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Resumo N2 Lógica Jurídica

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1 
 
CONTEÚDO N2 DE LÓGICA JURÍDICA – CAMPINAS 
 
TIPOS DE ARGUMENTOS: - DEDUTIVO - INDUTIVO – ANALOGIA - FALÁCIAS 
 
ARGUMENTOS DEDUTIVOS 
 
A dedução é a forma mais rigorosa de raciocínio. A dedução é uma forma segura de se poder extrair conclusões 
das premissas, através dela podemos ter certeza de estarmos corretos em nosso raciocínio. 
A dedução é o mesmo princípio utilizado nas ciências naturais, no Direito e na Administração. 
 
Características: 
– do geral para o particular; 
– premissas verdadeiras garantem uma conclusão verdadeira; 
– não ampliam o conhecimento. Toda a informação ou conteúdo contida na conclusão já estava contida nas 
premissas, mesmo implicitamente. 
Ex.: 
Os carbonos são condutores elétricos. 
Os carbonos são corpos simples. 
Logo alguns corpos simples são condutores elétricos. 
 
Somente um argumento dedutivo envolve a pretensão de que suas premissas fornecem uma prova conclusiva. 
No caso de argumentos dedutivos, os termos técnicos “válido” e “inválido” são usados no lugar de “correto” ou 
“incorreto”. 
Um raciocínio dedutivo é válido quando suas premissas se verdadeiras, fornecem provas convincentes 
para sua conclusão, isto é, quando as premissas e as conclusões estão de tal modo relacionadas que é 
absolutamente impossível as premissas serem verdadeiras se a conclusão tampouco for verdadeira. 
Todo raciocínio ou argumento dedutivo é válido ou inválido; a tarefa da lógica dedutiva é esclarecer a natureza 
da relação entre as premissas e a conclusão em argumentos válidos, e assim, nos permitir que discriminemos os 
argumentos válidos dos inválidos. 
Em um argumento dedutivo correto a conclusão é inferida necessariamente das premissas. Ela pode ser 
uma proposição universal ou particular. 
Nos exemplos a seguir, a primeira dedução parte de premissas gerais e chega a uma conclusão também 
geral; no segundo caso, a conclusão é particular: 
 
Todo brasileiro é sul-americano. 
Todo paulista é brasileiro. 
Todo paulista é sul-americano. 
 
Todo brasileiro é sul-americano. 
Algum brasileiro é índio. 
Algum índio é sul-americano 
 
Todo metal é dilatado pelo calor. (Premissa maior) 
Ora, a prata é um metal. (Premissa menor) 
Logo, a prata é dilatada pelo calor. (Conclusão) 
2 
 
 
Assim, a dedução organiza e especifica o conhecimento que já temos. Ela tem como ponto de partida o plano 
do inteligível, ou seja, da verdade geral, já estabelecida. 
É importante notar que a dedução não traz conhecimento novo, uma vez que a conclusão sempre se apresenta 
como um caso particular da lei geral. 
 
ARGUMENTO INDUTIVO 
Indutivo é o raciocínio que, após considerar um número suficiente de casos particulares, conclui uma 
verdade geral. A indução, ao contrário da dedução, parte da experiência sensível, dos dados particulares. 
Próprio das ciências naturais também aparece na Matemática através da Estatística. Envolve pretensão. Suas 
premissas não precisam proporcionar provas convincentes da verdade de sua conclusão, mas de que 
somente forneçam algumas provas disso. 
 
Características do raciocínio indutivo: 
– do particular para o geral; 
– premissas verdadeiras não garantem uma conclusão verdadeira; 
– ampliam o conhecimento. 
 
Os argumentos indutivos não são “válidos ou inválidos” no sentido em que estes termos se aplicam aos 
argumentos dedutivos. Os raciocínios indutivos podem, é claro, ser avaliados como melhores ou piores, 
segundo o grau de verossimilhança ou probabilidade que as premissas confiram às respectivas conclusões. 
A indução por enumeração é uma argumentação pela qual, a partir de diversos dados singulares constatados, 
chegamos a proposições universais. Nesse tipo de argumento ocorre uma generalização indutiva. Enquanto na 
dedução a conclusão deriva de proposições universais já conhecidas, a indução, ao contrário, chega à conclusão 
a partir de evidências parciais. 
Exemplos: 
Esta porção de água ferve a cem graus, e esta outra, e esta outra ... ; logo, a água ferve a cem graus. 
O cobre é condutor de eletricidade, e o ouro, e o ferro, e o zinco, e a prata também ... ; logo, o metal (isto é, 
todo metal) é condutor de eletricidade. 
Diferentemente do argumento dedutivo, o conteúdo da conclusão da indução excede o das premissas. 
Enquanto a conclusão da dedução está contida nas premissas, e retira daí a prova de sua verdade, a 
conclusão da indução tem apenas probabilidade de ser correta. Apesar da aparente fragilidade da indução, 
que não alcança o rigor do raciocínio dedutivo, trata-se de uma forma muito fecunda de pensar, responsável 
pela fundamentação de grande parte dos nossos conhecimentos na vida diária e de grande valia nas ciências 
experimentais. Além disso, todas as nossas previsões têm base na indução, ou seja, no raciocínio que, partindo 
de alguns casos da experiência presente, nos faz inferir que o mesmo poderá ocorrer mais tarde. 
Cabe ao lógico especificar as condições sob as quais devemos tomar a indução como correta. 
 
