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Supositórios

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1	
  
SUPOSITÓRIOS 
Profa. Daniele Rubert Nogueira 
!
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA INDUSTRIAL 
DISCIPLINA DE FARMACOTÉCNICA – FID 102 
­ Os supositórios são formas farmacêuticas sólidas destinadas à inserção 
em orifícios corporais, onde se dissolvem e exercem efeitos sistêmicos 
ou localizados; 
­ São formas farmacêuticas de consistência firme, de forma cônica ou 
ogival, destinadas à aplicação retal, vaginal (óvulos) ou uretral; 
­ São obtidos por solidificação ou compressão em moldes de massa 
contendo substâncias medicamentosas; 
­ São preparados para amolecer, fundir e para dissolver ou desintegrar na 
temperatura corporal. 
Supponere: “sub” ⇒ sob 
 “ponere” ⇒ colocar 
Tanto em termos linguísticos como terapêuticos: “COLOCAR SOB O CORPO” 
DEFINIÇÃO 
CONSIDERAÇÕES 
²  Dentro de certos limites, pode-se incorporar sólidos ou líquidos (soluções 
aquosas, alcoólicas, glicólicas, oleosas e extratos na fase dispersa); 
Base: sintética ou natural, é selecionada de acordo com as 
características de dissolução na temperatura corporal e capacidade de 
incorporar e liberar o princípio ativo 
²  Vias retal, vaginal (óvulos) e uretral; 
²  Diferentes tamanhos e formas; 
²  Fácil inserção no orifício e permanecer retido por um período apropriado; 
²  Absorção imprevisível. 
Supositórios retais 
²  Cilíndricos ou cônicos, apontados ou achatados em uma das 
extremidades, em geral possuem 32 mm de comprimento; 
²  Uso adulto: 2 a 3 g, forma de torpedo; 
²  Uso pediátrico: 1 a 1,5 g, forma de lápis. 
Considerações 
Supositórios vaginais (óvulos) 
²  Globulares, ovais, ou apresentam a forma de um cone; 
²  Pesam cerca de 3 a 5 g; 
²  Usos: tratamento de infecções geniturinárias, restaurar o estado 
normal da mucosa vaginal, contracepção, higiene feminina. 
Considerações 
Supositórios uretrais (velas) 
²  Forma de um lápis delgado; 
²  Aplicados no interior da uretra; 
²  Masculino: 5 mm de diâmetro, 125 mm de comprimento e de 1 a 4 
g de peso; 
²  Feminino: 5 mm de diâmetro, 50 mm de comprimento e de 1 a 2 g 
de peso; 
²  Utilizados para tratamento de infecções locais. 
Considerações 
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2	
  
Eventos que levam à absorção de fármacos 
Fármaco no veículo 
(Base de supositório) 
Absorção do fármaco pelas mucosas 
Base: 
• Funde 
•  Amolece 
•  Dissolve 
Efeito local Efeito sistêmico 
Fármaco nos 
fluidos locais 
Efeito local 
 
z  Empregados para aliviar constipação ou dor, irritação, prurido, 
inflamação 
z  Anti-hemorroidais: anestésicos locais, vasoconstritores, analgésicos, 
emolientes 
z  Laxantes: supositórios de glicerina (estímulo do reflexo da defecação) 
z  Antissépticos na higiene feminina 
z  Antifúngicos 
Efeito sistêmico 
 
z  Membranas mucosas do reto e da vagina permitem a absorção de 
fármacos para efeito sistêmico 
z  Vantagens via retal 
z  Ex: antieméticos, anticonvulsivantes, analgésicos 
USOS TERAPÊUTICOS – via retal 
A farmacologia geralmente recomenda o uso de supositórios em casos: 
 
þ  Incapacidade do paciente em usar a via oral (ex: pacientes pediátricos, 
pacientes inconscientes ou sujeitos a vômito); 
þ  Instabilidade do fármaco no pH gástrico; 
þ  Fármacos extensivamente metabolizados pela primeira passagem 
hepática; 
þ  Administração de fármacos que podem causar náuseas por via oral e 
fármacos com características organolépticas desagradáveis; 
þ  efeito terapêutico local (anestésicos, laxantes, analgésicos, antibióticos) 
þ  indisponibilidade de outra via de administração 
INCONVENIENTES– via retal 
 
