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Direito Civil IV – Direito de Família Família Pré CF/88 – Características: A família do Código de 16 era uma família hierarquizada (pátrio poder – mulher considerada relativamente incapaz). Família matrimonializada (só o casamento instituía família, quem não era casado não tinha proteção do Estado, ou seja, casamento era sinônimo de família). Família patrimonializada (o ter em detrimento do ser – inclusive, nem mesmo o reconhecimento voluntário de filho fora do casamento era permitido, para o mesmo não ter direito ao patrimônio da família – isso começou a se modificar a partir de Asischateubriand – Lei Terezoca (para que ele pudesse reconhecer a filha Tereza que teve fora do casamento): “é possível reconhecer filho fora do casamento quando ocorrer um desquite”). Separação à época chamava-se desquite. Família na CF/88 – arts. 226 a 230 – Características: Igualdade entre homem e mulher. Crítica: “direitos e deveres do homem” e “direitos e deveres da mulher”, posteriormente, na atual Constituição, “direitos e deveres dos cônjuges”; Igualdade entre os filhos (art. 227, §6º) § 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação; Ampliação do conceito de família na Constituição. Até a Constituição só tínhamos um tipo de família, o casamento. Atualmente, o casamento continua sendo uma entidade familiar (art. 226, §1º e §2º). Todavia, o casamento deixou de ser sinônimo de família e passou a ser uma espécie de família. Hoje, além da família como entidade familiar, temos também a União Estável (§3º) e a família Monoparental (§4º monoparental: qualquer dos pais com os filhos). Obs.: STF, decisão sobre uma penhora: duas irmãs são sim uma família, uma família anaparental (falta dos pais) e, sendo uma família, têm a proteção do Estado. Obs.: Doutrina e Jurisprudência – Elementos comuns às várias entidades familiares: Afetividade; Publicidade, Estabilidade. Observando a existência desses três elementos, podemos afirmar que estamos diante de uma família. E, a partir da observância desses três elementos hoje já é possível reconhecer a família anaparental assim como a união estável homoafetiva. A partir da decisão sobre a união estável homoafetiva do STF, o STJ deu um passo a mais e o casamento homoafetivo também começou a ser reconhecido. O casamento é civil e o Estado é laico, portanto, não há o que argumentar sobre religião. Ainda, um Estado Democrático de Direito existe não só para reconhecer a vontade da maioria, mas também para reconhecer diferentes projetos de vida, inclusive, da minoria. Obs.: E as famílias paralelas? Como sabemos, algumas pessoas abrem mão da monogamia. Hoje em dia monogamia seria um princípio ou um valor? O Rio Grande do Sul já reconhece a família paralela (triação) e em MG a desembargadora Maria Elza reconheceu uma família paralela para a partilha dos bens. E as famílias recompostas/reconstituídas? Filhos do pai morando com sua nova esposa e com os filhos dela e vice versa. Aqui não há vinculação jurídica de parentesco entre eles, mesmo que para eles exista esse sentimento. Hoje, no BR, temos uma decisão favorável sobre multiparidade. Às vezes a realidade impõe isso e porque o direito não se adéqua a essa realidade? Obs.: E o indivíduo solitário? Teoria do patrimônio mínimo: Direito a moradia - art. 6 da CF. Decisão sobre penhora: “não faz sentido proteger o indivíduo que vive em grupo e abandonar aquele que sofre o mais doloroso dos sentimentos: a solidão”. Ou seja, o solitário não representa uma família, mas ele merece receber, também, a proteção jurídica dada à família. Como exemplo, o direito de bens de família. Família Pós CF/88 – Características: Igualdade, Liberdade e Democracia. Emenda 66/2010 refletindo sobre a ideia de liberdade no casamento. A liberdade que se tem na constituição do casamento, deve ser a mesma na desconstituição (emenda do divórcio). Ora, o padre não pergunta ao casal, na hora do “sim”, o motivo que os fizeram propor o matrimonio e, portanto, assim deveria ser no término. Hoje em dia estamos diante de uma família democrática, uma família dialógica. Não estamos inseridos mais numa família em que as vontades de um são impostas aos demais. Por óbvio, ainda é recorrente tal situação, todavia, de uma forma geral, essa não é mais uma característica da família atual. A família atual também é plural, comporta várias “espécies”. E, inclusive, não há hierarquia entre as famílias, todas merecem a mesma proteção do Estado. Também é funcionalizada: Livre desenvolvimento da personalidade de cada um dos seus membros. Visando a dignidade da pessoa humana, o ser em primeiro lugar. A família é, ainda, lugar privilegiado para a busca da felicidade e para o desenvolvimento da personalidade de cada um de seus membros, daí a ideia de família Eudemonista. Das Relações de Parentesco: 1591 a 1595, CC. Importância. Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes. Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra. Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem. Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente. Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade. § 1º O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. § 2º Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável. Relações familiares: Vínculo Conjugal ou União Estável. Parentesco Natural (consanguíneo) ou Civil (adoção, reprodução assistida). Na reprodução assistida, juridicamente, existe parentesco. Obs.: Impotência “generandi” é a impotência para gerar, já a impotência “coeunde” é a impotência instrumental. Obs.: E o filho tem direito à origem genética? Essa é uma discussão pertinente nos dias de hoje. Vínculo de afinidade. Afinidade: “Você é a fim de sua sogra? Sim”. Estamos diante de um vínculo entre o cônjuge e os parentes do outro cônjuge. O vinculo de afinidade é capaz de gerar direito e deveres? Para saber é preciso fazer o cálculo do grau de parentesco/grau de afinidade. Graus de Parentesco: Linha reta: Bisavô – Avô – Pai – Fernando – Filho – Neto – Bisneto (3º grau na linha reta). Parentesco na linha reta não tem limite. O limite será a própria natureza (dificilmente existirá mais de 5º gerações). Informações importantes para o assunto das Sucessões. Essas informações têm reflexo para o direito das sucessões porque lá existe uma ordem hereditária. No Brasil, os ascendentes só recebem na falta dos descendentes. Por isso é importante o indivíduo fazer um testamento (para que seus pais, por exemplo, sejam contemplados com seus bens). Todavia, o testamento não é muito utilizado pela dificuldade que as pessoas têm em falar/pensar sobre a morte. E, mesmo se fazendo um testamento, o indivíduo X não poderá deixar 100% de sua herança aos pais. Os filhos e netos são herdeiros necessários e, portanto, devem ser contemplados na distribuição da herança. Linha colateral, transversal ou obliqua: Raquel (filha de Fernando) – Fernando / Pai\ Rafael – Amanda (filha de Rafael). Obs.: Entre irmãos não há de se falar em linha reta. Obs.: A linha colateral tem limite: o 4º grau (os primos). Obs.: A cada ligação deve-se contar um grau. Obs.: Quando meu irmão tem um filho, ele é meu sobrinho. Quando esse sobrinho tem um filho, o filho dele será meu sobrinho neto. Tio-avô (eu) / Pai (Bisavô) \ Irmão – Sobrinho – Sobrinho-neto (4º grau na linha colateral). Dessa forma, o sobrinho neto poderá participar da sucessão patrimonial. Obs.: Parentesco na linha colateral de primeiro grau não existe. O mais próximo é o irmão, que é 2º grau na linha colateral. Obs.: A linha reta tem preferência no momento da sucessão. Graus de Afinidade: Fernando é casado com Isabela. Para saber o grau de afinidade entre Fernando e os familiares de Isabela, deve-se “esquecer” o Fernando e pensar no grau de parentesco entre Isabela e a mãe dela: 1º grau na linha reta. Grau de parentesco entre Isabela e a filha dela: 1º grau da linha reta. Entre Isabela e a irmã dela: 2º grau na linha colateral. Assim, Fernando tem o mesmo grau de afinidade que Isabela tem com sua mãe, com sua filha e com sua irmã. Obs.: Art. 1595, §2º – A afinidade da linha reta é para o resto da vida. Fernando terá ex-mulher, mas continuará tendo sogra e enteada. Por outro lado, a cunhada será sua ex-cunhada já que em linha colateral a afinidade não é permanente. Obs.: Art. 1521, II – Não podem casar: Os afins em linha reta. Regra de cunho moral, já que um casamento como esse geraria uma instabilidade naquela família. Obs.: Em regra, quem é impedido para o casamento também está impedido para a União Estável. Obs.: O vinculo de afinidade não gera direitos acessórios, direitos de sucessão, direitos à alimentação, direitos previdenciários. O vinculo de afinidade serve para gerar impedimentos. Todavia, é melhor não afirmar que ele