Diferença entre argumentos Dedutivos e Indutivos. 
Se chove molha a rua. Está chovendo. A rua está molhada. 
DEDUTIVO. – do geral para o particular; – premissas verdadeiras garantem uma conclusão verdadeira; a 
certeza das premissas é transferida para a conclusão – não ampliam o conhecimento. 
Se chove molha a rua. A rua está molhada. Está chovendo. 
INDUTIVO. – do particular para o geral; – premissas verdadeiras não garantem uma conclusão verdadeira; pois 
a conclusão é mais ampla do que o conteúdo estabelecido pelas premissas – ampliam o conhecimento. 
3 
 
ARGUMENTO POR ANALOGIA 
 Neste tipo de argumentos parte-se da semelhança entre duas coisas, para se concluir que a propriedade de uma 
é a mesma que podemos encontrar na outra. É um caso de INDUÇÃO. 
As diferenças específicas são ignoradas. Quando se argumenta que duas coisas que são similares sob certos 
aspectos são também similares sob outros aspectos, utiliza-se indução analógica. 
– A Terra tem ar, água e vida. Marte tem ar e água, logo deve ter vida. 
• A conclusão tem apenas certa probabilidade de estar correta; quanto maiores as similaridades, maior a 
probabilidade. 
• A água de Marte está congelada nos pólos e a atmosfera é muito menos densa do que a da Terra. 
• Mas no passado Marte foi mais semelhante à Terra hoje, então é mais provável que Marte tenha tido vida no 
passado. 
Outros exemplos: teste de remédios em animais, sistema de precedente legal americano. 
Exemplo: Marte é um astro como a Terra. A Terra é habitada. Logo, Marte é também habitado. 
Como dissemos, a analogia é um caso de indução, mas vamos analisá-la separadamente por ter algumas 
características específicas. 
Analogia (ou raciocínio por semelhança) é uma indução parcial ou imperfeita, na qual passamos de um ou de 
alguns fatos singulares não a uma conclusão universal, mas a uma outra enunciação singular ou particular, 
inferida em virtude da comparação entre objetos que, embora diferentes, apresentam pontos de semelhança: 
Paulo sarou de suas dores de cabeça com este remédio. 
Logo, João há de sarar de suas dores de cabeça com este mesmo remédio. 
É claro que o raciocínio por semelhança fornece apenas probabilidade, e não certeza, mas desempenha 
papel importante na descoberta ou na invenção. 
Grande parte de nossas conclusões diárias baseia-se na analogia. Se lermos um bom livro de Graciliano 
Ramos, provavelmente compraremos outro do mesmo autor, na suposição de que deverá ser bom também. Se 
formos bem atendidos numa loja, voltaremos da próxima vez, na expectativa de tratamento semelhante. Da 
mesma forma, se mal atendidos, evitaremos retornar. Quando as explicações de determinado fato nos parecemcomplexas, costumamos recorrer a comparações, que na verdade são analogias: 
 "Quem não está habituado a ler, sofre como um nadador iniciante, engole água e perde o fôlego". Do mesmo 
modo, o texto literário é enriquecido pela metáfora, que é uma forma de estabelecer semelhança: "Amor é fogo 
que arde sem se ver" (Camões). 
A ciência também se vale de analogias. O médico britânico Alexander Fleming estava cultivando colônias de 
bactérias e observou que elas morriam em torno de uma mancha de bolor que tinha sido formada casualmente. 
Investigando o novo fato, reconheceu os fungos do gênero Penicillium. Por analogia, supôs que, se o bolor 
destruía as bactérias na cultura in vitro, poderia ser usado como medicamento para curar doenças em 
organismos ou seres mais complexos. 
As analogias podem ser fracas ou fortes, dependendo da relevância das semelhanças estabelecidas entre 
objetos diferentes. Embora a fisiologia dos seres humanos não seja idêntica à das cobaias, em experiências 
biológicas podem ser feitas comparações que tornam a analogia adequada e fecunda. Se o biólogo constatar 
determinados efeitos de uma droga ministrada em cobaias, é possível sustentar que os efeitos provocados em 
humanos sejam semelhantes. 
No entanto, convém observar que tipo de diferentes objetos comparamos para chegar a uma conclusão e qual é 
o critério de relevância que estamos usando. Assim, será fraca a analogia em que, embora a conclusão se baseie 
em diversas considerações, todas são irrelevantes. Por exemplo, se desejo comprar um carro que tenha o 
mesmo rendimento do carro do meu amigo, a analogia será fraca se eu levar em conta as semelhanças de cor, 
estofamento, recursos do painel e aquisição por meio da mesma agência de automóveis. A analogia será forte 
se, ao contrário, considerar a marca, o modelo, a potência, o número de cilindros, o peso da carroceria. 
 
4 
 
FALÁCIAS 
Também conhecidas como Sofismas, as Falácias são argumentos errôneos que tentam justificar uma afirmação. 
Alguns estudiosos consideram que o Sofisma é uma falácia intencional, de má-fé, tendo a deliberada intenção 
de enganar, enquanto a Falácia pura e simples é apenas um erro que pode ocorrer por descuido, mau-hábito ou 
ingenuidade. 
O Sofismo é um raciocínio falso, mas com aparência lógica. Exemplo: 
As galinhas tem dois pés, homens tem dois pés, logo homens são galinhas. 
Os nazistas eram nacionalistas, norte-americanos são nacionalistas, logo norte-americanos são nazistas. 
Uma falácia pode ser: 
• involuntária (um erro lógico não intencional) e chama-se paralogismo 
• ou voluntária (um erro lógico intencional, visando enganar o interlocutor) e chama-se sofisma 
 
Falácias FORMAIS são aquelas onde o erro está na Forma do argumento, em geral uma violação das regras 
do silogismo. 
Nas falácias formais, o argumento não atende às regras da inferência válida, daremos apenas alguns exemplos. 
Enfim, para se provar (demonstrar) a verdade da conclusão é preciso: a) partir de premissas verdadeiras; b) 
utilizar um argumento válido que induza a essa conclusão. 
Estamos perante uma falácia formal (uma falácia devida à FORMA), quando se pretende que um raciocínio 
seja dedutivamente válido, mas não o é. Quando o erro no raciocínio é outro, estamos perante uma falácia 
informal (NÃO é devida à FORMA). 
 