þ  Desconforto; 
þ  Início da atividade terapêutica muitas vezes mais tardio que nas outras 
vias; 
þ  Absorção lenta, irregular ou incompleta do fármaco; 
þ  Variação entre pacientes; 
þ  Condições de armazenamento controladas dos supositórios. 
FATORES QUE AFETAM A ABSORÇÃO DE FÁRMACOS A PARTIR 
DE SUPOSITÓRIOS RETAIS 
A dose de fármaco administrada em um supositório pode ser maior ou menor 
que a dose do mesmo fármaco administrada por via oral, dependendo: 
◊ Características do paciente 
◊ Natureza físico-química do fármaco 
◊ Capacidade de atravessar barreiras fisiológicas 
◊ Natureza do veículo e capacidade de liberação do fármaco 
2 GRUPOS DE FATORES: 
- FISIOLÓGICOS DO PACIENTE 
- FÍSICO-QUÍMICOS DO FÁRMACO E DA BASE 
FATORES FISIOLÓGICOS 
v  Conteúdo do cólon: 
 
 - a absorção sistêmica é otimizada se o reto estiver vazio: melhor 
contato do fármaco com a mucosa 
 - diarréia, obstrução do cólon e desidratação do tecido influenciam a 
velocidade e extensão da absorção 
 
v  Quantidade de fluido disponível: 
 
 - vazio cerca de 3 mL 
 - aumento de volume em condições não-fisiológicas: atração 
osmótica de água por parte de bases hidrofílicas ou nos casos de diarreia 
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Veias hemorroidais 
inferior e média 
Veia hemorroidal 
superior 
Drenam para 
circulação geral 
Drena para 
a veia porta 
FÍGADO 
METABOLISMO 
HEPÁTICO 
PRÉ-SISTÊMICO 
Fatores fisiológicos – cont. 
v  Via circulatória: 
FATORES FÍSICO-QUÍMICOS DO FÁRMACO E DA BASE 
v  Lipo e hidrossolubilidade: 
 
§  Coeficiente de partição água/base do fármaco: 
 
 - fármaco lipofílico em base gordurosa: liberação lenta 
 - bases hidrossolúveis: liberam fármacos lipo e hidrofílicos, ex.: bases PEGs 
 
 
v  Tamanho da partícula: 
 
 - Quanto menor, mais rápida é a dissolução e consequentemente maior será 
a biodisponibilidade. Ideal entre 50 e 100 μm. 
FATORES FÍSICO-QUÍMICOS DO FÁRMACO E DA BASE 
Fusão 
Espalhamento 
Sedimentação Molhabilidade Dissolução 
Processo de liberação de fármaco em suspensão, a partir de 
supositórios 
v  Solubilidade e tamanho da partícula – cont.: 
FATORES FÍSICO-QUÍMICOS DO FÁRMACO E DA BASE – cont. 
v  pKa e pH: 
 
- Regra geral: bases e ácidos fracos, não-ionizados, são mais facilmente 
absorvidos, pois apresentam > lipossolubilidade 
- o grau de ionização depende do pKa do fármaco e do pH do meio no qual é 
apresentado à membrana biológica 
 - OBS: lipossolubilidade/ hidrofobicidade de muitas moléculas orgânicas quando 
na forma não-ionizada é um fator a ser considerado durante a formulação de 
supositórios com bases lipofílicas. Quando possível, devem ser utilizadas formas 
ionizadas de fármacos solúveis em água com bases lipofílicas: fármacos na forma 
ionizada apresentam coeficiente de partição água/base elevados). 
FATORES FÍSICO-QUÍMICOS DO FÁRMACO E DA BASE – cont. 
v  pKa e pH: 
 
pH da solução de perfusão 
Fármaco pKa 6,8 – 7,2 3,6 – 4,0 
Ácido % absorvida % absorvida 
 Salicílico 3,0 12 4,2 ± 3 
 Benzóico 4,2 19 50 ± 7 
 Fenol 9,9 36 37 ± 1 
Base 
 Anilina 4,6 44 32 ± 5 
 Quinina 8,4 20 9 ± 1 
Efeito do pH na absorção de fármacos pelo cólon de rato: 
FATORES FÍSICO-QUÍMICOS DO FÁRMACO E DA BASE – cont. 
v  Natureza da base: 
 
