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NOTAS DE AULA SUMÁRIO 12/09/2011 TGD - TEORIA GERAL DO DIREITO Profª. Fernanda Paula Diniz 03/08/2011 ..... 1 TEORIA GERAL DO DIREITO - TGD ......................................... 1 BIBLIOGRAFIA – APÓS 2002 .................................................... 1 1 Código Civil de 2002 - Princípios........................................... 1 1.1 Sociabilidade ............................................................................... 1 1.2 Eticidade ...................................................................................... 1 1.3 Operabilidade .............................................................................. 1 2 Princípios do Direito Civil ...................................................... 1 3 Divisão do Código Civil .......................................................... 1 3.1 Parte Geral (Arts. 1-232) .............................................................. 1 3.2 Parte Especial (Arts. 233-2046) .................................................... 1 04/08/2011 ..... 1 DIREITO CIVIL – PARTE GERAL ............................................... 1 1 Personalidade ......................................................................... 1 2 Capacidade ............................................................................. 1 2.1 Capacidade de direito (ou de gozo) .............................................. 1 2.2 Capacidade de fato, de exercício, ou de ação .............................. 1 2.2.1 Medidas .............................................................................................1 2.2.1.1 Absolutamente incapaz (Art. 3º) ........................................................ 1 2.2.1.2 Relativamente incapaz (Art. 4º) ......................................................... 1 2.2.1.3 Capaz................................................................................................. 2 3 Início da Personalidade (Art. 2º) ............................................ 2 3.1 Teoria Natalista ............................................................................ 2 3.2 Teoria Concepcionista ................................................................. 2 3.2 Teoria da Nidação ........................................................................ 2 4 Fim da Personalidade: morte ................................................. 2 4.1 Morte real .................................................................................... 2 4.2 Morte presumida .......................................................................... 2 4.2.1 Morte presumida sem decretação de ausência (Art. 7º) ..................2 4.2.2 Morte presumida com decretação de ausência................................2 4.2.2.1 Curadoria ........................................................................................... 2 4.2.2.2 Sucessão provisória .......................................................................... 2 4.2.2.3. Sucessão definitiva (Art. 6º) ............................................................. 2 10-11/08/2011 3 4.3. Comoriência ................................................................................ 3 5. Suprimento da Incapacidade ................................................ 3 5.1 Representação e Assistência ....................................................... 3 5.1.1 Legal ..................................................................................................3 5.1.2 Judicial ..............................................................................................3 5.1.3 Convencional ....................................................................................3 6. Cessão/Cessação da Incapacidade ...................................... 3 6.1 Maioridade ................................................................................... 3 6.2 Emancipação (Art. 5º) .................................................................. 3 6.2.1 Voluntária (consensual) ....................................................................3 6.2.2 Judicial ..............................................................................................3 6.2.3. Legal .................................................................................................3 7. Individualização da Pessoa Natural (pessoa física) ............ 3 7.1 Nome .......................................................................................... 3 7.1.1 Exceções à imutabilidade do nome previstas em lei ....................... 4 7.2 Estado ......................................................................................... 4 7.2.1 Estado Individual .............................................................................. 4 7.2.2 Estado da família .............................................................................. 4 7.2.3 Estado Político ................................................................................. 4 7.2.4 Características do Estado ................................................................ 4 17/08/2011 ..... 4 7.3 Domicílio ..................................................................................... 4 7.3.1 Pluralidade de Domicílios (Art. 71) .................................................. 4 7.3.2 Nômades e Ciganos (Art. 73) ........................................................... 4 7.3.3 Domicílio de Pessoa Jurídica ........................................................... 4 7.3.4 Domicílio voluntário – a pessoa escolhe.......................................... 4 7.3.4.1 Domicílio voluntário geral .................................................................. 4 7.3.4.2 Domicílio voluntário especial/eleição (Art. 78) ................................... 4 7.3.5 Domicílio legal/necessário (Art. 76-77) ............................................ 4 8. Direitos de Personalidade (Art. 11-21) .................................. 5 8.1 Características do Direito de Personalidade ................................. 5 8.1.1 Inalienáveis....................................................................................... 5 8.1.2 Impenhoráveis .................................................................................. 5 8.1.3 Irrenunciáveis ................................................................................... 