Falácias NÃO-FORMAIS, ou INFORMAIS, são aquelas em que o erro não está na forma em si, mas sim na 
matéria sobre a qual o argumento se aplica, normalmente premissas falsas. 
Existem, portanto, duas formas primárias de gerar argumentos incorretos. Cometendo erros de raciocínio com 
informações verdadeiras, erro FORMAL, ou raciocinando corretamente com informações falsas, erro 
INFORMAL, ou MATERIAL. E, é claro, é possível também raciocinar erroneamente com informações falsas. 
Em contrapartida, se o raciocínio e as informações forem corretos, as conclusões inevitavelmente serão 
corretas. 
Falácias INFORMAIS falácias cujas premissas: - não são relevantes para a conclusão. - não fornecem dados 
suficientes para garantir a conclusão; estão formuladas com linguagem ambígua. 
A capacidade persuasiva desses argumentos está frequentemente no impacto psicológico sobre o público. 
Comecemos pelas falácias não-formais, bastante comuns na vida diária. Muitas falácias decorrem do fato de 
algumas premissas serem irrelevantes para a aceitação da conclusão, mas são usadas com a função psicológica 
de convencer, mobilizando emoções como medo, entusiasmo, hostilidade ou reverência. 
Por exemplo, o argumento de autoridade é um tipo de indução aceitável, desde que a autoridade seja um 
especialista, tornando-se irrelevante se, por exemplo, recorrermos à autoridade do cientista Einstein para 
justificar posições religiosas ou ao jogador Pelé para avaliar política. 
Trata-se de recurso desviante, em que é usado o prestígio da autoridade para outro setor que não é da sua 
competência. Isso é muito comum na propaganda, quando artistas famosos "vendem" desde sabonetes até 
ideias, quando, por exemplo, apoiam um candidato às eleições. 
Há ainda o argumento de autoridade "às avessas", no sentido de ser pejorativo e ofensivo, conhecido 
como argumento contra o homem. Ocorre quando consideramos errada uma conclusão porque parte de 
alguém por nós depreciado. Ao refutar a verdade, atacamos quem fez a afirmação: por exemplo, desvalorizar a 
filosofia de Francis Bacon porque ele perdeu seu cargo de Chanceler da Inglaterra depois de serem constatados 
atos de desonestidade; ou ainda desmerecer o valor musical de Wagner a partir de sua adesão aos movimentos 
anti-semitas. 
5 
 
Na falácia de acidente, considera-se essencial algo que não passa de acidente como, por exemplo, concluir que 
a medicina é inútil por causa do erro de um médico. Ou quando se aplica o que é válido como regra geral em 
circunstâncias particulares e "acidentais" em que a regra é inaplicável. É o caso de pessoas excessivamente 
moralistas ou legalistas, que julgam a partir da letra fria das normas e das leis, independentemente da análise 
cuidadosa das circunstâncias específicas dos acontecimentos. 
A falácia de ignorância da questão consiste em se afastar da questão, desviando a discussão. Um advogado 
habilidoso, que não tem como negar o crime do réu, enfatiza que ele é bom filho, bom marido, trabalhador etc.; 
um vereador acusado de ter gasto sem a autorização da Câmara põe em relevo a importância e urgência dos 
gastos; ou, ainda, o deputado que defende o governo acusado de corrupção em comissão de inquérito não se 
detém para avaliar os fatos devidamente comprovados, mas discute questões formais do relatório da comissão 
ou enfatiza o pretenso revanchismo dos deputados oposicionistas. 
Há também falácias como a petição de princípio, ou círculo vicioso, que consiste em supor já conhecido o 
que é objeto da questão. Por exemplo: "Por que o ópio faz dormir? Porque tem uma virtude dormitiva" ou "Tal 
ação é injusta porque é condenável; e é condenável porque é injusta". Nessas citações é fácil perceber o erro, 
mas nem sempre se descobre à primeira vista que a afirmação da conclusão está presente entre as premissas, 
como no exemplo relatado por Irving Copi: "Permitir a todos os homens uma liberdade ilimitada de expressão 
deve ser sempre, de um modo geral, vantajoso para o Estado; pois é altamente propício aos interesses da 
comunidade que cada indivíduo desfrute de liberdade, perfeitamente ilimitada, para expressar os seus 
sentimentos". 
Outras vezes, as falácias não-formais decorrem de ambiguidades e falta de clareza, quando conceitos ou 
frases não são suficientemente esclarecidos ou são empregados com sentidos diferentes nas diversas etapas da 
argumentação. Trata-¬se de equívoco usarmos a palavra fim em doissentidos diferentes como se fosse o 
mesmo: "O fim de uma coisa é a sua perfeição; a morte é o fim da vida; logo a morte é a perfeição da vida". 
 
 INVOLUNTÁRIAS (PARALOGISMO) 
 
 
 
FALÁCIAS 
 
 FORMAIS 
 VOLUNTÁRIAS 
 (SOFISMAS) 
 
 INFORMAIS 
 
 
 
Lógica Proposional – Tabela da Verdade 
PROPOSIÇÕES – FRASES DECLARATIVAS DE SENTENÇAS FECHADAS. 
Já vimos que frases são todos os enunciados que possuem sentido. Existem frases declarativas, interrogativas 
(perguntas), imperativas (ordens) e exclamativas (emoções). Mas apenas frases declarativas podem 
representar proposições e podem ser classificadas em verdadeiras ou falsas, as demais não. 
Proposições são frases declarativas que podem ser classificadas em verdadeiras e falsas. 
Exemplo: 
Florianópolis é a capital do Brasil. (Não é uma frase verdadeira, mas é declarativa) 
Fernando é advogado. (Alguém que conheça o Fernando saberá afirmar se é verdadeira ou falsa) 
6 
 
Sentenças paradoxais são declarações aparentemente verdadeiras, que leva a uma contradição lógica, ou a 
uma situação que contradiz a intuição comum. Elas não são proposições, porque não consigo dizer se são 
verdadeiras e falsas. 
Exemplo: “A frase dentro destas aspas é mentira.” Só sei que nada sei. 
As sentenças podem ser abertas ou fechadas. Sentenças abertas: São aquelas que possuem algum grau de 
indeterminação. Elas não são proposições. Exemplo: Ele é ex-presidente do Figueirense. Sentenças fechadas: 
São aquelas que não possuem algum grau de indeterminação Exemplo: Adelaide Albergaria é a Coordenadora 
do Curso de Direito da USF de Campi Campinas (sentença fechada e verdadeira) Adelaide Albergaria é a 
Diretora de Campi Campinas (Sentença fechada e falsa). 
Resumindo Apenas frases declarativas de sentenças fechadas são proposições! 
 
1. CONECTIVOS: são as ligações que existem entre as proposições, quando existe mais de uma 
proposição associada. Podem ser: 
 
- CONJUNÇÃO: “e” símbolo ^ - associado a intersecção dos conjuntos. 
Exemplo: 2 é par e 3 é impar 
- DISJUNÇÃO INCLUSIVA: “ou” símbolo v – associação a operação união de conjuntos. 
Exemplo: 4 é par ou 5 é impar. 
- DISJUNÇÃO EXCLUSIVA: “ou”, “ou” símbolo v 
Exemplo: Ou 6 é par ou 7 é impar. 
- CONDICIONAL: “se” “então” símbolo → 
Exemplo: Se 2 é par então 3 é impar. 
- BICONDICIONAL: “se” e “somente se” símbolo ↔ 
Exemplo: 2 é par se e somente se 7 é ímpar. 
Atenção! O que importa é a fórmula dos conectivos...sempre! 
 
