: Utiliza uma escala 
numérica absoluta para mensurar o temperamento de 
bovinos de corte, considerando categorias de 
comportamento quando um avaliador se aproxima do 
animal (FIGUEIREDO et al., 2005) 
Porém, de uma forma geral, têm o objetivo de 
diferenciar níveis de temperamento que vão desde um 
animal muito manso a um muito agitado e agressivo 
(FIGUEIREDO et al., 2005). 
• Testes de restrição: os animais apresentam seus 
movimentos restritos. 
Os comportamentos mensurados envolvem 
quantidade de movimentos, vocalizações, chutes, 
audibilidade da respiração, tentativas de fuga e outros. 
• Escore de movimentação: O animal tem seus 
movimentos avaliados durante contenção na balança ou 
tronco. Encontram-se variações desse teste na literatura, 
tais como: variações de escalas, técnicas de medidas de 
freqüência, dentre outros, envolvendo as diversas 
características de comportamento de testes de restrição 
(MORRIS et al., 1994). 
• Audibilidade de respiração: em que o animal é 
avaliado em escala de 1 a 4, indo de respiração não audível 
até intensa e freqüente (FORDYCE; GODDARD; 
SEIFERT, 1982). 
Os testes de restrição apresentam as vantagens de 
serem rápidos e de fácil implementação. No entanto, não é 
possível relacionar comportamento em uma situação de 
restrição com outra situação de não restrição pelo fato de 
alguns animais que são difíceis de manejar em piquetes 
demonstrarem resposta de “congelamento” quando 
restritos. 
 
 
 
 
FIGURA 1 - Prática do teste de docilidade. 
 
De acordo com Figueiredo et al. (2005) as 
avaliações do temperamento também podem ser realizadas 
utilizando-se uma escala padrão de escores subjetivos 
atribuídos em função da reação comportamental típica do 
animal em relação à aproximação de um avaliador, quando 
este tentar tocá-los com suas mãos. Os escores variam de 
um (1), atribuído para os animais muito reativos, até cinco 
(5), atribuído para os animais muito dóceis. Este 
procedimento pode ser realizado em uma divisão de curral 
com aproximadamente 20m2, quando o animal se 
encontrava isolado. A descrição detalhada das reações 
comportamentais pode ser observada na QUADRO 1. 
Variações dos testes de restrição e não restrição e/ 
ou avaliações menos comuns podem ser encontrados na 
literatura, como uso de marcadores para temperamento no 
momento da pesagem de desmama (PRINZENBERG et 
al., 2006) e o teste de reatividade animal em ambiente de 
contenção móvel, que consiste em quantificar a reatividade 
dos animais por meio de dispositivo eletrônico acoplado ao 
brete ou balança que é dotado de um mecanismo que 
quantifica a frequência e a intensidade dos movimentos do 
animal em um período determinado (MAFFEI, 2004). 
Diversos estudos apontam correlação favorável 
entre temperamento e ganho de peso pós-desmama, em que 
animais de temperamento mais brando tendem a apresentar 
maiores taxas de ganho de peso (BORBA et al., 1997). 
 
 
QUADRO 1 - Escala padrão de escores subjetivos atribuídos em função da reação comportamental típica do animal em 
relação à aproximação de um avaliador 
 
Escore Temperamento Descrição 
1 Muito Reativo O avaliador tenta tocar o animal, porém o mesmo se mostra arisco, se esquiva e investe 
contra o avaliador, obrigando-o a se proteger subindo na cerca, sob a qual o animal inibe 
sua descida. 
2 Reativo O avaliador tenta tocar o animal, porém o mesmo se mostra arisco, se esquiva e investe 
contra o avaliador, obrigando-o a se proteger subindo na cerca, contudo a o animal 
permite sua descida. 
3 Levemente Reativo O avaliador tenta tocar o animal, porém o mesmo se mostra arisco e se esquiva, contudo 
não investe contra o avaliador. 
4 Dócil O avaliador tenta tocar o animal, porém o mesmo se esquiva e não deixa ser tocado, 
apesar de se mostrar tranqüilo e dócil. 
5 Muito Dócil O avaliador toca o animal, este se mostra tranqüilo e dócil, permitindo ser tocado. 
Fonte: FIGUEIREDO et al., 2005. 
 
