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Química Inorgânica I Prof. Pedro V. M. Dixini Sólidos iônicos Roteiro de Aula u Estruturas típicas dos sólidos iônicos u Justificando a razão de ser das estruturas u A energética da ligação iônica u As estruturas eletrônicas dos sólidos Sólidos iônicos u Os sólidos iônicos são tratados como esferas de cargas opostas que interagem por forças coulombianas não direcionais. u São quebradiços e possuem altos pontos de fusão. u Em grande parte, são solúveis em solventes polares. u Alguns exemplos são o NaCl, KNO3... Cristais de cloreto de sódio. Sólidos iônicos u Estruturas típicas dos sólidos iônicos. u Os sólidos iônicos tem diversas possibilidades de estruturas. u Um exemplo é a estrutura de sal-gema, característica dos cristais de NaCl. u As estruturas dos sólidos iônicos são derivados de arranjos nos quais os íons maiores, se empacotam em padrões ECC ou ECH e os íons menores, se acomodam nos sítios tetraédricos ou octaédricos da rede. Sólidos iônicos u Fases Binárias, AXn u Os compostos iônicos mais simples irão ter as composições do tipo AX ou AX2. u Estes compostos irão apresentar diferentes estruturas, dependendo dos tamanhos relativos dos cátion e ânions. Sólidos iônicos Sólidos iônicos u Estrutura Sal-Gema: u É baseada em um arranjo ecc de ânions volumosos, com cátions ocupando todos os sítios octaédricos. Na estrutura de sal-gema, cada íon está rodeado por um octaedro, portanto, cada íon possui uma coordenação igual a 6. Estrutura do Sal-gema e sua projeção. Sólidos iônicos u Em uma célula unitária, podemos contar os íons de cada tipo utilizando as seguintes regras: u 1º Um íon no corpo da célula pertence totalmente àquela célula e conta como 1. u 2º Um íon numa face é compartilhado por duas células e contribui com ½ para a célula. u 3º Um íon numa aresta é compartilhado por quatro células e, portanto, contribui com ¼. u 4º Um íon em um vértice é compartilhado por oito células que compartilham o vértice e, assim, contribui com 1/8. Sólidos iônicos u Por exemplo, para o NaCl, podemos calcular o número de íons por célula unitária: Temos: Na+ (8x1/8 + 6x1/2) Cl- (12x1/4+1) Portanto: 8 íons por célula unitária. Além disso, cada célula unitária irá possuir, neste caso 4 fórmulas unitárias de NaCl ou Z = 4. Sólidos iônicos u A estrutura sal-gema, não necessariamente deverá se apresentar na forma M+ e X-. u Alguns compostos irão se cristalizar em unidades complexas, porém retendo a estrutura sal-gema. u Um exemplo é o [Co(NH3)6][TiCl6] onde o [TiCl6]3-, octaédrico, se empacota na estrutura ECC e o [Co(NH3)6]3+ ocupa os sítios octaédricos da célula. Sólidos iônicos u Quando há mais de um tipo de cátion e ânion, a orientação das ligações nos compostos podem levar a um alongamento da célula unitária. Por exemplo o CaC2. Estrutura ECC distorcida do CaC2. Sólidos iônicos u Um outro exemplo é o LiNiO2, material normalmente utilizado em baterias de íon-Li, possui sítios octaédricos ocupados por íons Li+ e Ni3+ intercalados em uma estrutura compacta de O2-. Estrutura do LiNiO2. Sólidos iônicos u A estrutura do tipo cloreto de césio, irá ocorrer em poucos compostos, principalmente com íons de raios similares. u Os compostos mais comuns são: CsCl, CsBr, CsI, TlI..... Célula unitária do CsCl e sua projeção. Sólidos iônicos u Na estrutura do CsCl, temos um Z = 1 e NC = 8. u Esta estrutura só é capaz de existir graças as proximidades dos raios atômicos, que acaba favorecendo a formação da estrutura. u Um exemplo mais complexo é o NH4Cl: Estrutura do cloreto de césio para o NH4Cl. Sólidos iônicos u A estrutura da Esfalerita. u Recebe o nome também de blenda-de- zinco, graças ao mineral ZnS. u Possui estrutura semelhante ao sal-gema, porém, os cátions ocupam metade dos sítios tetraédricos ao invés dos octaédricos. u Os ânions ocupam uma rede ECC