- Capacidade de fundir, amolecer ou dissolver e liberar o fármaco 
 
- Não deve ser irritante 
 
- Não interagir química ou fisicamente com o fármaco: interações dessa 
natureza afetam a estabilidade e a biodisponibilidade do fármaco 
 
- Bases gordurosas devem manter o ponto de fusão estável com o tempo 
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FATORES FÍSICO-QUÍMICOS DO FÁRMACO E DA BASE – cont. 
Base oleosa 
- Fusão rápida a T corporal 
- Imiscibilidade fluidos aquosos 
Fármacos lipossolúveis 
- Tendem a permanecer no óleo 
- Pouca tendência a passar para 
meio aquoso 
Fármacos hidrossolúveis 
- Facilidade de passar para meio 
aquoso 
- Boa liberaçãoFármaco em solução na base Baixa velocidade de liberação 
Natureza da base 
FATORES FÍSICO-QUÍMICOS DO FÁRMACO E DA BASE – cont. 
Formulação de escolha Fármaco hidrofílico dissolvido 
em uma base oleosa 
Solubilidade do fármaco e formulação de supositórios 
Solubilidade em 
Gorduras Água Base selecionada 
Baixa Alta Base oleosa 
Alta Baixa Base aquosa 
Baixa Baixa Indeterminada 
Natureza da base 
ABSORÇÃO VAGINAL 
Ø  Variação em função do pH, volume de fluido 
Ø  Idade, estágio do ciclo menstrual, localização 
Ø  Efeito local ou sistêmico 
* Supositórios vaginais (óvulos) geralmente são 
preparados em bases de glicerogelatina 
BASES DE SUPOSITÓRIOS 
• A base desempenha papel fundamental na liberação do fármaco e 
consequentemente na sua biodisponibilidade, seja para ação local ou 
sistêmica. 
• Parâmetros a serem considerados durante a escolha de uma base: 
 - composição 
 - comportamento de fusão 
 - propriedades reológicas 
• Tipos de bases: 
 - BASES OLEOSAS 
 - BASES HIDROSSOLÚVEIS 
Bases de supositórios 
Características requeridas para a base: 
 
«  Estabilidade química e física sob condições normais de uso e 
armazenamento; 
«  Não reativas e compatíveis com uma ampla variedade de fármacos 
e excipientes; 
«  Não tóxicas, não irritantes e não sensibilizantes; 
«  Permanecer sólida a T ambiente; 
«  Capacidade de contração apropriada para facilitar a remoção dos 
moldes após resfriamento; 
«  Capacidade de fundir ou derreter no local de administração; 
«  Capacidade de misturar ou absorver pequenas quantidades de 
água. 
Bases de supositórios 
² BASES OLEOSAS 
ü  Manteiga de cacau 
ü  Óleos fixos e óleos vegetais hidrogenados (óleo de 
semente de algodão) 
ü  Compostos lipofílicos contendo grupamentos 
gliceril ligados a ácidos graxos de alto peso 
molecular (monoestearato de glicerila, 
monopalmitato de glicerila) 
ü  Bases sintéticas ou semissintéticas 
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Bases de supositórios 
- Manteiga de cacau 
o  Obtida a partir da semente torrada do Theobroma cacau 
o  T ambiente: sólido branco-amarelado, odor leve e agradável de 
chocolate 
o  Composição: triglicerídeos 
o  T fusão: 30 a 36 ºC (base ideal) 
o  Propriedades de emoliência e espalhamento (alívio irritação e 
inflamação) 
Desvantagens: 
§  Comportamento polimórfico: cristais α (instáveis) e β (forma mais estável) 
§  Insuficiente capacidade de contração durante o resfriamento 
§  Baixo ponto de fusão 
§  Instabilidade química 
§  Baixo poder de absorção de água 
Bases de supositórios 
- Bases sintéticas e semissintéticas 
o  Atualmente, as bases oleosas são quase exclusivamente 
sintéticas ou semissintéticas; 
o  Faixa de fusão maior que a manteiga de cacau (3 °C); 
o  Mistura de triglicerídeos contendo ácidos saturados com cadeias 
hidrocarbonadas de 12 a 18 C. 
Algumas propriedades das bases oleosas para supositórios: 
Faixa de fusão 
(°C) 
Índice de acidez Índice de 
hidroxila 
Índice de iodo 
Manteiga de 
cacau 
31-34 < 5 0 34-38 
Bases 
semissintéticas 
33-37,5 < 2 < 5-30 < 3 
Bases de supositórios 
Fattibase®: triglicerídeos do óleo de palmiste e de coco com 
monoestearato de glicerila e estearato de polioxil; fusão 35 a 
37 ºC. Não apresenta formas polimórficas, fácil manipulação. 
 
