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Resposta celular MHC, doença auto imune e transplante e rejeição

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6ª aula: Resposta celular MHC, doença autoimune e Transplante e rejeição – Imunologia 1ªAVD
O termo resposta celular, significa que linfócito B foi ativado. Lá na hematopoiese, aprendemos que a célula tronco pode formar progenitor linfoide e progenitor mieloide – o progenitor linfoide vai formar linfócito B (resposta humoral – humoral porque produz anticorpo que é solúvel na corrente sanguínea), poderá formar a NK, e poderá formar o linfócito T, que vamos estudar hoje.
Ele recebe esse T, porque é o progenitor linfoide que migrou para o Timo e lá ele vai ter a capacidade de se diferenciar em duas superpopulações: dois tipos de linfócitos T distintos – linfócito T CD4 ou linfócito T CD8.
Todos os dois linfócitos produzem citocinas (molécula imunorreguladora proteica que regula a resposta do sistema imunológico – ativar ou desativar). E o linfócito T CD8 tem uma outra função que o CD4 não tem, que é a mesma função que a NK: liberar grânulos de perforina, então essa célula é capaz de desenvolver lise celular.
Essa célula é formada no timo, e quando ela sai dele ela vai para a corrente sanguínea, fica circulando no sangue ou ela será armazenada nos órgãos linfoides (baço e linfonodos). Todas as células, todas essas bolinhas pequenininhas aqui são progenitores linfoides que entraram no timo, e elas vão sair. Só que para vocês entenderem: entram 100 e sai no máximo 1 – processo que faz uma seleção extremamente rigorosa na formação dessa célula, porque o erro na formação dessa célula pode induzir uma doença autoimune.
O timo é um órgão linfoide primário, participa da formação de linfócito, que fica localizado na caixa torácica – ele tem um formato arredondado, parece uma bolinha – vamos associar como se fosse o aspecto de laranja – você tem esse órgão até a adolescência, a partir dos 13 a 15 anos de idade o timo para de funcionar e aí ele vai regredindo o seu tamanho, e quando ele regride ele vira uma película somente e que é absorvida pelo coração e que forma o pericárdio. Então ninguém aqui mais tem timo, um dia ele existiu no nosso corpo – ele regride de tamanho até praticamente sumir porque ele para de funcionar – função única de formar linfócitos T.
Com 13 anos já temos todos os linfócitos T formados – se você por algum motivo perder esse linfócito T infelizmente você não terá como substitui-lo, e a ausência do linfócito T faz uma imunodeficiência que acaba te levando à morte – é isso que acontece com um paciente HIV positivo, ele adquiriu um vírus que destrói um tipo de linfócito T, que é o CD4, e por não reposição, substituição dessa célula o paciente faz uma imunodeficiência adquirida. 
Criança que tem timo não tem aids porque todo linfócito t que é destruído pelo vírus HIV acaba sendo reposto, tem a reposição porque ela tem um timo funcional, apesar do timo dela parar de funcionar um pouco mais cedo porque ele trabalha demais para repor essas células que estão sendo destruídas – para com uns 9 a 7 anos. Mas até iniciar o processo de parada da funcionalidade, ela não é aidética, ela é soro positivo ou HIV positivo.