não gera nenhum direito. Exemplo: No caso de um militar, na morte de sua sogra ele poderá faltar 05 dias. Obs.: Casamento – mudança/acréscimo de sobrenome do cônjuge: Nosso ordenamento jurídico sempre autorizou acrescer. Todavia, o que ocorre na maioria das vezes é a retirada de algum nome para que não fique muito extenso. E, em caso de divórcio, compete a cada um a retirada ou não do sobrenome acrescido por se tratar de direito da personalidade. Guarda é diferente de poder familiar. Obs.: Grau de parentesco entre tio e sobrinho: Tio – Pai (avô) – Irmão – Sobrinho: terceiro grau linha colateral. Entre irmãos: Lucas – Pai – Rafael: segundo grau linha colateral. Primos: Bruna – Mãe – Avó – Tia – Júlia: quarto grau linha colateral. Obs.: O Colateral mais próximo é o irmão. Obs.: Parentesco igual ou desigual – Se a distância que separa um parente ate o ascendente em comum for a mesma que a distância que separa o outro parente até o ascendente em comum estamos diante de um parentesco igual. Caso contrário, estaremos diante de um parentesco desigual. Exemplo – Igual: Irmãos. Desigual: tio e sobrinho. Obs.: Não há obrigação alimentar entre tio e sobrinho (posicionamento do STJ). Obrigação alimentar na linha colateral só vai até o segundo grau (só vai até os irmãos). Irmão germano ou bilateral pai e mãe em comum. O unilateral, por sua vez, só tem o pai ou a mãe em comum. Art. 1.839. Se não houver cônjuge sobrevivente, nas condições estabelecidas no art. 1.830, serão chamados a suceder os colaterais até o quarto grau. Obs.: Enquanto as obrigações alimentícias na linha colateral só vão até o segundo grau, os direitos acessórios na linha colateral vão até o quarto grau. Crítica: O sobrinho não conseguiria pedir na justiça o cumprimento de obrigações alimentícias pelo seu tio, já que obrigação alimentar na linha colateral só vai até o segundo grau. Todavia, se o sobrinho morrer o tio terá direito a participar da sucessão de seus bens. IBDFAM.ORG.BR Obs.: A Lei Clodovil – Lei 6015/73 – alterou o art. 57, §8º. Adoção de sobrenome (do padrasto). Casamento: Natureza jurídica: Caio Mário SP e SR – Contratualistas: Casamento como contrato: Se não há vontade não há casamento. Daí a ideia de um contrato. Maria Helena Diniz e WBM – Institucionalistas: Casamento como instituição: Não admite contrato entre as partes. FT/FS e EOL – Teoria mista, híbrida ou eclética – Conciliação das duas teorias anteriores: Casamento seria um contrato em sua formação (já que a vontade é fundamental para a sua formação) e o seu conteúdo é de instituição (normas pré-estabelecidas pelo Estado que não admite contrato entre as partes). Todavia, essa teoria mista é considerada inadequada. O casamento com seu conteúdo de instituição estaria limitando a vontade dos cônjuges, estaríamos diante do Estado interferindo na relação privada do instituto do casamento. Por isso o art. 1566, CC começa a ser questionado e fica difícil defendermos, hoje, o casamento como instituição. A preocupação hoje é com o ser e não com o ter. Portanto, vem prevalecendo a ideia da natureza jurídica do casamento como um contrato. E, ainda, somando à ideia de intervenção mínima do Estado. Características: Ato personalíssimo – Doutrina majoritária vai afirmar que o casamento é ato personalíssimo. Analisando melhor: Ato do casamento x vínculo constituído a partir desse ato: Ora, com procuração é possível celebrar casamento. Com 16 anos também já é possível celebrar casamento, todavia, se faz necessário a presença dos pais. Assim, será mesmo que o casamento é um ato personalíssimo? Já o testamento não admite assistência, não admite representação, ou seja, o testamento sim é ato verdadeiramente personalíssimo. Agora, os direitos e deveres criados a partir da constituição do casamento são personalíssimos. Liberdade – Liberdade na escolha, na constituição e na desconstituição do casamento. Diversidade de sexos (transexual) – ADI 4277: Supremo admitiu a união estável homoafetiva. Argumentos para o casamento homoafetivo §3º, 226 CF/88 + Estado é laico e o casamento é civil. Antigamente, a preocupação era com a procriação da espécie. Há muito tempo você consegue procriar sem casamento e sem sexualidade: Reprodução assistida. Baseando-se nesses argumentos o STJ admitiu um casamento homoafetivo – Recurso Especial 1.183.378 Rio Grande do Sul. Obs.: Decisão recente. Por isso muitos manuais ainda colocam como característica do casamento a diversidade de sexos. União permanente – Tem como estabelecer um casamento com prazo determinado? Não há como determinar um prazo para o término do casamento. Todavia, o mesmo pode terminar, naturalmente, a qualquer tempo. União exclusiva – P. da Monogamia ou valor? Crime de Bigamia. Dissolubilidade – Divórcio é um direito potestativo e, portanto, não depende da colaboração da outra parte. Solene – Casamento é ato solene. Testemunhas, leitura da forma fundamental, portas abertas. Tão solene quanto, somente o testamento. É possível casamento pulando de paraquedas, casamento debaixo d’água? Não. Ou será celebrado depois ou já foi antes. Nesses casos, é encenação já que o casamento é algo solene. E casamento por vídeo conferência? Também não é possível. Quem garante que o noivo, por exemplo, não está sendo coagido do outro lado? É isso que busca a solenidade: a livre manifestação da vontade. Agora, se ao lado da noiva estiver um procurador, será um casamento por procuração e assim será válido. Transexual x travesti x homossexual: Classificação internacional das “doenças” – homossexualismo saiu dessa classificação. O homossexual está satisfeito com o seu sexo, ele apenas gosta do mesmo sexo. O transexual, por sua vez,se sente no corpo errado, por isso busca a cirurgia de mudança de sexo. Questão psíquica. Considerada uma síndrome. Na época em que não era admitida a cirurgia observou-se um alto índice de suicídios e automutilações. Já o travesti se veste como mulher em algumas ocasiões e não busca a cirurgia. É, também, uma questão psíquica. Resolução do Conselho Federal de Medicina 1955/2010 – Para ser submetido à cirurgia de mudança de sexo, o paciente será acompanhado durante 02 anos por uma equipe multi disciplinar. Após 02 anos, constatada a síndrome, é feita a cirurgia. Bancada pelo SUS. Todavia, aquele que busca a cirurgia busca também o pré-nome e o sexo no seu registro civil. Questão polêmica. Pode colocar em risco terceiro de boa-fé. Questão de prova: X casou-se com Y sem saber que a mesma fez mudança de sexo, já que ela, além de não contar a verdade, mudou o sexo e o seu pré-nome. Assim, com a constituição do casamento, X descobre e não fica satisfeito. O casamento, nesse caso, seria inexistente, nulo ou anulável? Inexistente não seria possível, pois houve a diversidade de sexos. Seria anulável, erro essencial contra a pessoa do outro cônjuge. A melhor solução seria autorizar a mudança de nome e de sexo, e conter no registro que ocorreu uma mudança de pré-nome e de sexo. Assim, a pessoa não seria prejudicada (apesar de que para alguns isso é visto como descriminação) já que o seu RG não apresenta o sexo, então, no dia-a-dia a pessoa poderia usar o RG sem receio algum. Recurso Especial 737. 993/MG. Recurso Especial 100 8398/SP. Finalidades: art. 1511 e art. 1513 CC – Livre desenvolvimento de cada um de seus membros. Esponsais: Não existe mais essa figura no Código Civil, todavia, existe socialmente figura muito próxima aos Esponsais. No Reino os Esponsais eram uma promessa formal de casamento. Exemplo: Marcelo pede Bruna em casamento e os dois marcam a data do casamento. Bruna, então, compra os convites, encomenda o vestido, começa os preparativos para a festa quando Marcelo confessa a ela sua vontade de não mais casar. Caberiam, nesse caso, danos morais? No caso de dano patrimonial, sabemos que existiria já que Bruna gastou dinheiro com os preparativos. Entretanto, não caberiam danos morais já que não casar é um direito de Marcelo. Mesmo deixando Bruna na expectativa, não caberiam danos morais. O melhor a se fazer, então, seria Marcelo se casar e, logo após, se divorciar. Já que não há prazo para o divórcio. E, casando, Marcelo não terá que pagar nem os danos patrimoniais. Obs.: O mesmo ocorre com os presentes. Doação sob condição suspensiva, art. 546. Os presentes dados aos noivos devem ser devolvidos se o casamento não acontecer. Seria justo Marcelo responder pela prática de um ato lícito, que é o direito de não casar? Não. Se Marcelo, todavia, na data do casamento, fala-se em público que não queria se casar com Bruna a deixando-a totalmente arrasada e sem graça caberiam sim danos morais. Baseando-se no art. 186, exercício abusivo do direito. Marcelo estaria exercendo seu direito, mas de maneira abusiva. Estaria expondo o outro de forma abusiva. Casamento civil e religioso: 1515 e 1516 CC – Antigamente casamento era celebrado apenas pela Igreja, a partir da separação da Igreja e do Estado o casamento passou a ser Civil. Todavia, não se conseguiu distanciar totalmente a igreja das celebrações de casamento já que a própria sociedade não tolerou isso. A partir da Constituição de 88 desde que preenchidos os requisitos o casamento religioso poderá ter os mesmo efeitos do casamento civil (art. 226, §1º e §2º, CF/88), mas, entretanto, devemos ter em mente que o casamento é civil. Duas hipóteses de casamento religioso produzindo efeitos de casamento civil: 1ª hipótese: Casal pega a certidão, leva para o ministro religioso e, no prazo de 90 dias, é feita a celebração religiosa, sem a participação do Estado. Após a celebração, têm o mesmo prazo para que a certidão retorne para o cartório para que seja feito o registro. Aqui, tem-se apenas uma celebração: a celebração religiosa com o registro. A partir da celebração do casamento já se pode dizer que o casal está casado. E não, todavia, a partir do registro. O registro, portanto, não tem natureza constitutiva, mas tão somente declaratória. 