Resenha do filme Germinal e análise de Durkheim sobre coerção social e de Karl Marx em Divisão do Trabalho e Manufatura

Prévia do material em texto

Resenha do Filme: Germinal
	Durante o Século XIX, os trabalhadores franceses eram explorados pela burguesia, pelas condições de trabalho, como falta de leis trabalhistas e baixa remuneração. Em uma cidade francesa, os operários de uma grande mineradora realizaram uma greve contra seus patrões à favor de melhores condições de vida. 
O filme Germinal mostrou o processo de produção do trabalho do modelo capitalista, mostrando uma forma bem clara as diferentes necessidades humanas e materiais. A história transmite um determinado momento histórico do século XIX e seu contexto social, econômico e político e cultural, sendo baseado no romance de Émile Édouard Charles Antoine Zola.
No início do filme um dos personagens, Étienne Lantier, se encontra desempregado, vai até uma indústria de mineração para tentar conseguir emprego e se depara com um outro senhor que foi exposto desde os 8 anos de idade trabalhando na mina e que por isso possui saúde debilitada. O personagem recém-chegado na mineradora se choca com as condições de trabalho pela constante exploração e pobreza dos operários. Esse personagem consegue emprego nessa mineradora devido apenas à morte de uma operária, substituindo-a.
Todos os membros das famílias trabalham a fim de ajudarem na sustentação financeira e sobrevivência, onde apenas os mais novos não trabalham devido à pouca idade e falta de força física. As mulheres não tendo como dar o que comer para seus filhos mais novos, se endividam com um comerciante local, apesar de que este nem sempre está disposto a permitir crédito, devido às dívidas constantes, aceitando ofertas sexuais em troca de comida, e então as mães acabam sendo obrigadas à ceder suas filhas ou a elas mesmas ao comerciante, em troca de alimentação.
O dono da mineradora era desconhecido, nem seus próprios operários o conheciam, pois este só estava preocupado com a economia e política de sua indústria. O operário Maheu foi multado por não ter escorado direito, resultando em um desabamento. Os salários foram diminuídos devido à suspensão dos pedidos de ferro para exportação e essa situação é repassada aos outros trabalhadores. 
O operário Lantler influencia os demais a iniciarem uma greve à favor do aumento de seus salários e melhores condições trabalhistas. Dessa forma os trabalhadores tentam falar sobre as suas reivindicações com o diretor geral da mineradora. A greve continua, mesmo após o patrão contratar operários da Bélgica e ameaça despedi-los se a greve continuasse, assim alguns trabalhadores temendo serem despedidos e famintos decidem voltar a trabalhar enquanto outros são engajados e preferem morrer do que abandonar a causa trabalhista. 
As mulheres operárias também se revoltam, vão até a mercearia do comerciante e a saqueiam, causando a morte do comerciante (Gerard). Esse conjunto de acontecimentos faz com que haja confrontos entre esses dois grupos de operários onde os grevistas vão até as minas em funcionamento para reivindicar seus direitos trabalhistas, causando a morte do operário Toussaint Maheu.
Com a morte desse operário, Lantler é obrigado à voltar a trabalhar junto com uma parte dos grevistas. Um operário destrói os elevadores da mineradora, proibindo a passagem dos operários para fora da mina. Lantler é salvo, porém a filha de Maheu morre, devido à saúde debilitada. 
	Durkheim trata de coerção social como ações que o indivíduo não pode simplesmente ignorar dentro de uma sociedade, uma vez que ele já nasce em um ambiente pré-estabelecido com normas e ações coletivas. Tendo isso em vista, de acordo com o filme, é possível dizer que os operários já nascem tendo que se submeter ao mundo do proletariado porque sua família já se encontra nesse modo de vida. O operário, desde pequeno, precisa ajudar sua família no ambiente de trabalho (no caso do filme, nas mineradoras) para ajudar à sustentar sua família, onde todos os outros membros também trabalham para tal finalidade.
	De acordo com Karl Marx em Divisão do Trabalho e Manufatura, a manufatura surge de dois modos:
Quando a oficina reúne trabalhadores de ofícios autônomos (apresenta colaboração mútua); com operações simples.
Quando a oficina reúne artesões que fabricam produtos iguais (com a permanência do modelo artesanal).
Antes da manufatura o trabalho não era social ou coletivo, era individual e privado. No filme é possível ver como a manufatura se insere na vida profissional dos operários, onde devem trabalhar sempre em dupla e praticar as mesmas tarefas, com as mesmas ferramentas e vestimentas.
Lígia Martins