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resumo endodontia de laboratório - odonto PUCRS 2016/1

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Diego | graduação em odontologia | ato 2018 
Endodontia de laboratório 
RESUMO 
 
Introdução 
Tratamento endodôntico em casos de necrose pulpar – temos a presença de uma repercussão periapical de um 
problema na cavidade pulpar. 
Tratamento endodôntico com alterações da polpa viva – vamos ter hiperemia e edema, causando eventos que alteram 
os tecidos. A circulação é restrita pois está confinada entre paredes, edema na cavidade pulpar (parece um coração). 
A principal causa das alterações endodônticas ainda é a carie, a polpa é atingida por bactérias. 
Cavidade endodôntica – a cavidade endodôntica 
reproduz a morfologia externa do dente, a forma e o 
número de canais são determinados pelas paredes 
dentinárias (sempre envolve o canal). É comum a 
presença de canais laterais em todos os dentes e em 
todos os terços da raiz. Para estudar os canais acessórios 
o dente é descalcificado e é colocado tinta nanquim na 
cavidade endodôntica. A classificação dos canais 
radiculares é feita da seguinte forma: 
 Canal principal – maior canal 
 Canal colateral – ocorre paralelo ao principal 
 Secundário 
 Delta apical 
 Canal cavo interradicular – lesão de furca em 
molares 
 Recorrente – sai do principal e volta 
 Interconduto 
O campo de ação endodôntico vai até o limite CDC 
(cemento-dentina-canal). O forame nem sempre coincide com o 
vértice radial. Por isso a importância da radiografia, pois sem a 
radiografia não conseguimos velo. O tratamento endodôntico 
com necrose pulpar trabalhamos sempre em 1mm aquém do 
ápice, em polpa viva este valor fica entre 1 e 2mm. 
Isolamento absoluto – tem função de proteção dos tecidos 
moles e o dente a ser tratado. Fazemos o isolamento único (só 
em um dente), pois trabalhamos em uma face do dente, sem 
envolver as proximais. A irrigação é feita com hipoclorito de sódio a 1% com aspiração continua. Principais funções do 
isolamento 
 Impedir que a saliva alcance a cavidade pulpar 
 Permitir a manutenção das condições de assepsia 
 Facilitar os procedimentos de assepsia 
 Melhorar a visibilidade do profissional 
 Proteção para evitar a deglutição de instrumentos ou produtos químicos durante o tratamento 
Materiais usados para o isolamento absoluto 
 Pinça de palmer 
 Arco de Ósbi – por ser de plástico e não interferir na radiografia. 
 Grampos 
 Perfurador de dique de borracha 
Previamente ao isolamento devemos criar espaços e lubrificar o dente, os grampos selecionados devem seguir a seguinte 
ordem: número 200 a 205 e W8A para molares, grampos 206 a 209 para pré-molares e grampos 210 a 212 e 00 
para dentes anteriores. 
Diagnóstico e 
planejamento
Isolamento 
absoluto
Abertura 
coronária
Exploração e 
desinfecção 
parcial
Odontometria
Preparo do 
canal 
radicular
Obturação do 
canal 
radicular
Restauração 
do elemento 
dentário
Contato pós-
operatório
 
Dependendo do caso, é possível a utilização de siano acrilato (principalmente em dentes sem coroa, ou quando a colocação 
do grampo é dificil. 
Instrumental endodôntico 
Como ferramentas básicas na endodontia temos os instrumentos para abertura coronária que são as pontas e as brocas e 
o instrumental manual para o preparo do canal radicular as limas 
Instrumental para abertura coronária – na endodontia a utilização de 
brocas e pontas servem para a remoção do tecido cariado e também no 
acesso ao sistema de canais radiculares. As pontas esféricas em alta 
rotação são usadas no esmalte a na porção mais superficial da dentina, 
para o aprofundamento na dentina usamos as brocas esféricas longas. 
Também as usamos para traçar o perfil da câmara pulpar. 
Remoção do teto da câmara pulpar – utiliza-se brocas de haste longa 
de aço esféricas em baixa rotação realizando movimentos de introdução 
e tração. Em dentes posteriores usamos a endo Z, tocando o assoalho 
contra as paredes laterais. 
Broca endo Z – é usada para fazer a remoção do teto da câmara pulpar 
de dentes polirradiculares, possui uma ponta inativa, sua extremidade 
lisa, não cortante, evita eventuais deformações no assoalho da câmara 
pulpar. 
Preparo cervical – para o livre acesso aos canais, utilizamos desgaste compensatório no terço cervical com brocas de 
baixa rotação. Para a realização deste preparo cervical utilizamos brocas Gates-glidden, 
brocas Largo e brocas LA-Axxess. 
Brocas Gates-glidden – estas brocas apresentam uma haste fina e longa, terminando em 
forma de chama na sua parte ativa. Possuem uma ponta de segurança, pois devido a sua 
conformação não cortam em profundidade, mas sim em lateralidade. Devem ser usadas com 
delicadeza, pois não suportam movimentos de alavanca. Seu diâmetro varia de 1 a 6 (as 
ranhuras no cabo indicam o diâmetro da ponta). Sua ponta ativa possui forma de chama e 
três hélices. 
Brocas LA Axxess – são brocas mais robustas e também são usadas para o desgaste 
cervical ou para o preparo do canal, permite um leve movimento lateral e facilita o 
desgaste por ser robusta. Temos sempre que avaliar o diâmetro do canal que iremos 
trabalhar, e qual a espessura de dentina remanescente. Pois precisamos usar brocas 
que toquem nas paredes, mas que o ao mesmo tempo não produzam desgaste. 
Instrumentos manuais para o preparo de canais 
– estes instrumentos são padronizados a sua 
numeração, cor, diâmetro, comprimento parte ativa, 
conicidade do instrumento e comprimento do 
instrumento. As cores possuem uma sequência 
padronizada, os instrumentos da série especial (rosa, 
cinza e roxo) são os mais finos do que os das séries 
normais. A sequência de cor é branca, amarelo, 
vermelho, azul, verde e preto. 
 