Novata® tipo B: misturas de mono, di e triglicerídeos de ácidos 
graxos saturados (C12-C18) de origem animal; fusão 33,5 a 
35,5 ºC. É fundida isoladamente se a necessidade de adiçào 
de outros componentes (somente dos ativos) 
 
Suppocire®: misturas eutéticas de mono, di e triglicerídeos 
derivados de óleos vegetais naturais; fusão 35 a 36,5 ºC. 
Deve ser utilizada pura, somente adicionada dos ativos e do 
agente suspensor, caso necessário. 
Bases de supositórios 
² BASES HIDROSSOLÚVEIS 
ü  Constituição: 70% de glicerina, 20% de gelatina e 10% de 
água; 
ü  Consistência elástica e suave (uso vaginal); 
ü  Recomendada apenas para o preparo de óvulos, para veicular 
fármacos hidrossolúveis; 
ü  Amolece e mistura-se lentamente nos fluidos corporais 
(liberação mais lenta). 
ü  Gelatina tipo A (pH 3,8 – 6,0) e tipo B (pH 5 – 7,4): deve-se 
escolher o tipo de gelatina compatível com o fármaco veiculado. 
- Gelatina glicerinada 
Bases de supositórios 
² BASES HIDROSSOLÚVEIS 
ü  Constituição: mistura de PEGs com diferentes PM; podem conter 
componentes adicionais (ex: tensoativos); 
ü  A constituição final da base deve apresentar um ponto de fusão 
próximo a 37 °C; 
ü  Necessidade de umedecer antes da inserção; 
ü  Supositórios facilmente preparados por fusão; 
ü  Liberação de substâncias hidrofílicas e lipofílicas; 
 
☹  Irritantes aos tecidos, menor aceitação 
☹  Incompatíveis com alguns fármacos 
☹  Interagem com poliestireno – cuidados no armazenamento 
- Base de polietilenoglicóis (PEG) 
Bases de supositórios 
² BASES HIDROSSOLÚVEIS 
ü  Constituição: tensoativos não-iônicos (ésteres de ácidos graxos, 
de polioxietileno, sorbitano e estearatos de polioxietileno) 
empregados isoladamente ou misturas; 
ü  Pouco utilizadas em manipulação; 
ü  Dispersam-se rapidamente nos fluidos corporais. 
- Bases dispersíveis em água 
- Bases mistas 
ü  Misturas de materiais oleaginosos e solúveis ou miscíveis em 
água. 
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CRITÉRIO PARA A ESCOLHA DE BASE PARA SUPOSITÓRIO 
o  Efeito pretendido: sistêmico ou local; 
o  Via de administração: retal, vaginal ou uretral; 
o  Compatibilidade e estabilidade dos ingredientes: bases oleosas são 
menos reativas porém mais sensíveis à temperatura que as bases PEG; 
o  Conforto do paciente (bases oleosas são mais confortáveis). 
Vias de administração: 
o  Retal: bases oleosas são preferíveis, pelo menor efeito sensibilizante e 
irritante; 
o  Vaginal: bases de gelatina glicerinada e as bases PEG são preferíveis; 
o  Uretral: base PEG constitui a base de escolha. 
Bases de supositórios 
PREPARAÇÃO DE SUPOSITÓRIOS 
Composição: 
²  Fármaco ou ativo 
²  Agente suspensor: quando o fármaco não é solúvel na base – 
sílica gel micronizada 1% (Aerosil® 200) 
²  Base excipiente (massa) 
²  Antioxidantes 
²  Tensoativos 
Processos de preparação 
²  Moldagem por compressão; 
²  Moldagem por fusão. 
Preparação de supositórios Preparação de supositórios 
- Moldagem por compressão 
Vantagens: 
 
