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5S - DA - Direito Administrativo

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Direito Administrativo
Profa. Flávia Piva Almeida Leite
1. Direito Administrativo:
	1.1 Introdução:
Na Idade Média, havia normas esparsas de Direito Administrativo, inclusas no jus civile, mas ele era pouco estruturado, em função da predominância das monarquias absolutas, em que a vontade do soberano era a lei, não podendo ser submetido aos tribunais, o que é a base da Teoria da Irresponsabilidade do Estado
Como ramo autônomo surge em fins do século XVIII e início do séc. XIX, com o surgimento do Estado Moderno, tendo base no Constitucionalismo e na tripartição dos poderes, presente na Teoria de Freios e Contrapesos, de Montesquieau.
 O Constitucionalismo foi um movimento que pregava a necessidade de implementação de constituições, as quais seriam o instrumento de efetivação dos direitos fundamentais defendidos pelos iluministas. O objetivo era a queda do absolutismo e a conseqüente implementação do sistema constitucional na nova ordem jurídica, criando o chamado Estado de Direito, “estruturado sobre o princípio da legalidade (em decorrência do qual até os governantes se submetem à lei, em especial à lei fundamental que é a Constituição)” (1 – p.2)
O princípio da separação dos poderes também era objetivo fundamental do Constitucionalismo para evitar o absolutismo, a concentração de poder nas mãos de uma só pessoa ou órgão permitindo, assim, um controle entre as diversas funções governamentais (teoria dos freios e contrapesos, de Montesquieau).
O Direito Administrativo é ramo do Direito Público que difere do Privado em:
Público					Privado
- Ocupa-se de interesses da sociedade	- Regula as relações com particulares
- Priorização do interesse público		- Segue o Princípio da autonomia
	1.2 Conceito:
	Na visão da profa. Flávia Piva, “Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que concentra os princípios e as normas jurídicas regentes dos órgãos, agentes e pessoas jurídicas que integram a administração pública, bem como as atividades direcionadas a realizar os fins almejados pelo Estado”.
	Já para Maria Sylvia Zanella Di Pietro "Direito Administrativo é o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública” (1 – p. 48).
	1.3 Relação com outros ramos do Direito:
	O Direito Administrativo mantém relação com os demais ramos do Direito, uma vez que o Direito, em si, é uno, sendo divisível em ramos somente para melhor apreensão didática. Exemplos:
	Direito Constitucional: é uma relação íntima, por ambos se ocuparem do Estado;
	Direito Tributário: também é estreita, pois as espécies de tributos existem para financiar o Estado;
	Direito Penal: as formas e processos de punição na esfera administrativa são oriundas do Direito penal.
2. Sistemas Administrativos:
	No Direito Administrativo, o Princípio da Legalidade é seguido à risca ou restrito, uma vez que as pessoas que agem em nome do Estado, o fazem “se” a lei existir e “como” ela determinar, não há autonomia da vontade privada neste ramo.
	Assim, a administração deve ser regrada em sistemas lógicos de antemão conhecidos por todos, os chamados sistemas administrativos ou sistemas de controle jurisdicional da administração, que são dois:
	2.1 Contencioso administrativo ou sistema francês: 
	Costuma-se indicar a França como berço do direito Administrativo, tendo como marco a edição da “Lei de 28 pluvioso do Ano VIII (1800), que organizou juridicamente a Administração Pública na França. Mas foi graças principalmente à elaboração jurisprudencial do Conselho de Estado francês que se construiu o Direito Administrativo” (1 – p.4). 
	Criou-se, assim um sistema de dualidade de jurisdição, que veda à jurisdição comum conhecer atos da administração pública. Cabe a um Conselho de Estado dizer o direito nos casos concretos da jurisdição pública. “O Direito Administrativo francês é, em grande parte, não legislativo, porque formulado pelo juiz (...) o repúdio ao Código civil e ao direito privado e a imensidão de lacunas legislativas levaram o juiz (Conselho de Estado, nota do autor) a fazer verdadeiramente o direito” (1 – p.6). Pelo fato de que o “Direito Administrativo francês formou-se como disciplina normativa referente a um sujeito – a Administração Pública” -, é natural que fosse regulado “por normas próprias, diversas daquelas que disciplinam as relações particulares” (1 – p.7).
	2.2 Judiciário / Jurisdição única ou sistema inglês: 
	O direito inglês e o norte-americano têm por base o common law ou direito comum, criado por decisões judiciárias, que deverão ser seguidas pelos juízes, por tornarem-se precedentes judiciários. Caso não haja precedente o juiz decide por equity, equidade, que “uma vez proferida a decisão com base na equidade, ela também se transforma em precedente judiciário e passa a integrar o common law” (1 – p. 11)
	Nos EUA e Inglaterra, diferente da França, não há dualidade de jurisdição exercendo o Poder Judiciário sobre a Administração Pública e sobre os particulares o mesmo controle, o que os norte-americanos chamam de rule of law ou Império da Lei.
	2.3 Direito Administrativo brasileiro:
	No Brasil, sob a égide da coroa portuguesa, ocorreu fenômeno semelhante aos países europeus, com o Direito Administrativo estando inserido no civil. A partir do Império, o ramo passou a ter autonomia, com alinhamento ao sistema francês; depois, na República, ao sistema inglês, para redundar, enfim, em um caminho próprio e híbrido, um tertum genus, devido à ênfase no Princípio da Legalidade o que fez surgir “talvez o maior paradoxo: afastamo-nos do direito francês e do sistema da common law, quando colocamos a lei como principal fonte do direito” (1 – p. 25).
	 Sim, pois no Império adotamos, do sistema francês, a dualidade de jurisdição; os atos administrativos; o conceito de serviço público; o princípio da legalidade e a teoria da responsabilidade civil do Estado, para depois, na República, manter essa base doutrinária, mas adotar o princípio da unidade de jurisdição, do sistema inglês. Ou seja: o Direito Administrativo pátrio não é puramente francês ou inglês, seguiu caminho próprio baseado nos dois, sofrendo, ainda influência alemã (princípio da razoabilidade) e italiana (noção de mérito). Assim, conforme a CF art. 5º, XXXV, o Judiciário tem jurisdição sobre todos os litígios do país, inclusive os de ordem administrativa.
 
CF Art. 5º XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
3. Regime Jurídico Administrativo:
	Designa o regime jurídico de Direito Público a que se submete a Administração Pública.
	Caracteriza-se pelo conjunto de princípios e normas jurídicas que colocam a administração numa posição vertical, hierarquicamente superior, na relação jurídica. Prioriza-se, assim, o interesse público sobre o particular. A Administração Pública tem:
	a. Prerrogativas / privilégios sobre os particulares, e;
	b. Sofre restrições, mediante a existência de princípios que norteiam a ação dela.
	Há a chamada bipolaridade do Direito Administrativo:
		- Autoridade da Administração;
		- Liberdade do indivíduo.
4. Princípios de Direito Público:
	Segundo Di Pietro e profa. Flávia, dois são os princípios basilares do Direito Administrativo: o da legalidade e o da supremacia do interesse público sobre o particular. Além disso, também distingue os princípios em constitucionais (legalidade, da impessoalidade, da moralidade administrativa, da publicidade e eficiência, (CF, art. 37 , caput), mnemonicamente “LIMPE” e outros não presentes “no direito positivo, mas que informam também o Direito Administrativo” (1 – p. 64).
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedeceráaos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte
 