Pensando nessa estrutura, vamos comparar com a laranja – eu tenho a casca da laranja, eu vou fazer um corte onde a gente vai estudar o timo, a casca da laranja vai ser a capsula do timo; eu tenho abaixo dela um córtex que é a primeira etapa para a formação do linfócito T; eu tenho o centro da laranja onde eu tenho o sumo, o caldo dela, essa região vai ser chamada de cortico medular; e o miolo da laranja que vai ser a medula – toda célula que vem da medula óssea primeiro passa nessa casca, depois vem para esse meio até chegar no centro, aqui no centro sai e vai para a corrente sanguínea. Então a porta de entrada do progenitor linfoide sempre vai ser o córtex, a porta de saída vai ser sempre a medula. Então eu vou ter aqui o timo, num corte desse o timo vai ser dividido em região cortical ou córtex, a capsula que o livro vai falar é a delimitação do espaço do timo com o ambiente externo; vai ter a região cortico medular que é o meio, o timo e a parte central que é a medula. Então progenitor linfoide vem lá da medula óssea, ele vai entrar primeiro no córtex, do córtex ele vem para a região cortico medular, da região cortico medular para a medula, e da medula ele vai para a corrente sanguínea. Nessa região aqui eu tenho três vênulas que permitem a saída dessas células, essas três vênulas formam o que nós chamamos de corpúsculo de hassall (porta de saída dessa célula para o sangue). No sangue eu chamo essa célula de linfócito T.
Então a primeira coisa que vai acontecer lá no córtex, essa célula vai receber o seu receptor que é o TCR (receptor de célula T), então a primeira coisa que ela vai expor na sua superfície é esse receptor. Só linfócito T tem esse receptor TCR, e assim que o TCR for exteriorizado essa célula vai apresentar uma molécula marcadora chamada CD3 (molécula que diz que essa célula é um linfócito T – como se fosse uma digital da célula). Então se o médico quiser saber quantos linfócitos T você tem no seu corpo, ele usa o anticorpo dessa molécula e vai marcar todas as células que tiverem essa molécula, e aí ele sabe que são obrigatoriamente linfócitos T.
Ela apresenta TCR e CD3 e aí migra para a região cortico medular com essas estruturas na superfície. Dentro do timo essas células sempre serão chamadas de timocito, que quer dizer que é uma célula do timo. Esse timocito que já tinha receptor e molécula de superfície agora vai expressar na sua membrana duas moléculas acessórias ao mesmo tempo: CD8+ e CD4+ ao mesmo tempo. Essas moléculas são chamadas de moléculas acessórias, elas vão auxiliar na ativação dessa célula. Quando essa célula expressar essas duas moléculas ao mesmo tempo, na região cortico medular, ela vai passar por uma avaliação que será chamada de seleção tímica (porque está dentro do timo), que vai acontecer em duas etapas distintas:
1ª etapa chamada de seleção positiva
2ª etapa chamada de seleção negativa
Então esse timocito vai passar por uma avaliação e se ele sobreviver à essas duas etapas da avaliação ele vem para a região da medula do timo, e nessa região ele não vai mais expressar ao mesmo tempo essas duas moléculas, ou seja, durante a seleção tímica é testada a sua funcionalidade e ao mesmo tempo é decidido qual molécula ele vai continuar expressando: ou ele vai permanecer com CD4 ou CD8. Então ele vem para a medula tendo uma única molécula acessória na sua superfície.
Chegou na medula, essa célula sai pelo corpúsculo de hassall e vai para a corrente sanguínea, fica circulando no sangue até procurar baço e gânglios linfáticos para fazer o seu armazenamento. Dentro do timo eu chamo essa molécula de timocito, ao sair e ir para o sangue ela é o linfócito T.
Existe uma outra forma de escrever essas células, colocando, caracterizando as moléculas que elas apresentam externamente, ou seja, os seus fenótipos. Então a gente pode escrever TCR: CD3+ CD4- CD8- (precisa ser nessa ordem porque é a ordem de aparecimento – positivo presente e negativo ausente). Na região cortico medular eu tenho todas elas, TCR: CD3+ CD4+ CD8+. Se essa célula decidir que vai expressar CD8, eu vou escrever TCR: CD3+ CD4- CD8+. Caso ela não expresse CD8 é porque ela vai expressar CD4, então eu vou escrever TCR: CD3+ CD4+ CD8-.