1.1 CONJUNÇÃO: “e” símbolo ^ 
Exemplo: 
Queremos um funcionário que fale inglês e fale espanhol. 
1ª. Proposição p – fale inglês 
2ª. Proposição q – fale espanhol 
CONJUNÇÃO “e” ^ 
P Q P ^ Q 
V V V 
V F F 
F V F 
F F F 
 
7 
 
Exemplos: 
2 é par e 5 é par = V + F = F - 6 é impar e 4 é par = F + V = F - 5 ≥ 7 e 8 ≤ 6 = V + V = V 
1.2. DISJUNÇÃO INCLUSIVA: “ou” símbolo v 
Queremos um funcionário que fale inglês ou fale espanhol. 
1ª. Proposição p – fale inglês 
2ª. Proposição q – fale espanhol 
P Q P v Q 
V V V 
V F V 
F V V 
F F F 
 
Brasil é um país ou a Argentina é uma cidade = V + F = V 
Brasília é a capital do Brasil ou Tóquio é capital do Japão = V + V = V 
Porto Alegre é a Capital de Santa Catarina ou Campinas é a Capital de São Paulo = F + F = F 
 
1.3 DISJUNÇÃO EXCLUSIVA: “ou”, “ou” símbolo v 
Fábio possui R$ 10.000,00 e precisa tomar uma decisão ou trocar de carro ou reformar a casa. 
 
Atenção! Não pode fazer as duas coisas! 
1ª. Proposição p – ou trocar de carro 
2ª. Proposição q – ou reformar a casa. 
P Q P v Q 
 
V V F 
V F V 
F V V 
F F V 
 
 
2.4. CONDICIONAL: “se” “então” símbolo → 
Se João nasceu em Brasília, então é brasileiro. 
1ª. Proposição p – Se João nasceu em Brasília 
2ª. Proposição q – então é brasileiro 
P Q P →Q 
 
V V V 
V F F 
F V V* 
F F V* 
 
* pode acontecer de não nascer em Brasília é ser brasileiro 
8 
 
2.5. - BICONDICIONAL: “se” e “somente se” símbolo ↔ 
Vou me casar, se e somente se conseguir emprego. 
1ª. Proposição p – vou me casar se e somente se 
2ª. Proposição q – conseguir emprego. 
P Q P ↔ Q 
 
V V V 
V F F 
F V F 
F F V 
 
É VERDADEIRO QUANDO AS PROPOSIÇÕES SÃO IGUAIS. 
Simbologia 
- CONJUNÇÃO p ^ q 
- DISJUNÇÃO INCLUSIVA: p v q 
- DISJUNÇÃO EXCLUSIVA: p v q. 
- CONDICIONAL ou IMPLICAÇÃO: p → q 
- BICONDICIONAL: p ↔ q 
 
2. NEGAÇÃO DE UMA PROPOSIÇÃO ~ OU ┐ 
 
Sempre que uma proposição p for verdadeira, sua negação será ~ p 
 
P : 2 é par - veradeira 
Negação : 2 não é par – falsa 
 
Sempre que uma proposição p for falsa, sua negação será ~ p será verdadeira 
 
P ~P 
V F 
F V 
 
 
Resumindo: como não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo, quando a proposição for verdadeira a sua 
negação é falsa e vice-versa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
LÓGICA JURÍDICA 
 
 
O DIREITO COMO UM SISTEMA LÓGICO 
 
Quando um físico, biólogo ou sociólogo estabelece relação ente dois dados pertinentes ao seu objeto de 
estudos, tomam um deles como causa do outro. Estabelecem assim uma relação de causalidade em que um 
dado, o antecedente, tem o efeito de produzir o do consequente. Eles estabelecem uma relação de necessidade 
ou probabilidade. 
 
O conectivo: a partícula linguística utilizada para conectar, ligar o antecedente ao consequente de que se valem 
esses cientistas é o verbo ser. 
 
Dado o antecedente, será o consequente. (água aquecida,) 
 
Os estudiosos das normas jurídicas não estabelecem uma relação de causalidade entre os dados emergentes de 
seu objeto, mas uma relação de natureza diversa. Para eles o dado que figura como antecedente não pode ser 
considerado causa do dado consequente. 
Os estudiosos das normas formulam proposições em que o antecedente é ligado ao consequente por um 
conectivo diferente: o verbo composto dever ser. A relação estabelecida não é de causalidade, mas de 
imputação. (homicídio – pena de reclusão, aborto, a punição não é causada pelo crime). 
 
Em termos estruturais, dado o antecedente, deverá ser o consequente. 
 
Para eles o dado que figura como antecedente não pode ser considerado causa do dado consequente. 
Diferença fundamental entre os cientistas de causas e de normas. 
 
P – antecedente 
 
Q - consequente 
 
O pensamento formulado pelos cientistas causais é p segue q (implicação causal) 
 
Relação no campo dos enunciados verbais possíveis de serem falsos ou verdadeiros) 
 
O pensamento formulado pelos estudiosos das normas é q deve seguir p (imputativa – atribuição) 
Relação no campo do saber deôntico. 
 
O verbo composto dever ser é, assim, o conectivo deôntico, que serve de ligação entre o antecedente e o 
consequente de uma relação imputativa. 
 
A natureza do dever ser é complexa,(fato empírico da vontade, expressão, etc) então existe uma lógica no 
Direito? Se é diversa deveria existir um lógica especificamente deôntica? 
 
A palavra deôntico tem sua origem na palavra grega DEON (o que é obrigatório). Deôntico se refere ao 
princípio da obrigação e da permissão. A natureza do dever seré complexa. Porque deontologia envolve 
escolhas moralmente necessárias, proibidas ou permitidas. Elas orientam nossas escolhas sobre o que deve ser 
feito. 
 
O ordenamento jurídico tem caráter deôntico. Vamos analisar se o Direito é lógico. Existe logicidade no 
Direito? 
 