	4.1 Princípio da Legalidade (Constitucional):
	Nas relações particulares vigora o Princípio da Autonomia da Vontade, que permite aos entes fazerem tudo o que a lei não proíbe; já na Administração Pública, não há essa autonomia, só podendo esta fazer “se”, “quando” e “como” a lei permitir. Assim, para a Administração Pública, a um só tempo esse princípio afirma que se deve seguir a lei, bem como quais as leis que devem ser seguidas. Está presente na CF, art. 5º, inciso II, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
	4.2 Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular:
	Princípio presente tanto no momento de elaboração da lei, como na sua execução pela Administração Pública. “As normas de direito público, embora protejam reflexamente o interesse individual, têm o objetivo primordial de atender ao interesse público, ao bem-estar coletivo” (1 – p. 66).
	Exemplo: no caso de desapropriação, se forem claros os critérios de conveniência e oportunidade adotados pela administração pública, o Judiciário não poderá obstar o andamento. Ele só poderá interferir se esses critérios não forem seguidos, como, por exemplo, no caso de má-fé ou indenizações abaixo do valor de mercado.
	4.3 Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público ou da Finalidade Pública:
	 Ligado ao Princípio da Supremacia do Interesse Público, incorpora a noção de que ninguém, seja particular ou da Administração Pública, poderá dispor do interesse público, pois este é da coletividade, na figura do Estado. Cabe à Administração Pública sua guarda ou realização. Não poderá, portanto, agir como se o interesse fosse propriedade dela, ou seja, doá-lo, aliená-lo por decisão própria. Deve, sim, seguir critérios expressos em lei para o uso e disponibilização do mesmo.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXII - é garantido o direito de propriedade; 
 XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição.
	4.4. Princípio da Impessoalidade (Constitucional):
	Tem dupla conotação: em relação aos administrados e a própria Administração Pública.
		a. Quanto aos Administrados: deve prevalecer a finalidade pública, não a beneficiar ou 	prejudicar alguém específico;
		b. Quanto à Administração Pública: os atos e provimentos administrativos 	são imputáveis não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade 	administrativa da Administração Pública” (1 – p. 68) ao qual ele está ligado. Tem-se a Teoria do Órgão.
Art. 37 § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
 
	4.5 Princípio da Presunção de Legitimidade e Veracidade:
	Deriva do Princípio da Legalidade.
	Dado que a Administração Pública se submete à lei, até prova em contrário todos os seus atos são verdadeiros e praticados em conformidade com ela.“Trata-se de uma presunção relativa (juris tantum) que, como tal, admite prova em contrário” (1 – p. 69) – não é, portanto, juris et de jure, “de direito e por direito”, presunção que não admite prova em contrário.
	4.6 Princípio da Especialidade:
	Ao descentralizar a prestação de serviços públicos através das pessoas jurídicas da Administração Indireta, como autarquias e sociedades de economia mista, o Estado está aplicando este princípio, por buscar na especialização a melhor forma de satisfazer as necessidades da coletividade.
	4.7 Princípio do Controle ou Tutela:
	É o princípio que garante o dever da Administração Pública Direta de fiscalizar as atividades da Administração Pública Indireta (autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas), criadas com base no Princípio da Especialidade. A fiscalização é dirigida aos fins para as quais esses entes foram criados, não nas suas atividades.
	4.8 Princípio da Autotutela:
	É o oposto do Princípio do Controle ou Tutela, que apresenta um controle externo sobre o órgão. Por este, o “controle se exerce sobre os próprios atos, com a possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos” (1 – p. 70). Está sumulado pelo STF:
STF Súmula nº 346 - 13/12/1963 – 
Administração Pública - Declaração da Nulidade dos Seus Próprios Atos
A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
STF Súmula nº 473 - 03/12/1969 
Administração Pública - Anulação ou Revogação dos Seus Próprios Atos
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
	4.9 Princípio da Hierarquia:
	Por ele, os diferentes órgãos da Administração Pública se estruturam, guardando relação de coordenação e subordinação entre eles. Resulta nos poderes de disciplinar, delegar, fiscalizar e dar ordens.
	Aplicado basicamente na estrutura do Poder Executivo.
	4.10 Princípio da Continuidade do Serviço Público:
	Simplesmente decorre do fato que por serem essenciais à coletividade, o serviço público não pode parar. Inclui-se aí – embora atenuada - a proibição de greve.
	Devem ser contínuos, mas, eventualmente podem ser interrompidos, por motivo de manutenção, por exemplo.
	4.11 Princípio da Publicidade (Constitucional);
	A Constituição exige que os atos praticados pela Administração Pública sejam amplamente divulgados; sejam públicos, salvo casos em que as necessidades de sigilo previstas em lei, o impeçam. Publicidade aqui deve ser entendida no sentido de “tornarem-se públicos”, abertos, acessíveis a todos de qualquer maneira, não no aspecto mercadológico de se utilizarem mídias específicas para divulgá-los, conforme os seguintes incisos do Art. 5º:
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
	4.12 Princípio da Moralidade Administrativa (Constitucional):
	“Sempre que (...) se verificar que o comportamento da Administração ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente, embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e de equidade, a ideia comum de honestidade, estará havendo ofensa ao princípio da moralidade administrativa” (1 – p. 79).
	“Nem tudo que é legal é moral”. Profa. Flávia citou o exemplo do candidato derrotado à reeleição para Prefeito que, tendo maioria na Câmara Municipal, envia projeto de lei diminuindo o valor do IPTU, apenas para prejudicar a nova administração, e o processo é aprovado. Legalmente não houve desconformidade alguma, mas, moralmente foi uma atitude baixa. 
	Como exemplo de fundamentação legal deste princípio tem-se a Lei 8429/92 (Lei da Improbidade Administrativa) e os artigos da CF, abaixo:
 Art. 85. São crimesde responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
 V - a probidade na administração;
Art. 37 § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
	4.13 Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade:
	Di Pietro entende ser um princípio único, pois para se ter razoabilidade está inclusa a necessidade de proporcionalidade, que é a adequação de fins e meios; a adoção de formas simples e que os atos que exijam atuação dos interessados, devem ser o menos onerosos para eles.
	Aplicam-se, especialmente, nos atos discricionários, que são aqueles em que a própria lei deixa uma margem de liberdade para o administrador agir de uma ou outra maneira.
	4.14 Princípio da Motivação:
	“O princípio da motivação exige que a Administração Pública indique os fundamentos de fato (circunstâncias; a descrição do evento) e de direito (a fundamentação legal do evento) de suas decisões. (...) a sua obrigatoriedade se justifica em qualquer tipo de ato, porque se trata de formalidade necessária para permitir o controle de legalidade dos atos administrativos” (1 – p. 82).
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros.
	4.15 Princípio da Eficiência (Constitucional):
	Os agentes da administração pública devem praticar seus atos com presteza, perfeição e rendimento funcional para que os resultados sejam positivos para o serviço público e adequados à coletividade. Este princípio não existia na CF 88, sendo incluído pela EC 19/98 e no artigo:
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
 II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
	4.16 Princípio da Segurança Jurídica:
	Diz respeito ao aspecto objetivo da segurança jurídica, ou seja, impedir a interpretação retroativa de uma dada lei. Isso não significa que a lei não possa mudar, mas “o que não é possível é fazê-la retroagir a casos já decididos com base em interpretação anterior, considerada válida (1 – p. 86).
	4.17 Princípio da Proteção à Confiança:
	Diz respeito ao aspecto subjetivo da segurança jurídica, ou seja, “a calculabilidade e previsibilidade dos indivíduos em relação aos efeitos de seus actos” (1 – p. 87)
	4.18 Princípio da Boa-fé:
	“O princípio da boa-fé abrange um aspecto objetivo, que diz respeito à conduta leal, honesta, e um aspecto subjetivo, que diz respeito à crença do sujeito de que está agindo corretamente. Se a pessoa sabe que a atuação é ilegal, ela está agindo de má-fé” (1 – p. 88)
	4.19 Princípio da Celeridade:	
	Não existia no texto inicial da CF 88, sendo incluído pela EC 45/04 , passando a estar presente no Art. 5º LXXVIII:
Art. 5º LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
5. Organização Administrativa:
	É o capítulo que estuda a estrutura interna da Administração Pública; os órgãos e as pessoas jurídicas que a compõem.
	Em nível federal, a disciplina encontra-se no Decreto 200/67, que dispõe sobre a organização da Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa.
	Somente a lei – Princípio da Legalidade – é que define o que é serviço público e de quem é a competência de sua prestação (União, Estados ou Municípios), pois a titularidade do serviço público é do Estado.
	5.1 Formas de prestação:
5.1.1 Direta ou Centralizada: a execução deve ser feita pela Administração Direta do Estado (ministérios, secretarias, ...);
5.1.2 Indireta ou Descentralizada: feita por terceiros que não se confundem com a Administração Pública:
a. Dentro da administração: autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas;
b. Fora da administração: feita por particulares, passando o Estado a permitir – por licitação – a execução do serviço público, mas mantendo sua titularidade sobre o mesmo. 
		