Limas – as limas são feitas de aço 
inoxidável, podem possuir uma secção 
transversal, quadrangular, triangular ou 
losangular. Quanto mais metal, mais 
flexível e resistente será a lima, mas terá 
menor poder de corte. Quando 
confeccionada por torção é mais flexível e 
tem maior poder de corte quando compara 
com limas fabricadas através da usinagem. 
 Os componentes das limas são o 
cabo, o colo, a parte ativa e a guia de 
penetração. Nos instrumentos 
endodônticos a cor do cabo indica o 
calibre e são cônicos. Os 
instrumentos aumentam de 
diâmetro de 5 em 5 até o 60, onde 
variam de 10 em 10 até o 140. Cada 
número representa em centésimos 
de mm o diâmetro do instrumento 
na ponta ativa, por exemplo a lima de 
nº30 tem 0,30mm de diâmetro. A 
parte ativa da broca tem 16mm de 
comprimento somado com a guia de 
penetração, o que varia em limas de 
21, 25 e 31 mm é o intermediário. A 
diferença entre o menor e o maior 
diâmetro da parte ativa deve ser de 
0,32mm, estabelecendo uma 
conicidade de constante de 0,02 por 
mm de comprimento. As limas são 
divididas em três séries 
1. De 15 a 40 
2. De 45 a 80 
3. De 90 a 140 
Intermediário – o intermediário 
tem o comprimento variável, 
determina o comprimento do 
instrumento, uma vez que o 
comprimento da parte ativa é fixo em 
16mm. 
Parte ativa – possui forma cônica, 
tem sua secção transversal circular, 
triangular, quadrangular, losangular 
ou em forma de virgula. Variando de acordo com o tipo do instrumento. Tem seu comprimento constante. Possui as 
lâminas de corte e os espaços intersourais que é o espaço entre as lâminas que recolhem a dentina excisada. 
Guia de penetração – é a parte que nos ajuda a introduzir o instrumento em direção ao comprimento de trabalho do canal 
radicular. 
 
 
Série especial 
número cor Menor diâmetro (mm) Maior diâmetro (mm) 
6 rosa 0,06 0,38 
8 cinza 0,08 0,40 
10 roxo 0,10 0,42 
Primeira série 
15 branco 0,15 0,47 
20 amarelo 0,20 0,52 
25vermelho 0,25 0,57 
30 azul 0,30 0,62 
35 verde 0,35 0,67 
40 preto 0,40 0,72 
segunda série 
45 branco 0,45 0,77 
50 amarelo 0,50 0,82 
55 vermelho 0,55 0,87 
60 azul 0,60 0,92 
70 verde 0,75 1,02 
80 preto 0,80 1,12 
Terceira série 
90 branco 0,90 1,22 
100 amarelo 1,00 1,32 
110 vermelho 1,10 1,42 
120 azul 1,20 1,52 
130 verde 1,30 1,62 
140 preto 1,40 1,72 
 
Classificações das limas 
Tipo Corte Indicações Calibre Características 
K quadrangular 
PQM (processos químicos-
mecânicos) de canais retos 
e desobturação e PQM no 
retratamento endodôntico 
6 até 
140 
possui 28 espirais na parte ativa, 
possui a função de alargar, alisar as 
paredes, começar a realização do 
processo de exploração e levar 
medicação intracanal. 
K-flex triangular 
PQM canais retos e de 
canais curvos 
6 até 
140 
flexível e de difícil penetração 
flexo-file 
meseta inativa, 
ponta Batt 
 
mais flexível e com mais corte, 
possui mais espirais e possui 
ângulos do 60° (triangulo 
equilátero) 
Hedstroen Usinadas 
Canais retos (após limas 
tipo K) e desobturação no 
retratamento endodôntico. 
10 até 
140 
mais corte, friável e menos flexível, 
função de alargar e alisar, parte 
cortante na base dos cones 
Anatomia interna e abertura coronária em monorradiculares 
Trata-se da primeira etapa da técnica endodôntica, que visa atingir o 
canal radicular através da câmara pulpar. As etapas de um tratamento 
endodôntico são 
Abertura coronária – trata-se do acesso a cavidade pulpar a partir da 
projeção da anatomia da câmara pulpar sobre a superfície do dente. 
Princípios fundamentos das aberturas coronárias 
 Oferecer acesso direto ao canal radicular 
 Não deformar o assoalho da câmara pulpar (em dentes 
polirradiculares) 
 Remover totalmente as saliências do teto da câmara pulpar 
 Incluir totalmente os cornos pulpares 
 Não enfraquecer a estrutura dentinária 
Etapas preliminares a abertura coronária – primeiramente realizamos a radiografia inicial para podermos planejar a 
abertura coronária de todo o tratamento endodôntico. A radiografia inicial nos ajuda na escolha de todo o material que 
será usado durante o procedimento de abertura. 
Etapas da abertura coronária 
I. Traçado do perfil (forma de contorno) 
II. Trepanação (chegar ao canal radicular) 
III. Remoção do teto da câmara pulpar 
IV. Esvaziamento da câmara pulpar 
V. Localização da entrada do canal 
VI. Desgaste compensatório e preparo da entrada do canal. 
Princípios que regem a abertura da câmara pulpar – o acesso deve ser direto ao canal radicular, por meio de uma linha 
reta, o limite de abertura deverá ser tal que inclua, no seu interior todos os cornos pulpares e todo o teto da câmara pulpar 
deve ser removido, pois se não removido completamente o dente pode escurecer por causa da necrose que terá ali. O 
assoalho da câmara pulpar nos casos de dentes polirradiculares. 
Traçado de perfil nos incisivos – varia de acordo com o tipo de preparo e da coroa dentária, procuramos fazer 
o traçado pequeno e se for necessário aumentamos, o traçado de perfil dos incisivos possui forma triangular 
arredondada com sua base para incisal. Escolhemos uma ponta diamantada esférica em alta rotação com 
Diagnóstico e 
planejamento
Abertura 
coronária
Esvaziamento 
e 
odontometria
Preparo do 
canal 
radicular
Medicação 
intracanal
Obturação do 
canal 
radicular
Selamento 
coronário 
Proservação 
(controle a 
longo prazo)
 