Existe uma outra nomenclatura para essa célula, que é de acordo com a presença ou ausência de CD4 ou CD8. Nessa primeira célula não existe CD4 nem CD8, então podemos chama-la de timocito duplo negativo. O timocito duplo negativo vai passar para a região cortico medular e vai adquirir as duas moléculas, então será chamado de timocito duplo positivo – essa duplicidade está vinculada à CD4 e CD8, CD3 não entra nessa nomenclatura porque independente de que estagio esteja ele sempre vai estar presente, já que é uma molécula obrigatória do linfócito T.
Quando ele vem para a medula, ou ele vem com CD8 ou com CD4, independente de ter um ou outro ele só vai ter uma única molécula, então eu chamo essa célula de timocito uni positivo – ou ele é positivo paraCD4 ou para CD8.
Nessa região cortico medular eu tenho três células em grande concentração: macrófago, célula dendritica e células epiteliais. Na superfície dessas células, elas expressam moléculas de MHC (molécula que fixa um pedacinho do antígeno na superfície da célula) – nessa região do corpo humano, as moléculas de MHC não tem a presença do antígeno, elas estão vazias. Então independente de serem células apresentadoras de antígeno, elas aqui não estão ativadas para ativar sistemas imunológico. Elas apresentam as moléculas de MHC para avaliar se esse receptor do timocito funciona. Superfície do mastócito tem molécula de MHC de classe II, da dentritica também tem moléculas de MHC de classe II, e na superfície da célula epitelial tenho molécula de MHC de classe I. O que acontece? Esse timocito duplo positivo que está na região cortico medular, ele vai passar por uma avaliação, que vai ser chamada de seleção tímica – a variação que acontece no timo. A primeira etapa dessa avaliação é chamada de positivo, você avalia se esse timocito funciona e separa dos que não funcionam. Se ele funciona, ele vai para a segunda etapa da avaliação e se ele não funciona, ele aí ser destruído. Então a seleção positiva avalia a funcionalidade da célula – funcionalidade de quem da célula? A célula vai funcionar se o receptor dela for capaz de ser ativado, capaz de funcionar. Então estou testando a funcionabilidade do receptor do timocito, que é o TCR. Se não for funcional, ele é destruído – é uma apoptose (morte programada). 
Como eu testo se o receptor funciona ou não? Pelo mesmo mecanismo que vai acontecer lá no sangue, de ativação dessa célula. Essa célula lá no sangue vai ser ativado se o seu receptor se ligar a uma molécula de MHC – então receptor ligou a molécula, essa célula tem que ser ativada, se não ligar é porque então ela não vai ser ativada, e não funciona. O timocito vai testar os seus receptores nessas moléculas e se ele ligar a uma dessas moléculas é porque ele funciona, se ele não ligar a nenhuma dessas moléculas é porque ele vai ser destruído. 
Outro fator importante é que, a ligação vai acontecer em uma dessas 3 células (macrófago, dentritica ou epiteliais), então se o timocito ligou no MHC do macrófago, é porque não vai ligar na dendritica e nem na célula epitelial; ele tem 3 chances de ligação e se ele não ligou em nenhuma das 3 ele é destruído, ligou em uma não vai ligar em nenhuma outra, mesmo essa molécula sendo igual a essa aqui – ele só liga em uma molécula de MHC, de uma única célula do sistema imunológico.
Se ele ligar a macrófago, a dendritica, essa célula lá na frente vai ter afinidade para expressar CD4+.
Se ele ligar a célula epitelial, é porque essa célula vai expressar somente a molécula CD8+.
Então a ligação, além de ser para avaliar a funcionabilidade do receptor, também é decisiva para caracterizar qual das duas moléculas acessórias ele vai expressar. Então eu tenho o dobro de chance de formar mais CD4 do que CD8 – isso tem um motivo, essas células produzem citocinas, a citocina de CD4 ativa todo o sistema imunológico, a citocina de CD8 só ativa outro CD8. Então numa questão de peso numa balança, qual dessas duas células é mais importante? CD4. Por isso que tenho que formar mais CD4 do que CD8.