5.2 Administração Pública:
	“Administração é a atividade do que não se é senhor absoluto. Tanto na administração Privada, como na Pública, há uma atividade dependente de uma vontade externa. (...) No caso da Administração Pública, a vontade decorre da lei que fixa a finalidade a ser perseguida pelo administrador” (1 – pp. 49 e 50).
	No sentido público, administrar engloba as atividades de legislar e executar.
	
		5.2.1 Conceito de Administração Pública:
	“É a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico total ou parcialmente público, para a consecução dos interesses coletivos” (1 – 57).
		5.2.2 Sentidos de Administração Pública:
		 - Sentido subjetivo, formal ou orgânico: “é o conjunto de órgãos e de 	pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do 	Estado” (1 – p. 58); 
		- Sentido objetivo, material ou funcional: “é a atividade concreta e 	imediata que o Estado desenvolve, sob o regime jurídico total ou parcialmente 	público, para a consecução dos interesses coletivos” (1 – p.57). 
	5.3 Sentido subjetivo, formal ou orgânico:
	
	São entes componentes da Administração Pública:
		5.3.1 Administração Direta ou Centralizada:
		São “todos os órgãos integrantes das pessoas jurídicas políticas (União, 	Estados, Municípios e Distrito Federal), aos quais a lei confere o exercício de 	funções administrativas” (1 – p. 58).
	
		Pelo Decreto-lei nº 200/67 que dispõe sobre a Administração Federal, 	tem-se que:
Art. 4° A Administração Federal compreende:
 I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.
Como, em sentido objetivo, a Administração Pública é predominantemente desenvolvida pelo Poder Executivo, ela pode ser entendida como sinônimo de Governo.
		5.3.2 Administração Indireta ou Descentralizada:
		“Descentralização é a distribuição de competências de uma para outra pessoa física ou jurídica” (1 – p. 420).
	São as personalidades jurídicas de direito público ou privado, às quais a lei conferiu a execução indireta de atividades administrativas. No Decreto-lei nº 200/67, inciso II, tem-se que a “Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria”:
	Entidade				Regime
 a) Autarquias				Direito Público
 b) fundações públicas			Direito Público
 c) Empresas Públicas			Direito Privado
 d) Sociedades de Economia Mista	Direito Privado
	
	E, não presentes neste artigo, mas igualmente entes da Administração Indireta:
			e) Agências reguladoras		Direito Público
			f) Fundações privadas		Direito Privado
	Segundo Di Pietro, as pessoas de Direito Público têm as mesmas prerrogativas e restrições que os órgãos da Administração direta, enquanto as pessoas de Direito Privado possuem as prerrogativas e restrições que a lei expressamente prevê, possuindo estas maior liberdade de atuação que aquelas (1 – p. 435).
	5.4 Autarquias:
	Etimologicamente significa “auto-comando, direção própria, auto-governo”.
	São criadas por lei específica para o exercício de atividades típicas (saúde, educação,pesquisa, cultura, etc), não econômicas, de Administração Pública. Exemplo: INSS e IBAMA.
		5.4.1 Conceito:
Decreto-lei nº 200/67, Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: 
 I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
		5.4.2 Características:
a. Natureza ou personalidade jurídica: pessoa jurídica de Direito Público;
b. Criadas por lei específica: a personalidade jurídica surge com a publicação da lei, não havendo necessidade de outro mecanismo como estatuto ou contrato social registrado na Junta Comercial.
CF Art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação
			
			c. Capacidade de auto-administração: dotadas de autonomia, 			gerencial, administrativa e financeira;
d. Nunca exercem atividade econômica, embora ao prestar o serviço público possa cobrar taxas;
e. Por fazer parte da Administração Pública, possui prerrogativas e privilégios. Da leitura dos dispositivos abaixo, tem-se que o Estado não pode instituir impostos sobre as autarquias, no que se refere a patrimônio, renda e serviços e tem, ademais, prazos processuais diferenciados:
CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
 a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
	
Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público
f. Seus bens, por serem públicos, possuem imprescritibilidade, inalienabilidade e impenhorabilidade;
g. Possui responsabilidade objetiva, aquela que não depende de dolo ou culpa, bastando que exista o nexo causal.
CF, art. 37, 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
	5.5 Fundações:
		Podem ser de dois tipos, sendo a lei que as define assim: fundação pública e Fundação privada.
		5.5.1 Fundações de Direito Público: 
		a. Natureza ou personalidade jurídica: Pessoa Jurídica de Direito Público
		
b. Conceito: a doutrina entende que a fundação é um patrimônio afetado a um fim, que é de natureza cultural, educacional ou científica. Exemplo: IBGE e FUNAI. Em outras palavras: não são voltadas para o lucro.
c. Criação: para melhor compreensão, comparando-se com a autarquia, tem-se:
- Autarquia: a lei específica cria diretamente - a partir de sua publicação, a autarquia já tem sua existência;
- Fundação: as lei específica somente autoriza – a partir de sua publicação inicia-se uma série de atos para sua existência. O executivo (seja ele, federal, estadual ou municipal) promove, nos termos da legislação civil, a lavratura da escritura pública de instituição e a competente inscrição no Registro Civil de Pessoa Jurídicas, nos termos do CC, arts 62 a 69.
CF art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação
CC Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.
d. Regime tributário: o mesmo da autarquia.
Por fazer parte da Administração Pública, possui prerrogativas e privilégios. Da leitura dos dispositivos abaixo, tem-se que o Estado não pode instituir impostos sobre as autarquias, no que se refere a patrimônio, renda e serviços e tem, ademais, prazos processuais diferenciados:
CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
 a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
	
Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público
		e. Servidores: contratados mediante concurso público.
f. Responsabilidade: Possui responsabilidade objetiva, aquela que não depende de dolo ou culpa, bastando que exista o nexo causal.
CF, art. 37, 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
g. Seus bens, por serem públicos, possuem imprescritibilidade, inalienabilidade e impenhorabilidade;
		5.5.2 Fundações de Direito Privado: 
		Instituídas pela Administração Pública.
		a. Natureza ou personalidade jurídica: Pessoa Jurídica de Direito Privado, 	instituídas conforme CC:
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
§ 1o Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público Federal. (Vide ADIN nº 2.794-8)
§ 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias.
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá.
	
		b. Necessitam de autorização legislativa (de lei específica para sua 	autorização.
		c. Têm autonomia administrativa e financeira.
		d. Criação: lei complementar determinará o seu objeto, se: cultural, 	esportivo, educacional ou assistencial.
CF art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
e. Patrimônio: é particular. Por esse motivo seus bens não possuem imprescritibilidade, inalienabilidade e impenhorabilidade.
f. Responsabilidade: é subjetiva;
CC Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
	5.6 Sociedade de Economia Mista:
		a. Conceito: Decreto 200/67, art. 5º, III:
Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.
		b. Natureza ou personalidade jurídica: Pessoa Jurídica de Direito Privado:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
 § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
 II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
		c. Objeto: 
			- Exploração de atividade econômica. Ex: Banco do Brasil S/A;
			- Prestação de serviços públicos: Ex. CPTM.
		d. Criação: Administração Pública deverá aprovar o ato constitutivo 	(estatuto) que terão a forma determinada pela Lei das S/As e, após, serão registrados 	na Junta Comercial.
CF art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
		e. Capital: composição de recursos públicos e privados, pertencendo à 	União 	ou à Administração Indireta a maioria das ações com direito a voto.
		
		f. Privilégios:
			- Se for exploradora de atividade econômica: terá direito somente 		ao que é concedido às empresas privadas.
CF art. 173, § 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
- Se for prestadora de serviços públicos: existe a isenção de determinados tributos comuns concedidos às empresas públicas. Possuem imprescritibilidade, inalienabilidade e impenhorabilidade.
		g. Responsabilidade: 
- Se for exploradora de atividade econômica: é subjetiva;
CC Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
- Se for prestadora de serviço público: é objetiva, aquela que não depende de dolo ou culpa, bastando que exista o nexo causal.
CF, art. 37, 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
5.7 Empresas públicas: 
São pessoas jurídicas de direito privado, criadas para a prestação de serviços públicos ou para a exploração de atividade econômica, que contam com capital exclusivamente público e são constituídas por qualquer modalidade empresarial (estas as duas diferenças delas com as empresas de economia mista).
Exemplos: BNDES, ECT, CEF e INFRAERO.
	a. Conceito: Decreto 200/67, art. 5º, II:
II - Emprêsa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Govêrno seja levado a exercer por fôrça de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.
		b. Natureza ou personalidade jurídica: Pessoa Jurídica de Direito Privado:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
 § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
 II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
		c. Objeto: 
			- Exploração de atividade econômica. Ex: Banco do Brasil S/A;
			- Prestação de serviços públicos: Ex. CPTM.
		d. Criação: Administração Pública deverá aprovar o ato constitutivo 	(estatuto) que terão a forma determinada pela Lei das S/As e, após, serão registrados 	na Junta Comercial.
CF art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
		e. Capital: totalmente público.
		
		f. Privilégios:
			- Se for exploradora de atividade econômica: terá direito somente 		ao que é concedido às empresas privadas.
CF art. 173, § 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
- Se for prestadora de serviços públicos: existe a isenção de determinados tributos comuns concedidos às empresas públicas. Possuem imprescritibilidade, inalienabilidade e impenhorabilidade.
		g. Responsabilidade: 
- Se for exploradora de atividade econômica: é subjetiva;
CC Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
- Se for prestadora de serviço público: é objetiva, aquela que não depende de dolo ou culpa, bastando que exista o nexo causal.
CF, art. 37, 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
	5.8 Agências Reguladoras:
	Têm as mesmas características das autarquias, exceto que têm regime especial.
	Regulamentam, fiscalizam e controlam as empresas privadas que prestam serviços de natureza pública.
		ANEEL – Lei 9427/96
		ANATEL – Lei 9472/97
		ANP – Lei 9478/97
		ANVISA – Lei 9782/99
5.8.1 Conceito:
Decreto-lei nº 200/67, Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: 
 I - Autarquia - o serviçoautônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
		5.8.2 Características:
a. Natureza ou personalidade jurídica: pessoa jurídica de Direito Público. São autarquias de regime especial;
b. Criadas por lei específica: a personalidade jurídica surge com a publicação da lei, não havendo necessidade de outro mecanismo como estatuto ou contrato social registrado na Junta Comercial.
CF Art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação
			
			c. Capacidade de auto-administração: dotadas de autonomia, 			gerencial, administrativa e financeira;
d. Nunca exercem atividade econômica, embora ao prestar o serviço público possa cobrar taxas;
e. Por fazer parte da Administração Pública, possui prerrogativas e privilégios. Da leitura dos dispositivos abaixo, tem-se que o Estado não pode instituir impostos sobre as autarquias, no que se refere a patrimônio, renda e serviços e tem, ademais, prazos processuais diferenciados:
CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
 a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
	
Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público
f. Seus bens, por serem públicos, possuem imprescritibilidade, inalienabilidade e impenhorabilidade;
g. Possui responsabilidade objetiva, aquela que não depende de dolo ou culpa, bastando que exista o nexo causal.
CF, art. 37, 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
		5.8.3 Peculiaridades (diferenças em relação à autarquia):
a. Dirigentes estáveis: são protegidos contra desligamento imotivado (na autarquia nomeia-se e exonera-se a qualquer tempo);
b. Mandatos fixos: prazo determinado.
Varia de 3 anos (ANVISA, ANS) e 4 anos (ANP e ANA).
		5.8.4 Quadro comparativo de entes da Administração indireta:
	5.9 Agência Executiva:
		5.9.1 Conceito: é a denominação que recebem certas autarquias e fundações governamentais por iniciativa da Administração Direta, visando atingir certas metas em troca de uma maior autonomia gerencial, orçamentária e financeira, por meio de um contrato de gestão.
		5.9.2: Natureza jurídica: autarquia em regime especial. Lei 9.649/98, art. 51, “qualificação” e decretos 2487/98 e 2488/98
Lei 9.649/98 Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia ou fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos:
 I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento;
 II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor.
 § 1o A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente da República.
 § 2o O Poder Executivo editará medidas de organização administrativa específicas para as Agências Executivas, visando assegurar a sua autonomia de gestão, bem como a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para o cumprimento dos objetivos e metas definidos nos Contratos de Gestão.
		5.9.3 Privilégios:são os mesmos das autarquias, mais os que forem outorgados. Os das autarquias são aqueles em que o Estado não pode instituir impostos sobre elas, no que se refere a patrimônio, renda e serviços e tem, ademais, prazos processuais diferenciados:
CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
 a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
	
Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público
	5.10 Entidades de Cooperação ou Entidades Paraestatais ou Entidades do Terceiro Setor:
	São pessoas jurídicas de Direito Privado que colaboram com o Estado exercendo atividades não lucrativas e de interesse social.
		5.10.1 Serviços sociais autônomos: são pessoas jurídicas de Direito Privado criadas mediante autorização legislativa, que compõem o denominado sistema “S”: SENAI, SESI, SESC,...
		5.10.2 Características:
		- Pessoa Jurídica de Direito Privado;
		- Autorização legislativa;
		- Não tem fins lucrativos;
		- Produzem benefícios para os grupos ou categorias profissionais.
Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical.
		- Não pertencem ao Estado;
		- São custeadas por contribuição (CF. art. 40);
		- Obrigadas a realizar licitações em rito simplificado;
		- Possuem imunidades
CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
 c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
		5.10.2 Organizações sociais: criadas pela lei 9637/98. É um a qualificação especial outorgada pelo governo federal à entidade da iniciativa privada sem fins lucrativos.
		Vantagens: isenções fiscais; repasse de bens públicos e destinação de recursos orçamentários.
		Há um contrato de gestão com a Administração Pública.
		5.10.3 Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSIP): criadas pela Lei 9790/99 e decreto 3100/99. 
		São pessoas jurídicas de Direito Privado sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa de particulares para o desempenho de serviços não exclusivos do Estado, com fiscalização do Poder Público. 
 A formalização da relação com o Estado não se dá por contrato, mas por termo de parceria.
	5.11 Fundação de Apoio:
	Lei 8958/94. São pessoas jurídicas de Direito Privado instituídas sob a fora de fundações privadas, com o intuito de auxiliar instituições federais de ensino superior, pesquisa científica e tecnológica. Sua atuação se dá no apoio a projetos de pesquisa, extensão e desenvolvimento institucional, científico e tecnológico.
	São fiscalizadas pelo Ministério Público.
	Contrata pessoal pelo regime da CLT.
	Observação: não fazem parte da Administração Direta ou Indireta – destinam-se a apoiar o Estado.
6. Poderes da Administração Pública:
	Para que a administração possa fazer com que o interesse público se sobreponha ao interesse privado, ela se vale de poderes que o particular não tem. Importante entender que tais poderes são compreendidos, aqui, como prerrogativas, ou seja, os meios queassegurarão o exercício das atividades da Administração. Não confundir com Poder de polícia que trata das sujeições da administração Pública em relação aos cidadãos.
	Este poder não é uma faculdade da Administração, é um poder-dever e, como tal, irrenunciável.
	Alguns autores, além dos poderes a serem descritos a seguir, mencionam dois outros, o discricionário e o vinculado, que a prof. Flávia prefere não considerá-los como poderes autônomos, assim como Di Pietro ao afirmar que “não existem como poderes autônomos; a discricionariedade e a vinculação são, quando muito, atributos de outros poderes ou competências da Administração” (1 – p. 90).
	- Poder discricionário: o poder público segue os critérios de conveniência e oportunidade. No caso de uma concessão de licença, por exemplo, ele avalia se é conveniente para a coletividade que o faça e se a oportunidade é interessante aos interesses da mesma;
	- Poder vinculado: se o administrado cumpre os requisitos da lei para obter algo da administração, esta, por sua, vez por estar vinculada por lei a ceder em caso desse cumprimento, deverá fazê-lo. “A lei, ao atribuir determinada competência, deixa alguns aspectos do ato para serem apreciados pela administração diante do caso concreto” (1 – pp.90-91).
	Para a maioria da doutrina, portanto, são poderes da Administração:
	6.1 Poder normativo ou regulamentar: 
	É o ato pelo qual a Administração emana normas, ou seja, regras gerais e abstratas, para fiel execução das leis. Expressa a função normativa do Poder Executivo. Ou, mais precisamente, é o poder “que cabe ao Chefe do poder Executivo da União, dos Estados e dos Municípios, de editar normas complementares à lei, para sua fiel execução” (1 – p. 91).
	A forma mais expressiva de externalização é o regulamento:
6.1.1 Regulamento executivo: para dar fiel cumprimento, execução a uma lei. Este regulamento não inova, complementa a lei. Não pode estabelecer normas conta legem ou ultra legem, o que sempre vem expresso que o Chefe do poder Executivo deve regulamentar na forma da lei;
6.1.2 Regulamento autônomo ou independente: “inova na ordem jurídica, porque estabelece normas sobre matérias não disciplinadas em lei; ele não completa nem desenvolve nenhuma lei prévia” 1 – 92). A única hipótese de incidência de regulamentos deste tipo esta na CF art. 84, VI:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
 VI – dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
 b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
	
	O veículo do regulamento – que é um ato administrativo – é o decreto. Além dele, a administração se vale das resoluções, portarias, deliberações, instruções e, em relação ao seu funcionamento interno, os regimentos.
	Por fim, caso haja omissão do Poder Público em regulamentar, o particular pode se valer do mandado de injunção e da ação de inconstitucionalidade por omissão, para exigir o exercício do direito.
	6.2 Poder hierárquico: 
	Os órgãos administrativos estão estruturados de modo a propiciar uma relação de coordenação e subordinação (hierarquia) entre eles, com o objetivo de:
		- Editar atos administrativos: objetivando ordenar a atuação dos órgãos 	subordinados; de efeitos apenas internos;
		- Dar ordens aos subordinados: implica no dever da obediência;
		- Fiscalizar, controlar a atividade dos órgãos inferiores: o que implica na 	possibilidade de anular atos ilegais ou revogar aqueles inoportunos; 
		- Punir: aplicar sanções no caso de infrações disciplinares;
		- Delegar: aquelas atribuições que não lhe sejam privativas.
	6.3 Poder disciplinar: 
	“É o que cabe à Administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa; é o caso dos estudantes de uma escola pública” (1 – p. 95).
	Importante: não se estende aos particulares não ligados à Administração Pública; para estes há o poder de polícia do estado.
Art. 5º LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
	O Poder disciplinar no que se refere a:
		a. Procedimento: por não haver um “código de processo administrativo” , a 	lei não é rígida quantos aos procedimentos de apuração da falta no caso concreto;
		b. Penalização: deixa a à Administração a avaliação da escolha da pena em 	relação à gravidade da falta;
		c. Infrações omissas: a lei não define certas infrações e, portanto, por serem 	imprecisas, deixa à Administração a escolha entre as penalidades. É o caso do 	“procedimento irregular” e da “ineficiência no serviço”.
	