refrigeração, iniciamos o desgaste no ponto de eleição, desgastamos toda o esmalte até atingir a dentina e pode ser 
realizada com isolamento relativo. 
Traçado de perfil nos caninos – possui forma losangular. O seu desgaste é semelhante ao dos incisivos. 
Trepanação – trata-se do ato de atingir a câmara pulpar. Em dentes com câmara pulpar ampla se tem a sensação de cair 
no vazio. É realizada com brocas esféricas de 28mm para contra ângulo, dependendo do tamanho da câmara pulpar. 
Devemos realizar a abertura a 45° com o longo eixo do dente. 
Atenção aos cuidados – após realizar trepanação nunca devemos utilizar o jato de ar/agua da seringa tríplice. Devemos 
sempre irrigar com hipoclorito de sódio e aspirar. Posso causar enfisema no paciente se usar seringa tríplice. 
Remoção do teto da câmara pulpar – trata-se da forma de contorno, devemos utilizar uma broca esférica longa em 
baixa rotação paralelamente ao longo eixo do dente realizando movimentos de tração, sem pressionar. Devemos utilizar 
a sonda para procurar retenções. 
Esvaziamento da câmara pulpar – realizamos uma irrigação copiosa com hipoclorito de sódio, utilização de colheres de 
dentina, nunca devemos utilizar jatos de ar e agua da seringa tríplice. 
Localização da entrada do canal – devemos utilizar a sonda de Rhein para achar a localização da entrada do canal 
Desgaste compensatório – é a principal parte da abertura, onde realizamos a remoção do ombro de dentina para poder 
para o preparo da entrada do canal. Fazemos isso porque o ombro impede um perfeito acesso ao canal radicular, sua 
remoção favorece o manejo, limpeza e o preparo do canal. Utilizamos a broca LA AXXESS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anatomia – Fisiologia da polpa e do periápice e técnica de odontometria 
Qual o motivo do tratamento dos canais radiculares? Existem possibilidades que podem levar a um tratamento de 
canal, tal como inflamações na polpa e necrose. Mas nem todos os canais que são tratados apresentam necrose pulpar, tal 
como em casos de fraturas coronárias e radiculares. As indicações para um tratamento de canal são: 
 Necrose pulpar – dente com uma infecção, podendo ter ou não dor 
 Pulpites – inflamação na polpa, podendo ter dor 
 Indicações protéticas – como em coroas totais 
 Quando existe a necessidade de um retratamento endodôntico, pois o primeiro não foi bem realizado. 
Situações clínicas – existem várias situações que possamos tratar 
 Polpa vital – iremos realizar uma biopulpectomia nos casos de inflamação ou indicação protética 
 Infecção do sistema de canais radiculares – presença de necrose pulpar ou retratamento endodôntico. 
Dependendo do caso o tratamento e a conduta são diferentes, por exemplo, dentes vitais são tratados de forma diferentes 
de dentes necrosados. 
Polpa vital – nestes casos o tecido na região apical é livre de inflamações, além disso não há 
infecção dentro do canal radicular. Dentro do canal temos a polpa, sendo mais amplo na cervical 
e mais estreito na região apical, no formato de um cone. Na região mais apical do canal 
dentinário temos o maior estreitamento do canal, que é chamado de limite CDC (canal-dentina-
cemento). A partir deste limite de maior estreitamento, temos o canal cementário, nesta região 
temos a invaginação do cemento formando um cone oposto. O coto endoperiodontal é 
ligamento periodontal que se encontra presente no canal cementário, tem origem histológica no 
ligamento periodontal. Basicamente a anatomia do ápice dentário é 
formado por: 
 Canal dentinário – estreitando-se até o limite CDC 
 Limite CDC 
 Canal cementário – não temos polpa, mas sim ligamento 
periodontal, esta região é chamada de coto endoperiodontal 
O coto endo-periodontal é de importância clínica porque deve 
ser preservado durante o tratamento endodôntico de dentes virais 
para facilitar e favorecer o processo de reparo. As estruturas 
anatômicas dos tecidos duros também são preservadas, mantendo o 
coto endo-periodontal, pois estes tecidos duros estão livres de 
reabsorções. Nem sempre o forame apical coincide com o vértice da raiz, podendo se encontrar mesializado ou distalizado. 
Objetivosdo tratamento endodôntico 
 Esvaziar o conteúdo pulpar do canal radicular 
 Preservar o coto endo-periodontal 
 Dilatar o canal, mantendo seu formato cônico 
 Manter o ambiente asséptico 
 Utilização de medicação intracanal 
 Selar hermeticamente sem agredir os tecidos periapicais 
 E acompanhar o paciente. 
Como determinar o limite CDC clinicamente – realizamos a partir da odontometria 
Método radiográfico – trata-se de um método utilizado para determinar o comprimento de trabalho. Na radiografia não 
é possível visualizar a constrição apical, e muitas vezes não é possível nem a visualização dos forames quando estes se 
encontram vestibularizados ou palatinizados. Por isso usamos um valor médio de 1 mm aquém do vértice radicular para 
considerar como o limite CDC. Preservando desta forma o coto endoperiodontal. 
 