5 8.1.4 Imprescritíveis .................................................................................. 5 8.1.5 Absolutas .......................................................................................... 5 8.1.6 Não-limitação ................................................................................... 5 8.1.7 Inexpropriáveis ................................................................................. 5 8.1.8 Vitalícios ........................................................................................... 5 8.2 Proteção aos Direitos da Personalidade ...................................... 5 8.2.1 Tutela preventiva .............................................................................. 5 8.2.1 Tutela repressiva .............................................................................. 5 8.3 Código Civil: Rol Exemplificativo .................................................. 6 24/08/2011 ..... 6 9. Ausência (Arts. 22-39) ........................................................... 6 9.1 Conceito ...................................................................................... 6 9.2 Procedimento Judicial – Fases .................................................... 6 9.2.1 Curadoria dos bens do ausente (Art. 22-25) ................................... 6 9.2.1.1 Proponente ........................................................................................ 6 9.2.1.2 Cessação da curadoria ......................................................................7 9.2.2 Sucessão Provisória (Art. 26-36) ..................................................... 7 9.2.2.1. Não poderão dispor dos bens ........................................................... 7 9.2.2.2 Se os bens gerarem frutos ................................................................ 7 9.2.2.3 Retorno do ausente ........................................................................... 7 9.2.2.4 Cessação Sucessão Provisória ......................................................... 7 9.2.3 Sucessão Definitiva (Art. 37-39) ...................................................... 8 9.2.3.1 Levantamento e devolução das garantias ......................................... 8 9.2.3.2 Distribuição definitiva dos bens ......................................................... 8 9.2.3.3 Retorno do ausente ........................................................................... 8 9.2.3.4 Morte presumida ................................................................................ 8 9.3 Observações ............................................................................... 8 9.3.1 Ausência e sociedade conjugal........................................................ 8 9.3.2 Ausência e direitos previdenciários ................................................. 8 SUMÁRIO – TGDireito ii 25/08/2011 ..... 8 Exercício em Grupo ................................................................... 8 31/08/2011 ..... 9 10. Pessoas jurídicas ................................................................ 9 10.1 Características (PJ) .................................................................... 9 10.2 Modalidades (PJ) ....................................................................... 9 10.2.1 De Direito Privado (PJ-I) .................................................................9 10.2.1.1 Fundação (PJ-DPriv - Disc. CC) ...................................................... 9 10.2.1.2 Associações (PJ-DPriv - Disc. CC) .................................................. 9 10.2.1.3 Sociedades (PJ-DPriv - Disc. CC) ................................................... 9 10.2.1.4 Partidos Políticos (PJ-DPriv - Disc. C. Eleitoral).............................. 9 10.2.1.5 Entidades Religiosas (PJ-DPriv - SRE) ........................................... 9 10.2.2 De Direito Público (PJ-II) ................................................................9 10.2.2.1 Interno (PJ-DPub) ............................................................................ 9 10.2.2.1 Externo (PJ-DPub) ........................................................................... 9 10.3 Fundações (Art. 62-69) .............................................................. 9 10.3.1 Ato Constitutivo da Fundação ...................................................... 10 10.3.2 Constituição da Fundação ........................................................... 10 10.3.2.1 Atos Inter Vivos .............................................................................. 10 10.3.2.2 Atos Causa mortes ........................................................................ 10 10.3.2 Extinção da Fundação ................................................................. 10 10.4 Associações (Art. 53-61) .......................................................... 10 10.4.1 Ato Constitutivo da Associação ................................................... 11 10.4.2 Constituição da Associação ......................................................... 11 10.4.2.1 Inter Vivos ...................................................................................... 11 01/09/2011 ... 11 10.5 Sociedades .............................................................................. 11 10.5.1 Ato constitutivo da Sociedade (Art. 981) ..................................... 11 10.5.2 Constituição da Sociedade .......................................................... 11 10.5.2.1 Sociedades empresariais .............................................................. 11 10.5.2.2 Sociedades simples ....................................................................... 11 10.6 Observação ............................................................................. 11 10.6.1 Pessoa Jurídica e Direito de Personalidade (Art. 52) ................. 11 10.6.2 Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica .............. 12 10.6.3 Teoria dos Entes Despersonalizados .......................................... 12 08/09/2011 ... 12 Exercício em Grupo ................................................................. 12 14/09/2011 ... 13 11 Bens .................................................................................... 13 11.1 Bens Móveis X Bens Imóveis ................................................... 