 
 
 
 
10 
 
MODAIS DEÔNTICOS 
 
As normas podem ser: 1. Costumeiras (reflete uma conduta) 2. Morais (conduta e mudança interior) 3. 
Jurídicas (pressão social a partir do Direito, com penalidade civil aplicável as pessoas ou ao ato – relação de 
imputação). É um comando dirigido as ações dos indivíduos, é uma regra que serve para regular as ações ou 
comportamentos de alguém em suas relações sociais. 
 
A norma jurídica opera com três modais deônticos (modelo de moral – dever-ser): 
 
Modal de Proibição (V) - Modal de Obrigatoriedade (O) - Modal de Permissão (P) 
 
Para enunciados que vedam, proíbem determinado comportamento é V(p). Normas de “é proibido fumar.... 
 
Para enunciados que obrigam determinado comportamento é O(p). Normas de “é obrigatório... uso de trajes. 
 
Para enunciados que permitem comportamento é P (p). Normas de “ é facultado.... 
 
Então teremos modais deônticos (V,O, P). 
 
O símbolo ~ significa negação (~O) não-obrigar, (~ V) não vedar (~P) não permitir. 
 
As normas jurídicas para um mesmo fato podem ser aplicados todos os modais deônticos. Exemplo: 
 
Clara pode se casar – Permissão. 
É obrigatório que Clara seja maior de idade para se casar, ou que tenha autorização. – Obrigação 
É proibido que Clara se case com o seu irmão – Proibição. 
 
E isto porque OBRIGAR a uma conduta é o mesmo que PROIBIR a conduta oposta. 
 
Veja, obrigar o pagamento de uma taxa é o mesmo que proibir não pagar a taxa, e assim por diante. Por isso os 
modais apresentam equivalências, com a seguinte simbologia: 
 
 
Vejam a ligação entre esses modais, as equivalências. 
 
O (p) Obrigar a fazer = V (~p) Proibir não fazer =~P (~p) Não permitir não fazer 
V (p) Proibir de fazer = O (~p) Obrigar não fazer = ~P (p) Não permitir fazer 
P (p) Permitir fazer = ~O (~p) Não obrigar a não fazer = ~V (p) Não proibir fazer 
P (~p) Permitir não fazer = ~O (p) Não obrigar fazer = ~V (~p) Não proibir não fazer. 
 
Assim: 
 
Permitir o comportamento equivale a não obrigar o mesmo comportamento. 
 
No quadro de oposição lógica-deôntica, na posição A, encontra-se a prescrição afirmativa universal (TODOS 
DEVEM FAZER P) – OBRIGATORIEDADE DE COMPORTAMENTO – O (p) 
 
Na posição E a prescrição de universal negativa (TODOS DEVEM NÃO FAZER P, ou melhor NINGUÉM 
DEVE FAZER P) – PROIBIÇÕ DE COMPORTAMENTO O (~p) 
 
Na posição I de afirmativa particular (NEM TODOS DEVEM FAZER P) – FORMA DE PERMISSÃO ~O 
(~p). 
 
Na posição O negativa particular (NEM TODOS NÃO DEVEM FAZER P) – FORMA DE PERMISSÃO.~O 
(p). 
 
 
11 
 
QUADRO DE OPOSIÇÃO LÓGICA DEÔNTICA 
 
 
 
 
A SUPERAÇÃO DAS ANTINOMIAS 
 
Para Bobbio, haverá antinomia quando duas proposições não puderem ser válidas simultaneamente, havendo 
incompatibilidade entre comandos. Para Maria Helena Diniz a antinomia é a presença de duas normas 
conflitantes, sem que se possa saber qual delas deverá ser aplicada ao caso singular. 
 
Há antinomias, então, em três situações: 
 
1) Quando uma norma obriga certo ato e outra proíbe(normas contrárias). Lembre-se! Normas contrárias não 
podem ser ambas verdadeiras, mas podem ser ambas falsas. 
 
2) Quando uma norma obriga certo ato e outra permite a sua abstenção(normas contraditórias). Lembre-se! 
Normas contraditórias não podem ser verdadeiras e falsas ao mesmo tempo. 
 
3) Quando uma norma proíbe certo ato e outra permite(normas contraditórias) 
 
Adotando o critério formal de incompatibilidade proposto por Bobbio na obra Teoria do Ordenamento Jurídico, 
duas proposições representadas no quadro estarão em conflito quando não puderem ser ambas verdadeiras. 
Vale dizer, a verdade de uma requer a falsidade de uma e vice-versa. Se não há possibilidade de duas 
proposições jurídicas serem simultaneamente verdadeiras, quer dizer que são incompatíveis entre si. Aceitando-
se que a incompatibilidade entre proposições jurídicas reflete a incompatibilidade entre as normas descritas, nos 
casos em que houve impossibilidade de existirem duas proposições verdadeiras estarão indicando, 
reflexamente, os casos de antinomia. 
 
 
Tabela: CONTRÁRIAS 
 
O (p) 
OBRIGATÓRIO 
 
V (p) 
PROIBIDO 
V 
 
F 
F 
 
V ou F 
 
 
 
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Tabela: CONTRADITÓRIAS 
 
 
 
O (p) 
OBRIGATÓRIO 
 
~O (p) 
NÃO- OBRIGATÓRIO 
 
V 
 
F 
F 
 
V 
 
 
 
V (p) 
PROIBIDO 
P(p) 
PERMITIDO 
 
V 
 
 
F 
 
F 
 
 
V 
 
 
 
Três critérios são aceitos para eliminação das antinomias aparentes: 
 
 a) Critério Cronológico: norma posterior prevalece sobre norma anterior. 
 b) Critério Hierárquico: norma superior prevalece sobre norma inferior. 
 c) Critério da Especialidade: Norma especial prevalece sobre norma geral. 
 
ATENÇÃO e quando os critérios forem insuficientes? 
 
Antinomias de Segundo Grau: Ocorre quando a incompatibilidade existe não somente entre normas, mas 
também entre critérios de superação. 
 
No conflito entre critério cronológico e hierárquico prevalece o hierárquico (exemplo A). No conflito entre o 
critério cronológico e o da especialidade, prevalece o da especialidade (exemplo B). No conflito entre o critério 
da hierarquia e o da especialidade, não existe meio seguro para a solução do conflito (exemplo C). O critério da 
hierarquia decorre do valor segurança e o da especialidade é imposição da justiça. 
 