2ª hipótese: Raquel e João celebraram casamento em 1960. Celebraram, por óbvio, na igreja. Agora, em 2012 pergunta-se para Raquel qual o estado civil? E em qual cartório foi celebrado o casamento? Raquel diz ser casada. E diz que não havia cartório naquela época, assim, perante o Estado é solteira, não há casamento. Pode-se falar em uma União Estável. A qualquer tempo eles podem pedir que esse casamento religioso produza os mesmo efeitos de um casamento civil. Assim, não havendo impedimento matrimonial entre Raquel e João, considerar-se-ão Raquel e João casados a partir de 1960, ou seja, a partir da data da celebração. Obs.: O pedido deve ser formulado por ambos. E se o casamento tivesse sido celebrado em um terreiro de candomblé? Tribunal de Justiça da Bahia. Capacidade para o casamento: art. 1517 a art. 1520 – Idade núbil, hoje, é de 16 anos para homens e mulheres. No Código de 16 a idade núbil era de 16 para a mulher e de 18 para o homem. A doutrina majoritária, entretanto, tratava essa questão como inconstitucional em relação à igualdade entre homens e mulheres. Assim, o legislador, perante a atual constituição, alterou a idade núbil de 16 anos para ambos. Entretanto, até os 18 anos os dois são relativamente incapazes. Assim, pode-se realizar casamento com 16 anos, mas depende de assistência dos pais ou de um tutor (representante). E ainda que os pais não autorizem o casamento é possível celebrar o casamento a partir do Suprimento judicial – juiz verificará se o suprimento dos pais é justo ou não. Entretanto, obrigatoriamente, o regime de bens será separação legal, obrigatória de bens. Os pais poderiam reclamar na justiça, todavia, até o Tribunal se manifestar o relativamente incapaz já terá atingido a idade de 18 anos. Por isso, hoje em dia isso é quase que irrelevante. E o emancipado? Pode celebrar casamento? O posicionamento majoritário diz que o emancipado não necessita da autorização dos pais para a celebração de casamento. Entretanto, o critério idade continua sendo critério para certas atividades e a capacidade civil trazida pela emancipação não é válida para esses casos. Por isso, com 16 anos, mesmo emancipada, não poderá comprar um cigarro e muito menos tirar carteira. Obs.: É possível o casamento válido abaixo da idade núbil: O art. 1520 nos apresenta duas hipóteses, todavia, apenas uma continua em vigor já que em 2005 ocorreu uma mudança no Código Penal que alterou os crimes contra os costumes. Não é mais hipótese de extinção de punibilidade. Assim, somente o casamento em caso de gravidez ainda é válido. Verificar art. 107 do Código Penal. Obs.: Não responde criminalmente. A responsabilidade criminal é somente a partir de 18 anos, de acordo com o Estatuto da Criança e Adolescente. Agora, civilmente, ela responderá. O casamento emancipa. E, uma vez emancipada, continua emancipada mesmo após o divórcio. Logo, casamento por si só emancipa. Emancipação voluntária (a partir dos 16 anos) x emancipação legal. Art. 5º, p. único, Código Civil. Impedimentos matrimoniais: art. 1521 e art. 1522. Causas suspensivas: art. 1523 e art. 1524. Disposições Gerais Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveresdos cônjuges. Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida instituída pela família. Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados. Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração. Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o casamento civil. § 1º O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa dias de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer interessado, desde que haja sido homologada previamente a habilitação regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro dependerá de nova habilitação. § 2º O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art. 1.532. § 3º Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos consorciados houver contraído com outrem casamento civil. Da Capacidade Para o Casamento Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil. Parágrafo único - Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631. Art. 1.518. Até à celebração do casamento podem os pais, tutores ou curadores revogar a autorização. Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz. Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez. Verificar art. 107 do Código Penal. Dos Impedimentos Art. 1.521. Não podem casar: I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V - o adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas casadas; VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. II – Os afins em linha reta. Afins em linha reta – É o vinculo existente entre um cônjuge e os parentes do outro cônjuge. Amanda e Daniel se separam. Amanda não pode se casar com o pai de Daniel e nem com o filho de Daniel. Todavia, após a morte de Daniel ou o divórcio (fim do casamento) Amanda pode se casar com o irmão de Daniel. Obs.: E a filha de Amanda pode-se casar com o filho de Daniel? Sim, já que afinidade não gera afinidade. Entretanto, se ocorrer adoção unilateral, agora os dois (filho de Amanda e filho de Daniel) passam a ser irmãos, então, a partir da adoção os dois não poderiam se casar. Inciso III – Daniel adotou Fred. Fred é casado com Amanda. Amanda não pode se casar com Daniel. Por óbvio, por se tratar, novamente, de afins em linha reta. Casamento entre tio e sobrinha é casamento nulo. Todavia, num segundo momento é possível. Desde que preencha os requistos (exemplo exame médico de risco de descendência). Casamento avuncular: deve-se passar por uma junta ética. Decreto Lei 3200/41. V – Adotado com o filho do adotante: São irmãos. VII – Felipe mata o marido de Bruna para que a mesma fique viúva e eles possam se casar. O legislador, entretanto, deixou expresso no inciso VII que esse casamento não poderá ocorrer, e, caso ocorra, será nulo. Entretanto, o impedimento é em caso de homicídio doloso. Ou seja, para aquela pessoa que voluntariamente tirou a vida do outro com a intenção de se casar com o outro conjugue, já que o casamento só termina com o divórcio ou com a morte. E no exemplo dado, ambos estavam felizes e não tinham intenção alguma de se separar. Caso ocorra um homicídio culposo, ou seja, X atropela Y sem a intenção de acabar com sua vida e, muito menos, sem a intenção de se casar com sua mulher e X acaba por se aproximar da viúva (serviços prestados, telefonemas para saber se a mesma está bem, está precisando de algo), aqui pode ser possível o casamento. Obs.: Em regra quem é impedido para o casamento, também é impedido para a união estável. Obs.: Casamento putativo – irmão que se casam, de boa-fé, sem saber que são irmãos. Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz. Parágrafo único - Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo. Os impedimentos são defeitos graves – “não podem”. As causas suspensivas são defeitos leves –“não devem”. Se o casamento se realiza sem respeitar o impedimento matrimonial é casamento nulo. Se o casamento desrespeitar as causas suspensivas é casamento válido. As causas suspensivas não anulam o casamento. Apenas terão a separação obrigatória de bens. Obs.: Os impedimentos ora são por questão biologia, ora por questão moral. Das Causas Suspensivas Art. 1.523. Não devem casar: I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. Parágrafo único - É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo. Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins. As causas suspensivas são estabelecidas ora para evitar confusão de sangue, ora para evitar confusão patrimonial. Exemplo: Amanda era casada com Daniel. Daniel morre e, poucos dias depois, Amanda se apaixona por Fred. Todavia, os dois devem esperar 10 meses para se casar. Para que não ocorra confusão na hora de saber quem é o pai. O falecido ou o novo marido? Hoje em dia, todavia, existem exames que ajudam a resolver essa questão. Exemplo: Daniel celebra casamento com Maria e leva consigo o patrimônio que não era só dele e sim dele e de Amanda. Há, aqui, risco de confusão patrimonial. O casamento é válido, entretanto, com separação total de bens: Inciso III. Obs.: Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição,transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. Obs.: A capacidade testamentária ativa a idade é a mesma para o casamento (16 anos) e entre 16 e 18 anos não depende de assistência. Testamento é ato verdadeiramente personalíssimo. Embora a idade seja a mesma há essa diferença. Processo de habilitação – art. 1525 em diante. Publica-se no jornal e fica fixado no cartório durante 15 dias. O novo código civil introduziu uma mudança o processo de habilitação vai para o MP e depois para o juiz homologar. De 2003 até 2009. Agora, no art. 1526 isso foi alterado. Se alguém questionar será mandado ao juiz, senão será resolvido no cartório mesmo. E, se o promotor não quiser manifestar ele não precisa participar do processo de habilitação do casamento, já que o MP é independente. Portanto, manda-se ao MP (já que a lei exige) sabendo que ele não irá se manifestar e, assim, o MP devolve sem manifestação. Hoje, então, o MP não se manifesta mais para habilitação do casamento. Obs.: Isso ocorre na prática. Todavia, segundo a legislação deve-se passar pelo MP, é uma exigência. Obs.: Somente para o juiz que não se deve mandar mais. Celebração do casamento – art. 1533: Em caso de moléstia grave pode ser feito no hospital. Fora isso é o celebrante que define o local, dia e horário. Art. 1529. Para o casamento pode-se ter duas, quatro ou seis testemunhas. E Podem ser parentes (exceto no casamento nuncupativo). Casamento nuncupativo – art. 1540 e art. 1541: Necessita-se de seis testemunhas e as mesmas não podem ter parentesco na linha reta nem na linha colateral no segundo grau. A princípio, esse casamento pode ser celebrado apenas com um dos cônjuges com risco eminente de vida e 06 testemunhas. Posteriormente, o juiz de oficio analisará se existem impedimentos matrimoniais. Não havendo impedimentos o casamento será formalizado (o casamento, todavia, ocorreu desde a data da celebração). Esse casamento, portanto, apresenta grande risco de fraude, já que o mesmo pode ser às pressas. O casamento nuncupativo é uma exceção, portanto, se faz necessário, imprescindivelmente, 06 testemunhas presentes (caso de inexistência de casamento). Casamento em caso de moléstia grave – art. 1539. Aqui se tem habilitação e a presença do Estado para que ocorra o casamento. Dá tempo de ter a celebração e a habilitação. Pode-se, inclusive, celebrar o casamento no hospital. Diferentemente do casamento nuncupativo que nem isso dá tempo. É tudo às pressas. Casamento por procuração – art. 1542. Quem geralmente celebra casamento por procuração? Isso era muito comum antigamente. Poucas pessoas celebram, hoje, casamento por procuração. É o caso do preso. Se o juiz não autorizar sua saída ele pode celebrar casamento por procuração. E também é o caso de pessoas que estão fora do país, e podem, inclusive, celebrar o casamento no consulado de seu país (não precisa, então, estarem em seu próprio país). Não vale procuração por instrumento particular. E a procuração tem que ser com poderes especiais, específicos. Deve ser feita, ainda, por escritura pública. Ou seja, deve ser feita perante um tabelião. E essa procuração tem um prazo, prazo de 90 dias. Se o casamento não for feito no prazo de 90 dias, deve-se fazer uma nova procuração com prazo de 90 dias. Obs.: Duas pessoas podem celebrar casamento em que os dois lançam mão do uso da procuração? A corrente majoritária diz que sim, mas cada um deve ter o seu procurador. Para que não ocorra conflito de interesses. Obs.: Testamento, no Brasil, deve ser escrito. Existe uma única hipótese para que ocorra testamento oral. A exceção é para o militar que está em combate ou ferido. Assim, ele pode manifestar sua vontade para duas testemunhas, o que, também, pode-se configurar como um grande risco de fraude. Casamento inexistente – Não encontramos casamento inexistente no CC, ele é criação da doutrina e jurisprudência. Três hipóteses de casamento inexistente: 1ª Identidade de sexos (?). Para a doutrina tradicional, casamento entre pessoas do mesmo sexo seria um “nada jurídico”. Não teria como produzir efeito jurídico. 2ª Falta de celebração. Casamento celebrado no fundo do mar, declaração de inexistência. 3ª Ausência total de consentimento. Diferente de consentimento viciado (sob coação, por exemplo, seria anulável). Exemplo de casamento com ausência total de consentimento: Aproveitamento de documentos roubados ou perdidos. As três hipóteses acima ficaram sem regulamentação já que não existe nulidade virtual, somente nulidade textual. Por isso criou-se a teoria do casamento inexistente. Casamento nulo – art. 1548 e art. 1549: Casamento nulo não tem prazo para requerer nulidade. Casamento nulo é casamento que desrespeita impedimento matrimonial: 1º hipótese – Parentes: Avô casou-se com a própria neta. O irmão casou-se com a irmã. A sogra casou-se com o genro. 2º hipótese – Enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida social (absolutamente incapaz). Os impedimentos geram nulidade do casamento. Obs.: Portador de Síndrome de Down pode celebrar casamento? Depende. Depende do grau de incapacidade dessa pessoa. Casamento anulável – art. 1550: Casamento anulável tem prazo para requerer nulidade. Art. 1550: “... por falta de idade, casamento será sempre anulável”. Exemplo: Casou-se bêbado. Hipóteses: Erro essencial. A lei estabelece o que será considerado erro essencial, art. 1557, I, II, III e IV. I – Identidade (inclusive identidade social do cônjuge), honra e boa fama. Y descobriu que X é garoto de propaganda. Descobre-se um fato após o casamento. II – Descobriu que Fred é o maníaco do Parque, todavia, se descobrisse que Fred passou um cheque sem fundo, não se falaria em erro essencial. III – Defeito físico irremediável, doença grave transmissível. Dos tipos de impotência, somente a impotência coendi (instrumental), pode gerar anulação do casamento. A questão é como se provar isso? No passado, apresentava-se atestado anexo de virgindade. Hoje em dia isso é mais difícil. Câncer é doença grave, mas não é transmissível. HIV, por sua vez, ainda hoje é vista como grave e transmissível. IV – Doença mental grave manifestada após o casamento. Exemplo: Esquizofrenia. Coação. Por falta de idade casamento será sempre anulável, exceto em casos de gravidez. Também é anulável casamento realizado perante autoridade incompetente. A lei não especificou, mas para ser anulável a incompetência tem que ser em razão do lugar. Se for em razão da matéria, isso equivale à falta de celebração (hipótese de casamento inexistente). Casamento realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges. X morre antes do casamento: Casamento inexistente, quem garante que ele não iria revogar o mandato? Morto não demonstra vontade, e para o casamento isso é fundamental. Atenção ao art. 689. O art. 689 trata de questões patrimoniais. Obs.: No caso do inciso VI do art. 1550, é anulável se for referente ao lugar. Caso seja referente à matéria, será casamento inexistente. Art. 689. São válidos, a respeito dos contratantes de boa-fé, os atos com estes ajustados em nome do mandante pelo mandatário, enquanto este ignorar a morte daquele ou a extinção do mandato, por qualquer outra causa. Somente para questões patrimoniais. Obs.: O Padre pode celebrar casamento. Posteriormente, ele poderá ter problemas com a igreja. Com o Estadoele não terá nenhum problema, já que Padre não se enquadra em nenhuma hipótese de casamento inexistente, nulo ou anulável. Obs.: Para a doação de órgãos morte é morte cerebral. Para qualquer outra situação morte é a ausência de sinais vitais, nesse caso pode-se abrir sucessão. Obs.: Como regra, casamento tem efeitos ex tunc. Ou seja, retroage. Obs.: Plano da existência, da validade e da eficácia (produz efeitos ou não). A eficácia pode existir não só para os negócios válidos como também para os inválidos. Obs.: Em matéria de casamento quem pode querer nulidade? Os interessados e o MP. Juiz não decreta nulidade em matéria de casamento. Obs.: Casamento celebrado aos 12 anos sem autorização do juiz é anulável, já que em matéria de casamento não há nulidade virtual, somente nulidade textual. Significa que um casamento só será nulo ou anulável se existir previsão expressa em lei. Temos que trabalhar com o que está escrito no CC. No caso, art. 1550. Divórcio x anulação do casamento – É muito mais simples, hoje, conseguir o divórcio do que pedir a anulação do casamento. “Excelência eu quero o divórcio”, pronto. “Excelência eu quero anulação porque X é garoto de programa”, deve-se provar. Os efeitos do divórcio serão diferentes dos efeitos da anulação. Em caso de divórcio o estado civil será divorciado. No caso de anulação, recupera-se o status anterior ao casamento. Se era divorciado, volta a ser divorciado. Se era solteiro, volta a ser solteiro. Por questões morais, sociais ou religiosas isso é muito importante para algumas pessoas. E, ainda, existe o aspecto patrimonial. Com a anulação pode-se ter um benefício patrimonial, diferentemente do divórcio. Ainda, se X anula o casamento não terá mais sogro e não existirá impedimento matrimonial. Obs.: Cuidado. Antes de se casar Mariana era divorciada, casou-se novamente e pediu a anulação deste último casamento. Seu estado civil voltará ao anterior, ou seja, ela será divorciada. O divórcio é certo, já para a anulação deve- se provar a causa. Três situações: 1ª Fred diz “sim”, Amanda não diz nada. Casamento Inexistente – Ausência total de consentimento. 