Método eletrônico – utilização de localizadores apicais eletrônicos como o root ZX II e o Sybron Endog, o localizador 
apical eletrônico mede a resistência de passagem de corrente elétrica. A dentina é um isolante elétrico, ou seja, quanto 
mais ao ápice o aparelho se encontra, menor a largura de dentina e mais corrente passa, desta forma permitindo a análise 
do canal. 
Necrose pulpar – nestes casos a polpa está necrosada e microrganismos são encontrados, além de infecções e uma 
inflamação nos tecidos periapicais. Também é possível a presença de várias reabsorções nos tecidos dentários, 
comprometendo a estrutura dos tecidos da região. 
Alterações periapicais inflamatórias – nos tecidos periapicais temos a formação de processos inflamatórios e lesões 
apicais que podem ser crônicas ou agudas. Também é possível a presença de reabsorções dos tecidos apicais. 
O que caracteriza a necrose pulpar 
 Presença de M.O 
 Alterações no conteúdo do canal radicular – biofilme microbiano e matéria orgânica em decomposição. 
 Coto endo-periodontal – também sofre necrose à medida que o processo avança 
 Alterações periapicais inflamatórias de graus variados 
 Estruturas anatômicas apicais que podem estar descaracterizadas em função de processos reabsorvitivos. 
Principalmente em casos de lesões apicais. 
Repercussão destes componentes no tratamento em dentes necrosados – é promovido o esvaziamento parcial do 
canal radicular, diminuindo o conteúdo séptico previamente preparado – penetração desinfetante. Preparação do canal 
radicular visando a desinfecção e proporcionando um formato cônico, sem agredir os tecidos periapicais. Utilização de 
medicação antimicrobiana, selar hermeticamente evitando reinfecção e acompanhamento do caso. Por causa das 
modificações anatômicas e fisiológicas que a necrose pulpar ocasionou, não será possível identificas o limite de constrição 
apical (limite CDC), o objetivo é promover o esvaziamento do conteúdo séptico e a desinfecção do sistema de canais 
radiculares sem agredir os tecidos periapicais. 
Lesão apical (necrose pulpar) – esvaziamento do canal e recuo de 1mm para a realização do preparo 
Polpa viva – comprimento de trabalho entre 1 e 2 mm do ápice do dente, com o objetivo de manter intacto o limite CDC. 
Odontometria 
Trata-se da determinação do comprimento real do dente. Possui a finalidade de definir os limites de esvaziamento e de 
trabalho adequados ao tratamento endodôntico. 
Importância da odontometria – a odontometria evita a sobre-instrumentação e inflamação dos tecidos periapicais, 
auxiliando na redução da sintomatologia pós-operatória, permite o esvaziamento e o preparo químico mecânico sejam 
realizados em extensão adequada, determina com nitidez um degrau apical que permite anteparar todos os materiais de 
obturação e favorece o reparo. 
Fatores a serem considerados na odontometria – o tempo de exposição da radiografia, o processamento da imagem, a 
relação entre o ápice radiográfico e o forame apical, a distorção da imagem e a superposição de estruturas anatômicas. 
Determinação do comprimento de trabalho (CT) – o local de ação do endodontista será sempre até o limite CDC. 
Existem duas formas, a radiográfica e a eletrônica. 
Método radiográfico 
Técnica de Egle – nesta técnica realiza-se a medicação do comprimento aparente do dente na radiografia inicial e 
inserimos o instrumento endodôntico (com comprimento conhecido) com uma margem de segurança de 3mm, 
observamos o quanto falta da ponta do instrumento para o ápice e somamos com o que falta. Ou seja: 
 
 
O valor de CRD neste caso foi de 20mm, entretanto não se realiza o tratamento endodôntico nestes 20mm, em casos de 
necrose pulpar realiza-se 1mm aquém do valor de CRD e nos casos de biopulpectomia realiza-se entre 1 a 2mm aquém do 
CRD. Este valor é chamado de comprimento de trabalho (CT), ou seja, o CT varia com a condição da polpa. 
Método eletrônico – utilização de localizadores apicais eletrônicos como o root ZX II e o Sybron Endog, o localizador 
apical eletrônico mede a resistência de passagem de corrente elétrica. A dentina é um isolante elétrico, ou seja, quanto 
mais ao ápice o aparelho se encontra, menor a largura de dentina e mais corrente passa, desta forma permitindo a análise 
do canal. É importante remover o excesso de líquido contido na câmara pulpar, pois este líquido faz passar corrente de 
um canal para o outro, gerando confusões na medicação e inserir a lima de forma lenta. 
Contraindicações de localizadores apicais eletrônicos 
 Pacientes portadores de marca passo 
 Restaurações metálicas extensas no dente em questão 
 Presença de instrumentos metálicos fraturados no interior do canal 
 Dentes perfurados podem dar falsos avisos. 
Momento da realização da odontometria 
Polpa viva – realizada previamente ao esvaziamento 
Necrose pulpar – odontometria é ralizada após o esvaziamento (penetração desinfetante) 
Técnica da pulpectomia – trata-se do esvaziamento do canal em casos de polpa viva. As etapas são: 
 Determinação do comprimento aparente do dente (CAD) 
 Exploração e cateterismo – Descolamento da polpa com hipoclorito de sódio a 1% 
 Odontometria – radiográfico ou eletrônico 
 Emoção do tecido pulpar. 
Canais amplos e retos – utilização de sondas farpadas (maceração) e realizar a seguinte movimentação, introdução da 
lima com margem e segurança de 3mm do CRD, girar 3 ou 4 vezes e realizar a tração. Não devemos forçar a entrada do 
instrumento. 
Canais com curvaturas e/ou atrésicos – polpa removida por maceração com o uso de instrumentos endodônticos finos 
para o preparo do canal radicular e hipoclorito. 
Penetração desinfetante – trata-se do esvaziamento do canal em casos de necrose pulpar. As etapas são: 
 É a remoção parcial do conteúdo séptico do canal radicular, visando reduzir o extravasamento de bactérias além 
do ápice. 
 Reduzir quadros de dor e edemas do processo infeccioso. 
Técnica de penetração desinfetante 
 Determinação do CAD 
 
 Exploração e cateterismo 
 Dividir o canal em terços 
 Inundar o canal com hipoclorito a 2% 
 Introduzir o instrumento no terço cervical, com movimentos oscilatórios 
 Irrigar, aspirar e inundar novamente o canal 
 Introduzir o instrumento no terço médio, com movimentos oscilatórios 
 Irrigar, aspirar e inundar novamente o canal 
 Introduzir o instrumento no terço apical, com movimentos oscilatórios 
 Realização odontometria 
Particularidades de interesse clínico 
 polpa viva necrose sem lesão necrose com lesão 
conteúdo do canal 
dentinário 
polpa M.O e matéria orgânica em decomposição 
conteúdo do canal 
dentinário 
coto endo-periodontal 
M.O e material orgânico em 
decomposição 
limites ideais CDC Proximidade da região apical 
Limites radiográficos 
1 a 2mm aquém do 
vértice da raiz 
1mm aquém do 
vértice da raiz 
no vértice da raiz ou 1mm aquém do 
vértice da raiz 
 