13 11.1.1 Bens Móveis ................................................................................. 13 11.1.1.1 Semoventes (BMo) ........................................................................ 13 11.1.1.2 Por natureza(BMo) ........................................................................ 13 11.1.1.3 Por definição lega(BMo) ................................................................ 13 11.1.1.4 Por antecipação(BMo) ................................................................... 13 11.1.2 Bens Imóveis ................................................................................ 13 11.1.2.1 Por natureza (BIm) ........................................................................ 13 11.1.2.1 Por acessão (BIm) ......................................................................... 13 11.1.2.1.1 Natural (BIm-aces) ........................................................................... 13 11.1.2.1.2 Intelectual (BIm-aces) ...................................................................... 13 11.1.2.1 Por definição legal (Bim) ................................................................ 13 11.2 Bens Fungíveis x Infungíveis .................................................... 13 11.3 Bens Divisíveis x Indivisíveis .................................................... 13 11.4 Bens Consumíveis x Inconsumíveis ......................................... 13 11.5 Bens Singulares x Coletivos ..................................................... 13 11.6 Bens Principais x Acessórios.................................................... 13 11.6.1 Frutos - Estado ............................................................................. 13 11.6.1.1 Naturais ......................................................................................... 13 11.6.1.2 Civil ................................................................................................ 13 11.6.1.3 Industrial ........................................................................................ 13 11.6.2 Frutos - Fonte ............................................................................... 13 11.6.2.1 Pendentes ...................................................................................... 13 11.6.2.2 Colhidos ......................................................................................... 13 11.6.2.3 Percebidos ..................................................................................... 13 11.6.2.4 Percipiendos .................................................................................. 13 11.6.2.5 Estantes ......................................................................................... 13 11.6.2.6 Consumidos ................................................................................... 13 11.6.3 Produtos ....................................................................................... 13 11.6.3.1 Benfeitorias .................................................................................... 13 11.6.3.1.1 Necessária .......................................................................................13 11.6.3.1.2 Útil .................................................................................................... 13 11.6.3.1.3 Voluptária ......................................................................................... 13 11.6.3.2 Pertenças ....................................................................................... 13 11.7 Públicos x Particulares ............................................................. 13 11.8 Bem de Família ....................................................................... 13 15/09/2011 ... 13 Avalição Individual .................................................................. 13 21/09/2011 ... 13 NOTAS DE AULAS – TGDireito 1 03/08/2011 TEORIA GERAL DO DIREITO - TGD BIBLIOGRAFIA – APÓS 2002 Francisco Amaral – Introdução ao Direito Civil Rosemvald, chaves – Parte geral Carlos Roberto Gonçalves – vol.1 Caio Mário Sílvio Rodrigues Sílvio Venosa Daniel Eduardo Carnacchione Maria Helena Diniz • Direito • Direito Público (Estado X Pessoa) X Direito Privado (entre pessoas) • Direito Civil (disciplina as relações entre os indivíduos) Exemplo: Casamento • Código Civil de 2002 (Miguel Reale – um dos colaboradores do C.C) 1 Código Civil de 2002 - Princípios 1.1 Sociabilidade As relações jurídicas afetam a sociedade, a vida de outras pessoas. 1.2 Eticidade Transparência, agir ético, boa fé. 1.3 Operabilidade A lei é igual para todos, as cláusulas são abertas para permitir alterações desde que dentro da lei, de acordo com a Constituição Federal. 2 Princípios do Direito Civil Direito Civil Constitucional (de acordo com a Constituição) 3 Divisão do Código Civil 3.1 Parte Geral (Arts. 1-232) (serve de base para aplicar em todos os ramos do Direito, na parte especial) • Pessoas: mais importante do ordenamento jurídico – 1º ponto de estudo • Bens • Fatos jurídicos 3.2 Parte Especial (Arts. 233-2046) • Obrigações • Contratos • Responsabilidade civil • Direito das coisas • Família • Sucessões. 04/08/2011 DIREITO CIVIL – PARTE GERAL 1 Personalidade Qualidade inerente à pessoa humana, consistente na aptidão para contrair direitos e obrigações. (toda pessoa pode participar das relações jurídicas. Como isso vai ocorrer é que diferencia a forma de participação) 2 Capacidade Medida de personalidade. Pode ser: capacidade de direito e capacidade de fato. 2.1 Capacidade de direito (ou de gozo) Possibilidade de contrair direitos e obrigações na ordem civil. (Todas as pessoas têm capacidade de direitos iguais. Até mesmo o recém-nascido tem uma série de direitos como nome, dignidade, herança) 2.2 Capacidade de fato, de exercício, ou de ação Possibilidade de exercício, por si mesmo, de ator da vida civil. (É o poder de exercer sozinho atos da vida, mas nem todo mundo tem condições para isso) 2.2.1 Medidas 2.2.1.1 Absolutamente incapaz (Art. 3º) Não pode praticar nenhum ato sozinho. Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Menor de 16 anos – tem que ser devidamente representado pelos pais ou na ausência destes, o tutor nomeado pelo juiz (geralmente da família ou por vínculo afetivo) “Enfermidade ou deficiência mental”: Mal de alzaimer - Pessoas com desenvolvimento mental incompleto. “Causa transitória”: Pessoas em coma. NOTAS DE AULAS – TGDireito 2 2.2.1.2 Relativamente incapaz (Art. 4º) Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. Maiores de 16 anos e menores de 18 – Art. 4º, Inciso I Síndrome de Daw e deficiência mental leve (tem discernimento reduzido), nesse caso pratica o ato junto com o seu assistente. Art. 4º, Inciso II. Ébrio habitual (alcoolatra/viciados em tóxicos - toxicômas), deficientes mentais com consciência reduzida. Pródigo: quem gasta imoderadamente. A sua restrição é para atos negociais, contratos. Ele pode casar, reconhecer filho. A INCAPACIDADE POR IDADE (MENOR CIVIL) É AUTOMÁTICA. TODAS AS OUTRAS HIPÓTESES DEVEM SER DECLARADAS PELO JUIZ DA INTERDIÇÃO. DEVE ESTAR BEM COMPROVADA E DURANTE O PROCESSO, O JUIZ NOMEIA UM CURADOR. ESSE VAI ASSISTIR OU REPRESENTAR O INCAPAZ 2.2.1.3 Capaz A capacidade dos índios é regida de acordo com a lei específica (FUNAI). O índio acima de 21 anos, se viver na sociedade e saber a língua portuguesa é CAPAZ” Capacidade de fato (exercício) - exercer sozinho os atos da vida. Capacidade de direito (gozo) - todas as pessoas têm! 3 Início da Personalidade (Art. 2º) Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. A personalidade se inicia com nascimento com vida, mas a lei já protege o nascituro (pessoa que ainda vai nascer). 3.1 Teoria Natalista Só é pessoa quem nasce com vida (direitos e obrigações), proteção incondicional. 3.2 Teoria Concepcionista A lei põe a salvo a pessoa desde a concepção (nascituro) 3.2 Teoria da Nidação Defendida na lei da bio-segurança. Os embriões excedentes de inseminação artificial podem ser usados como estudo. Para ter direitos e obrigações, o embrião deve estar implantado no útero materno. 4 Fim da Personalidade: morte 4.1 Morte real Atestada pelo fim da atividade cerebral (existência de cadáver) – pode haver doação de órgão. 4.2 Morte presumida Não tem cadáver 4.2.1 Morte presumida sem decretação de ausência (Art. 7º) Hipótese com provável perigo de vida ou catástrofe (guerra, queda de avião, caso da Eliza do Bruno). Processo judicial simples. Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. 4.2.2 Morte presumida com decretação de ausência Quando a pessoa desaparece (irmã do Vitor Belfort). Processo judicial mais longo. Divide-se em 3 fases: Curadoria provisória, Sucessão provisória e Sucessão definitiva. 4.2.2.1 Curadoria De 1 a 3 anos - nomeia-se alguém para cuidar dos bens, mas se a pessoa voltar tem que devolver e indenizar caso tenha havido algum prejuízo. • 1 ano - se não tiver deixado representante legal • 3 anos - com representante legal 4.2.2.2 Sucessão provisória Após 3 anos, divisão dos bens, se voltar tem que devolver. 4.2.2.3. Sucessão definitiva (Art. 6º) Após 10 anos Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. Declarada a morte depois de 14 anos do início do processo de Morte presumida com decretação de ausência. NOTAS DE AULAS – TGDireito 3 10-11/08/20114.3. Comoriência Simultaneidade da morte de duas ou mais pessoas. Quando na mesma ocasião, 02 ou mais pessoas morrem sem poder determinar quem morreu primeiro – os bens vão diretamente para a família de cada um. Exemplo: acidente de carro. 5. Suprimento da Incapacidade O curador representa ou assiste Relativamente: Assistência – o assistente pratica os atos juntamente com o assistido. Absolutamente: Representação – o representante pratica atos no lugar do incapaz. 5.1 Representação e Assistência 5.1.1 Legal Deriva da lei. A lei define que os representantes dos filhos menores são os pais. 5.1.2 Judicial Nomeado pelo juiz, tutor ou curador em processo judicial. Se for menor (tutor), demais casos (curador). 5.1.3 Convencional Através de contrato. Procurador ou mandatário. Se a pessoa morrer (morte declarada) cessa a validade da procuração. 6. Cessão/Cessação da Incapacidade 6.1 Maioridade A maioridade é civil – completar 18 anos. 6.2 Emancipação (Art. 5º) A emancipação é ato irrevogável. Emancipação é ato jurídico no qual se adianta a capacidade do menor, mas não a sua maioridade. Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 6.2.1 Voluntária (consensual) Quando os pais do menor fazem escritura publica no cartório de notas (documento formal devidamente registrado no cartório de pessoas naturais, declarando a vontade de emancipar o filho para que ele possa praticar os atos da vida civil. Na prática, só o maior de 16 anos pode emancipar, mas costuma ocorrer também antes dos 16 anos. 6.2.2 Judicial Quando um pai está em desacordo com o outro ou quando tem tutor. O tutor não pode emancipar voluntariamente o tutelado. 6.2.3. Legal • Casamento • Colação de grau em curso superior • Posse em serviço público, • Economia própria. Ocorre por força da lei (art. 5º). De acordo com a lei para se casar tem que ter 16 anos. Se houver gravidez (14 a 16 anos), a menor pode casar com autorização judicial, mas mesmo casada ela não se emancipa, continua sendo representada. Também ocorre a cessão da incapacidade quando a pessoa se cura. Quem emancipa não pode dirigir antes do 18 anos, não responde por crime. Isso é com a maioridade. A emancipação por serviço público praticamente inexiste, pois para prestar concurso geralmente tem que ter 18 anos. 7. Individualização da Pessoa Natural (pessoa física) Nome, estado, domicílio – são características jurídicas que individualizam, diferenciam as pessoas. 7.1 Nome Elementos: prenome (simples ou composto) + sobrenome (patronímico ou nome de família) Enquanto o prenome indica o indivíduo propriamente dito, o sobrenome indica a origem genealógica ou família à qual ele pertence. Agnome: são os identificadores de parentesco (júnior, neto, filho, sobrinho) Imutabilidade do nome: O nome não pode ser mudado. Pode incluir o apelido. (Luís Inácio Lula da Silva) NOTAS DE AULAS – TGDireito 4 7.1.1 Exceções à imutabilidade do nome previstas em lei • Nome constrangedor ou vexatório; • Erro gráfico; • Adoção; • Homomínia - homônimo (pessoas com o mesmo nome; a regra é que se inclua novos nomes no meio). Quando o oficial do cartório não quer registrar com determinado nome, usa-se o documento que “suscita a dúvida” e o juiz decide; • Alcunha ou apelido; • Nome completo: até 1 ano após a maioridade – entre 18 e 19 anos (por qualquer motivo, após isso, ocorre através de processo judicial); LEI Nº 6.015, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1973. Dispõe sobre os registros públicos, e dá outras providências. Art. 56. O interessado, no primeiro ano após ter atingido a maioridade civil, poderá, pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o nome, desde que não prejudique os apelidos de família, averbando-se a alteração que será publicada pela imprensa. (Renumerado do art. 57, pela Lei nº 6.216, de 1975). • Casamento, adição de sobrenome de família (judicialmente); • No caso de adoção, pode mudar o nome completo. 