7. Poder de Polícia: 
	Como já dito, o Poder de Polícia se refere às sujeições da Administração Pública em relação aos direitos dos cidadãos.
	O Poder de Polícia visa condicionar o exercício dos direitos dos cidadãos ao bem estar coletivo. Em outras palavras, limita-se o exercício dos direitos, o que não é estranho ao Direito, pois “tudo aquilo que é juridicamente garantido é também juridicamente limitado” (1 – p. 115).
	O ordenamento jurídico confere uma série de direitos relacionados ao uso, gozo e disposição da propriedade com o exercício da liberdade. Alguns autores chamam este poder de limitação administrativa.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Pelo artigo 5º CF, esse exercício não é ilimitado – deve ser compatível com o bem estar ou com o interesse do Poder Público.
	7.1 Evolução:
	O Poder de Polícia tem origem no jus politiae que era, na Idade Média, o Estado de Polícia, ou toda atividade do Estado ou o poder amplo que dispunha o príncipe de ingerência na vida privada. Com tempo, separou-se a polícia da justiça, para redundar, nos nossos dias, com o poder de polícia do Estado forte, mas submisso à lei.
	7.2 Conceito legal: art. 78 do CTN:
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
	7.3 Conceito da doutrina: entre outros, temos o de Maria Sylvia Zanella 	Di Pietro:
“Poder de polícia é a atividade do estado consistente em limitar o 		exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público” 		(1 – p. 118).
	 7.4: Polícia Administrativa e Judiciária:
		7.4.1 Policia administrativa: se rege pelo Direito Administrativo, incidindo 	sobre bens, direitos ou atividades” (1 – p. 119). Esta polícia se reparte entre os 	órgãos de fiscalização da Administração, além da polícia militar;
		7.4.2 Polícia judiciária: é privativa das corporações especializadas (polícia 	civil e militar) e é regida pelo direito processual penal, incidindo sobre as pessoas.
	7.5 Características: 
- Discricionariedade: na maior parte dos casos, a lei dá margem, opções, ao administrador de agir em relação ao caso concreto – nesses casos o ato é discricionário. Outras vezes “a lei já estabelece que, diantede determinados requisitos, a Administração terá que adotar solução previamente estabelecida, sem qualquer possibilidade de opção” (1 – p. 120) – neste caso se está diante de um ato vinculado.
No primeiro caso tem-se a autorização (de porte de arma, p. ex.) e, no segundo, a licença (de dirigir, p. ex.).
- Autoexecutoriedade: a administração pode fazer cumprir suas decisões, por seus próprios meios, diretamente, sem ter necessidade de recorrer ao Judiciário. Exemplo: demolição de construção que ameaça ruir;
- Coercibilidade: confere à administração impor coativamente aos administrados medidas adotadas, utilizando-se até mesmo de força física, no caso de existir resistência. Entende Di Pietro que ela é tão “indissociável da autoexecutoriedade” que não se distinguem uma da outra.
	7.6 Competência para legislar:
			a. União: art. 22 CF
			b. Municípios: art. 30, I, CF
			c. Estados: o que for residual.
8. Atos Administrativos:
	Onde existe Administração Pública, existem atos administrativos.
	Atividade pública exercida por meio de:
		- Atos legislativos – Poder Legislativo;
		- Atos judiciais – Poder Judiciário;
		- Atos Administrativos – Poder Executivo.
Revisão Ato/fato jurídico:
Fato jurídico em sentido amplo (lato sensu): “são os acontecimentos em virtude dos quais as relações de direito nascem e se extinguem” (Savigny) portanto originam os direitos subjetivos. Abrange:
1 – Fato jurídico em sentido restrito (stricto sensu) ou fato natural: é o acontecimento independente da vontade humana, podendo ser ordinário (nascimento, morte) e extraordinário, caso dos fortuitos (fruto acaso, imprevisível, p.ex. desabamento de um prédio) e de força maior (inevitável, fenômenos da natureza, p. ex. raio, tempestade, inundação). Quando o fato corresponde à descrição contida na norma legal, ele é chamado de fato jurídico;
2– Ato jurídico em sentido amplo (lato sensu) ou fato humano: “ato ou fato humano é o fato dependente da vontade do homem” (Pontes de Miranda). São ações humanas que criam, resguardam, modificam, transferem ou extinguem direitos e podem ser:
		2.1 Ato lícito:
a – Ato jurídico em sentido restrito (stricto sensu) ou estrito: são os que estão em conformidade com o ordenamento jurídico e que produzem efeitos voluntários, queridos pelo agente (testamento, doação, casamento). Visam criar direitos;
b – Negócio jurídico: são os que estão em conformidade com a vontade direta dos agentes, na autonomia privada (contratos particulares);
2.2 Ato ilícito: são os praticados em desacordo com o ordenamento jurídico, produzem efeitos involuntários ao agente, mas impostos pelo ordenamento (excesso de velocidade, furto). Geram deveres.
	8.1 Diferença entre Ato da Administração e Ato administrativo:
	Cuidado: não existe sinonímia.
	O ato da administração é gênero do qual o ato administrativo é espécie. Na lição de Di Pietro, são atos da administração (1 – pp. 192-193):
	a. Atos de direito privado: doação, permuta, compra e venda e locação;
	b. Atos materiais da Administração: que não envolvem manifestação de vontade (não produzindo, assim, efeitos jurídicos), apenas execução – apreensão de mercadorias; demolição de casa que ofereça risco;
	c. Atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor: que também não expressam vontade – atestados, certidões e pareceres;
	d. Atos políticos: os que estão sujeitos a regime jurídico-constitucional;
	e. Contratos: há duas manifestações de vontade reunidas, não apenas a do Estado;
	f. Atos normativos da Administração: decretos, portarias, resoluções e regimentos de efeitos gerais e abstratos;
	g. Atos administrativos propriamente ditos.
	A função executiva (relativa ao Poder Executivo) é exercida por meio de atos jurídicos chamados atos administrativos: portanto, ato administrativo é espécie de ato jurídico
	Conforme o art. 81 do CC/1916 “ato jurídico é todo ato lícito, que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos”.
	Para que o ato administrativo se destaque do gênero ato jurídico e passe a se qualificar como administrativo, basta que se acrescente a Administração Pública como expedidora do ato + finalidade pública + regime jurídico administrativo.
	Não existe conceito legal de ato administrativo, isso ficou a cargo da doutrina. Para Hely Lopes Meireles, ato administrativo “é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor obrigações” aos administrados e à administração.
	Di Pietro apresenta um conceito que resume bem a matéria até aqui (1 – pp.197-198):
	“Pode-se definir ato administrativo como a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle do Poder Judiciário”.
	E, explica:
	a. “declaração do Estado ou de quem o represente”: “declaração” e não “manifestação”, pois a segunda pode ser obtida pelo silêncio, o que não pode ocorrer na esfera administrativa, que necessita tornar pública a sua vontade. “Estado”, abrange o órgãos do Poder Executivo, bem como dos demais poderes;
	b. “regime jurídico de direito público” : pois a Administração possui prerrogativas e restrições própria de poder público;
	c. “produz efeitos jurídicos imediatos” : “com isso, distingue-se o ato administrativo da lei e afasta-se de seu conceito o regulamento que, quanto ao conteúdo, é ato normativo, mais semelhante á lei; e afastam-se também os atos não produtores de efeitos jurídicos diretos, como os atos materiais e os atos enunciativos;
 	d. “controle do Poder Judiciário” : é sempre passível de controle judicial;
	 e. “observância da lei” : sujeita-se à lei
	
	8.2 Atributos/características:
	Os atributos ou características do ato administrativo permitem verificar que ele se enquadra em um regime jurídico administrativo ou de direito público e, em decorrência, distingui-lo do ato jurídico de direito privado. São elas;
8.2.1 Presunção de legitimidade e veracidade: 
“A presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato com a lei; em decorrência desse atributo, presumem-se, até prova em contrário, que os atos administrativos foram emitidos com observância da lei.
A presunção de veracidade diz respeito aos fatos; em decorrência desse atributo, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela Administração. Assim ocorre com certidões, atestados, declarações, informações por ela fornecidos, todos dotados de fé pública” (1 – pp. 199-200). 
“Trata-se de uma presunção relativa (juris tantum) que, como tal, admite prova em contrário” (1 – p. 69) – não é, portanto, juris et de jure, “de direito e por direito”, presunção que não admite prova em contrário;
8.2.2 Imperatividade: atos criam obrigações para os administrados, independentemente de sua aquiescência. “É o que Renato Alessi chama de ‘poder extroverso’, ‘que permite ao Poder Público editar atos que vão além da esfera jurídica do sujeito emitente, ou seja, que interferem na esfera jurídica de outras pessoas, constituindo-as, unilateralmente, em obrigações’” (1 – p. 202).
 
	Exceções (casos em que não impõem obrigações):
- Ato que confere direito solicitado pelo administrado (autorização, permissão);
- Ato enunciativo: aquele que apenas declara algo (atestado, certidão).
	