PreparoQuímico Mecânico PQM 
Soluções irrigadoras – são utilizadas para realizar uma dissolução do tecido 
pulpar em casos de inflamação e desinfecção dos canais radiculares. Os processos 
podem ser: 
Químicos – substancias químicas auxiliares (auxiliar, mas são indispensáveis para 
o tratamento) 
Físicos – trata-se do ato de irrigar e aspirar, a movimentação do líquido 
Mecânicos – instrumentação 
A partir do momento que o canal se encontra aberto é necessário a utilização de 
soluções irrigadoras para o lavar. A irrigação é constante, antes, durante e depois 
da instrumentação, somente durante a medicação e a obturação que a irrigação é parada. A importância desta irrigação é: 
 Limpeza 
 Lubrificação 
 Desinfecção – em casos de polpa necrosada e infectada. 
Soluções irrigadoras – contribuem ao acessar canais que não são os principais, como os laterais e colaterais. 
Tipos de soluções irrigadoras 
 Água destilada – soluções neutras que podem neutralizar solução de outras substâncias. 
 Soro fisiológico 
 Peróxido de hidrogênio – agua oxigenada, deve ser usada por pouco tempo, não é muito utilizada 
 Hipoclorito de sódio – trata-se de água sanitária, é a solução mais utilizada, variando suas concentrações. A 
capacidade antimicrobiana é muito eficiente. Trata-se de uma solução sensível a luz por isso sua embalagem deve 
ser de vidro âmbar ou plástico escurecido 
 Clorexidina – não dissolve matéria orgânica mas possui ação antimicrobiana. 
 EDTA ou quelante – lavagem final do canal, antes da utilização da medicação ou obturação. Limpa todo 
o canal e o que restou nas paredes dentinária. Podem fazer algumas associações com detergentes. 
Irrigação
Indundação
Aspiração
 
 Detergentes – ação desengordurante do canal. Diminui a aplicação química e a tensão superficial. 
Observação – a água destilada e o soro fisiológico não promovem a dissolução do tecido vivo dentro do canal. Já o 
hipoclorito de sódio que é o mais usado, promove a dissolução do tecido vivo (matéria orgânica) por isso é o mais usado. 
Ações desejadas do irrigante geral 
 Capacidade bactericida e alto poder antimicrobiano contra microrganismos organizados em biofilme e dissolver 
remanescentes pulpares. 
 Prevenir e dissolver a smear layer 
 Ação de limpeza e lubrificação 
 Ser biocompativel – soluções bactericidas geralmente promovem irritação nos tecidos. 
Objetivos das soluções irrigadoras 
 Controle de possível infecção superficial da polpa vital 
 Remoção de sangue da câmara pulpar, prevenindo o escurecimento do dente, que também pode ocorrer por 
abertura coronária incompleta. 
 Remoção do tecido orgânico, inorgânico (raspas de dentina) e restos necróticos dependendo do caso 
 Neutralizar o conteúdo tóxico do sistema de canais radiculares, podendo levar solução tóxica periapical causando 
a dor e a inflamação. 
 Ação lubrificante para os instrumentos endodônticos 
 Redução do número de bactérias no canal 
 Remoção da smear layer – a remoção da smear layer deve ser feita logo após o término do preparo para que ecista 
uma permeabilidade da dentina e a medicação intracanal possa liberar íons e eliminar as bactérias. Outro motivo 
é que a smear layer pode interferir na obturação do canal, pois dificultará a adaptação do cimento endodôntico. 
Solução irrigadora ideal é aquela que elimina a microflora do canal radicular, neutraliza as substancias tóxicas, é efetiva 
na presença de pus e sangue, dissolve a matéria orgânica, biocompatível, boa capacidade de penetração, estável e com 
prazo de validade. 
Técnica de irrigação – realiza-se movimentos de vaivém, cuidando para não obstruir a luz do canal. Utiliza-se uma agulha 
de irrigação que deve estar a 4mm do canal. A irrigação e a aspiração devem ser realizadas de forma concomitantemente. 
O canal radicular deve estar repleto de solução antes da introdução do instrumento e deve-se utilizar de 2 a 3 ml para cada 
irrigação. 
Hipoclorito de sódio 
Utilizamos hipoclorito de sódio a 1% em procedimentos de biopulpectomia, enquanto que em necrose pulpar precisamos 
de uma substância com maior poder antibacteriano e que dissolva a matriz orgânica sem ser agressiva, nestes casos utiliza-
se hipoclorito de sódio a 2%. 
Vantagens 
 Boa capacidade de limpeza 
 Ação antibacteriana 
 Neutralizante de produtos tóxicos 
 Dissolve tecidos orgânicos - importante 
 Auxilia na instrumentação 
 Bem tolerado pelos tecidos vivos em baixas concentrações e com correta utilização 
 pH alcalino 
 Desidrata e solubiliza as substancias protéticas 
 Ação rápida 
 Dupla ação detergente 
 Aumenta a permeabilidade dentinária 
 Alvejante (clareia o dente) 
 Desodorizante 
 