7.2 Estado Soma da qualidade das pessoas. 7.2.1 Estado Individual É o modo de ser da pessoa quanto à idade, sexo, cor, altura, saúde, capacidade, profissão. 7.2.2 Estado da família É o que indica a situação na família, em relação ao matrimônio e ao parentesco por consanguinidade ou afinidade (Civil – solteiro, casado ...) 7.2.3 Estado Político É a qualidade de advém da posição do indivíduo na sociedade política, podendo ser nacional (nato ou naturalizado) ou estrangeiro. Ver Art. 12 CF. 7.2.4 Características do Estado • Indivisível Assim como não podemos ter mais de uma personalidade, do mesmo modo não podemos ter mais de um estado. (uno e indivisível). Ninguém pode ser casado e solteiro ao mesmo tempo o todo qualifica a pessoa • Indisponível O estado civil, como visto, é um reflexo de nossa personalidade e, por esta razão, constitui relação fora do comércio. É inalienável e irrenunciável. Não impede, porém, sua mutação. • Imprescindível Não se perde nem se adquire o estado pela prescrição. O estado é o elemento integrante da personalidade. Nasce com a pessoa. Pode ajuizar ações do estado (divorciar, casar), não tem data para exercer esse direito. 17/08/2011 7.3 Domicílio Lugar onde a pessoa estabelece sua residência e o centro principal de sua atividade com ânimo definitivo. Domicílio (res. +ânimo definitivo) # residência (república) # morada (hotel) • Domicílio é o lugar onde a pessoa natural responde pelas suas obrigações. Onde ela declara o seu endereço com ânimo definitivo às municipalidades, órgãos públicos (Copasa, Cemig,). Também é o lugar de exercício da atividade com ânimo definitivo. Além de residir tem que declarar como domicílio. • Residência é o lugar onde a pessoa mora de forma contínua. • Morada é o lugar onde a pessoa está de forma passageira (hotel, casa alugada na praia). 7.3.1 Pluralidade de Domicílios (Art. 71) Quando se tem mais de um domicílio. Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. 7.3.2 Nômades e Ciganos (Art. 73) O domicílio será o lugar onde se encontrarem. Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada. 7.3.3 Domicílio de Pessoa Jurídica A sede onde está declarada no ato constitutivo (Estatuto/Contrato Social) 7.3.4 Domicílio voluntário – a pessoa escolhe 7.3.4.1 Domicílio voluntário geral A pessoa tem o direito de escolher. 7.3.4.2 Domicílio voluntário especial/eleição (Art. 78) Determinado em contrato, onde as partes elegem o local para resolverem assuntos do contrato, é o foro de eleição. Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. 7.3.5 Domicílio legal/necessário (Art. 76-77) Quando a lei escolhe, impõe. (menores, presos, funcionários públicos...)NOTAS DE AULAS – TGDireito 5 Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença. Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve. 8. Direitos de Personalidade (Art. 11-21) Direitos garantidos, intrínsecos à todas as pessoas humanas. São tratados no Código Civil e em outra leis como ECA. CAPÍTULO II - DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. 8.1 Características do Direito de Personalidade 8.1.1 Inalienáveis Não podem ser transferidos. 8.1.2 Impenhoráveis Não podem ser tomados para pagamento de dívida. 8.1.3 Irrenunciáveis Disposição voluntária. 8.1.4 Imprescritíveis Não se perdem por causa do tempo. Inexiste um prazo para seu exercício, não se extinguindo pelo seu não-uso. 8.1.5 Absolutas São oponíveis contra todos (erga omnes), impondo à coletividade o dever de respeitá-los. 8.1.6 Não-limitação Não pode limitar o direito de outra pessoa (liberdade). 8.1.7 Inexpropriáveis Não se perdem em nenhuma hipótese. 8.1.8 Vitalícios Os direitos da personalidade são inatos e permanentes, acompanhando a pessoa desde seu nascimento até sua morte 8.2 Proteção aos Direitos da Personalidade Direito ao nome, imagem, corpo, privacidade, honra, vida, etc 8.2.1 Tutela preventiva Medidas previstas em lei para evitar danos aos direitos de personalidade. 8.2.1 Tutela repressiva Combater os danos aos direitos de personalidade. Pode ser ao mesmo tempo preventiva e repressiva - Possibilidade de Defesa por Herdeiro – não há aquisição de direitos após a morte, mas pode gerar efeitos após a morte da pessoa, nesse caso os herdeiros podem pleitear no caso de violação a imagem, direitos autorais. NOTAS DE AULAS – TGDireito 6 8.3 Código Civil: Rol Exemplificativo Trata apenas de alguns direitos de personalidade. • Disposição do Próprio Corpo Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. • Fins Altruísticos e Científicos Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. OBSERVAÇÃO: Direito à vida, integridade física. o “Wannabes”, transexuais. o Vendas de partes do corpo. o Testemunha de Jeová. (quando a pessoa é capaz respeita-se a sua vontade, quando é incapaz, independente da vontade da família, realiza-se o procedimentos de transfusão de sangue) o Doação de órgãos (Lei nº 9.434/97) LEI Nº 9.434, DE 4 DE FEVEREIRO DE 1997. Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento e dá outras providências. • Dever de informação (consentimento informado) Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. • Direito ao nome e pseudônimo (se há gêmeos idênticos, os prenomes devem ser diferentes) • Direito a palavra e imagem • Proteção à intimidade (a revista pode ser adotada, com moderação) • Direitos Autorais o Patrimonial o Extrapatrimonial Direito de Personalidade = Patrimônio mínimo da pessoa 24/08/2011 9. Ausência (Arts. 22-39) Tem a finalidade de decretar o desaparecimento da pessoa e nomear o representante para gerir os seus bens. 9.1 Conceito É o desaparecimento da pessoa natural do seu domicílio sem nomear representante. Código Civil de 1916: gerava causa de incapacidade absoluta. Muito criticado, pois se o ausente retornava, a declaração de incapacidade gerava muitos problemas. Todos os atos praticados na vigência da declaração eram inválidos! 