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Citocinas produzidas por linfócito T CD4+ e CD8+

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Aula 6/7: Continuação de Imunologia – 1ªAVD
Linfócito T: pode ser CD4 ou CD8 – aula passada vimos que ela decide qual vai ser durante a sua formação no timo.
Independente de qual seja, essas células produzem citocinas (molécula proteica que regula a ação do sistema imunológico – ativa e desativa o sistema imune – regula para mais e para menos). Qual vai ser as diferenças de citocinas de CD4 para CD8? A ação. A citocina de CD4 regula todo o sistema imune, a citocina de CD8 regula somente outro CD8. Então apesar dessas células possuírem MHC diferentes, CD4 é MHC de classe II e CD8 é MHC de classe I, essas células não se ativam via MHC, mas pode ser ativada via citocina. Citocina de CD4 consegue ativar CD8. Citocina de CD8 não ativa CD4.
As citocinas são divididas em grupos, são 3 grupos:
Linfócito T CD4 também é chamado de helper, por isso o “H” – sigla: LTH. E a de CD8 é “C” de citotóxico – sigla: LTC
TH1 - TC1 → IL-1, IL-2, IL-6, IL-12, IFN - Ɣ, TNF -β 
TH2 - TC2 → IL-4, IL-5, IL-10, IL-13
TH17 - TC17 → IL-17, IL-21, IL-22 (alergia) – mastócito, eosinófilo
CD4+ CD8+ 
As citocinas funcionam como se fosse uma balança – balança tem dois pratos: um prato vai ser o grupo 1 e o outro o grupo 2. O grupo 17 na literatura, está subentendido no grupo 2. Só tem um livro de imuno que separa esse grupo, porque é uma coisa mais nova que foi discutida. O grupo TH17 é especifico para alergia, então todo indivíduo que é alérgico, tem muita produção dessas citocinas, que ativam basicamente mastócito e eosinófilo – essa é a função dessas citocinas.
Então quando a gente fala que as citocinas funcionam como se fossem uma balança, a gente está comparando o grupo 1 e o grupo 2. TH1 comparado com TC1 e TH2 comparado com TC2. Como é que funciona no corpo humano? Quando você tem uma doença, não importa que bactéria seja, fungo ou vírus – ativou linfócito T ele vai produzir citocina. Só que dependendo da doença você produz mais citocina do grupo 1 do que do grupo 2, ou o contrário.
Por exemplo: doença parasitaria – leishmaniose: o cara com a forma tegumentar pode ter lesões na pele, mucosa ou disseminada que chamamos de forma difusa, que é a forma alérgica ou alergênica. Ou seja, o cara não tem imunidade, então ele faz a forma mais agressiva. O indivíduo que faz a leishmaniose tegumentar americana cutânea, que tem aquelas lesões mais simples, ele tem uma resposta imune produzida, que não é suficiente para impedir a doença mas produz uma resposta imune que limita o parasita a nível tegumentar, ele faz uma resposta a perfil TH1 – o indivíduo que faz a forma difusa, que é a forma mais agressiva porque você tem ali aquela parte muco cutânea, o indivíduo faz uma resposta perfil TH2. O que estou dizendo imunologicamente é que leishmaniose vai produzir citocina, agora um produziu perfil TH1 e o outro o perfil TH2 porque o sistema imunológico de um estimulou essas citocinas que aumentam a imunidade do indivíduo, e o do outro estimulou essas citocinas que produzem imunidade mas inibem a ação de cima. Então um está mais grave e o outro mais brando.
Outro exemplo: tuberculose é uma bactéria que todo mundo aqui já teve contato, quem mora em pais em desenvolvimento, que já andou de ônibus etc., já teve contato. E tuberculose não é uma doença comum de todo mundo desenvolver. Porque um faz e o outro não faz? O principal fator é a imunidade. Se a pessoa tem imunidade baixa, tem mais chances de desenvolver porque a bactéria da tuberculose estimula a formação de um perfil TH2. Então toda doença que tem um perfil TH2 significa que ela produz mais dessas citocinas, essas citocinas deixam a doença mais agressiva. O indivíduo que é imunocompetente, que é uma pessoa saudável quando entra em contato com a bactéria da tuberculose, produz citocina? Produz, produz perfil TH1 – essas citocinas TH1 na maioria dos pacientes imunocompetentes impedem que ele faça a doença. Então você pode ter a bactéria no seu pulmão e nem saber que tem, mas pelo menos você não faz a patogenia.