-  Fármacos termolábeis 
-  Incorporação de sólidos 
-  Não ocorre sedimentação 
Desvantagens: 
 
-  Processo lento 
-  Rendimento baixo 
-  Moldagem limitada 
²  O princípio ativo é incorporado na base sob mistura em misturador 
mecânico. A massa homogênea é colocada em um cilindro no qual o 
supositório é moldado por extrusão devido a pressão aplicada na 
extremidade oposta; 
²  Procedimento realizado a frio em processos industriais. 
Preparação de supositórios 
- Moldagem por fusão 
²  Normalmente empregado a nível de farmácia magistral; 
²  Procedimento que compreende as seguintes etapas: 
Fusão da base Mistura fármaco 
Moldagem Resfriamento/solidificação 
Remoção Embalagem 
Moldes 
²  Diversas formas e tamanhos 
²  Material: aço inoxidável, alumínio, bronze, acrílico e PVC 
(moldes descartáveis) 
²  Limpeza antes e após preparação 
²  Lubrificação necessária (moldes de metal) 
²  Calibração do molde com a base 
²  Determinação da quantidade de base requerida 
Preparação de supositórios 
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Calibração dos Moldes 
²  “Branco” de supositório (base) 
²  Determinação do peso médio 
²  Volume do molde: conhecido e invariável 
 
*peso do supositório é variável com o tipo de base utilizada: 
depende da densidade da base e da quantidade de fármaco 
 
²  O pesomédio dos supositórios produzidos por cada base 
utilizada deve ser gravado para uso futuro nos cálculos para se 
determinar a quantidade necessária de base para cada 
formulação solicitada. 
Preparação de supositórios 
Cálculo da quantidade de base necessária 
²  Fator de deslocamento ou de substituição (fd) 
Quantidade de base, em gramas, deslocada por 1 g de fármaco 
 
²  Ex: ácido bórico, fd = 0,67 
 1 g de fármaco desloca 0,67 da base 
Preparação de supositórios 
Até 100 mg de fármaco em 2 g de massa total: deslocamento 
insignificante 
Para adições maiores o volume do material a ser incorporado precisa 
ser calculado para verificar a quantidade de base real 
²  Fator de deslocamento ou de substituição (fd) 
Preparação de supositórios 
Ácido acetilsalicílico fd = 0,63 
Cafeína fd = 0,48 
Cânfora fd = 1,49 
Fenobarbital (base) fd = 0,81 
Glicerina fd = 0,78 
Mentol fd = 0,70 
Paracetamol fd = 0,8 (PEG); 0,66 (base oleosa) 
Progesterona fd = 1,0 (PEG); 0,8 (base oleosa) 
 
*valores determinados em relação à base de manteiga de cacau 
§  (1) Determinação experimental do fd 
Preparação de supositórios 
fd = p – (G – p’) 
 p’ 
fd = fator de deslocamento 
p = peso do supositório placebo ou branco 
G = peso do supositório com o fármaco 
p’= peso do fármaco aditivado 
Ex: Calcular o fator de deslocamento do fenobarbital utilizando 
como base a manteiga de cacau. 
Dados: p = 2,0 g 
 G = 2,019 g 
 p’ = 100 mg 
fd = 2,0 – (2,019 – 0,1) = 0,81 
 0,1 
§  (2) Utilização do fator de correção universal (= 0,7) 
Preparação de supositórios 
M = 1,1 x p – 1,1 x (p’ x fd) 
M = quantidade de base a ser utilizada (g) – por unidade de 
supositório 
fd = fator de deslocamento do fármaco (valor tabelado ou 
valor universal – 0,7) 
p = peso médio do supositório branco 
p´= peso do fármaco aditivado 
1,1 = fator de sobrecarga de 10% 
 
§  Exemplos de cálculos: 
Preparação de supositórios 
 1. Calcular a quantidade de base para supositório 
necessária para a manipulação de 10 supositórios de 
diclofenaco de potássio 75 mg. 
 