9.2 Procedimento Judicial – Fases (para determinar a morte definitiva e a divisão dos bens) 9.2.1 Curadoria dos bens do ausente (Art. 22-25) • Durante 1 ano se o ausente não tiver deixado representante. • Durante 3 anos se o ausente tiver deixado representante. Se a pessoa deixou representante e ela não quiser continuar, pode solicitar a nomeação de outra pessoa. CAPÍTULO III - DA AUSÊNCIA Seção I - Da Curadoria dos Bens do Ausente Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. Art. 23. Também sedeclarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes. Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores. Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador. § 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo. § 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos. § 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador. 9.2.1.1 Proponente • Pelo Ministério Público ou qualquer interessado • Administração dos bens Em primeiro lugar, os parentes mais próximos; depois os parentes mais afastados (remotos) e por último as demais pessoas interessadas. NOTAS DE AULAS – TGDireito 7 9.2.1.2 Cessação da curadoria • Comparecimento do ausente; • Comprovação da morte; ou • Sucessão provisória. 9.2.2 Sucessão Provisória (Art. 26-36) Transferência condicional de bens – mediante garantias – (parentes remotos e demais interessados). Os herdeiros necessários (cônjuges, ascendentes e descendentes naturais) não necessitam dar garantias. Se a pessoa não puder dar garantia, não poderá receber a sucessão provisória. Os bens do ausente divididos condicionalmente não podem ser vendidos, têm que ser zelados, pois se o mesmo voltar, terão que ser devolvidos Se houver benfeitorias, o curador poderá ser indenizado, caso o ausente retorne. Seção II - Da Sucessão Provisória Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão. Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados: I - o cônjuge não separado judicialmente; II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas. Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido. § 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente. § 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823. Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União. Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos. § 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo- se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia. § 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente. Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína. Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas. Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente. Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos. Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria. Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo. Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono. 9.2.2.1. Não poderão dispor dos bens Podem utilizar os bens, mas não podem vender, tornar alheio, usar como garantia. Durante o tempo que estiver com os bens, devem pagar taxas, impostos. Caso o ausente retorne poderá ser cobrado pelas taxas. 9.2.2.2 Se os bens gerarem frutos • Para os herdeiros necessários: integrais – os rendimentos integrais são dos herdeiros. • Demais: capitalizar metade (50%) dos rendimentos tem que ser depositados em uma conta (aluguéis, rendas, etc.) 9.2.2.3 Retorno do ausente Recebe os bens 9.2.2.4 Cessação Sucessão Provisória Certeza da morte; 10 anos após a sentença da sucessão provisória – quando o ausente contar com 80 anos e 5 anos sem dar notícias. NOTAS DE AULAS – TGDireito 8 9.2.3 Sucessão Definitiva (Art. 37-39) De 11 a 13 anos após a ausência. Seção III - Da Sucessão Definitiva Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele. Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo. Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal. 9.2.3.1 Levantamento e devolução das garantias 9.2.3.2 Distribuição definitiva dos bens 9.2.3.3 Retorno do ausente Até 10 anos após a sucessão definitiva receberá os bens no estado em que se encontrarem Com prazo acima de 10 anos após a Sucessão Definitiva (SD), nãoreceberá nada. 9.2.3.4 Morte presumida A sentença que determinar a SD, decreta a morte presumida com atestado de óbito com data da SD. 9.3 Observações 9.3.1 Ausência e sociedade conjugal O cônjuge não assume a condição de viúvo (a), por isso hoje é permitido entrar com o divórcio litigioso e o ausente é citado em edital. 9.3.2 Ausência e direitos previdenciários Pensão por morte só após a SD, mas se o filho estiver com a maioridade, não terá mais esse direito. Usucapião por morte presumida – divórcio litigioso e após 2 anos, o cônjuge terá direito ao imóvel 25/08/2011 Exercício em Grupo Questão 1 Leia a notícia abaixo e responda: no direito brasileiro, seria legítimo o ato de disposição do próprio corpo no sentido de leiloar um espaço publicitário em sua própria testa? Esse ato de disposição sobre o próprio corpo está amparado pela tutela da autonomia da verdade? Justifique. 01/07/2005 - 14h08 Por US$ 10 mil, americana tatua na testa anúncio de cassino virtual PUBLICIDADE da Folha Online O cassino virtual GoldenPalace.com ficou famoso por comprar alguns itens bizarros vendidos no site de leilões eBay --uma torrada com a imagem da Virgem Maria (US$ 28 mil), por exemplo. Desta vez, o site "comprou" a testa de uma norte-americana. Por US$ 10 mil, a internauta tatuou as palavras "Golden Palace .com" no inusitado espaço publicitário. "Ganhamos o privilégio de ter um anúncio permanente tatuado nas testa de Karolyne Smith. Com isso, ela se torna a primeira mulher a ter a marca do cassino para sempre", diz um anúncio da companhia. Smith afirma que adora ser o centro das atenções e não se arrepende do que fez. "Para muitos, pode parecer estúpido. Para mim, no entanto, esses US$ 10 mil representam US$ 1 milhão. Faço isso pelo meu filho, para poder construir um futuro melhor para ele", disse. Segundo a nova garota propaganda, esse dinheiro será usado para que seu filho