expandida, u Cada íon estará rodeado por quatro vizinhos, com coordenação (4,4). Estrutura da esfalerita. Sólidos iônicos u Exercício: Faça a representação em projeção da esfalerita, em seguida, calcule o número de íons presente na estrutura da mesma. Sólidos iônicos u A estrutura da Fluorita. u Recebe o nome, devido o composto fluorita, CaF2. u Neste caso, os íons Ca2+ se encontram distribuídos em uma rede ECC expandida e os ânions F- ocupam todos os sítios tetraédricos da estrutura: u Neste caso, os íons menores, formam uma rede cúbica primitiva, gerando uma coordenação (8;4). Estrutura da fluorita e sua projeção. Sólidos iônicos u Anti-fluorita: u Ocorre para alguns óxidos metálicos (alcalinos, principalmente); u Um exemplo é o Li2S; u Neste caso, os cátions ocupam os sítios tetraédricos e os ânions estão no empacotamento ECC expandido. u Aqui a coordenação inverte para (4,8). Estrutura anti-fluorita do Li2S Sólidos iônicos u Estrutura da Wurzita (ZnS): u É outro polimorfo do ZnS; u É derivada de um arranjo ECH expandido; u Neste caso, os cátions irão ocupar um tipo de sítio tetraédrico; u Apresenta coordenação (4,4); u Adotada também pelo ZnO, AgI e outros... Estrutura de wurzita e sua projeção. Sólidos iônicos u A estrutura do Arseneto de Níquel (NiAs); u Baseado em um arranjo ECH distorcido e expandido dos ânions; u Os átomos de Ni irão ocupar os sítios octaédricos; u Cada átomo de Ar encontra-se no centro de um primsa trigonal de átomos de Ni. u Adotado pelo NiS, FeS e vários outros sulfetos. Sólidos iônicos u A estrutura do Rutílio: u É uma forma do polimorfo do TiO2; u Os ânions estão empacotados na forma ECH; u Os cátions ocupam somente metade dos sítios octaédricos de maneira ordenada; u Os íons Ti4+ estão rodeados por 6 íons O2-; u Cada íon O2- está rodeado por 3 Ti4+; u Coordenação do tipo (6,3) Estrutura do Rutílio e sua projeção. Sólidos iônicos u Exercício 3.9 – Atkins: Dependendo da temperatura, o RbCl pode ter a estrutura de sal-gema ou de cloreto de césio. (a) Qual é o número de coordenação do cátion e do ânion em cada uma destas estruturas? (b) Em qual destas estruturas o Rb terá o maior raio aparente? Sólidos iônicos u Fases ternárias, AaBbXn u Ao elevarmos o número de substituintes em um sólido, as possibilidades estruturais aumentam muito rapidamente, dando origem a uma complexa gama de estruturas. u Para os elementos ternários, existem duas estruturas mais comuns, a Perovsquita (ABO3) e o Espinélio (AB2O4). u O ânion mais comum nestas estruturas é o O2-, responsável por inúmeros óxidos ternários, com diferentes propriedades químicas. Sólidos iônicos u O composto modelo, para a estrutura da perovsquita é o mineral CaTiO3. u Na sua forma ideal, possui uma estrutura cúbica, onde cada cátion A é rodeado por 12 ânions X e cada cátion B é rodeado por seis ânions X. u Os cátions B, irão ocupar sítios octaédricos. Estrutura do CaTiO3. Sólidos iônicos u Nas estruturas do tipo perovsquita, a soma das cargas dos cátions deve ser 6, para isso, várias combinações podem ser feitas como: A2+B4+, A3+B3+..), além da possibilidade de óxidos mistos de fórmula A(B0,5B’0,5)O3. u Nas estruturas de perovsquita, o cátion A é geralmente um íon grande de carga menor, como por exemplo: Ba2+ ou La3+ (raio iônico > 110 pm); u B é um sempre um cátion pequeno de carga mais alta, como Ti4+, Nb5+, Fe3+ (raio iônico < 100pm). Ambiente de coordenação do Ti4+ na perovsquita. Sólidos iônicos u A estrutura base para o espinélio é o MgAl2O4. u Em geral, os óxidos espinélios tem a fórmula AB2O4. u A estrutura é um arranjo ECC dos íons O2- onde os cátions A ocupam um oitavo dos sítios tetraédricos e os cátions B a metade dos sítios octaédricos. Estrutura geral do espinélio Sólidos iônicos u Algumas vezes, o espinélio vem simbolizado como A[B2]O4, indicando que B ocupa os sítios octaédricos. u No espinélio, B