De forma geral, muitos dos métodos utilizados 
para avaliar temperamento em pecuária de corte 
(principalmente do gado nelore) envolvem aspectos como 
mansidão e docilidade (PIOVEZAN, 1998). 
Koury Filho (2005) verificou que estudos de 
crescimento com base nos pesos são comuns na literatura, 
porém, escassos são os trabalhos que relacionam 
dimensões corporais com características de 
desenvolvimento ponderal bem como desempenho 
reprodutivo em zebuínos. 
Figueiredo et al. (2005) relataram estimativa de 
correlação genética entre escore de temperamento em 
ambiente aberto (onde escores mais altos representavam 
maior mansidão) e ganho de peso aos 18 meses de 0,38. 
Correlação igual a -0,47 entre escore composto de 
temperamento, em que valores mais altos representam 
animais mais bravos (PIOVEZAN, 1998) e ganho de peso 
também foi observada por Silveira; Fisher; Soares (2006), 
indicando incremento de ganho de peso conforme 
mansidão do animal. 
Ganho de peso pós-desmama também apresenta 
correlação favorável com escores visuais (KOURY 
FILHO, 2005). De maneira geral, as características de 
crescimento e os escores visuais de conformação, 
precocidade e musculosidade apresentam correlação 
positiva e alta, indicando que a seleção utilizando 
avaliações visuais poderá promover mudança genética 
correlacionada no ganho de peso (COSTA, 2005). 
Segundo Carneiro (2008) as características 
observadas para os escores de comportamento, precocidade 
e musculosidade descritas pelo Sumário Paint® 
Consolidado (2006), seguem o seguinte critério: 
- Conformação: Indica o peso total da carcaça 
produzida pelo animal (tamanho do esqueleto em uma 
visão tridimensional do corpo do animal). 
- Precocidade: Indica o potencial ou velocidade de 
terminação do animal. É avaliada pelo potencial de 
depositar uniformemente a gordura de cobertura necessária 
na carcaça. 
- Musculosidade: reflete a quantidade total de 
massa muscular no animal, avaliada, principalmente, pelos 
volumes de musculatura nas regiões do antebraço e paleta, 
dorso-lombo e traseiro. 
Diversos estudos também atentaram para a 
importância do temperamento e seus efeitos sobre a 
produção animal. Fordyce et al. (1985) demonstraram que 
bovinos mais pesados apresentaram menores escores de 
temperamento, sugerindo que seleção para maiores taxas 
de crescimento poderiam melhorar temperamento. 
Analisando a associação entre escores de reatividade e 
características produtivas, Borba; Piovesan; Paranhos da 
Costa (1997) relataram correlação favorável entre ganho de 
peso e distância de fuga em bovinos Nelore, indicando que 
os menos reativos apresentavam maiores ganhos de peso. 
Silveira; Fischer; Wegand (2006), avaliando duas 
metodologias, encontraram valores de correlação 
favoráveis entre temperamento e ganho de peso. Em 
estudos conduzidos por Burrow; Dillon (1991) também foi 
constatado efeitosignificativo do temperamento sobre o 
ganho de peso diário, além de peso final e porcentagem de 
acabamento em confinamento. 
A distância de fuga entre o ser humano e o animal 
foi definida por Loureiro (2007) como aquela distância 
máxima em que o animal permite a aproximação do ser 
humano sem se deslocar. Animais de pista ou de cocheira 
não apresentam distancia de fuga, permitindo que os 
tratadores se aproximem e os toquem. 
Burrow; Seifeirt; Cobert (1988) reportaram maior 
frequência de detecção de cio em novilhas de corte mais 
dóceis em manejo de inseminação artificial em relação a 
novilhas menos dóceis e concluíram que os animais dóceis 
foram mais tolerantes ao observador de cio em relação aos 
mais temperamentais, sendo inseminados no momento 
mais apropriado e resultando em maiores taxas de 
concepção. 
Fordyce; Dodt; Wythes (1988) destacaram o 
estresse pré-abate como fator de influência no aumento de 
pH da carne com alteração de sabor, capacidade de 
retenção de água, manutenção de qualidade e maciez. 
Também mencionaram estudo mostrando maior incidência 
de injúrias ao abate na carcaça de bovinos de 
temperamento bravio em relação a outros mais dóceis. 
Voisinet et al. (1997) relataram que a condução do manejo 
pré abate de forma estressante promove alterações 
metabólicas que resultam em carne escura, dura e seca. 
Burrow (1997) citou diversos fatores que resultam em 
estresse e em carne de qualidade inferior, com o percurso 
de longas distâncias, manejo inadequado, montagem pré 
abate de grupos não familiarizados (resultando em 
disputas), dentre outros. 
Paranhos da Costa et al. (2002) indicou a 
possibilidade de ganhos diretos e indiretos, em todos os 
segmentos envolvidos com a produção de carne, quando o 
comportamento dos bovinos, para a definição de ações de 
manejo, é levado em conta. 
 
CONCLUSÕES 
 
Além das características produtivas e reprodutivas, 
o temperamento é uma característica importante na seleção 
animal, pois animais mais reativos são mais perigosos 
durante o manejo e podem ter seu desenvolvimento 
alterado e comprometido. 
 
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