 
Desvantagens 
 Efeito citotóxico – severas reações inflamatórias na região periapical. Se passarmos do comprimento do dente é 
possível causar problemas inflamatórios na região periapical. Algumas vezes, esta alteração pode ir para a mucosa 
do paciente, levando a necrose tecidual. Por isso o isolamento absoluto é indispensável. 
Clorexidine – trata-se de uma substancia bactericida e bacteriostática, possui uma capacidade de absorção as superfícies, 
mas não dissolve matéria orgânica. 
Qulantes – ácido atilenodiamino tetracético, possui ação quelante, é biocompatível e autolimpante, é indicado para a 
remoção da smear layer e auxiliar no preparo de canais radiculares atrésicos. Podemos utilizar antes da medicação 
intracanal e antes da obturação do canal radicular. Tempo de atuação da solução de 3 a 5 minutos. 
Etapas do tratamento endodôntico 
1. Diagnostico e planejamento 
2. Acesso endodôntico 
3. Odontometria e esvaziamento dos canais 
4. PQM 
5. Medicação intracanal 
6. Obturação 
7. Selamento coronário 
8. Controle pós-operatório. 
Anatomia e Morfologia dentária dos unirradiculares 
dent
e 
câmara pulpar e 
coroa dental 
número de 
raízes 
número de 
canais 
diâmetro do 
canal 
secção 
transversa
l 
direção da 
raiz 
compriment
o médio 
ICS 
raiz cônica 
trapezoidal, 
presença de 
cornos pulpares, 
câmara pulpar 
chata no sentido 
vestíbulo palatino, 
ombro palatina e 
limite da câmara 
pulpar/canal 
radicular pouco 
nítido. 
raiz única canal único 
canal único e 
amplo 
Triangular 
nos níveis 
cervicais e 
médio. 
Circular o 
nível 
apical 
75% das 
vezes é reta 
22,6mm 
ILS 
Raiz única, 
delgada, leve 
achatamento no 
sentido mésio-
distal, reproduz 
em menor escala o 
ICS, coroa 
trapezoidal, 
tendência a 
triangular 
única, 
relativamente 
delgada 
97% - 1 
3% - 2 
relativament
e amplo 
Ovoide 
nos níveis 
cervicais e 
médio. 
Circular 
no nível 
apical. 
curvatura 
por vezes 
acentuada 
no terço 
apical para a 
distal, 
inclinação 
distopalatin
a 
22,1mm 
ICI 
Divertículos 
pouco nítidos. 
Achatamento MD, 
abertura coronária 
única, 
fortemente 
achatada no 
sentido MD 
maioria das 
vezes uma, 
mas possui 
uma maior 
achatados no 
sentido MD 
ovoide 
nos níveis 
cervicais e 
circular 
Reta na 
maioria das 
vezes 
21mm 
 
mais ampla no 
sentido VL, ombro 
lingual e coroa 
trapezoidal 
chance de 
dois canais 
por causa 
do 
achatament
o 
no nível 
apical 
ILI 
muito similar ao 
ICI com 
dimensões 
maiores 
única 
menor 
frequência 
de 2 canais 
achatamento 
no sentido 
MD 
ovoide 
nos níveis 
cervicais e 
médio, 
circular 
no nível 
apical 
Reta na 
metade das 
vezes 
22mm 
CS 
raiz cônica 
trapezoidal, limite 
da câmera 
pulpar/canal 
radicular mais 
nítido, menor 
diâmetro VL, 
ombro palatino 
acentuado, 
reentrância da 
cúspide P e coroa 
pentagonal 
única,com 
curvatura 
apical 
maior pare 
das vezes é 
única 
Forte 
achatamento 
MD 
circular 
no nível 
apical e 
ovoide no 
sentido 
médio e 
cervical 
curvatura 
para a distal 
do terço 
apical 
27,2mm 
CI 
semelhante ao CS, 
mas 
proporcionalment
e menor, 
achatamento 
acentuado no 
sentido MD da 
raiz 
maioria das 
vezes única, 
mas podemos 
ter duas 
raízes e dois 
canais, ou 
uma raiz e 
dois canais, 
com forames 
únicos ou 
forames 
independente
s 
maior parte 
das vezes 
único 
amplo 
ovoide no 
nível 
cervical e 
médio, 
circular 
no nível 
apical 
com 
frequência 
curvatura 
para distal 
no terço 
apical 
25mm 
1º 
PMI 
raiz achatada no 
sentido MD, 
cúspide V maior, 
face oclusal 
voltada para a L, 
podendo haver 
sulco longitudinal, 
coroa em forma 
de cuba, câmara 
pulpar 
aproximadamente 
cuboide 
maior parte 
dos casos 
somente uma 
raiz, podendo 
ter duas e 
raramente 
três 
maior parte 
dos casos 
somente um 
canal, 
podendo ter 
dois e 
raramente 
três 
quando 
único é 
amplo, 
quando mais 
que um são 
finos e 
atrésicos 
elíptica ao 
nível 
cervical e 
médio, 
circular 
no nível 
apical 
pode ser 
reta ou 
distalizada. 
21,6mm 
2º 
PMI 
semelhante ao 1º 
PMI 
maioria das 
vezes uma 
raiz 
maioria das 
vezes um 
canal 
único e 
amplo, 
quando dois, 
fino e 
atrésico 
Elíptica ao 
nível 
cervical e 
médio. 
quando 
único é reto, 
quando 2 
difícil 
acesso e 
divergentes 
22,1mm 
 
Preparo do canal radicular – Técnica escalonada 
Basicamente o preparo do canal possui três etapas: 
 Mecânica – a instrumentação 
 Fisica – irrigação/aspiração e inundação 
 Química – utilização de substâncias 
Limpeza do canal – trata-se da remoção do conteúdo deste canal, podendo ser polpa 
viva/necrosada ou uma obturação antiga. Trata-se do ato de remover substancias do canal. 
Modelagem do canal – trata-se da regularização e da planificação das paredes dentinários do 
canal, para que desta forma obtenha-se uma melhor adaptação do material obturador. 
Objetivos do PQM 
 Polpa viva – remoção do tecido orgânico, criação de condições morfológicas e 
dimensionais para a realização da obturação. 
 Polpa necrosada – remoção de restos teciduais, eliminar ou reduzir o número de 
microrganismos e dar forma e dimensões. 
Princípios biológicos e mecânicos do PQM 
 Forma cônica afunilada 
 Preparo no interior do canal dentinário 
 Manter a forma original do canal 
 Manter a posição do forame 
 Preparo transversal adequado 
Técnicas de preparo – existem três formas de preparo de canal, a forma clássica, a técnica 
escalonada e a técnica coroa-ápice 
Técnica escalonada – trata-se de uma técnica onde ocorre um recuo progressivo programado, 
esta técnica é realizada do ápice para a coroa e pode ser utilizada em dentes mono ou polirradiculares, em canais retos ou 
curvos, com ou sem necrose pulpar. Nesta técnica primeiramente realizamos o batente apical e em seguida o preparo do 
terço médio e cervical em recuo progressivo programado. 
Para o preparo apical iremos colocar todos os instrumentos no CT, em seguida descobriremos o instrumento 
anatômica (IA) e a partir deste definir o instrumento memória (IM), normalmente três instrumentos acima do IA. No 
recuo progressivo programado é aumentando o calibre conforme aumenta a cada recuo de 1mm a partir do CT. É 
importante sempre intercalar com o IM em CT entre os recuos. 
Ao introduzir as limas no canal devemos realizar movimentos oscilatórios (sentido horário e anti-horário) até o 
CT e imprimir movimentos oscilatórios e de tração contra as paredes até que o mesmo se encontre solto no canal. Exemplo 
da técnica escalonada para obtenção do IM. 
1. Lima flexofile #20 (IA) com um CT de 22mm 
2. Irrigação/aspiração/inundação 
3. Lima flexofile #25 com um CT de 22mm 
4. Irrigação/aspiração/inundação 
5. Lima flexofile #30 com um CT de 22mm 
6. Irrigação/aspiração/inundação 
7. Lima flexofile #35 (IM) com um CT de 22mm 
8. Irrigação/aspiração/inundação 
A irrigação, aspiração e inundação são feitas a cada troca de instrumento (hipoclorito 1% para polpa viva e 2% 
para necrosada). 
 