costuma ser o cátion com maior carga e menor raio. Estrutura do espinélio representando os sítios tetraédricos e octaédricos e sua projeção. u Os espinélios podem ocorrer em estruturas ternárias do tipo AB2O4 e também em estruturas binárias do tipo A3O4, onde A possui estados de oxidação diferentes, como Fe3O4, Co3O4 e Mn3O4. u No caso do Fe3O4, ele pode ser escrito como Fe2+[Fe23+]O4. u Alguns compostos acabam formando o que chamamos de espinélios invertidos, nos quais a distribuição dos cátions é B[AB]O4. Sólidos iônicos Estrutura da magnetita (Fe3O4) u Exemplo 3.8 – Atkins – Quais óxidos ternários, com estrutura de perovsquita ou espinélio e que contenham os cátions Ti4+, Zn2+, In3+ e Pb2+, são possíveis de serem sintetizados? u Irão existir: PbTiO3 (perovsquita), TiZn2O4 (espinélio), ZnIn2O4 (espinélio). u O ZnTiO3 não existe como perovsquita, uma vez que o íon Zn2+ é muito pequeno para o sítio do tipo A; já o PbIn2O4 não irá existir na forma do espinélio, pois o cátion Pb2+ é muito grande para os sítios tetraédricos. Sólidos iônicos Sólidos iônicos u Problema 3.5 – Atkins – A estrutura do ReO3 é cúbica, com um átomo de Re em cada vértice de uma célula unitária e um átomo de O em cada aresta da célula unitária, no meio da distância entre os átomos de Re. Faça um esboço dessa célula unitária e determine (a) o número de coordenação dos íons e (b) o nome do tipo de estrutura que poderia ser gerada se um cátion fosse inserido no centro de cada unidade ReO3 Sólidos iônicos u Justificando a razão de ser das estruturas u A explicação para muitas estruturas de sólidos, pode estar no modelo iônico; u Porém, nem todos os sólidos iônicos são totalmente iônico e podem acabar exibindo covalência em suas ligações, levando a desvios no modelo. u Em alguns casos, o modelo iônico é satisfatório em explicar diversas propriedades de alguns sólidos. Sólidos iônicos u (a) Raio Iônico u A determinação do raio iônico é difícil, e normalmente, a medida do raio de um íon é realizada em termos da separação internuclear dos íons vizinhos mais próximos entre duas espécies diferentes (por exemplo: Na+ e Cl-). u A maneira mais simples é presumir o raio de um íon e, então utiliza-lo como base para mensurar o conjunto de valores para todos os outros íons. u Um exemplo, é tomar como base o r(O2-) = 140 pm, por exemplo. u Entretanto, deve-se ter em mente que, as considerações devem ser feitas para íons que tiveram seus raios medidos em função de r(O2-) = 140 pm. u r(O2-) = 132 pm, é outro exemplo de raio iônico medido para o O2-, por exemplo. Sólidos iônicos u Quando utilizamos os raios iônicos para estimarmos tamanho de células unitárias, devemos padronizar a escolha dos raios, ou seja, basearmos os valores em função de uma escolha fundamental (r(O2-) = 140 pm, por exemplo). u Outra questão, é o notado por Goldschimidt, em que, o raio iônico irá variar de acordo com o número de coordenação. u Logo, na hora de compararmos os raios iônicos, devemos comparar semelhante com semelhante e usar valores para um único NC. Variação de r com NC. Sólidos iônicos u As tendências gerais para os raios iônicos são as mesmas para os raios atômicos, logo: u 1º Os raios iônicos aumentam para baixo em um grupo. (A contração dos lantanídeos, restringe o aumento dos íons metálicos entre as séries 4d e 5d). u 2º Os raios dos íons de mesma carga decrescem ao longo de um período. u 3º Quando um íon pode ocorrer em ambientes com NC diferentes, seu raio aumenta à medida que o NC aumenta. u 4º Se um elemento pode formar cátions com diferentes NOX, então, para um dado NC, seu raio iônico decresce com o aumento do NOX. u 5º Uma vez que a carga positiva indica um número reduzido de elétrons e, consequentemente, uma atração nuclear mais dominante, os cátions são menores do que os ânions para elementos com números atômicos similares. Sólidos iônicos u (b) A razão dos raios u A razão entre os raios, sugere os prováveis números de coordenação dos íons em um compsoto. u A razão dos raios, é o quociente (𝞺) do raio do íon menor pelo do maior. 