 Dados: Peso médio do supositório branco = 2 g 
 
- Quantidade de base por supositório: 2 g - 0,075 g = 1,925 g 
- Quantidade total de base necessária: 1,925 g x 10 = 19,25 g x 
10% (excesso) = 21,175 g 
- Quantidade total de fármaco: 0,075 g x 10 = 0,75 g x 10% 
(excesso) = 0,825 g 
 
Obs: não necessário uso do fd – quantidade de fármaco < 100 mg 
 
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§  Exemplos de cálculos: 
Preparação de supositórios 
 2. Calcular a quantidade de base para supositório 
necessária para a manipulação de 10 supositórios de 
fluconazol 200 mg. 
 
 Dados: Peso médio do supositório branco = 2 g 
 
- Quantidade de base deslocada pelo fármaco: 0,2 g x 0,7 = 0,14 g 
- Quantidade de base por supositório: 2 g - 0,14 g = 1,86 g 
- Quantidade total de base necessária: 1,86 g x 10 = 18,6 g x 10% 
(excesso) = 20,46 g 
-  Quantidade total de fármaco: 0,2 g x 10 = 2 g x 10% (excesso) 
= 2,2 g 
Obs: necessário uso do fd – quantidade de fármaco > 100 mg 
 
 
ACODICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO 
²  Moldes embalagens (moldes dispensáveis) 
²  Papel alumínio 
²  Sachês de alumínio 
Ø  Supositórios e óvulos devem ser protegidos do calor: armazenamento sob 
refrigeração ou em locais frescos (8 – 15 °C); 
Ø  Preparações à base de PEGs são mais estáveis a temperaturas maiores; 
Ø  Ambientes muito úmidos promovem a absorção de umidade, podendo 
tornar o supositório esponjosos (Ex: bases PEG); 
Ø  Ambientes muito secos podem tornar os supositórios quebradiços pela 
perda de umidade. 
ESTABILIDADE 
²  Supositórios e óvulos são normalmente preparados em 
bases anidras (exceto a base de gelatina glicerinada), sendo 
estáveis, desde que protegidos do calor e umidade; 
²  O prazo de validade final está condicionado à natureza 
química dos ingredientes aditivados; 
²  Geralmente recomenda-se adotar uma validade não 
superior a 6 meses para preparações magistrais. 
CONTROLE DE QUALIDADE 
²  Aparência 
²  Características organolépticas 
²  Peso 
²  Desintegração 
²  Comportamento de fusão (dissolução) 
²  Resistência mecânica 
²  Teor de substância ativa 
²  Estudos de liberação/absorção 
EXEMPLOS DE FORMULAÇÕES 
²  Supositórios com sulfato de morfina 
Sulfato de morfina …………………………………. 5 – 30 mg 
Sílica gel micronizada …………………………….. 15 mg 
Base graxa* …………. q.s.p. 1 supositório (tamanho infantil) 
*(triglicerídeos de ácidos graxos saturados) 
§  Indicação: analgésico 
§  Procedimento de preparo: 
1.  Triturar o sulfato de morfina com a sílica gel micronizada. 
2.  Fundir a base, mantendo a temperatura entre 50-55 °C. 
3.  Adicionar os pós à base fundida e agitar. Desligar o 
aquecimento e verter para o molde lubrificado. 
EXEMPLOS DE FORMULAÇÕES 
²  Supositórios antieméticos 
Lorazepam ……………………………………………………. 5 – 30 mg 
Cloridrato de difenidramina …………………………….. 15 mg 
Haloperidol ……………………………………………………. 2 mg 
Sílica gel micronizada …………………………………….. 15 mg 
Base PEG …………. q.s.p. .… 1 supositório (tamanho infantil) 
§  Indicação: náusea e vômito em pacientes submetidos à quimioterapia 
§  Procedimento de preparo: 
1.  Fundir a base a 50 - 55°C. 
2.  Triturar o lorazepam, a difenidramina, o haloperidol e a sílica gel 
micronizada. 
3.  Verter os pós à base fundida e agitar até completa dispersão. 
4.  Verter para o molde e deixar esfriar em temperatura ambiente até a 
completa solidificação. 
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EXEMPLOS DE FORMULAÇÕES 
²  Óvulos com clotrimazol 
Clotrimazol ……………………………………………………. 500 mg 
Base graxa …………. q.s.p. .… 1 óvulo 
§  Indicação: vulvovaginites por Candida albicans, tricomoníase 
 