Diagnóstico e 
planejamento
Abertura 
coronária
Esvaziamento e 
odontometria
PQM
Medicação 
intracanal
Obturação do 
canal radicular
Selamento 
coronário
Proservação
A partir do descobrimento do instrumento anatômico 
iremos somar mais três ou quatro instrumentos para 
descobrir o instrumento memória. Esta etapa é a 
responsável pela formação do batente apical. 
 
Preparo do canal radicular – técnica coroa-ápice 
Trata-se de um preparo no sentido cérvico-apical, onde utiliza-se instrumentos mais calibrosos no terço cervical, 
diminuindo o diâmetro à medida que se aproxima do terço apical. 
Vantagens da técnica da coroa-ápice 
 Acesso retilíneo e direto 
 Elimina a constrição cervical 
 Diminui a pressão sobre os instrumentos 
 Menor chance de fratura do instrumental 
 Maior zona de escape 
 Diminui a extrusão de microrganismos pelo periápice em casos de necrose pulpar 
 Facilita a irrigação e a obturação 
 Reduz o tempo de preparo 
Preparo do canal – Nesta técnica iremos primeiramente irrigar e então selecionar a lima que se ajuste na entrada do 
canal e calibrar no CT. Realizar movimentos oscilatórios e de tração contra as paredes até que o instrumento esteja solto 
no canal. Ou seja, iremos utilizar um instrumento que se adapte a cervical do canal radicular e ir diminuindo até 
chegarmos no CT, entre essas limas sempre iremos passar uma lima em CT. 
Preparo apical – obtenção do batente apical, após descobrir o IAI iremos utilizar de dois ou três limas com calibre 
crescente, todas em CT. O último instrumento da série é o instrumento apical final (IAF). 
Medicação intracanal 
Trata-se da colocação de substâncias medicamentosa no interior da cavidade pulpar entre as 
sessões necessárias na conclusão do tratamento endodôntico. 
Polpa necrosada 
Objetivos da medicação intracanal em polpa necrosada 
 Eliminar/impedir a proliferação de microrganismos que sobreviveram ao PQM 
 Barreira físico-química contra reinfecção por microrganismos da saliva. 
 Reduz a inflamação perirradicular (controle da dor) 
 Controle da exsudação persistente 
 Neutralizar produtos tóxicos 
 Controle de reabsorções dentárias 
 Estimular o reparo periapical 
Propriedades desejáveis da medicação intracanal – para potencializar o processo de 
sanificação do sistema de canais radiculares 
 Potencial antimicrobiano 
 Biocompatível 
 Capacidade de estimulação dos tecidos do hospedeiro 
 Tempo de aplicação ideal 
 Quantidade e concentração 
 Local de atuação 
Tipos de medicamentos utilizados em polpa necrosada 
 Tricresol formalina 
 Paramonoclorofenol canforado 
 Clorexidina 
 Hidróxido de cálcio 
Diagnóstico e 
planejamento
Abertura 
coronária
Esvaziamento e 
odontometria
PQM
Medicação 
intracanal
Obturação do 
canal radicular
Selamento 
coronário
Proservação
 