𝜌 = 𝑟%&'()𝑟%*+() u Na maioria dos casos, rmenor é o raio do cátion e rmaior do ânion. Sólidos iônicos u A razão mínima entre os raios que permite um dado NC é calculada considerando o problema geométrico do empacotamento de esferas de tamanhos diferentes. u Se a razão dos raios estiver abaixo do mínimo, então os íons de carga oposta não estarão em contato e os íons de carga igual irão se tocar. u Dessa forma, adotando um número de coordenação menor, torna-se favorável a estrutura, levando ao contato entre os íons de carga opostas. Sólidos iônicos u Exemplos: u Exemplo 3.9 – Atkins: Qual é a estrutura cristalina esperada para o TlCl? (r(Tl+) = 164 pm e r(Cl-) = 181 pm). u Teste sua compreensão 3.9 – Atkins: Preveja a estrutura provável do UO2 usando r(U4+) = 114 pm e r(O2-) = 140 pm. Sólidos iônicos u A energética da ligação iônica. u Um composto, tende a adotar determinada estrutura cristalina, que corresponder à menor energia de Gibbs.𝑴(𝒈)0 + 𝑿(𝒈)3 → 𝑴𝑿(𝒔) u A energia de Gibbs (∆𝐺 = ∆𝐻−𝑇∆𝑆) para uma estrutura A é mais negativa do que para B, logo a transição de B para A é espontânea e dessa forma, esperamos que o sólido possua a estrutura A, em condições normais. u Como para um sólido ∆𝑆 pode ser desprezada, quanto mais negativo for o valor de ∆𝐻, mais termodinamicamente estável será determinada estrutura. Sólidos iônicos Sólidos iônicos u Entalpia de rede e o Ciclo de Born-Haber. u A entalpia de rede, ∆𝐻< , é a variação da entalpia molar, que acompanha a formação de íons gasosos a partir do sólido: u As entalpias de rede sempre serão positivas, ou seja, a “quebra” da rede de um sólido para a formação de um gás, sempre será endotérmica e portanto, quanto mais estável for o sólido, maior será sua entalpia de rede. 𝑴𝑿(𝒔) → 𝑴(𝒈)0 + 𝑿(𝒈)3 ∆𝑯𝑹 Sólidos iônicos u A determinação da entalpia de rede é feita a partir de dados de entalpia, utilizando-se um ciclo de Born-Haber. u O ciclo, mostra as entalpias de formação de cada etapa de formação do KCl. u Podemos assim, calcular por exemplo, a entalpia de rede do KCl(s), seguindo os dados ao lado. Ciclo de Born-Haber. Sólidos iônicos u Cálculo das entalpias de rede. u As entalpias de rede podem ser calculadas e utilizadas para avaliar o caráter iônico das ligações em um sólido. u Logo, se as interações dos íons forem puramente coulombianas, ou quase, espera- se um valor calculado próximo ao medido experimentalmente, portanto, um modelo iônico pode ser utilizado para o composto, agora, se há discrepância, temos um grau de covalência nas ligações. Sólidos iônicos u A equação de Born-Mayer. u No cálculo das entalpias de rede (sólido supostamente iônico), devemos: u Levar em consideração várias contribuições, como atrações e repulsões. u O cálculo pode ser feito pela equação de Born-Mayer, a T = 0: ∆𝐻< = 𝑁A.C𝑧A𝑧E|𝑒H4𝜋𝜀L𝑑L (1 − 𝑑𝑑L))𝒜 u Onde, d0 = r+ + r- é a distância entre os centros de cátions e ânions vizinhos, NA é a constante de Avogadro, zA e zB são os números de cargas dos íons, e é a carga fundamenta, ℇ0 é a permissividade do vácuo e d é uma constante (d = 34,5 pm) usada para representar a repulsão entre íons a pequena distante e A é a constante de Madelung e depende da estrutura. Sólidos iônicos u Algumas constantes de Madelung estão na tabela ao lado. u Exemplo 3.12 Atkins: Estime a energia de rede do cloreto de sódio, sabendo que: 𝑧P*0 = +1, 𝑧RS3 = −1, 𝑑L =283 𝑝𝑚, ℰL = 8,854. 103\H𝐽3\.𝐶H.𝑚3\,𝑒 = 1,602. 