TCR ligou, vai para a segunda etapa. Não ligou vai ser destruído. Para vocês terem ideia, entram 100 progenitores linfoides aqui, os 100 vai virar linfócitos duplo negativo, os 100 vão virar timocitos duplo positivo, os 100 vão passar para a primeira etapa, 95 serão destruídos – sobra no máximo 5, desses 5 que sobraram (95 foram destruídos porque não ligaram corretamente ao MHC) eu vou agora testar a intensidade dessa ligação. Então não basta só ligar – a ligação foi fraca, moderada ou intensa demais. Intensidade em imunologia é chamado de afinidade. Então eu vou avaliar agora a afinidade do TCR, essas 5 células funcionam, mas elas ligam de que forma? Forma fraca, modera ou forte? Se a ligação for fraca essa célula também vai sofrer apoptose, porque é muito complicado o sistema imunológico liberar uma célula que tenha uma ligação fraca, correndo o risco de não funcionar, correndo o risco de abaixar a imunidade do indivíduo – ele sofre apoptose para evitar uma imunossupressão. 
Se a ligação for forte demais, ela também vai sofrer apoptose, justamente porque o excesso aqui também não vai ser bom – porque que o excesso aqui também não vai ser bom? A ligação tem que ser forte quando dentro dessa ligação tem um pedacinho de antígeno, se não tem antígeno nessa estrutura a ligação não pode ser intensa demais, porque lá no sangue ela poderá ligar a qualquer célula e produzir uma doença autoimune.
Quem permanece? Quem faz uma ligação moderada, quem tiver uma ligação moderada vem para a medula, geralmente é menos de 1%, ou seja, a cada 100 progenitores linfoides que entrar vai sair no máximo 1. Hora sai um CD4, hora sai um CD8, hora não sai nenhum. É um processo extremamente rigoroso, uma vez que a falha dessa seleção poderá causar uma doença autoimune – e mesmo assim existem pacientes com doença autoimune.
MHC de classe I – linfócito T CD8. O linfócito T funciona como um gancho, na hora que ele ligar lá no corpo humano, ele vai potencializar, impedir que essa célula se solte. Se fosse uma célula CD4, ia ligar a uma célula que tivesse um MHC de classe II, quem ia potencializar essa ligação – a molécula chamada CD4. Quem liga é a molécula chamada TCR! Sempre na célula quem vai ligar é o receptor: TCR com uma molécula de MHC.
Então esse é o receptor TCR, ele tem uma cadeira alfa e uma cadeia beta, as duas são expressas na membrana e essa molécula que se liga à molécula de MHC. MHC de classe I tem uma cadeia peptídica, de classe II serão duas cadeias ligadas à membrana. Lembrando que existe o MHC de classe III, que são três cadeias peptídicas e que vamos estudar hoje. Não tem aqui na ilustração porque todas as células de defesa obrigatoriamente ou apresentam a molécula de MHC classe I, ou a de classe II. O MHC de classe III é encontrado nas células epiteliais e nas hemácias e ele não participa diretamente na ativação do sistema imunológico, ele vai determinar a compatibilidade entra os tecidos; então ele é extremamente importante na questão do transplante – porque eu recebo um órgão de uma pessoa, um tecido de uma pessoa? Porque eu sou mais compatível do que outro – compatibilidade significa que o meu genoma da molécula de MHC é mais próximo da molécula de MHC do outro indivíduo. É a molécula de MHC que a gente reconhece como um corpo estranho, ou seja, ela funciona como uma digital da célula – se a minha digital é parecida com a do outro eu sou mais compatível, se minha digital for muito diferente do outro eu sou mais incompatível. E no processo de incompatibilidade eu faço uma reação de rejeição a esse tecido, eu rejeito o tecido transplantado. 