Exemplo A: norma A posterior e inferior x norma B anterior e superior 
 
Exemplo B: norma A posterior e geral x norma B anterior e especial. 
 
Exemplo C: norma A inferior e especial x norma B superior e geral. 
 
 
E no caso de “ANTINOMIA REAL” que é o conflito entre duas normas, editadas ao mesmo tempo, de mesma 
hierarquia e mesmo âmbito de incidência → as duas serão igualmente válidos, podendo se optar por qualquer 
delas. 
 
A questão é como eliminar a incompatibilidade? Diferentemente do que ocorre com os critérios de superação 
das antinomias aparentes, não há uma ordem de prevalência entre eliminar uma das normas conflitantes e 
aplicar o restante, eliminar todas as normas e não aplicar nenhuma delas ou, por fim, criar uma terceira norma 
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(que no Brasil é proibido). Ficará ao encargo do intérprete a tarefa de indicar qual o melhor rumo a se tomar de 
acordo com as peculiaridades da situação concreta. 
 
 
Obs.: A Constituição sempre prevalece, no caso de soluções de conflitos entre critérios. 
 
Exemplos de Antinomias reais 
 
 
J-SP - Agravo de Instrumento AI 01058534720138260000 SP 0105853-47.2013.8.26.0000 (TJ-SP) 
Data de publicação: 05/12/2013 
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO Pretensão de que o agravado retire vídeo postado no portal 
youtube e em sua página no facebook, fazendo referências supostamente injuriosas ao agravante, 
como Presidente da Câmara Municipal da localidade - Indeferimento da liminar 
Confirmação Antinomia real entre princípios constitucionais de direitos de personalidade e 
liberdade de manifestação e expressão, com preponderância, por ora, da liberdade de manifestação 
do agravado - Excessos que, se efetivamente verificados, poderão ser resolvidos em perdas e 
danos Recurso não provido. 
 
TJ-PE - Agravo AGV 2978441 PE (TJ-PE) 
Data de publicação: 06/03/2014 
Ementa: DIREITO CIVIL. LEI 8.078 /1990. RECURSO DE AGRAVO. DANO MATERIAL E MORAL. 
DIÁLOGO DASFONTES - ART. 734 , CC/02 C/C ART. 14 , CDC 
. ANTINOMIA JURÍDICA. NORMAS CONFLITANTES. CÓDIGO AERONÁUTICO BRASILEIRO 
ESBARRA NA LEI 8.078 /1990. PREVALÊNCIA DA LEGISLAÇÃO CONSUMERISTA - 
COMPETENTE PARA O CASO EM EXAME. ENTENDIMENTO CONSOLIDADO PELO SUPERIOR 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA. DANO MORAL. VALOR PROPORCIONAL E RAZOÁVEL. RECURSO 
IMPROVIDO. 1 - Decisão de piso condenou a empresa aérea recorrente a pagar à autora/agravada, 
a título de danos materiais a quantia de R$ 16.422,00 (dezesseis mil quatrocentos e vinte dois 
reais), e a título de danos morais o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais); 2 - Em sede de Apelação 
fora negado seguimento ao recurso, tendo em vista se encontrar em dissonância ao entendimento 
pacificado pelo Superior Tribunal de Justiça; 3 - Recurso de Agravo atacando todos os pontos da 
decisão terminativa, trazendo entendimento de que necessário se faz aplicar o Código Aeronáutico 
Brasileiro. Todavia, é cristalino que há uma relação de consumo entre passageiro e empresa aérea, 
aplicando-se, pois, a Lei 8.078 /1990, em seu art. 6º , VI e VIII , o qual consagra o princípio da 
reparação integral de danos, pelo qual tem direito o consumidor ao ressarcimento integral pelos 
prejuízos materiais e morais causados pelo fornecimento de produtos, prestação de serviços ou má 
informação a eles relacionados, devendo ser facilitada a tutela dos seus direitos. 4 - Através do 
Diálogo das fontes entre o Código Civil e Código de Defesa do Consumidor , necessário se faz 
transcrever a exegese dos arts. 734, e seu par. único c/c art. 14 , do CDC . "art. 734. O transportador 
responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força 
maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade" ; "art. 734, par. único. É lícito 
ao transportador exigir a declaração do valor da bagagem a fim de fixar o limite da indenização" ; 
"Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela 
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, 
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos."; 5 - 
Indenização arbitrada conforme os princípios da proporcionalidade e razoabilidade; 6 - Ausência de 
argumento novo capaz de afastar os fundamentos defendidos na decisão terminativa agravada; 5 - 
Recurso improvido. À unanimidade.. 
 
STF - HABEAS CORPUS HC 68793 RJ (STF) 
Data de publicação: 06/06/1997 
Ementa: - "Habeas corpus". Crime de quadrilha ou bando. Interpretação dos artigos 8º e 10 da Lei nº 8.072 , de 
25 de julho de 1990. - Quando há choque entre dois dispositivos de uma mesma lei, a antinomia não pode ser 
resolvida pelos critérios da hierarquia ou da sucessividade no tempo, porque esses critérios pressupõem a 
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existência de duas leis diversas, uma hierarquicamente superior à outra, ou esta posterior à primeira. Nesse 
caso, que é o de mais difícil solução, o que é preciso verificar é se a antinomia entre os dois textos da mesma 
hierarquia e vigentes ao mesmo tempo é uma antinomia aparente, e, portanto, solúvel, ou se é uma 
antinomia real, e, conseqüentemente, insolúvel. A antinomia aparente é aquela que permite a conciliação 
entre os dispositivos antinômicos, ainda que pelo que se denomina "interpretação corretiva", ao passo que 
a antinomia real é aquela que, de forma alguma, permite essa conciliação, daí decorrendo a necessidade de se 
adotar a chamada "interpretação abrogante", pela qual ou o intérprete elimina uma das normas contraditórias 
(ab-rogação simples) ou elimina as duas normas contrárias (ab-rogação dupla). Dessas três soluções, a que deve 
ser preferida - só sendo afastável quando de forma alguma possa ser utilizada - é a interpretação corretiva, que 
conserva ambas as normas incompatíveis por meio de interpretação que se ajuste ao espírito da lei e que corrija 
a incompatibilidade, eliminando-a pela introdução de leve ou de parcial modificação no texto da lei. No caso, a 
interpretação corretiva é perfeitamente aplicável. Com efeito, atendendo-se a que o artigo 8º da Lei nº 8.072 /90 
se dirige à pena e a que o artigo 10 dessa mesma Lei tem inequivocamente como em vigor o tipo delituoso 
previsto no artigo 14 da Lei nº 6.368 /76, a forma de afastar-se a interpretação ab-rogante - que só deve ser 
utilizada no caso extremo de inconciliabilidade absoluta - será a da conciliação sistemática, mediante a 
interpretação restritiva de ambos os dispositivos, deixando ao primeiro a fixação da pena inclusive para a 
quadrilha que se forma para a prática de crime de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e ao segundo a 
especialização do tipo do crime de quadrilha com essa finalidade. "Habeas corpus" indeferido.... 
 