possa estudar em uma escola particular. Não, porque a legislação brasileira garante os direitos de personalidade conforme art. 11 C.C como patrimônio mínimo da pessoa e os protege para evitar danos aos mesmos, sendo inalienáveis. No Direito brasileiro não é permitido à disposição do corpo com fins monetários (art.14 C.C) Questão 2 Frente a conjuntura a seguir, responda: Qual (is) é (são) o(s) domicílio(s) de Dr. Jesuíno? Fundamentar a resposta. Dr. Jesuíno é médico e reside com sua família (uma esposa e dois filhos) na cidade de Campina Grande-PB, onde pernoita, diariamente, em um apartamento próprio. Atende, na segunda e terça-feira, das 08h00 às 16h00 em Hospital localizado em Esperança-PB; na quarta e quinta-feira é plantonista diurno em um nosocômio público da cidade de Areia-PB e, na sexta-feira feira à tarde e sábados pela manhã, realiza atendimentos em um consultório particular que há anos mantém, em imóvel de sua propriedade, na cidade de Alagoa Grande-PB, sua terra natal. Todos os locais onde ele atende como médico e reside com sua família. Nesse caso existe uma pluralidade de domicílio (art. 71). O domicílio é onde ele reside e declara o endereço às municipalidades e com ânimo definitivo e também o lugar de exercício de suas atividades com ânimo definitivo para questões relativas à sua atividade (art. 70, 72). NOTAS DE AULAS – TGDireito 9 Questão 3 De acordo com o relato abaixo, Como advogado de Maria, Informe à mãe de Júlia se lhe assiste algum direito e se alguma providência poderia ser tomada. Justifique. Júlia é uma famosa atriz que foi violentamente assassinada no ano 2000, deixando como herdeira apenas sua mãe, Maria. Um ano depois do falecimento, jornal de grande circulação publica fotos do corpo de Júlia que foram tiradas durante a perícia, no local do crime, totalmente desfigurada e parcialmente nua. Ela pode ajuizar uma ação como tutela preventiva e repressiva para não continuar com a veiculação das fotos. Tem o direito da defesa ao direito de personalidade, pois existe uma violação a imagem da Júlia, sem que seja de interesse público. Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. Apesar de não existir aquisição de direitos de personalidade após a morte, esses podem gerar efeitos após a morte da pessoa. Questão 4 Sobre a incapacidade, responda Verdadeiro ou Falso e justifique: 4.1 Em relação maior, tanto quanto ao menor, a presunção é de capacidade [ V ] art. 3º 4.2 A emancipação é um modo de aquisição da maioridade antes dos 18 anos completos. [ F ] art. 5º - a emancipação adianta a capacidade do menor, mas não a maioridade 4.3 A capacidade de fato é também denominada capacidade de exercício ou de ação [ V ] 4.4 A incapacidade relativa atinge a validade de qualquer ato praticado pelo incapaz, na medida em que este não conte com a devida assistência. [ F ] art. 4º - são incapazes relativamente a certos atos. O pródigo tem restrição apenas para atos negociais, contratos. 4.5 O ato praticado pelo relativamente incapaz, sem a devida assistência, será em regra anulável. [ F ] sem explicação pq não tínhamos visto 4.6 A incapacidade do menor impúbere é relativa [ F ] ele é absolutamente incapaz 4.7 O menor pode sofrer interdição. [ V ] a incapacidade do menor é automática. Para todos os outros casos, é passível de interdição, mas se o menor for emancipado ele pode ser interditado. 31/08/2011 10. Pessoas jurídicas Agrupamento de pessoas e/ou bens a que o ordenamento confere personalidade, uma vez cumprida as exigências legais. A principal exigência legal é o registro do ato constitutivo no cartório ou junta comercial 10.1 Características (PJ) Existência própria, distinta dos seus membros. As ações devem ser ajuizadas contra a pessoa jurídica. Seus sócios não respondem por isso, salvo as exceções. Nome, patrimônio e responsabilidades próprios. 10.2 Modalidades (PJ) 10.2.1 De Direito Privado (PJ-I) Formada por particulares. DISCIPLINADA PELO CÓDIGO CIVIL: 10.2.1.1 Fundação (PJ-DPriv - Disc. CC) 10.2.1.2 Associações (PJ-DPriv - Disc. CC) 10.2.1.3 Sociedades (PJ-DPriv - Disc. CC) 10.2.1.4 Partidos Políticos (PJ-DPriv - Disc. C. Eleitoral) Regido pelo Código Eleitoral 10.2.1.5 Entidades Religiosas (PJ-DPriv - SRE) Não têm regulamentação específica – Não pagam impostos 10.2.2 De Direito Público (PJ-II) Regidas pelo Estado 10.2.2.1 Interno (PJ-DPub) União, Estado, Municípios, DF e autarquias. Fazem parte da organização do Estado. Exemplos de autarquias: Banco Central, USP,UFRJ, INSS, ANATEL, ANVISA, INPI, CVM,INMETRO. 10.2.2.1 Externo (PJ-DPub) Países, organizações internas (ONU, CV) NOTAS DE AULAS – TGDireito 10 10.3 Fundações (Art. 62-69) Agrupamentos de bens sem finalidades lucrativas. CAPÍTULO III - DAS FUNDAÇÕES Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. Art. 64. Constituídaa fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial. Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz. Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público. Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. § 1o Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público Federal. (Vide ADIN nº 2.794-8) § 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público. Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná- la, se quiser, em dez dias. Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante. 10.3.1 Ato Constitutivo da Fundação Estatuto - Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas (CRPJ) 10.3.2 Constituição da Fundação 10.3.2.1 Atos Inter Vivos Criada durante a vida do fundador, registrada no cartório de notas, através de escritura pública. 10.3.2.2 Atos Causa mortes Após a morte por um testamento. É fundada por alguém que separa parte do seu patrimônio para finalidades sociais, institucionais, morais. Não há sócios e é nomeado um administrador. Se tiver lucro tem que ser reinvestido na fundação. Não tem dono. Fiscalização pelo MP (Ministério Público) – Pode até mesmo nomear o administrador 10.3.2 Extinção da Fundação Quando não tem condições de cumprir o seu objetivo, os bens da fundação serão revertidos para outra fundação que exerça função semelhante. 