Hidróxido de cálcio – possui efeito 
direto, eleva o pH dentinário, causando 
uma alteração enzimática da membrana 
citoplasmática (amplo espectro) e 
ativação de enzimas teciduais, consome 
CO2 que é essencial para a sobrevivência 
de microrganismos anaeróbios (necrose 
pulpar). Neutraliza o efeito residual do 
LPS (lipopolissacarideo) que são 
endotoxinas das bactérias gram-
negativas que são responsáveis pela estimulação da síntese e liberação de citocinas responsáveis pela reabsorção óssea. 
O hidróxido de cálcio pode ser misturado com soro fisiológico ou água destilada, desta forma possuindouma consistência 
de pasta. 
Sistema Calen – neste sistema é utilizado um tubete com glicerina (lubrificação) e um tubete com o Calen (hidróxido de 
cálcio) 
Sistema Ultracal – trata-se de uma paste de hidróxido de cálcio radiopaca com um pH de 12,5 
Locais e técnicas de aplicação da pasta de hidróxido de cálcio 
Condição Local Material Método 
Após Abertura 
Coronária 
Câmara 
Pulpar 
Pasta de Hidróxido de cálcio, 
Calen ou Ultracal 
Bolinha de algodão estéril na entrada do canal e 
então é feita o selamento coronário Após esvaziamento 
com PQM 
incompleto 
Canal 
Radicular 
Após PQM completo 
Pasta de Hidróxido de cálcio, 
Calen ou Ultracal até o 
comprimento de trabalho 
Remoção da lama dentinária, secagem do canal 
com cones de papel, colocar bolinha de algodão 
estéril na entrada do canal e em seguida 
selamento coronário. 
Uso de hidróxido de cálcio como MIC – para atuar corretamente, a pasta de hidróxido de cálcio deve ser aplicada com 
o PQM completo e após a remoção da Smear Layer. 
Remoção da smear layer – aspiração do hipoclorito de sódio e colocação de EDTA de 3 a 5 minutos e então agitar no 
canal utilizando o IM/IA. Em seguida irrigar com hipoclorito de sódio e secar com cones de papel que devem ser 
selecionados a partir do IM ou do IAF, calibrados em CT. 
Colocação da pasta – é importante que o canal esteja seco e com permeabilidade dentinária reestabelecida. A agulha 
deve estar a 1mm aquém do CT, lubrificara agulha com glicerina, conectar o tubete com o calen e levar ao canal até que 
haja refluxo da pasta. Em seguida colocar uma bolinha de algodão estéril na entrada do canal e realizar o selamento 
coronário. No caso do ultracal é somente calibrar a agulha a 1mm aquém do CT e levar a seringa ao canal e pressionar o 
embolo até que haja refluxo da pasta. 
O hidróxido de cálcio deve ter um tempo de permanência de no mínimo de 14 dias!! 
Polpa viva – neste caso não há infecção no sistema de canais radiculares, nestes casos o tratamento endodontico 
biologicamente ideal seria em sessão única, evitando a contaminação. 
Objetivos da medicação intracanal para polpa viva – controle da inflamação (ato cirúrgico), favorecer reparo 
periapical e formação de bateria físico-química contra a infecção do canal entre as sessões de tratamento. 
Medicamentos utilizados para polpa viva 
 Corticoides (associação de corticoide com antibiótico) 
 Hidróxido de cálcio 
Veículos de transporte do hidróxido de cálcio pelos canais radiculares 
 Hidrossolúveis Lipossolúveis 
Aquosos 
Soro fisiológico 
Água destilada 
Solução anestésica 
Óleo de oliva e PMCC 
Viscosos 
Propileno glicol 
Polietileno glico 
 
 
Propriedades desejáveis dos corticoides 
 Atividade anti-inflamatória 
 Controle da dor pós-operatória 
 Controle da inflamação aguda pulpar nas pulpotomias 
 Auxiliar no reparo 
Locais de aplicação – na câmara pulpar, logo após abertura coronária (nestes casos colocar uma bolinha de algodão 
embebida no corticoide e em seguida selamento coronário), ou no canal radicular, após PQM incompleto (seringa e agulha 
de irrigação calibrada a 3mm aquém do CT, levar a medicação com a lima até o CRI/CT e colocação de bolinha de algodão 
estéril na entrada do canal, seguida de selamento coronário). 
Tempo de permanência do corticoide de 7 minutos. 
Propriedades indesejáveis dos corticoides – inibem a resposta inflamatória, causando um retardo no 
reparo/cicatrização e possui produtos de decomposição nocivos ao coto endo-periodontal 
Pasta de hidróxido de cálcio no canal radicular – após PQM completo e possui função de manutenção do ambiente 
asséptico, barreira físico-quimica contra entrada de microrganismos, biocompatibilidade e ativação de enzimas teciduais 
Selamento coronário 
Insucessos endodônticos – os insucessos em um tratamento endodôntico podem ser causados 
por erros de diagnóstico e planejamento, desconhecimento da anatomia pulpar, erros 
operatórios, infiltração coronária e restaurações inadequadas. 
Canais expostos a saliva artificial apresentaram significante infiltração, possibilitando a 
dissolução do cimento endodôntico e insucesso da terapia endodôntica. 
É sugerido que se refaça o tratamento endodôntico após um período de 90 dia por causa da 
infiltração de saliva (com microrganismo no interior destes canais) 
Materiais restauradores temporários – os objetivos de se realizar uma restauração temporária 
é: 
 Prevenção da contaminação do sistema de canais radiculares por fluidos, material 
orgânico ou bactérias da cavidade oral. 
 Prevenção da passagem de medicamentos intracanais da câmara pulpar para a cavidade 
oral 
Requisitos dos materiais restauradores temporários 
 União ao dente 
 Resistência a compressão e desgaste 
 Facilidade de inserção e remoção 
 Baixo custo 
 Aparência aceitável 
Requisitos da seleção do material 
 Tipo da cavidade 
 Tempo de permanência 
 Aspectos oclusais 
 Estética 
 Custo 
 
Diagnóstico e 
planejamento
Abertura 
coronária
Esvaziamento e 
odontometria
PQM
Medicação 
intracanal
Obturação do 
canal radicular
Selamento 
coronário
Proservação
 
Tipos de materiais restauradores temporários 
 Cimento de óxido de zinco e eugenol – resistência mecânica de 60 Mpa, selamento coronário deficiente, mas 
possui bons resultados como selador biológico. É mais indicado para cavidades extensas, em áreas de reforço 
mastigatório por sua elevada resistência mecânica e entre as consultas do tratamento endodôntico. 
 Cimento de ionômero de vidro – bom selamento marginal, baixa solubilidade, baixa resistência mecânica e possui 
a capacidade de liberação de flúor. É indicado para cavidades extensas, em áreas de reforço mastigatório, reforço 
de dentes em tratamento e após a conclusão do tratamento. 
 Materiais resinosos fotopolimerizáveis – possuem um bom selamento marginal, são de fácil manipulação e 
remoção e possuem baixa resistência mecânica, são indicadas para restaurações temporárias em dentes anteriores, 
cavidades extensas e entre consultas e após a conclusão do tratamento. 
 Materiais endurecidos por umidade (pronto para o uso) – possuem um bom selamento marginal, baixa resistência 
mecânica e fácil inserção e remoção. É indicado para restaurações temporárias para curtos períodos de tempo, 
cavidades que apresentem paredes circundantes e entre consultas do tratamento. 
Objetivo da restauração temporário após tratamento endodôntico – proteção do material obturador dos canais 
radiculares e possibilitar a seleção de um material restaurador temporário aliando resistência mecânica e capacidade de 
selamento coronário.

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