 
PARA CONSTITUIR UM SISTEMA JURÍDICO LÓGICO 
 
A lógica não é um instrumento de ampliação do conhecimento, mas de organização do raciocínio, ligação de 
ideias um como premissas das outras, com estrita observância de determinadas regras estabelecidas pela própria 
lógica (o princípio da identidade, do terceiro excluído, as regra de validade do silogismo, etc). 
 
O Sistema Jurídico será lógico se obedece aos princípios da identidade, da não contradição e do terceiro 
excluído, ou seja, deve ser unitário, consistente e completo. 
 
Será unitário se for fiel aos seus conceitos: o que é, é – Princípio da Identidade. 
 
Será consistente se possui proposição compatível entre si, sem antinomias, dentro do mesmo sistema – 
Princípio da não contradição. 
 
Antinomia é o conflito entre normas do mesmo ordenamento 
 
Será completo se o sistema for integrado ou por uma proposição ou pela sua contraditória, pois a 
ausência de ambas tornará os sistemas lacunosos, incompletos – Princípio do Terceiro Excluído. 
 
 
LACUNAS 
 
Significa a ausência de uma regra determinada, que seria de se esperar no contexto global daquele sistema 
jurídico. As lacunas são definidas como a ausência de lei para um caso concreto. Os legisladores não podem 
prever todas as condutas, como resolver os casos não previstos? Exemplo dos crimes de informática? 
 
O Brasil consagra a regra da analogia, apelos aos costumes e aos princípios gerais de direito como forma de 
decidir pendências para as quais inexistia norma específica (art. 4 da Lei de Introdução do Código Civil) 
 
“Art. 4º do Decreto-Lei 4.657/42 (LICC) – Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo 
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito” 
“Art. 126 do CPC. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade 
da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à 
analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito” 
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Mas a possibilidade de ter lacunas compromete o caráter lógico, porque transgrediu princípio do terceiro 
excluído (deve conter o enunciado ou seu contraditório, uma norma que sancione ou não sancione) V (p) ou P 
(p). 
 
Para Fábio Ulhôa Coelho, na obra Roteiro de Lógica Jurídica, existem maneiras de resolver isso: 
 
1. progressividade do processo legislativo, aperfeiçoamento da técnica legislativa. 
 
2. condições lógicas do direito, que é inafastável a imprevisibilidade relativa das ações humanas, sempre 
haverá uma margem de casos não previstos. A corrente que acredita na existência das lacunas parte do 
pressuposto que o direito é um sistema aberto, em constante adaptação, sendo que o legislador não tem 
condições de prever tudo o que pode acontecer. Uma ordem jurídica completa e exaustiva seria pura 
quimera. 
 
Estudiosa no assunto, Maria Helena Diniz (2002) afirma que a existência de lacunas no direito é uma realidade 
inquestionável. 
 
 
3. negar a existência de lacunas no ordenamentojurídico, destacam-se a escola da exegese e o positivismo 
jurídico, como Hans Kelsen. Para Kelsen defender a logicidade e completude do Direito ele nega a 
existência de lacunas, afirmava ser a lacuna uma ficção jurídica. Explicava o doutrinador que, se 
determinada queixa não encontrava resposta num preceito do ordenamento, isto significava que, a 
priori, tal questão era irrelevante ao direito, uma vez que via este como um todo ordenado, fechado e 
completo. 
 
Kelsen foi um grande e importante filósofo austríaco e pensador jurídico do século XX, responsável pela obra 
“Teoria Pura do Direito” que não permitia o estudo das relações entre normas jurídicas e os valores sociais. A 
Ciência do Direito não deveria considerar qualquer tipo de valor, ou mesmo de Justiça, com grande 
preocupação com a lógica do Direito. 
 
A norma jurídica pode ser válida ou inválida, não verdadeira ou falsa. Para Kelsen a validade está 
condicionada a dois fatores: eficácia e autoridade competente. Ele não se importa com o conteúdo. 
 
Dizia Kelsen que o juiz, ao recusar a demanda sob a alegação de que não havia norma aplicável, de fato 
aplicava o direito vigente, pois ninguém deve se sentir obrigado a proceder conforme determinada conduta se 
esta não lhe é exigida pelo direito posto. Ou seja, haveria uma regra, negativa, afirmando ser a pretensão 
juridicamente irrelevante. 
 
Entretanto, admitia Kelsen que o juiz, ao se deparar com uma lide cuja solução não fora prevista pelo 
ordenamento, podia considerar que simplesmente ignorá-la o faria compactuar com uma situação injusta, 
quando acreditasse na pertinência do pedido. 
 
Assim, reconhecia ao juiz a premissa de agir como legislador para o caso concreto quando a lei fosse omissa, 
sem que com isso estivesse reconhecendo a incompletude do ordenamento. Na verdade, tratar-se-ia de um 
acréscimo ao direito efetivamente válido, uma vez que a norma criada para o caso concreto não encontraria 
correspondente genérica. Todavia, deve-se frisar que o juiz poderia se ater ao direito positivo e recusar a 
demanda porque ele vai encontrar a norma e vai encontrar uma solução e dar a decisão. Exemplo da barriga de 
aluguel o contrato é nulo. 
 
Portanto, a decisão de estipular nova norma para o caso in concreto, segundo Kelsen reputava-se uma decisão 
política, fruto da inadequação da solução jurídica proposta pelo ordenamento vigente (qual seja, a ignorância do 
fato). Dessa forma, seria sempre possível discutir qual a resposta mais justo dada certo conflito, mas este 
diálogo teria lugar fora do âmbito da ciência jurídica, estando reservado à política do direito. 
 