Então a citocina hoje é uma das moléculas imunológicas mais investigadas, mais estudada como um tratamento imunológico, ou seja, uma imunoterapia. São mais de 120 citocinas. Por ex: IFN – Ɣ (interferão - gama) é uma citocina usada no tratamento de pacientes com hepatite B e C, porque aumenta a imunidade do paciente. Não cura! Mas melhora a vida do indivíduo.
Essas citocinas, fator de necrose tumoral, IL-10 - são citocinas usadas no tratamento do câncer, tem uma excelente resposta terapêutica, só que é um tratamento muito caro e que nem todo mundo tem acesso. Hoje nós sabemos que a cura do câncer é pelo sistema imunológico – se você conseguir ativar o sistema imune do paciente a reconhecer o tumor como um corpo estranho ele tem a cura do câncer. 
As citocinas do grupo 1, elas estimulam muito as células da imunidade inata, IL-1 por exemplo é a citocina que aumenta a temperatura corporal. Porque que ela aumenta a temperatura corporal? Quem é o centro termo regulador do corpo humano? Sistema nervoso: hipotálamo (dividido em duas áreas: anterior que aumenta e posterior que diminui a temperatura). Então o hipotálamo anterior tem receptores de IL-1, então assim que o seu sistema imunológico começa a produzir uma reação inflamatória, essa citocina é liberada, não só por linfócito T, mas também liberada por macrófago. Essa citocina então vai agir no hipotálamo, e ele vai aumentar a temperatura corporal. Por que o hipotálamo tem que aumentar a temperatura corporal? No caso de macrófago vai ser para ajudar a combater a infecção, ou seja, você faz febre porque a vantagem é que, a temperatura controla o crescimento antigênico, a multiplicação dos microrganismos. Se a sua temperatura sobe de forma sistêmica – geralmente a temperatura é em torno de 36,5 a 37 na axila; no sangue uns 2 graus a mais e é normal, porque o sangue é sempre mais quente que a parte externa. Então se minha temperatura está a 39, é porque o meu sangue está a 40/41, estou tendo inibição de crescimento viral, inibição de crescimento bacteriano – porque a temperatura ótima para multiplicação de bactéria: 37 graus, que é a temperatura do ser humano, por isso que sofremos a doença.
Por isso o cérebro sofre a ação de uma molécula do sistema imune para aumentar a temperatura retardando a multiplicação do antígeno. Por isso não é bom tomar antitérmico de cara, senão ajuda o antígeno a subir, a se multiplicar, e ajudando a ter a doença. Posso regular a minha temperatura por métodos não farmacológicos: banho em temperatura ambiente – preferencia banheira, ambiente fresco, diminuir a quantidade de roupa - compressas geladas em região frontal (hipotálamo anterior), occipital (evitar processo convulsivo – tronco cerebral: bulbo com respiração, ponte vísceras corporais e comunicação com parte cardíaca e respiratória, e cerebelo coordenação motora e equilíbrio – se eu faço convulsão é porque estimulei o tronco cerebral), axilar e inguinal (ambos tem grandes vasos circulatórios – pera de calor) → perda de calor. A última coisa que eu vou fazer é tomar um antitérmico.
Criança perde agua muito rápido, então o mais importante da criança não é abaixar a temperatura e sim hidratar. Não adianta tomar antitérmico e não se hidratar, senão você não libera calor.
Além disso, as citocinas do grupo 1 estimulam muito a produção de anticorpo, então essas citocinas agem no linfócito B. Exemplo: IL-2 é a citocina que determina qual a classe de anticorpo que você vai produzir. Então se o cara produz IgE, IgM, IgG, IgD ou IgA, quem determinou isso foi IL-2, que é o segundo sinal que linfócito B tem que ter para produzir anticorpo.
Já as citocinas TH2 ativam muito NK, linfócito T CD8 a liberarem perforina. Então a ação fica mais restrita, mais limitada. 
Um perfil TH1 é sempre melhor que um perfil TH2.

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