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Aprendizagem dos verbos Gleitman & Gillette (1995) Ruth Mas antes, algumas questões metodológicas • https://www.youtube.com/watch? v=WXWGnryjEaY • Questões de método (HAS, head turning e preferência de olhar): [5:30] • https://www.youtube.com/watch? v=EFlxiflDk_o Conceito lexical à realização fonológica – criança: palavra à referente no mundo Pergunta: o mapeamento referente/ conceito/forma sempre funciona para a criança adquirindo uma língua? [pensar no video da criança “falando” com o pai no celular...] Ok = substantivos concretos Ok para verbos (e demais estruturas da língua)? • Situação experimental para adultos, testados com substantivos = 50% de acerto (com melhora, ao longo do experimento) • Uso materno de substantivos de alta freqüência = fiel ao ‘aqui-e-agora’ – ao contexto de uso padrão (Bruner 1974 e.o.) • PORÉM, procedimento de pareamento palavra-por-palavra parece fraco demais à e o resto? • Hipótese: Aprendizagem das palavras é realizada pela comparação entre ‘sentenças’ (= objetos sintáticos abstratos) e o mundo observado • Mesmo experimento com adultos para os verbos = menos de 15% de acerto – Diferença entre substantivos e verbos é gritante! • Verbos frequentemente utilizados pelas mães: – querer, saber, pensar (não diretamente observáveis) – mostrar, ver (conteúdo intencional) – Diferenças temporais • elefante (no momento em que o elefante é manipulado) • empurrar (antes ou depois do evento ocorrer) = ‘intercalação’ – Você empurrou o pobre elefante! – Vamos empurrar o caminhãozinho? – Foco de atenção adulto/criança não necessariamente é o mesmo. Primeiras 50 palavras = normalmente apenas substantivos • Contexto de uso dos substantivos pelo adulto = objetos observáveis • Contexto de uso dos verbos pelo adulto = eventos referem-se ao ‘não-presente’ Hipótese: adquirir verbos = adquirir estrutura da sentença (maior complexidade) • Correlação importante: – A explosão do vocabulário, incluindo a variação nas classes lexicais (substantivos, adjetivos, verbos etc) = coincide com o início da produção de sentenças rudimentares • Talvez a criança precise PRIMEIRO ser capaz de compreender sentenças, para então adquirir ‘verbos’ – [sentença algo xxx algo] • Informação estrutural + contexto = fixação do significado dos verbos Brown (1957) • Experimento: apontar algo numa figura • Relação entre palavra e cena = dependente da morfologia da palavra • Gorp = apontavam um objeto • Gorping = apontavam para a ‘ação’ implícita – Inverte a noção de “mundo à palavra” para a de “propriedades da língua à mundo” “Uma figura vale mais que mil palavras, mas é este o problema: mil palavras descrevem os aspectos variáveis de qualquer figura” (p. 344) “Você quer sorvete?” (adul to sorr idente, sacudindo uma casquinha, de um lado para o outro, com uma bola colorida em cima pingando etc.) • Procedimento probabilístico? – Mapeamento palavra-mundo mais frequente... • Mas e as demais? – As situações se repetem em intervalos regulares para que a criança ‘fixe’ um conceito? • Dependeria de ‘sorte’ • Observação intersituacional É relevante, mas parece ser INSUFICIENTE para explicar a aquisição dos verbos • Estrutura argumental dos verbos: – [O Pinóquio] dança – [O Gepeto] beija [o Pinóquio] – [O Gepeto] deu [um presente] [pro Pinóquio] • Duas hipóteses: – Pinker: crianças usam o significado do verbo para projetar estrutura argumental • ‘home sign’ = crianças surdas de pais ouvintes ‘inventam’ sinais para os verbos e respeitam o no. de argumentos – Gleitman: John gorps vs. John gorps Bill – estrutura à significado A lente em ‘zoom’ • Informação estrutural à serve como ‘zoom’ para a criança numa dada situação contextual: (1) Evento extralingüístico + (2) Evento lingüístico (verbo numa dada estrutura) = informações em (2) ‘focam’ interpretação em (1) “mooping” Evidência (Naigles, 1990) – crianças com menos de 2 anos (pouco ou nenhum verbo na produção) • Fase aprendizagem: cenas de ação em vídeo – coelho empurrando cabeça de um pato, pato se curva, pato e coelho fazem círculos com um dos braços (ao mesmo tempo em que o evento anterior ocorre) – Metade: O coelho está gorping o pato – Metade: O coelho e o pato estão gorping • Cena desaparece: Encontre gorping agora! Onde está gorping? • Duas telas: – Coelho forçando pato a se curvar (sem girar o braço) – Coelho e pato girando o braço (mas sem o coelho forçar o pato a se curvar) • Medida: tempo de fixação do olhar – Lembrando: Encontre gorping agora! Onde está gorping? • 23 dos 24 bebês olharam mais tempo para a cena correspondente (coelho e pato girando o braço) Verbos de ‘perspectiva’ • Perseguir/fugir • Liderar/seguir • Dar/receber – Como o contexto situacional pode dar conta? • (1) Veja! Ziking! (sem informação!) – Com informação via estrutura: • (2) Maria zikes a bola pro João • (3) João zikes a bola de Maria. – Propriedades da sentença influenciam a percepção da cena Voltando à hipótese central • No. de argumentos de um verbo • Posicionamento dos argumentos – Agente, primeiro – Paciente, depois – Beneficiário, por último... • Papel da sintaxe = restringir o espaço de busca do significado (já que este é revelado pelo contexto situacional). • Sintaxe = pré-condição... JABBERWOCKY Lewis Caroll (tradução irmãos Campos) `Twas brillig, and the slithy toves Did gyre and gimble in the wabe: All mimsy were the borogoves, And the mome raths outgrabe. "Beware the Jabberwock, my son! The jaws that bite, the claws that catch! Beware the Jubjub bird, and shun The frumious Bandersnatch!" /…/ Era acendefogoahora e os plantuosos taxugantes Girandavam e furandavam na passerva Todos infláveis os burugaves Foralar os xularecos dentafiavam Guarda-te do Jabberwocky, filho! Das mandíbulas que mordem, das garras que fincam. Guarda-te do pássaro bisnau e evita. O Bandersnatch da fita.
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