Esse processo vai ser extremamente importante e auxiliado pelas moléculas CD4 e CD8. Elas funcionam na verdade para impedir que a molécula de MHC e solte do TCR, porque dentro da molécula de MHC tem um pedacinho do antígeno, que é um peptídeo antigênico. Então na hora que uma célula estiver sendo ativada no sistema imunológico a apresentadora de antígeno vai ligar o peptídeo ou o epitoco, que seja, na molécula de MHC. Se eu não tiver essa molécula de MHC eu não tenho como ligar o antígeno na membrana lá de fora dela, eu não tenho como mostrar para o sistema imunológico que isso aqui é um corpo estranho.
Linfócito T vai reconhecer que isso aqui é um corpo estranho através do seu receptor; sempre é o receptor da célula que reconhece que aquilo é um corpo estranho. Não é uma coisa aleatória, é uma compatibilidade entre o genoma das próprias células. Classe de MHC é fundamental para explicar como é a ativação do sistema imune. Eu tenho que ter compatibilidade entre as classes de MHC: classe I ativa classe I, classe II ativa classe II. Classe I não ativa classe II, nem o contrário: via MHC. Essas são todas as moléculas complementares que auxiliam naativação do linfócito.
Só quero que vocês saibam que, da mesma forma que linfócito B apresentou dois sinais, primeiro ligação do receptor, depois a citocina IL2, linfócito T também vai ter dois sinais: o primeiro sinal, isso aqui é uma célula apresentadora de antígeno e isso aqui é um linfócito T – a sua molécula tem um linfócito T vermelhinho, TCR ligado a molécula de MHC, logo assim que acontecer essa ligação ele vai expressar uma molécula chamada CD28 que vai se ligar se ligar a uma molécula B7 de uma apresentadora de antígeno. Essa ligação vai permitir que essa célula produza citocina, senão acontecer esse segundo sinal a célula não vai produzir citocina. Assim que acontecer isso, outra molécula vai ser expressa na superfície que é CD40 e CD40L (L de ligante) – se isso aqui não acontecer essas três ligações essa célula não pode funcionar. Então todo linfócito tem dois sinais de ativação: o primeiro é ligação do seu receptor e o segundo são as moléculas acessórias. 
No quadro: essa célula vai ser um CD4, esse TCR vai se ligar obrigatoriamente a uma molécula de MHC (complexo principal de histocompatibilidade). As moléculas de MHC de classe I e II serão responsáveis pela ativação do sistema imunológico e o MHC de classe III será responsável pela compatibilidade entre transplante.
Quais são as células que expressam MHC de classe I: Natural Killer, linfócito T CD8+, célula dendritica e as células epiteliais do corpo humano (apesar de não serem células de defesa).
Quais são as células que expressam MHC de classe II: Linfócito T CD4+, linfócito B, todos os leucócitos polimorfonucleares, macrófago.
Quais são as células que expressam MHC de classe III: hemácias e nas células epiteliais.
Sempre uma célula apresentadora de antígeno vai expressar uma molécula de MHC:
1º sinal → MHC – TCR. Assim que isso acontecer, essa célula apresentadora de antígeno que tem na sua superfície B7, vai ligar a uma molécula de linfócito T chamada CD28.
2º sinal → B7 – CD28 e CD40 – CD40L
Assim vai acontecer outra ligação, uma molécula CD40, vai ligar a uma molécula CD40L – são ligações, encaixes e só vai ter essa ligação se acontecer o primeiro sinal. Essa célula então é ativada e produz citocina. Todo linfócito tem que ter dois sinais, se essa célula produzir sem citocina sem a conclusão desse segundo sinal, a citocina liberada por essa célula vai produzir uma doença autoimune. Então mesmo passando por todo aquele processo de seleção, eu ainda posso produzir uma doença autoimune por um erro na ativação do linfócito T. Sempre uma doença autoimune é induzida por uma falha do sistema imunológico – falha ou na formação, ou na ativação da célula – perda da tolerância imunologia, capacidade de diferenciar o próprio do não próprio. Se a falha foi na formação, é porque o receptor veio com problema – porque formação envolve formação do receptor – nós chamamos isso de tolerância central (erro na formação de linfócito – não importa se é B ou T, o receptor veio com falha). Se a falha não foi na formação, mas foi no processo de ativação, ou seja, no caso de linfócito T essa célula produziu citocina sem a presença desse segundo sinal ela errou, isso é chamado de tolerância periférica.