 
 
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O SISTEMA JURÍDICO E A CRÍTICA AO PENSAMENTO KELSIANO 
 
Fábio Ulhôa Coelho critica o pensamento kelsiano. Para Kelsen as normas são formulações das autoridades 
competentes, a lei se encontraria na vontade do legislador que a aprovou. 
Para Ulhôa as normas jurídicas residem na cabeça da “comunidade jurídica” e não somente na cabeça do 
legislador. 
 “Comunidade jurídica” são todos aqueles que conhecem o conteúdo da norma e não somente o profissional do 
direito. 
Norma jurídica, desta forma, é tudo aquilo o que pensam sobre ela, devendo, assim, ser superada a diferença 
entre norma e proposição, porque as proposições estão sendo colocadas dentro dos códigos. 
Ulhôa na verdade destaca a construção do entendimento jurídico pelas doutrinas. 
 
 
O PAPEL DA LÓGICA NO DIREITO 
 
A Congruência Pseudológica do Direito. A possibilidade de antinomias reais (não-contradição) e de 
lacunas(terceiro excluído), fazem com que o Direito não seja lógico, porém, deve-se admitir que também não 
seja aleatório. 
O Direito possui natureza diversa: é pseudológico. Lógico na aparência. 
Se existe antinomia (conflitos entre normas – o não respeito ao princípio da contradição) e lacunas (inexistência 
de lei – o não respeito ao princípio do terceiro excluído), o Direito é lógico? 
Não... é pseudológico! Por que ele vai se valer da retórica e do convencimento jurídico. 
 
I ) DIREITO E RETÓRICA 
 
Chain Perelman recuperar o pensamento Aristotélico, ao dizer que o raciocínio jurídico tem natureza 
argumentativa, pois suas premissas não são dadas, mas sim escolhidas pelo orador, que as elege, procurando 
compartilhá-las com o auditório, usando a retórica. Retórica é escolha(argumentos). 
Retórico é conjunto de técnicas comunicativas, pelos quais se busca o convencimento ao interlocutor. 
O interlocutor do advogado, ao promotor e do procurador é o juiz. O interlocutor do juiz é a sociedade, que 
busca segurança nas suas decisões. O interlocutor do doutrinador é a Comunidade Jurídica. 
 
II) O CONVENCIMENTO JURÍDICO 
 
É uma interação comunicativa que une orador e interlocutor através de uma mensagem. 
É o interlocutor passa a compartilhar da mensagem emanada do orador, não se limitando a entender ou aceitar, 
mas adotando a mensagem como se fosse sua. 
O processo de convencimento pode ser desdobrado em três: a)Identidade ideológica; b)Mobilização das 
emoções; c) Intercâmbio intelectual. 
 
II.a) A IDENTIDADE IDEOLÓGICA 
 
–“IDEOLOGIA” é um sistema de ideias sobre a sociedade, a maneira pela qual a pessoa entende a relação entre 
os homens, sua visão do mundo, seus valores. 
 
–“Identidade Ideológica” é o processo pelo qual o orador transmite ao interlocutor a informação de que a sua 
mensagem não incompatibiliza com a ideologia deste último. 
 
–Se o interlocutor se perceber ideologicamente identificado com o orador, isto é, se ambos compartilham da 
mesma visão do mundo ( no que diz respeito aquela mensagem), será mais receptivo ao discurso. Ao contrario, 
será menos receptivo, menos aberto ao discurso. 
 
ATENÇÃO: O profissional do Direito não deve renunciar aos seus valores, adulterando a sua ideologia para 
convencer o interlocutor. Deve sopesar o quanto falta de identidade ideológica e procurar compensar esse 
desequilíbrio com outros recursos retóricos. Por isso, é conveniente sopesar em que terreno se trava o embate 
argumentativo. 
 
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ATENÇÃO II: Nenhuma ideologia se sustenta sem um substrato pseudológico, pois mesmo que não seja 
verdadeira, deve ser dotada de coerência interna, “foi assim com o nazismo, com o aparteid ou com Jim 
Jhones”. 
 
ATENÇÃO III: Nenhum profissional do Direito deve deixar explicitado o desenrolar do processo de 
identificação ideológica, sob pena de frustrar o seu convencimento. 
 
II.b) A MOBILIZAÇÃO DAS EMOÇÕES 
 
O homem não é um ser puramente racional. As suas ações, o seu comportamento não se definem 
exclusivamente a partir da razão. 
 
A decisão jurídica, proferida por juízes e administradores humanos, também é largamente influenciada pelas 
emoções. 
 
O interlocutor é sempre um ser humano, suas decisões são motivas não apenas pela sua capacidade intelectual, 
mas também por sua história psicológica, seus sentimentos, sua postura perante a vida, sua autoestima. 
 
O Corpo Retórico 
 
Progressivamente o estudante de direito vem experimentando mudanças em seu corpo: o seu jeito de vestir, de 
cortar os cabelos, de cumprimentar os outros, de se sentar, acaba se moldando a um padrão: é o chamado 
“corpo retórico”. 
 
A aparência, por si só, não é garantia de nada, mas não pode ser ignorada, porque é fator que interfere em 
diferentes graus do convencimento jurídico. 
 
Cuidado para as falácias! 
 
II.c) O INTERCÂMBIO INTELECTUAL: 
 
O consequente sempre decorrerá do antecedente, através de conexões lógicas, de argumentos lógicos, de provas 
irrefutáveis. 
Embora seja possível o convencimento apenas baseado na identidade ideológica ou na mobilização das 
emoções, o processo de convencimento por excelência é realizadoatravés do intercâmbio intelectual. 
Intercâmbio intelectual é o convencimento através da lógica jurídica, que o consequente sempre decorrerá do 
antecedente de modo irrefutável. 
O domínio da lógica acaba se revelando o mais importante dos recursos retóricos. O profissional do Direito que 
articula com rigor lógico o seu discurso, tem em mãos os argumentos mais convincentes. 
O intercâmbio intelectual fala à razão, diferente da mobilização das emoções fala à emoção. 
 
 
CONCLUSÃO para Fábio Ulhôa 
 
O Direito é lógico?! O direito não obedece ao princípio da não contradição (antinomias), do terceiro excluído 
(lacunas), e da identidade (flexibilização). O direito é pseudológico para Ulhôa.

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