§  Procedimento de preparo: 
1.  Fundir a base a 40 - 45°C. 
2.  Polvilhar o clotrimazol na base fundida e agitar. 
3.  Misturar bem, remover do aquecimento e deixar resfriar por alguns 
minutos até a mistura começar a espessar. 
4.  Após completa mistura, verter para o molde. 
5.  Resfriar em temperatura ambiente. 
6.  Selar, embalar e rotular. 
UTILIZAÇÃO DE SUPOSITÓRIOS RETAIS 
Informar o paciente para realizar o procedimento da seguinte 
forma: 
 
²  Ir ao banheiro e esvaziar previamente o intestino; 
²  Lavar muito bem as mãos, com água e sabão; 
²  Remover o invólucro que envolve o supositório; 
²  Deitado sobre um dos lados, manter uma das pernas 
recolhida junto ao tronco e a outra esticada, de modo a poder 
acessar, com a mão, o ânus; 
UTILIZAÇÃO DE SUPOSITÓRIOS RETAIS 
²  Suave, mas firmemente, empurrar o supositório, com sua 
extremidade afilada, para dentro do reto. Empurrar o 
suficiente, de modo que ele não retorne; 
²  Fechar as pernas e se sentar por alguns minutos; 
²  Lavar bem as mãos novamente; 
²  Evitar esvaziar o intestino por, pelo menos, 1 hora. Exceção 
feita aos supositórios laxativos. 
 
UTILIZAÇÃO DE SUPOSITÓRIOS VAGINAIS 
Informar o paciente para realizar o procedimento da seguinte 
forma: 
 
²  Orientar a paciente para que lave muito bem as mãos, com água e 
sabão, antes de iniciar a aplicação do medicamento; 
²  Remover o invólucro ou plástico que envolve o óvulo; 
²  Deitada, flexionar os joelhos, abrindo as pernas, para, suavemente, 
introduzir o óvulo com os dedos, tão profundamente quanto 
possível; 
²  Lavar as mãos novamente. 
Outras informações: 
 
v  Armazenamento sob refrigeração, necessidade de 
aquecimento até T ambiente antes da inserção; 
v  Esfregar o supositório suavemente com os dedos para 
amolecer a superfície e facilitar a inserção; 
v  Umedecer os supositórios glicerinados e PEGs com água; 
v  Supositórios de PEGs com menos de 20% de água: 
necessidade de imersão do supositório em água,antes da 
inserção; 
v  Remover completamente a embalagem antes do uso. 
Outras preparações: 
 
v  COMPRIMIDOS VAGINAIS 
²  Ovóides, uso de aplicador; 
²  Preparados por compressão (excipientes); 
²  Desintegram dentro da vagina, liberando o fármaco; 
²  Maior estabilidade. 
²  Ex: antimicrobianos, hormônios 
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REFERÊNCIAS 
 
q  AULTON, M.E. Delineamento de formas farmacêuticas. 2. ed. Ed. 
Artmed, 2005. 
q  FERREIRA, A.O. Guia prático da farmácia magistral. 4. ed. São 
Paulo: Pharmabooks Editora, 2010. 
q  THOMPSON, J. E. A prática farmacêutica na manipulação de 
medicamentos. Ed. Artmed, 2006.

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