Nesse caso aqui: essa apresentadora de antígeno para ativar o linfócito T CD8 obrigatoriamente tem que ser uma célula dendritica, pois só a célula dentritica é capaz de ter a célula MHC de classe I – a dendritica para ter MHC de classe I tem que obrigatoriamente fagocitar um vírus, ou uma célula que tenha vírus. Então eu tenho uma célula qualquer do corpo que está infectada por um vírus, dendritica tem que fagocitar isso aqui, e quando ela fizer isso, ela vai expressar primeiro uma molécula de MHC e dentro dessa molécula ela coloca o peptídico antigênico do vírus – assim que ela expressar na membrana dela o MHC de classe I, essa mesma célula vai expressar o MHC de classe II com o peptídico do vírus dentro dela. Então numa doença viral obrigatoriamente, o vírus ou a célula infectada pelo vírus terá que ser fagocitada por uma célula dendritica para que ela faça a apresentação de antígeno. Macrófago pode fagocitar um vírus, mas não vai apresentar, porque ele não tem como expressar a molécula de MHC de classe I. Porque a dendritica tem que expressar as duas moléculas ao mesmo tempo numa doença viral? Porque eu preciso ativar todas essas células de defesa. Se eu não ativar linfócito B eu não serei capaz de produzir anticorpo contra essa virose. Se eu não ativar linfócito T CD4+, eu não tenho como ativar linfócito B a produzir anticorpo, já que o cd4 que produz IL2. Resumindo, se eu não ativar essas células eu não tenho como memorizar uma resposta imune contra essa virose, ou você vai morrer com essa virose ou a terá várias vezes.
 CD4 ativa qualquer célula do sistema imune via sua citocina.
MHC de classe III: ele é observado nas hemácias e nas células epiteliais, e ele vai determinar a compatibilidade entre os tecidos, ou seja, se você tem um sangue tipo A teoricamente você é compatível com outra pessoa que é sangue A, só que nem sempre isso vai acontecer. Apesar dos dois indivíduos serem sangue A, você poderá rejeitar esse sangue mesmo sendo do mesmo sistema que o seu. Por que você rejeita? Porque na superfície da hemácia existem várias moléculas, entre elas uma molécula de MHC de classe III, e você poderá reconhecer essa molécula como um corpo estranho. Então com relação a hemácia eu tenho que relembrar cruzamento sanguíneo, e o com as células epiteliais eu tenho que lembrar que todas as células do corpo humano, de todos os tecidos, possuem células epiteliais e elas expressam na sua superfície essa molécula de MHC, tanto de classe I quanto de classe III. E se eu olhar para esse receptor como um corpo estranho, eu vou ativar o meu sistema imunológico a destruir aquele tecido. 
Então imagine uma situação de transplante (transferência de material celular) – existem 4 tipos de transferências de material celular:
Autotransplante: é ele mesmo, a transferência de material celular que você tira de um lugar do indivíduo e coloca em outro local. O doador e o receptor, são um único indivíduo. Também chamado de enxerto. Você pode fazer isso na questão de medula óssea, antes do paciente entrar em tratamento de quimioterapia, ele pode se não for portador de leucemia, se for portador de qualquer outro câncer tipo linfoma – você congela células da medula óssea da pessoa e a pessoa entra em quimioterapia – a quimio vai destruir tudo inclusive a própria medula do indivíduo, depois que ele tiver concluído o ciclo quimioterápico ele reimplanta a medula óssea dele que estava crio preservada para que ele faça uma nova repopulação de medula óssea. Não tem como ser incompatível! Não faço uma reação de rejeição – o que pode acontecer é o transplante não funcionar. Além de ser 100% compatível, você não corre o risco de adquirir nenhuma doença porque já é seu.