8.2.3 Auto-executoriedade: permite à Administração Pública por em execução suas decisões usando de meios próprios, sem que precise buscar autorização no Poder Judiciário. No entanto, ela só é possível desde que seja prevista em lei ou quando se trata de medida urgente.
- Exigibilidade: é se exigir do particular a obrigação imposta por meios indiretos de coerção, como multas;
- Executoriedade: é se executar as decisõesutilizando de meios diretos de coerção como a força pública, se necessário. Ex.: interdição de fábrica que cause poluição.
	8.3 Elementos ou Requisitos do Ato Administrativo:
	A doutrina diverge quanto a eles. A corrente clássica ou majoritária, a qual pertence Hely Lopes Meirelles e Di Pietro, se ampara na Lei 4717/65, art. 2º para elencá-los. Diz ela:
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
 a) incompetência;
 b) vício de forma;
 c) ilegalidade do objeto;
 d) inexistência dos motivos;
 e) desvio de finalidade.
 
	Decorre daí que os elementos ou requisitos (para a melhor doutrina sempre entendidos como sinônimos) do ato administrativo ( e somente para ele, não para o ato jurídico stricto sensu, que são o sujeito, objeto e a forma) são o “sujeito, objeto, a forma , o motivo e a finalidade” (1 – p. 204). A doutrina prefere sujeito à competência, pois a segunda é, em verdade, um atributo do sujeito.
		8.3.1 Sujeito:
Em Direito Administrativo, sujeito é aquele a quem a lei atribui a competência para prática de um ato: “não é competente quem quer, mas quem pode segundo a lei”. Diferente do Direito civil, para que o ato administrativo seja válido não basta a capacidade mas é preciso verificar se ele foi praticado por agente competente.
A competência pode ser definida “como o conjunto de atribuições das pessoas jurídicas, órgãos e agentes, fixadas pelo direito positivo” (1 – p. 205).
	São regras da competência:
	a. Decorre sempre da lei: o próprio órgão não pode estabelecer suas próprias atribuições;
b. É inderrogável: seja pela vontade da Administração ou pela de terceiros, pois ela é conferida em função do interesse público;
c. Não pode ser delegada: desde que a lei tenha atribuído expressamente um órgão ou agente.
		8.3.2 Objeto:
		É o conteúdo do ato; a ordem por ele determinada; ou, por fim, “o efeito jurídico imediato que o ato produz” (1 – p. 208
Todo ato tem um objeto que, visa a criação, modificação ou comprovação de algo.
		O objeto deve ser:
		
			- Licito: conforme a lei;
			- Possível: realizável no mundo dos fatos, e do direito;
			- Certo: definido quanto ao destinatário, aos efeitos, ao tempo e ao 			lugar;
- Moral: deve ter padrões de comportamentos aceitos como corretos, justos e éticos.
		8.3.3 Forma:
Envolve o modo de exteriorização e os procedimentos prévios exigidos para expedição do ato. Em regra, deve ser escrita.
8.3.4 Motivo:
	“Motivo é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo” (1 – p. 212).
	“Pressuposto de direito é o dispositivo legal em que se baseia o ato; (...) pressuposto de fato, corresponde ao conjunto de circunstâncias, de acontecimentos, de situações que levam a Administração a praticar o ato” ( 1 – p. 212).
Exemplo: a ocorrência da infração é o motivo da multa de trânsito.
	É diferente de motivação que é a “exposição dos motivos, ou seja, é a demonstração, por escrito, de que os pressupostos de fato realmente existiram “ (1 – p. 212). A corrente doutrinária majoritária diz que os atos vinculados e discricionários devem ser motivados (os primeiros de forma resumida; os segundos, mais explicados).
Disso resulta a Teoria dos Motivos Determinantes em que a Administração Pública fica vinculada ao motivo citado para embasar a prática do ato, de tal modo que, demonstrada a falsidade ou inexistência do motivo, o ato é invalidado.
		8.3.5 Finalidade:
É o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do ato; o efeito jurídico mediato do ato. Nesse sentido difere do objeto (que tem efeito imediato – aquisição, transformação ou extinção de direitos). Também difere do motivo, pois este precede a prática do ato.
A finalidade ou fim comporta dois sentidos diferentes:
a. Em sentido amplo: o ato administrativo deve sempre ter finalidade pública;
b. Em sentido restrito: o ato administrativo deve sempre ter um fim, implícita ou explicitamente, decorrente da lei.
Ocorre o desvio de finalidade ou de poder quando o fim a que se propõe o ato não atende sua finalidade, seja em sentido amplo ou restrito. 
	Exemplo: transferência de funcionário não por necessidade, mas por motivação política.
8.4 Discricionariedade e Vinculação:
	A Administração Pública possui, para atender ao interesse público, posição de supremacia em relação ao particular. Porém, no estado de Direito essa supremacia está atrelada ao Princípio da Legalidade, portanto, não é irrestrita. Daí decorre que a Administração pode agir:
	a. Sem liberdade alguma: portanto totalmente orientada pela lei, caracterizando sua atuação com um poder vinculado. Não há qualquer possibilidade de apreciação subjetiva. São seus requisitos: sujeito, objeto, forma, motivo e finalidade.
 
		b. Com certa margem de liberdade: a lei permite que a Administração atue 	segundo critérios de conveniência, oportunidade, equidade e justiça, tendo o 	chamado poder discricionário, no qual há apreciação subjetiva. Ao se afastar dessa 	margem; extrapolando, indo além dela, a Administração estaria sendo arbitrária.
	
	8.4.2 Hipóteses de ocorrência do Poder Discricionário:
a. Escolha entre agir e não agir. Exemplo: realizada uma licitação a Administração poderá ter de optar por (i) celebrar contrato e (ii) revogá-lo, pelos critérios de conveniência e oportunidade se novos orientações se fizerem necessárias.
		b. Momento da prática: se a lei não impuser orientação a respeito “a 	Administração escolhe o momento que lhe pareça mais adequado para atingir a 	consecução de terminado fim (...) pois normalmente é estabelecido um prazo para 	que ela tome decisões, persistindo assim a discricionariedade “porque, dentro do 	tempo delimitado, a autoridade escolhe o que lhe parece mais conveniente” (1 – pp. 215-216).
		c. Elementos: 
			- Sujeito
			- Finalidade		VINCULADO
			- Forma
			- Motivo
			- Objeto		DISCRICIONÁRIO
	8.4.3 Controle de legalidade e de mérito:
		a. Legalidade: o ato deve ser praticado de acordo com a lei. O ato vinculado é sempre analisado pelo aspecto da legalidade;
		b. Mérito: o ato deve se revelar oportuno e conveniente ao interesse público. A Administração pública pode anular seus próprios atos ilegais ou revogá-los. “O mérito se relaciona com a intimidade do ato administrativo, concerne ao seu valor intrínseco, à sua valorização sob critérios comparativos. Ao ângulo do merecimento, não se diz que o ato é ilegal ou legal, senão que é ou não é o que devia, que é bom ou mau, que é pior ou melhor que outro” (1 – p. 219).
	Decorre que:
		a. O ato vinculado é analisado apenas pelo aspecto da legalidade;
		b. O ato discricionário é sempre analisado pelo aspecto da legalidade e do mérito, sendo este último, atributo específico da discricionariedade que diz respeito à conveniência e oportunidade diante do interesse público;
		c. Não existe ato administrativo totalmente discricionário.
	8.5 Extinção do ato administrativo:
		8.5.1 Modalidades:
		a. Cumprimento de seus efeitos: em razão do tempo ou do conteúdo. 
		Exemplo: gozo de férias de um funcionário; licença para construir.
		b.Desaparecimento do sujeito ou do objeto:
		Exemplo: morte de funcionário; terreno alagado que a prefeitura cedeu para 	particular ocupar na modalidade moradia de baixa renda.
		c. Renúncia:
		O beneficiário do ato renuncia a seus efeitos ou às vantagens que desfrutaria 	ou desfrutava.
		Exemplo: pessoa convidada a exercer cargo federal abre mão dele.
	