10.4 Associações (Art. 53-61) Agrupamento de pessoas sem fins lucrativos, não precisam ter patrimônio. Exemplo: Associação de pais e mestres. Podem criar patrimônio posteriormente CAPÍTULO II - DAS ASSOCIAÇÕES Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: I - a denominação, os fins e a sede da associação; II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; III - os direitos e deveres dos associados; IV - as fontes de recursos para sua manutenção; V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. (Incluído pela Lei nº 11.127, de 2005) NOTAS DE AULAS – TGDireito 11 Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais. Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto. Art. 57. (Revogado pela Lei nº 11.127, de 2005) Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto. Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral: (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) I – destituir os administradores; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) II – alterar o estatuto. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembléia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. § 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação. § 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. 10.4.1 Ato Constitutivo da Associação Estatuto Social - CRPJ 10.4.2 Constituição da Associação 10.4.2.1 Inter Vivos Declaração de vontade das partes. Art. 53 a 61 01/09/2011 10.5 Sociedades Agrupamento de pessoas e bens com fins lucrativos. Pelo menos duas pessoas formam o capital social, investimento inicial (bens, dinheiro, crédito de dívida) 10.5.1 Ato constitutivo da Sociedade (Art. 981) Estatuto ou Contrato Social Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados. 10.5.2 Constituição da Sociedade Inter Vivos, podem ser: Sociedades empresariais ou Sociedades simples. 10.5.2.1 Sociedades empresariais Atividade comercial – na Junta Comercial 10.5.2.2 Sociedades simples Não buscam o lucro em primeiro lugar – Registro no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas - CRPJ. Exemplo: Sociedade entre médicos, de educação. 10.6 Observação 10.6.1 Pessoa Jurídica e Direito de Personalidade(Art. 52) Os direitos de personalidade que puderem ser aplicados à pessoa jurídica. Exemplo: danos morais – direito personalizado Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. NOTAS DE AULAS – TGDireito 12 10.6.2 Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica Em caso de abuso caracterizado pelo desvio da finalidade, confusão patrimonial (misturar patrimônio jurídico com o social), os sócios podem responde. Em regra aplica-se Art. 50 CC, contudo o Art. 28 CDC é aplicado com reservas por contrariar a personalidade jurídica. Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. SEÇÃO V Da Desconsideração da Personalidade Jurídica Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. § 1° (Vetado). § 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. § 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. § 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa. § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. 10.6.3 Teoria dos Entes Despersonalizados Agrupamento de pessoas e/ou de bens que possuem algumas características de pessoas jurídicas, mas, não tem personalidade jurídica: • Condomínio • Sociedade de fato • Família • Massa falida • Espólio • Herança jacente e vacante Danos Materiais – Indenizar pelo dano emergente (prejuízo direto). Prejuízo cessante - o que deixou de ganhar. 08/09/2011 Exercício em Grupo 1. João é sócio da Sociedade ABC Ltda. A referida sociedade contraiu um empréstimo junto ao Banco X e não pagou. Sobre o caso responda: João pode ser responsabilizado por essa obrigação? É possível a desconsideração da personalidade jurídica? Justifique. Não, exceto nos casos previstos no art. 50 do C.C, como desvio de finalidade ou confusão patrimonial. Apesar do CDC, no art. 28 confirmar que poderá ocorrer a desconsideração da pessoa jurídica, ele é muito criticado. 2. Sociedade ABC Ltda., realizou a venda de todos os seus bens a outra sociedade. Os administradores querem vender também o nome empresarial. É isso possível? Justifique. Não, porque tem existência própria, distinta dos seus membros. O nome é um direito de personalidade, conf. Art. 52, CC, sendo inalienável. Pode mudar os sócios, vender a marca, o nome fantasia, mas nunca a razão social. 3. A Associação de moradores do Bairro Y pretende excluir o associado João da Silva pelo fato do mesmo tratar de forma grosseira os demais associados. Isso é possível? Explique. Sim, conforme art. 54, Inciso II (CC), o estatuto deve conter os direitos e deveres do associado. Mas deve constar no estatuto que tal conduta é vedada, assegurando o direito de defesa e recurso conf. Art. 57. 4. Distinguir como se dá a aquisição da personalidade por pessoas naturais e jurídicas. A pessoa natural se inicia com o nascimento com vida, mas a lei protege desde a concepção. A pessoa jurídica é com o registro do ato constitutivo (estatuto ou contrato social) no cartório ou junta comercial 5. Explique o que são entes despersonalizados? Agrupamento de pessoas e/ ou bens que possuem algumas características de pessoas jurídicas, mas, não têm personalidade jurídica, por isso têm tratamento diferenciado pela legislação. NOTAS DE AULAS – TGDireito 13 14/09/2011 11 Bens • Bens # Coisas • Objetos das relações jurídicas • Classificação dos bens: 11.1 Bens Móveis X Bens Imóveis 11.1.1 Bens Móveis 11.1.1.1 Semoventes (BMo) 11.1.1.2 Por natureza(BMo) 11.1.1.3 Por definição lega(BMo) 11.1.1.4 Por antecipação(BMo) 11.1.2 Bens Imóveis 11.1.2.1 Por natureza (BIm) 11.1.2.1 Por acessão (BIm) 11.1.2.1.1 Natural (BIm-aces) 11.1.2.1.2 Intelectual (BIm-aces) 11.1.2.1 Por definição legal (Bim) 11.2 Bens Fungíveis x Infungíveis 11.3 Bens Divisíveis x Indivisíveis 11.4 Bens Consumíveis x Inconsumíveis 11.5 Bens Singulares x Coletivos 11.6 Bens Principais x Acessórios 11.6.1 Frutos - Estado 11.6.1.1 Naturais 11.6.1.2 Civil 11.6.1.3 Industrial 11.6.2 Frutos - Fonte 11.6.2.1 Pendentes 11.6.2.2 Colhidos 11.6.2.3 Percebidos 11.6.2.4 Percipiendos 11.6.2.5 Estantes 11.6.2.6 Consumidos 11.6.3 Produtos 11.6.3.1 Benfeitorias 11.6.3.1.1 Necessária 11.6.3.1.2 Útil 11.6.3.1.3 Voluptária 11.6.3.2 Pertenças 11.7 Públicos x Particulares 11.8 Bem de Família 15/09/2011 Avalição Individual 21/09/2011
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