2ª Doente mental – Casamento Nulo. 3ª Drogado ou bêbado – Manifestou vontade – Casamento Anulável. Mariana e Fred se casaram em 2006. Estamos em 2012 e Débora levou Mariana para conhecer o clube das mulheres. Chegando lá Mariana viu que Fred participava do show e, inclusive, fazia programas. Nesse caso, mesmo ela descobrindo o fato após o casamento, ela não poderia pedir a anulação do casamento mais. Isso porque casamento anulável tem prazo para requerer nulidade. Art. 1560 – Prazo. 180 dias, 02 anos, 03 anos e 04 anos. Prazo máximo é de 04 anos, que é o caso de coação. Casamento putativo – art. 1561 a art. 1564: Casamento anulável ou nulo, que em respeito à boa-fé dos cônjuges produz seus efeitos de válido até o dia da sentença anulatória. Ou seja, efeitos, aqui, serão ex nunc (com benefícios). Se as pessoas continuarem a viver sob o mesmo teto, a relação é caracterizada como concubinato (pois há impedimento). Nessa hipótese, não estaremos diante de um casamento, nem de união estável. Por isso será concubinato. Regra: Quem é impedido para o casamento, também é impedido para a união estável. União estável é entidade familiar, concubinato não é entidade familiar. Exemplo: Fred e Amanda têm mais de 10 anos de casamento e o MP descobre que os dois são irmãos. Isso é hipótese de casamento nulo. E, sendo nulo, não há prazo para requerer nulidade. Assim, terá uma sentença declarando nulidade. E, como regra geral, os efeitos seriam ex tunc (sem benefícios). Todavia, como apagar os minuentes? Filhos, bens e etc. Por isso, em respeito à boa-fé de um ou ambos os cônjuges produzirá, nesse caso, efeitos ex nunc. Assim, até a sentença, o casamento produzirá efeitos de válido (para o cônjuge de boa-fé). Inclusive, participará da sucessão do cônjuge (em caso dele morrer antes da sentença deixando patrimônio). O casamento sempre produzirá efeitos de válido em relação aos filhos, mesmo ambos os cônjuges estando de má-fé. Entre os cônjuges, todavia, não será considerado o casamento para nenhum dos dois. Exemplo: Fred (200 mil) casou-se com Amanda (300 mil). Regime universal de bens. Hipóteses: Os dois de boa-fé: Aqui não faria diferença divórcio ou anulação. Fred e Amanda ficariam, cada qual, com 250 mil. Já que se trata de regime universal de bens. Em termos de patrimônio fará diferença nos dois casos abaixo – Os dois de má-fé: Fred ficará com seus 200 e Amanda com seus 300. Um de boa-fé outro de má-fé: Para o que estava de boa-fé o casamento produzirá os efeitos de válido até a sentença, assim ele tem direito a metade do patrimônio do outro cônjuge. Ficaria então, por exemplo, Fred com 100 mil e Amanda com 400 (seus 300+100 mil de Fred). Exemplo: No ato da celebração Fred não sabia que eles eram irmãos. Após o casamento, ele descobriu. Assim, considera-se Fred de boa-fé ou má-fé? Art. 1561. § 1º Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão. Assim, reclama-se boa-fé na celebração do casamento. Exemplo: Fred, antes da sentença, morre e deixa patrimônio de 120 mil para ser inventariado. Amanda (de boa-fé) participa da sucessão. ... Obs.: Anulação é gênero, utiliza-se tanto para nulidade quanto para anulabilidade. Pode a anulação ser por defeito grave (será hipótese de nulidade de casamento), ou por defeito leve (será hipótese de anulabilidade). Como vimos, dependendo da hipótese de anulação de casamento, a pessoa pode ter um benefício patrimonial. Por isso, pode ser interessante, no caso concreto, ao invés de se pedir um divórcio, pedir a anulação de um casamento mesmo que este demore mais. Prova do casamento: “Prove que você é casada”, é só levar a certidão do casamento. Perdeu a certidão, é só ir ao cartório e pedir 2ª via. O cartório pegou fogo/inundou, aconteceu na região serrana do Rio de Janeiro, assim, a lei autoriza qualquer meio de prova. Somente na hipótese de impossibilidade de se adquirir o registro. Fora a certidão, qualquer outra prova é considerada prova supletória, já que é necessário provar a impossibilidade dita acima. Há, ainda, a posse de estado de casado – Três elementos: Nome, tratamento e fama. Foi isso que aconteceu no RJ, já que as pessoas perderam tudo, inclusive, todos os documentos. Após 77 a adoção de nome passou a ser faculdade. Assim, o primeiro elemento, nome, não poderá ser usado nesses casos. Para isso existem os outros dois elementos. Obs.: Isso é admitido para casamentos celebrados no Brasil. Obs.: Para casamento no consulado brasileiro, os dois devem ser brasileiros. Se uma brasileira casa- se com um Frances eles não poderão se casar no consulado brasileiro, eles se casarão de acordo com o regime Frances. Caso eles venham para o Brasil, eles terão que legalizar aquela certidão no consulado brasileiro. Atenção: A prova do casamento não pode ser confundida com efeitos do casamento. Para saber quais os efeitos do casamento, aplica-se a lei do domicílio. Said tem cinco esposas em seu país. Aqui no Brasil, somente o seu primeiro casamento seria considerado válido. Os outros quatro seriam concubinato. A prova do casamento, por sua vez, ... se a lei Argentina for mais benéfica art. 5º CF/88. Efeitos jurídicos: Sociais. Pessoais. Patrimoniais. Sociais – Estado civil, Emancipação, Presunção de paternidade e Instituição de família. Obs.: União estável não gera estado civil. X compra o apartamento deAndreia sem saber que ela e Anderson têm uma união estável. Assim, X compra o apartamento e, posteriormente, Anderson descobre a venda, venda, inclusive, que ele não estava sabendo e muito menos concordou. Detalhe, o apartamento também era dele (união estável, 50% de cada um). Anderson pode requerer algo de X? Não. X não é obrigado a saber que Andreia e Anderson tinham uma união estável, já que Andreia, quando questionada, disse ser solteira. Pessoais – Deveres de ambos os cônjuges. Questão ultrapassada, art. 1566. Tinha importância grande quando admitíamos a discussão de culpa na dissolução do casamento. Hoje em dia isso não ocorre. E pede-se o divórcio direto. Igualdade entre os cônjuges. Só que no Processo Civil no art. 100 ainda há uma desigualdade entre marido e mulher. Mulher tem foro privilegiado para ajuizar ação. O foro, de forma geral, é o domicílio do réu. Ele já está sendo acionado, então, deve-se prevalecer o domicílio dele. Fica mais fácil dele se defender. Todavia, algumas pessoas terão um tratamento diferenciado por força de uma hipoeficiência. Exemplo: o alimentando tem foro privilegiado, já que ele está numa situação de necessidade. Outro exemplo é o caso da mulher, art. 100 CPC. Para muitos ainda há uma desigualdade social entre homens e mulheres, para outros a questão advém de um entendimento inconstitucional e deveria prevalecer a regra do domicilio do réu. E, ainda, há uma posição intermediária que analisará o caso concreto. Exemplo: A mulher é juíza de direito e o homem é dono de casa. Nesse caso, ele poderá ter o foro privilegiado. Patrimoniais – Analisaremos cada um dos regimes de bens. Não existe casamento sem regime de bens. Em todo casamento necessariamente haverá um regime de bens. Temos quatro regimes tipificados no código. Exemplo: Fred e Amanda irão se casar e Fred a deixa escolher o regime. Ela não gosta de nenhum dos regimes tipificados, ela pode, então, criar um regime próprio? Sim, de acordo com os princípios essa possibilidade existe. Ex.: Comunhão universal, mas não quero que a Fazenda Santa Izabel venha a se comunicar. Assim, não será comunhão universal pura, porque está se excluindo um bem, todavia, o regime será válido. Ex.: Apenas os bens imóveis irão se comunicar. Obs.: O que não se pode fazer é contrariar disposição absoluta de lei. Ex.: No nosso casamento, na hipótese de morte de um dos cônjuges, o sobrevivente herdará antes dos filhos. Inválido, contraria uma norma de ordem pública. Ex.: Em hipótese de divorcio não haverá pensão alimentícia. Inválido. Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta de lei. Obs.: Projeto estatuto das famílias a ideia é criar um microssistema das famílias. Com regras de direito material e processual. Assim, o direito de família “sairia” do CC. É, por enquanto, apenas projeto. Princípios: Variedade de regimes e liberdade na escolha de um dos regimes tipificados, como também liberdade na criação de um regime próprio: um regime híbrido. Pacto antenupcial: É negocio solene, e, por isso, obrigatoriamente deve ser feito por escritura publica (cartório de notas). Feito por instrumento particular é nulo. Assim, prevaleceria a comunhão parcial, já que por instrumento particular seria inválido. No Brasil não existe prazo para que após a feitura do pacto nupcial o casamento se realize. Assim, podemos ter pacto nupcial válido, mas não eficaz já que o casamento não se concretizou. Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento. Obs.: O Código Civil Português apresenta o prazo de 01 ano para que o casamento seja feito após a feitura do pacto nupcial. Exemplo: Com 16 anos pode-se fazer pacto nupcial? Antes do CC era possível sim. Se é autorizada para o casamento, quem pode mais pode menos. No CC, entretanto, prevaleceu a ideia de que ate o casamento a pessoa é relativamente incapaz. Necessita-se, então, de assistência já que o pacto é feito antes do casamento e só se emancipa após o casamento. Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à aprovação de seu representante legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de separação de bens. Obs.: Para a produção de efeitos erga omnes (para todos) tem que levar para o cartório de imóveis. Inclusive, mesmo sem a existência de bem imóvel. Certidão atualizada – Quem comprar o imóvel saberá que X é casado com Y pelo regime tal. Ou seja, não é somente o pacto nupcial que produzirá efeitos erga omnes. Art. 1.657. As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois de registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges. Obs.: Pacto antenupcial é ato notarial (cartório de notas) já mudança de regime de bens é ato judicial. Obs.: 26/12/1977 – Antes da lei do divórcio o casamento era de comunhão universal, se não houvesse pacto antenupcial. Após a lei do divórcio, na ausência de pacto nupcial, o regime será de comunhão parcial. Ou seja, hoje, o regime de comunhão parcial de bens é automático. Para os outros regimes necessita-se de documento. Obs.: Faz parte de nossa cultura fazer pacto antenupcial? Não, raramente o Brasileiro comum faz. Mutabilidade: Mutabilidade do regime de bens na constância do casamento. Antes de 2002 o regime era imutável. Uma vez escolhido o regime de bens, após 05 anos de casamento, por exemplo, pode-se mudar o regime? Até o novo código civil não era possível. Os argumentos eram dois: A) Um cônjuge poderia influenciar o outro, uma vez conseguida a mudança de regime pegaria o patrimônio e pediria divórcio. B) Não se autoriza porque senão pode-se colocar em risco 3º de boa-fé que firmou negócio com os cônjuges. Apesar disso, o novo código civil autorizou a mudança de regime na constância do casamento. Todavia, alguns requisitos deverão ser cumpridos: - Não pode ser por litígio. - A mudança terá que ser feita com juiz. É ato judicial e o pacto é ato notarial. - O juiz de direito irá analisar as justificativas (pedido motivado). - O direito de terceiros é mantido. – §2º art. 1639: É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. Problemas: Se o juiz autorizou a mudança, a decisão produz efeitos ex tunc ou ex nunc? Depende de qual regime estarão saindo e para qual regime solicitarão a mudança. Exemplo: Pra ser comunhão universal deve-se retroagir, ou seja, ex tunc. Celebraram casamento em 91. Em 96 procuraram um advogado querendo modificar o regime. Em 96, a resposta foi de que infelizmente não seria possível. Até 96, existia um pensamento sobre a imutabilidade do regime. Em 2012 retornam ao escritório já que pelo novo código civil é, agora, possível ocorrer a mudança. Eles, entretanto, não poderiam solicitar a mudança. Art. 2.039. O regime de bens nos casamentos celebrados na vigência do Código Civil anterior, Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916, é o por ele estabelecido. Todavia, isso não prevalece nos dias de hoje. O artigo, inclusive, não proíbe tal feito. Ou seja, em momento algum esse artigo impede a mudança. O art. 2.039 se preocupa, então, em deixar claro que as regras que devem ser aplicadas ao casamento devem ser aquelas vigentes à época que o casal firmou o casamento. Ex.: Divórcio. Em 2050 eles teriam que buscar o código anterior para analisar as regras previstas para o divórcio daquela época. Assim, tranquilamentepelo STJ pode-se solicitar mudança mesmo quem celebrou casamento na vigência do código anterior. Regime de separação de bens: Legal ou obrigatório: O regime legal está no art. 1641 do CC. Algumas pessoas não têm liberdade na escolha do regime. A lei impõe esse regime para determinadas pessoas. São três hipóteses: 1ª Para aqueles que necessitam de autorização judicial para celebrar casamento o regime será de separação obrigatória. 2ª Impedimento matrimonial, que é defeito grave, o casamento é nulo. Já quem realiza o casamento desrespeitando uma causa suspensiva, que é defeito leve, não invalida o casamento, assim, obrigatoriamente, será separação legal, separação obrigatória. A 3ª e ultima hipótese e a mais criticada pela doutrina é obrigatório, também, regime de separação legal, separação obrigatória no casamento das pessoas com mais de 70 anos. Crítica: Quem falou que eles querem proteção? Eles têm plena consciência do que querem. Presumir incapacidade não é correto. Correto é presumir a capacidade. A incapacidade deve ser provada. Isso, presunção de incapacidade, não pode ser permitido em um Estado Democrático de Direito. Aos 70 anos pode ser Presidente da República e do Congresso Nacional, por exemplo. Pode-se fazer testamento. Assim, a doutrina discute a inconstitucionalidade dessa hipótese, tratando a mesma como discriminatória em razão da idade e incoerente. E até aumentando-se a idade, a doutrina continua afirmar se tratar de questão inconstitucional. Em um Estado de Direito isso não pode ocorrer. E mesmo as outras hipóteses são incoerentes: Se o juiz aceitou um casamento, aceitou a formação de uma nova família porque não deixar a pessoa escolher o regime? É por isso que no estatuto das famílias o regime legal não existiria. Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. Obs.: Quem celebra o casamento na separação legal depois pode solicitar a mudança do regime? STJ 2004~2005. O raciocínio que prevaleceu é de que seria possível se “cessada a causa que determinou a separação total dos bens”. Assim, o juiz poderá autorizar a mudança do regime. Exemplo: Raquel tinha 16 anos na época, agora ela já tem 21. Em 2010 o regime obrigatório era para o maior de 60 anos, posteriormente, com a revogação da lei e vigência da nova lei que estipulou, agora, a idade de 70 anos, X que tinha 62 anos (ou seja, não era maior de 70) poderia solicitar a mudança de regime. Isso porque a lei que estabelecia a idade foi revogada. A ideia é proteger o “incapaz” e não o patrimônio da família. Tanto é que o sujeito é livre para gastar seu dinheiro com o que quiser, inclusive sem se preocupar em deixar nada para os filhos. Na prática, pela Súmula 377 STF, a chamada separação obrigatória é uma comunhão parcial: “No regime da separação legal de bens comunicam-se os bens adquiridos na constância do casamento”. Assim, o Supremo acabou transformando um regime que seria de separação total em comunhão parcial. Porque o Supremo chegou a esse resultado: A mulher contribuiu e, mesmo assim, somente o marido ficar com os bens seria enriquecimento ilícito. Obs.: Matrícula do imóvel. Regime de separação de bens: Convencional, art. 1687 e art. 1688: Convencional por livre e espontânea vontade. Sumula 377 é somente na separação legal, já que não foi o casal que escolheu. Aqui, todavia, a escolha foi livre e espontânea do casal. Separação convencional. Fred com patrimônio de 800 mil (uma fazenda) e Raquel sem patrimônio. Fred sairia com os 800 (de sua fazenda) + 400 (da casa que ele comprou) e Raquel sairia com nada. O que pode ser pedido e conquistado é a pensão alimentícia alegando-se, por exemplo, que ficou combinado entre eles que Raquel não iria trabalhar e cuidaria da casa. Todavia, o que pode acontecer é que Raquel transfira 200 mil para Fred comprar uma casa de 800 mil para os