		d. Retirada:
			d.1. Cassação: se dá em virtude do descumprimento, por parte do 	destinatário do ato, das condições que deveriam ser atendidas para poder continuar 	desfrutando da situação jurídica.
			Exemplo: cassação de licença para funcionamento de hotel em razão 	de ter se convertidoem casa de tolerância.
			d.2. Caducidade: retirada do ato porque sobreveio norma jurídica 	que tornou inadmissível a situação antes permitida pelo direito. 
		Exemplo: retirada de permissão para explorar parque de diversões em face 	de nova lei de zoneamento que tornou incompatível a exploração dessa atividade, 	pois a área passou a ser residencial.
			d.3. Revogação: retirada por razões de conveniência e oportunidade.
			É discricionária necessitando de exame de mérito.
			Seus efeitos são ex nunc e a competência é somente da 	Administração.
			Exemplo: não é mais permitida a conversão de uma rua em rua de 	lazer, nos finais de semana.
			d.4 Anulação ou Invalidação: 
		Retirada ou desfazimento do ato administrativo por razões de ilegalidade: (i) 	sujeito incompetente; (ii) não observada a forma exigida e (iii) a finalidade não foi a 	pública.
		Seus efeitos são retroativos, ex tunc, e a competência é do Poder Judiciário, 	mediante provocação dos interessados, ou da Administração, em função seu poder 	de autotutela.
		Exemplo: ato de desapropriação assinado por secretário 	municipal e não 	pelo Prefeito – o sujeito é incompetente.
	8.6 Vícios do ato administrativo:
	Os atos administrativos podem se acometidos de vícios ou defeitos capazes de afetar cada um de seus requisitos.
		8.6.1 Vícios relativos ao sujeito: podem apresentar 4 defeitos:
a. Usurpação da função pública: é o mais grave defeito. O ato administrativo é praticado por particular que não é agente ou, segundo Di Pietro, “ocorre quando a pessoa que pratica o ato não foi por qualquer modo investida no cargo, emprego ou função; ela se apossa, por conta própria, do exercício de atribuições próprias de agente público, sem ter essa qualidade” (1 – p. 242). Geralmente é ato inexistente.
Exemplo: ato de infração expedido por quem não é delegado. É crime:
CP Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
 Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
b. Excesso de poder: a autoridade, embora competente para a prática, ultrapassa os limites, ou seja: “excede os limites de sua competência” (1 – p. 242). 
Exemplo: destruição, pela fiscalização, de veículo estacionado em local proibido.
c. Função ou Funcionário de “fato”: exerce função de fato o indivíduo que ingressou irregularmente no serviço, em decorrência de vício de investidura, “mas a sua situação tem toda aparência de legalidade” (1 – p. 242). O ato é anulável, desde que praticado em boa fé. O ato é válido.
			Exemplos: falta de formação universitária que a função exige; idade 	inferior ao mínimo legal ou exercício de função após idade-limite para 	aposentadoria compulsória.
			d. Incompetência: Lei 4.717/65, art. 2º , § único, a.
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
 a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou;
		8.6.2 Quanto ao objeto (conteúdo): tem-se dois tipos de defeitos:
			a. Objeto materialmente impossível: quando a conduta é irrealizável.
			Exemplo: decreto proíbe morte.
b. Objeto juridicamente impossível: quando há violação da lei.
			Exemplo: decreto municipal desapropriando bem da União.
Lei 4.717/65 art. 2º , Parágrafo único, c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo;
8.6.3 Quanto à forma: omissão ou não observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à realização do ato. Lei 4.717/65, art. 2º , § único, b.
Lei 4.717/65 art. 2º , Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
 b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato;
Exemplo: desapropriação não é feita por decreto, sendo que a lei assim o exige.
		8.6.4 Quanto ao motivo: 
			a. Inexistência: Lei 4.717/65, art. 2º , § único, d.
 Lei 4.717/65 art. 2º , Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
 d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;
b. Falsidade: o alegado não corresponde àquele efetivamente ocorrido.
Exemplo: Administração pune funcionário, mas ele não praticou qualquer infração.
8.6.5 Quanto à finalidade: o defeito é o desvio de finalidade. Lei 4.717/65, art. 2º , § único, e.
Lei 4.717/65 art. 2º , Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
 e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.
	
	8.7 Espécies de ato administrativo:
	Neste campo, também, a doutrina diverge. 
	Abaixo segue classificação com base em Maria Sylvia Zanella Di Pietro (1 – pp. 228-237) e, depois, a da profa. Flávia. Em algumas espécies, o texto é complementar.
		8.7.1 Quanto ao conteúdo:
			a. Autorização: 
			É o ato administrativo unilateral, discricionário e precário pelo qual 	a Administração faculta ao particular o uso de bem público (autorização de uso), 	ou a prestação de serviço público (autorização de serviço público), ou o 	desempenho de atividade material, ou a prática de ato que, sem esse consentimento, 	seriam legalmente proibidos (autorização como ato de polícia). É um ato 	constitutivo. Exemplo: porte de arma. 
			b. Licença: 
			É o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a 	administração faculta àquele que preencha os requisitos legais o exercício de uma 	atividade. É um ato declaratório. Exemplos: licença para construir ou dirigir.
			Importante: não é facultativo (por isso vinculado) – preenchidas as 	condições a Administração não pode recusar em conceder a licença.
			c. Admissão:
			É o ato unilateral e vinculado pelo qual a administração reconhece 	ao particular, que preencha os requisitos legais, o direito de prestação de um serviço 	público. Exemplo: ingresso em estabelecimento oficial de ensino na qualidade de 	aluno; o desfrute dos serviços de uma biblioteca pública como inscrito entre seus 	usuários.
			d. Permissão:
			É o ato administrativo unilateral, discricionário e precário, gratuito 	ou oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta ao particular a execução de 	serviço público ou a utilização privativa de bem público.
			Em alguns casos a permissão se dá sob a forma de contrato, ou seja 	bilateral, mas, como conceito, entende-se ser ela unilateral, em regra.
			e. Aprovação: 
			É ato unilateral e discricionário pelo qual se exerce o controle a 	priori (autorização para a sua prática) ou a posteriori (referendo de sua prática) do 	ato administrativo. Exemplos: CF 52 aprovação prévia do Senado para a escolha de 	Magistrados; CF 49 Congresso Nacional deverá aprovar o Estado de Defesa.
			f. Homologação:
			É o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública 	reconhece a legalidade de um ato jurídico.
			Importante: não se confunde com a aprovação, pois apesar de se 	realizar a posteriori, ela analisa apenas o aspecto da legalidade.
			g. Parecer:
			É o ato pelo qual os órgãos consultivos da Administração emitem 	opinião sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência. Pode ser:
				- Facultativo: quando a Administração não é obrigada a 				solicitá-lo ou a vincular-se à sua conclusão;
				- Obrigatório: quando a Administração é obrigada a 				solicitá-lo, mas não vincular-se à sua conclusão;

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