103\`𝐶. u Exercício: Estime a energia de rede do CsCl, usando o valor experimental d0 = 348 pm. Constantes de Madelung. Sólidos iônicos u Da equação de Born-Mayer, podemos verificar a dependência da entalpia de rede do sólido com suas cargas e raios dos íons: ∆𝐻< ∝ |𝑧A𝑧E|𝑑L u Dessa forma, um grande valor de d0 resulta numa baixa entalpia de rede, entretanto, cargas elevadas resultam numa alta entalpia de rede. Sólidos iônicos u Consequências das entalpias de rede: u (a) Estabilidade térmica dos sólidos iônicos: A entalpia de rede pode ser utilizada para explicar a decomposição térmica de um sólido; u (b) As estabilidades dos estados de oxidação: As estabilidades relativas de diferentes estados de oxidação podem ser previstas a partir da entalpia de rede; u (c) Solubilidade: As solubilidades dos sais podem ser interpretadas considerando-se as entalpias de rede e solubilidade. Sólidos iônicos u Estabilidade térmica dos sólidos. u Vamos considerar a decomposição térmica de um carbonato qualquer:𝑀𝐶𝑂d(e) → 𝑀𝑂(e) + 𝐶𝑂H(f) u O carbonato de magnésio por exemplo, se decompõe a 300 ºC, já o carbonato de cálcio somente acima de 800 ºC. Dessa forma, a temperatura de decomposição de compostos termicamente instáveis (carbonatos, por exemplo) aumentam com o raio do cátion. u Em geral, cátions grandes estabilizam ânions grandes (e vice-versa). Sólidos iônicos u Quando temos um cátion relativamente grande, a decomposição do ânion em íons menores, por exemplo CO32- para O2- e CO2, a variação no parâmetro de rede é relativamente pequena quando comparamos com compostos onde o cátion é pequeno. u Portanto, para um dado ânion poliatômico instável, a diferença na entalpia de rede é mais significativa e favorável à decomposição quando o cátion é pequeno em vez de quando ele é grande. Representação da variação do parâmetro de rede “d” para cátions de raios diferentes. Sólidos iônicos u A diferença de entalpia de rede entre a espécie MO e MCO3 é ampliada por uma carga elevada no cátion, pois: ∆𝐻𝑅 ∝ |𝑧𝐴𝑧𝐵|𝑑0 u Logo, a decomposição térmica de um carbonato ocorrerá em temperatura menor se ele contiver um cátion altamente carregado. u Logo carbonatos de metais alcalinos-terrosos (M2+) se decompõem em temperaturas menores do que os correspondentes carbonatos de metais alcalinos (M+). Sólidos iônicos u Teste de Compreensão 3.15 – Atkins: Preveja a ordem das temperaturas de decomposição dos sulfatos de metais alcalinos-terrosos na reação:𝑀𝑆𝑂4(𝑠) → 𝑀𝑂(𝑠) + 𝑆𝑂3(𝑔) Sólidos iônicos u Solubilidade: u Podemos estimar as solubilidades dos sais considerando-se as entalpias de rede e de hidratação. u A dissolução de um sólido iônico está relacionada com a quebra de sua rede cristalina u Uma regra utilizada é que: Compostos que contêm íons com raios muito diferentes serão solúveis em água. Inversamente, os sais menos solúveis em água são aqueles de íons com raios similares. Sólidos iônicos u Relacionando a entalpia de dissolução de um sal com a diferença entre as entalpias de hidratação dos íons, podemos comprovar as regras passadas anteriormente. Correlação entre as entalpias de dissolução dos haletos e as diferenças entre as entalpias de hidratação dos íons. A dissolução é mais exotérmica quando a diferença é grande. Sólidos iônicos u A variação pode ser explicada usando-se o modelo iônico, temos que: ∆𝐻< ∝ 1𝑟0 + 𝑟3 u Entretanto, a entalpia de hidratação, com cada íon sendo hidratado individualmente, é a soma das contribuições individuais: ∆𝐻l ∝ 1𝑟0 + 1𝑟3 u Dessa forma, se o raio de um íon é pequeno, o termo na entalpia de hidratação para aquele íon será grande. Entretanto, na expressão para entalpia de rede, um íon pequeno pode não tornar o denominador pequeno por si só. u Logo, um íon pequeno pode causar uma grande entalpia de hidratação, mas não necessariamente conduzir a elevadas entalpias de rede! Sólidos iônicos u Exemplo 3.16 – Atkins: Qual é a tendência nas solubilidades dos carbonatos dos metais do grupo 2? u Teste sua compreensão 3.16 – Atkins: Quem deverá ser mais solúvel em água, NaClO4 ou KClO4?
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