dois. Fred compra em seu nome, com 600 mil seu e 200 de Raquel. Raquel contribuiu, então, com seus 200 mil, ela sai, assim, no divórcio, com o valor que entrou para comprar a casa (200 mil), se não seria enriquecimento ilícito. Detalhe, o ônus da prova é da Raquel, já que o juiz irá entregar a casa para Fred (já que a casa está no nome dele). Separação convencional. Fred com patrimônio de 800 mil (uma fazenda) e Raquel sem patrimônio. Caso Fred morra, Raquel não receberá nada como meeira. Eles não têm filhos, mas Fred tem três irmãos. O patrimônio (800 mil) ficará para quem? Raquel, como visto, não será meeira, mas se tornará herdeira. Meação e sucessão são institutos diferentes. Apesar de o regime ser separação convencional, apesar de não ser meeira, poder-se-á receber alimentos e poder-se-á se tornar herdeira. Art. 1.838. Em falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao cônjuge sobrevivente. Vênia conjugal, art. 1647: Obs.: Comunhão parcial – Levou para o casamento a fazenda. Caso Fred queira vender a fazenda ele deve ter a permissão de Raquel? Num eventual divórcio, a fazenda será só de Fred. Todavia, vênia conjugal é opção legislativa. Pelo novo código civil dos quatro regimes somente um dará absoluta liberdade para tal feito. Assim, basta adotá-lo que terá liberdade total para alienar ou gravar de ônus real bem imóvel. Esse regime é o da separação absoluta de bens, art. 1647. Nos demais regimes, então, é necessária a autorização do cônjuge. Outorga uxória = autorização da mulher. Outorga maridal = autorização do marido. Vêniaa conjugal = serve para os dois. A ideia da autorização é pela preocupação com a família, com a proteção dos bens da família. Obs.: A separação convencional é uma separação absoluta. A separação legal é absoluta? Pela Súmula 377, não se considera separação absoluta. Comunhão parcial de bens: Bens comunicáveis Bens incomunicáveis Comunhão parcial. Fred levou para o casamento sua fazendo no valor de 100 mil. Vende a fazenda e compra uma casa no valor de 100 mil. Divórcio. Fred sai com 100 e Raquel com nada. Ocorreu o que se denomina subrogação. E se vendeu a fazenda por 100 e comprou casa por 150. Fred 100 +25 e Raquel 25. Isso para a prova do professor. Na prática, cada um sairia com 75. Já que é difícil ele provar que um dia a casa foi comprada a partir de uma fazenda. O fato de ele ter vendido a fazenda por 100 não quer dizer que ele utilizou os mesmos 100 para comprar a casa. “Esta casa está sendo adquiria a partir de um bem tal, com valor tal”. E Raquel assina. Nessa hipótese, Raquel não conseguiria alegar bem comum. Todavia, na prática, pouquíssimas pessoas fazem isso. Então 75 para cada um. Fred prédio 20 milhões. E vai guardando o que recebe a partir do aluguel do prédio que é só dele. Raquel sem nada. Comprou uma casa. No divórcio, metade da casa para o Fred e metade para Raquel. Bem particular não se comunica, mas os frutos se comunicam (aluguel é fruto civil). Fred é fazendeiro e na constância do casamento resolveu plantar café. No divórcio a fazenda continua sendo só dele, mas o café será dividido. Fred levou para o casamento a casa. E o lote? Na constância do casamento ele fez a piscina, a churrasqueira e a quadra de tênis. O bem particular não se comunica, mas as benfeitorias realizadas no bem particular, na constância do casamento, se comunicam. Presume-se que houve participação dos dois na feitura das benfeitorias. Levou a casa, mas na constância do casamentoresolve fazer um puxadinho (não é benfeitoria é acessão). O puxadinho será dividido. Presunção de que foi feito pelo esforço de ambos. Ou seja, irá indenizá-la já que não se tem como separar a casa do puxadinho. Comunhão parcial – Fred e Raquel casados à aproximadamente 15 anos. Mega sena acumulada. Fred joga na mega sena e ganha. Antes de receber o bem ele pediu a separação. Homologada a separação, Raquel começou a estranhar e investigou. Assim, foi dividido e Raquel ganhou 7,5 milhões, já que foi sorteado na constância do casamento e a aquisição do bilhete foi, também, na constância do casamento. Cida Big Brother – Fato eventual. Se fosse provada a união estável, o rapaz receberia metade do prêmio. Ou seja, fato eventual se comunica. A casa é de Fred. Raquel mobília. Raquel sai com metade dos móveis. Presunção absoluta. Diferença entre comunhão parcial e comunhão universal. Rafael, 98 anos, patrimônio de 120 milhões. Rafael só tem um filho, Fred. Fred é casado com Raquel. Raquel apanha de Fred todo dia, mas prefere esperar até o pai de Fred morrer para receber, também, o patrimônio de Rafael, pai de Fred. Todavia, na comunhão parcial o que cada cônjuge ganha a título gratuito não se comunica. Assim, Raquel sairia sem nada (apenas com os hematomas das surras que levou calada). Herança ou doação = a título gratuito. Obs.: O normal é a presunção relativa, ou seja, admite prova em contrário. Exemplo de Presunção absoluta: Na comunhão parcial, se o bem foi adquirido na constância do casamento, a título oneroso, não importa quem adquiriu, cada um sairá com a metade. Trata-se, então, de presunção absoluta que não admite prova em contrário. Atenção: 1660, III. Art. 1.660. Entram na comunhão (comunhão parcial): III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges; Ora, isso ai é do âmbito de minha autonomia privada. Não deveria estar no Código. Portanto, não contraria o que estudamos acima. O que vale é a vontade. Isso não é regra do regime de bens. Obs.: Para adquirir um apartamento não precisa da permissão do cônjuge. Obs.: Separação absoluta é a convencional. A separação parcial não é absoluta por causa da Súmula 377 do Supremo. Os regimes são: Comunhão parcial. Comunhão universal. Separação total: Separação legal ou obrigatória (a lei obriga) e Separação convencional (você escolhe). Participação final nos aquestos. Regime de comunhão parcial de bens – art. 1658... Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes. Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em subrogação dos bens particulares; III - as obrigações anteriores ao casamento; IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. V – Óculos, cadeira de dentista, por exemplo, são excluídos da comunhão parcial e universal. Essa é a regra, todavia, trabalhemos, agora, com outras situações: Fred e Raquel são pobres e, mesmo assim, Raquel comprou um relógio no valor de 600 mil reais. Depois de 05 anos de casamento veio o divórcio. Ela pode alegar que o relógio é de uso pessoal? Não. Para esse casal isso passou a ser um investimento. Ou seja, deve-se analisar o caso concreto. Rafael dá para Márcia uma joia e um cartão com a sua assinatura dizendo se tratar de um presente para Márcia. Após alguns anos veio o divórcio. Márcia teria, então, duas alegações a ser feitas: Que se trata de objeto de uso pessoal e, ainda, na comunhão parcial o que cada cônjuge recebe a título gratuito não se comunica, caracteriza-se como uma doação. VI – Provento = salário. Com o salário do concurso público que Fred passou ele compra uma casa no valor de 800 mil reais. Raquel sairá, sim, com metade do valor da casa. O artigo, então, ressalta que o que não se comunica é o direito ao salário, o direito ao provento. Os bens adquiridos a partir do salário se comunicam. E se Fred não adquirisse nenhum bem e depositasse seu salário? Raquel sairia, também, com a metade do que está depositado. Fred – dano moral e dano estético – acidente de trabalho. A verba indenizatória tem natureza personalíssima, portanto, não se comunica à Raquel. Raquel estaria se beneficiando de um acidente alheio. E mesmo se Fred vender a casa que comprou com a indenização e comprar outra, Raquel não ficará com metade. O que ocorre, nesse caso, é subrogação. FGTS – A cada ano de trabalho o empregador terá que depositar na conta vinculada um salário dele. Casos previstos para que seja possível sacar o FGTS: Despensa sem justa causa, aposentadoria, doenças graves, aquisição da casa própria. Fred saca o FGTS para aquisição de casa própria. Raquel sairá com metade? Depende. Você entende que o FGTS é natureza salarial ou natureza indenizatória? Decisões de Minas – natureza indenizatória. STJ – natureza salarial. E o STJ vem modificando as decisões de Minas. Fred tinha 100 mil reais depositados no FGTS antes do casamento e comprou uma casa no valor de 400 mil com a ajuda de 300 mil que foi depositado, na constância de seu casamento, de seu FGTS. Fred sai com seus 100 mil iniciais + 150. Raquel, por sua vez, sai com 150 mil (300 mil – 150 para cada um). Ou seja, Raquel sai com o que foi depositado na constância do casamento. O que foi depositado antes e depois do casamento ela não tem Direito. E se o divórcio ocorrer antes do saque do FGTS? Quando ele fizer o levantamento do FGTS Raquel poderá cobrar o valor que ela tem direito. Ela ficará, então, com um “crédito”. Fred fez previdência privada, na constância do casamento, no valor de 1000 reais e Raquel, por sua vez, não fez. Raquel terá direito à metade já que previdência privada é um investimento, assim como terá direito à metade mesmo após o divórcio. E, ainda, mesmo se Fred utilizar o dinheiro da previdência privada para comprar uma fazenda, por exemplo, Raquel poderá pedir metade da fazenda. Quando Fred, todavia, completou 60 anos ele optou por receber a aposentadoria ao invés da previdência. Raquel, então, poderá pedir pensão. Ora, se para o FGTS existe esse pensamento, não se teria esse pensamento para a previdência privada? Pacto nupcial – Vamos nos casar no regime de comunhão parcial, todavia, a previdência não se comunicará = pacto nupcial válido. Fred emprestou para Mauricio 400 mil reais. Fred celebrou casamento com Raquel. Na constância do casamento, Maurício paga o que deve a Fred. Fred compra uma casa. Causa de aquisição do bem é anterior ao casamento. Quando se casou com Raquel, Fred já tinha direito a essa aquisição. O problema aparece quando nos deparamos com o seguinte caso: Um ano antes do casamento, Fred foi à caixa econômica federal e financiou um imóvel. 