Isotransplante: transferência de material celular onde o doador e o receptor são as pessoas mais próximas possíveis, mais similares: gêmeos univitelinos – idênticos. Então você tira de um gêmeo e passa para o outro gêmeo; só pode com gêmeo univitelino, se forem gêmeos não idênticos ele já não entra nessa classificação. É o transplante que acontece com menor incidência no mundo, porque além de você não ver tantos gêmeos, você tem que ter sempre um dos gêmeos com problema e o outro sem – e o que você parte do pressuposto é que, se um tem problema de rim, tem muita chance do outro também ter, já que eles são gêmeos idênticos. Problemas também são compartilhados entre os gêmeos, já que o genoma é um só, apesar deles não serem 100% idênticos. É extremamente raro acontecer no mundo porque já tem um pré-requisito de um geralmente não poder doar para o outro por também ter o mesmo comprometimento patológico.
Alotransplante: é o que mais acontece no mundo! É a transferência de material celular onde seres são da mesma espécie, ou seja, com o máximo de proximidade sanguínea, máximo de proximidade genotípica. Você passa deuma pessoa para outra – recebe de um irmão, de um pai, de uma mãe, de um amigo, de uma pessoa desconhecida, desde que as duas sejam seres da mesma espécie e tenham compatibilidade. Vai ocorre rejeição, tem que ocorrer. Rejeição não é uma possibilidade, é uma resposta certa de acontecer.
Xenotransplante: é o transplante que acontece com menor quantidade no mundo porque ele é mais difícil de ser desenvolvido, que é a transferência de material celular onde o doador e o receptor são seres diferentes, ou seja, você tira de um ser e passa para o outro, mas não são de mesma espécie. Exemplo é o transplante de válvula cardíaca de porco – transplantada no ser humano e ele aceita muito bem. Intestino de cabra também como fio cirúrgico para cirurgia plástica para não deixar marca. Tecido epitelial de rã muito usado para tratamento de queimaduras – não é para cicatrização, é para impedir a infecção da grande porta de entrada aberta, impedindo de desenvolver sepse.
A rejeição é classificada de acordo com o aparecimento no indivíduo:
Rejeição hiper-aguda: 0 (na cirurgia – não funcionamento após ligação) a 6º dia de pós-operatório. É o mais agressivo.
Rejeição aguda: 7º dia ao 6º mês de pós-operatório. Depois de uma semana com o transplante você tem mais chances de sobreviver.
Rejeição crônica: após o 6º mês de pós-operatório.
Primeiro ela vai ser observada quando aquele tecido transplantado parar de funcionar. Transplante de rim por ex. se eu começo a produzir pouco ou esse rim para é porque eu já estou rejeitando. Segundamente eu começo a ter febre, e o aumento da temperatura corporal vai caracterizar uma ativação do sistema imunológico, uma reação de inflamação generalizada. Para evitar esse processo de rejeição a gente abaixa a resposta imune do paciente, você faz o uso de imunossupressores, drogas que abaixam a imunidade: a principal, corticoide – esteroide ou não esteroide. O corticoide por sua vez vai impedir ou dificultar a reação de rejeição, mas também vai deprimir o sistema imunológico para combater qualquer antígeno.
Transplante não é um tratamento curativo, é um tratamento paliativo – melhora a qualidade de vida do indivíduo, mas não cura. Possui curta duração – coração pode durar apenas de 2 a 3 anos. Mas a ciência não é exata, tem pessoas que tem a 15 – 20 anos o mesmo coração. Sistema imunológico de cada um responde de uma forma diferente.
A compatibilidade é pela molécula de MHC mais próxima, e pelo tipo sanguíneo.
Transplante inter vivos e transplante post mortem.

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