20 anos pagando prestações. Após 05 anos de casamento, eles se divorciam. Entendimento do STJ: o que Fred pagou antes do casamento é só dele. O que ele pagou, entretanto, na constância do casamento será dividido. Para evitar o chamado enriquecimento ilícito. Antes do casamento Fred compra a casa de Diego. Pagou antes do casamento. Fred não conseguiu registrar porqueDiego enrolou muito. Após 05 anos de casamento, Fred consegue fazer o registro. O juiz, do lado de fora, analisa que a casa foi adquirida na constância do casamento já que o registro só foi efetivado na constância do mesmo. Fred, então, deverá provar que Raquel não participou da compra. Fred pagou tudo sozinho, inclusive, antes do casamento. O que ocorre é que o ônus da prova será de Fred. Assim, provado, o juiz não dividiria o bem para não ocorrer enriquecimento ilícito por parte de Raquel. Sentença de usucapião tem natureza declaratória. Ou seja, declara um bem que já é da pessoa. Assim, o direito é só dele (Fred), portanto, não se comunica. Todavia, caso se complete na constância do casamento Raquel terá direito. Obs.: Bem imóvel – Só é dono quem registra. Obs.: O divórcio não se enquadra em nenhuma das hipóteses de levantamento do FGTS. Obs.: Verba de natureza salarial se comunica. Natureza indenizatória não se comunica, é personalíssima. Obs.: Art. 1659, V VI e VII – Nesses incisos encontraremos os bens que não se comunicam na comunhão parcial e nem na comunhão universal. Fred levou para o casamento (comunhão parcial) sua fazenda no valor de 100 mil. Raquel, por sua vez, não levou nada. Adquiriu uma casa a título oneroso no valor de 200 mil e vendeu a fazenda no valor de 100 e comprou um apartamento no mesmo valor. No divórcio cada um sai com quanto ou quanto será enviado para o inventário de Fred após sua morte? 100 só de Fred. – Fazenda. Casa de 200 mil = a título oneroso divide: 100 para cada. Raquel recebe como meeira e não como herdeira. Sitio de 400 mil = a título gratuito: 400 só dele. Fato eventual divide = 400 para cada. A resposta seria mil, todavia estaria errado: Estamos diante de uma sociedade conjugal, assim, deve-se analisar, também, a parte de Raquel. Ela já teria: 100 + 400 = 500. Ganhou na loteria 900 mil. 450 para cada um. E seus 300 de doação seriam só seu e, portanto, não se comunicaria para Fred. Ou seja, a resposta correta seria. Raquel = 100 + 400 + 450 + 300. Fred = 100 + 100 + 400 + 400 + 450. Regime de comunhão universal de bens – art. 1668... Regra: Soma tudo e divide por dois. Exceto os bens dispostos no art. 1659, V VI e VII e, ainda, os bens previstos em cláusula de incomunicabilidade. “Deixo a fazenda Santa Izabel para minha filha Fernanda com cláusula de incomunicabilidade”. E se fosse uma cláusula de inalienabilidade? Aqui, também, 100% da fazenda seria de Fernanda e só dela. Fernanda, não poderá, então, vender, alienar a fazenda. Após 05 anos ocorre o divórcio. Rafael, marido de Fernanda, não terá direito à metade já que a comunicação com o cônjuge seria uma alienação, por isso a cláusula de inalienabilidade implica a incomunicabilidade e a impenhorabilidade. Súmula 49 do STF + art. 1911 + o entendimento de que a cláusula de inalienabilidade implica a cláusula de incomunicabilidade. Súmula 49 do Supremo: “A cláusula de inalienabilidade inclui a incomunicabilidade dos bens”. Art. 1.911. A cláusula de inalienabilidade, imposta aos bens por ato de liberalidade, implica impenhorabilidade e incomunicabilidade. Obs.: Temos três cláusulas restritivas no Brasil e apenas a inalienabilidade é gênero e implica as demais. Obs.: Essas cláusulas restritivas só valem para uma geração. Com a morte de Fernanda, por exemplo, o patrimônio irá para os herdeiros dela sem nenhuma cláusula restritiva por parte do falecido pai de Fernanda. Só irá com cláusula restritiva se Fernanda o fizer para os herdeiros. Obs.: No seu próprio patrimônio você não consegue colocar as cláusulas restritivas. As cláusulas restritivas só podem ser estabelecidas através da doação ou sucessão. Art. 1.668. São excluídos da comunhão: I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva; III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum; IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade; V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659. II – Bens gravados de fideicomisso – Se assemelha ao usufruto, mas não se confunde com usufruto. Usufrutuário não é proprietário. Obs.: Quem comprar a casa comprará sabendo do usufruto de Fred. Deixo a casa para Mariana em usufruto de Fred até que ele passe num concurso público – Condição suspensiva. Partilha em vida – Leandro diz quais bens ficarão para os seus filhos (Raquel, por exemplo) quando ele morrer, mas deixa a casa em usufruto seu. O problema é que se tornando usufrutuário, então, Leandro não poderá mais vender a casa. Raquel, sua filha, quer vender a casa para o pai que está doente, todavia, ela é casada com Diego (comunhão parcial). Assim, mesmo que Raquel queira vender a casa para ajudar o pai, ela vai precisar que Diego autorize a venda. No fidecomíssio têm-se três personagens: Fideicomitente (testador), Fiduciário (1º beneficiário) e um segundo beneficiário que se chama Fideicomissário. Fiduciário é proprietário, portanto, pode vender. Diferentemente do usufrutuário. A morte do Fideicomissário a propriedade se consolida nas mãos do Fiduciário. E vice e versa. Como usufrutuário (Diego, o fiduciário no fidecomíssio) não seria proprietário e, portanto, não poderia vender. – Essa é a diferença. III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum. Aprestos – Realização do casamento. Regime de participação final nos aquestos. Professor desconhece alguém que se casou por esse regime. Obs.: Na Alemanha, na ausência de pacto nupcial se adota esse regime automaticamente. Ou seja, em alguns países esse regime é utilizado e, inclusive, dá certo. O nosso problema é que importamos esse regime com erros graves. Esse regime buscou trazer o que achou de melhor em outros regimes: Separação – a liberdade dos cônjuges. Comunhão parcial – dividir aquilo que foi adquirido em comum. Dividir os lucros. Os três problemas (erros) gravíssimos desse regime: Na constância do casamento cada cônjuge leva uma vida independente (parecido com o regime de separação), todavia, 1º problema: Pode-se alienar bem imóvel sem a autorização do outro cônjuge? Depende, art. 1656 do CC: No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder- se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares. Não é automático: poder-se-á. Somente bem imóvel particular pode ser alienado, ou seja, aquele bem que o outro não teria direito. 2º problema: art. 1.678. Se um dos cônjuges solveu uma dívida do outro com bens do seu patrimônio, o valor do pagamento deve ser atualizado e imputado, na data da dissolução, à meação do outro cônjuge. O cônjuge terá direito à compensação e reajustes. 3º problema: art. 1.681. Os bens imóveis são de propriedade do cônjuge cujo nome constar no registro. Parágrafo único - Impugnada a titularidade, caberá ao cônjuge proprietário provar a aquisição regular dos bens. Obs.: No Projeto do Estatuto das Famílias, que já está no Congresso, eles não contemplaram esse regime. O brasileiro não se adaptou a esse regime. Todavia, se trata de um projeto e o regime existe em nosso Código e é, inclusive, cobrado em provas. Patrimônio que foi adquirido na constância do casamento a título oneroso = aquestos. Ou seja, no final dividirá o que foi adquirido
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