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Revolução Inglesa Este material foi produzido pelo professor Luis Alberto Pereira Junior - email: prof.luisjunior@gmail.com Luis Alberto Pereira Junior Graduado em História - Licenciatura e Bacharelado - pela Universidade Federal de Uberlândia Pós-Graduado em Psicopedagogia e em Educação Especial com Ênfase em Educação Inclusiva pela ASSEVIM – Instituto Passo 1 Mestrando em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia Apresentação Objetivo Compreender como se deu a construção da cidadania na Inglaterra do século XVII e todo o processo revolucionário. Localização Geográfica da Inglaterra O Reino Unido é uma união política de quatro nações constituintes: Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales. A nação é governada por um sistema parlamentar com a sede do governo em Londres, a capital, e é uma monarquia constitucional com a rainha Isabel II sendo a chefe de Estado. Bandeira da Grã Bretanha Londres (em inglês: London) é a capital e a maior e mais importante cidade da Inglaterra e do Reino Unido. Por dois milênios, foi um grande povoado e sua história remonta à sua fundação pelos romanos, quando foi nomeada Londinium. Abadia de Westminster em Londres Bebida é água! Comida é pasto! Você tem sede de que? Você tem fome de que?... A gente não quer só comida A gente quer comida Diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída Para qualquer parte... A gente não quer só comida A gente quer bebida Diversão, balé A gente não quer só comida A gente quer a vida Como a vida quer... Bebida é água! Comida é pasto! Você tem sede de que? Você tem fome de que?... A gente não quer só comer A gente quer comer E quer fazer amor A gente não quer só comer A gente quer prazer Prá aliviar a dor... A gente não quer Só dinheiro A gente quer dinheiro E felicidade A gente não quer Só dinheiro A gente quer inteiro E não pela metade... Bebida é água! Comida é pasto! Você tem sede de que? Você tem fome de que?... A gente não quer só comida A gente quer comida Diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída Para qualquer parte... A gente não quer só comida A gente quer bebida Diversão, balé A gente não quer só comida A gente quer a vida Como a vida quer... A gente não quer só comer A gente quer comer E quer fazer amor A gente não quer só comer A gente quer prazer Prá aliviar a dor... A gente não quer Só dinheiro A gente quer dinheiro E felicidade A gente não quer Só dinheiro A gente quer inteiro E não pela metade... Diversão e arte Para qualquer parte Diversão, balé Como a vida quer Desejo, necessidade, vontade Necessidade, desejo, eh! Necessidade, vontade, eh! Necessidade... Comida (Titãs) Ao consultarmos um dicionário, vamos descobrir que cidadania é o conjunto de deveres (obrigações) e direitos que um indivíduo tem perante a sociedade em que vive. A palavra origina-se de cidade, visto que, o seu exercício a princípio desenvolveu-se no espaço urbano. O que não podemos esquecer é de que o significado de cidadania não é o mesmo nos diferentes contextos históricos. Na antiguidade, no caso da Grécia, o direito de ser cidadão e de usufruir da cidadania era restrito a um pequeno grupo de gregos. No Império Romano, a cidadania apesar de ser mais ampla, contemplando um número maior de pessoas, ainda continuava restritiva. Na Idade Média, grande parte da população europeia vivia na área rural, e as discussões em torno da cidadania ficaram um pouco esquecidas, já que as desigualdades sociais eram explicadas e justificadas pela Igreja. Na Idade Moderna, os debates acerca da cidadania, mais especificamente na Inglaterra do século XVII, vão ser retomados, ganhando uma dimensão de exigência e de contestação jamais visto na história da humanidade. Afinal, existem direitos naturais? Desde os primórdios da humanidade, há um grupo dominando e submetendo o outro, ou seja, poucos com direitos e muitos com obrigações. Mas afinal, será que existem direitos naturais? Direitos que nós temos a partir do momento do nosso nascimento? No mundo atual, estas interrogações seriam respondidas facilmente. Os indivíduos afirmariam tranquilamente que há sim direitos naturais e que precisam ser respeitados e preservados. Direitos como moradia, alimentação, educação, segurança e muito mais. No entanto, no passado os indivíduos não responderiam com tanta naturalidade, pois muitos acreditavam que os direitos eram conferidos a um grupo seleto. Dessa forma, no século XVI e XVII, alguns teóricos procuraram refletir a respeito dos direitos naturais, entre eles destacam-se: Thomas Hobbes (1588 a 1679) e John Locke (1632 a 1704). Os direitos naturais De acordo com estes teóricos, o ser humano em seu estado natural, ou seja, antes de qualquer convívio social (hipótese), desfruta de toda a liberdade e tem direitos ilimitados. Portanto, em seu estado natural o ser humano é totalmente livre, faz tudo o que desejar. No entanto, a liberdade e direito total, poderiam trazer-lhe problemas, como o individualismo e as pessoas não teriam nenhum limite, levando-os a brigas e conflitos. O pensamento de Thomas Hobbes a respeito deste assunto O célebre pensador, matemático e teórico político afirmava que a vida em seu estado natural é marcada por desavenças , conflitos e violência. Os mais fortes dominavam os mais fracos. Portanto, este caos não era favorável aos indivíduos, pois se a liberdade continuasse ilimitada, em pouco tempo a humanidade seria exterminada. Dessa forma o que fariam os seriam humanos para resolver este problema? Segundo Hobbes, em troca da paz, os indivíduos abriram mão de seus direitos ilimitados, fazendo um pacto social, através do qual, agora, haveriam não só direitos limitados, como também obrigações (leis, regras, normas). Tais normas teriam como função limitar e controlar as ações violentas. Caberia ao Estado Soberano, governado por um rei, a função de proteger as leis e fazê-las cumprir, mesmo que fosse necessário agir com violência contra aqueles que não respeitassem as leis. Portanto, as pessoas fazem um contrato entre si, abrindo mão de seus direitos totais em favor da paz. Enquanto que o rei ou soberano não participaria deste contrato, podendo assim, realizar qualquer ação, pois só ele teria o poder total, o poder absoluto. Para entender melhor toda esta história, Hobbes escreveu a obra o Leviatã. A síntese do pensamento de Thomas Hobbes Portanto, o pensamento de Hobbes contribuiu para que fosse justificado o poder absoluto (total) do soberano, o rei. Fazem entre siIndivíduos Contrato Obedecem sem contestar Governa, faz leis e impõe a ordem e a segurança SoberanoCedem seus direitos O pensamento de John Locke Locke também tratou da temática dos direitos naturais, mas sua conclusão foi um pouco diferente, já que ele não defendia a entrega do poder a um soberano todo poderoso, como dizia Hobbes. Em sua obra Dois tratados sobre o governo civil, o pensador assevera que os seres humanos, isolados em estado de natureza, unem-se mediante um contrato social para construir uma sociedade civil. Um contrato para protegê-los, para garantir as liberdades e a propriedade privada. Para ele, os direitos naturais dos seres humanos não desaparecem após firmar o pacto ou contrato social, mas continuam valendo para impedir que o governante do Estado abuse do poder. Os indivíduos do contrato social, concordam entre si e dão um aval de confiança a um governante para governá-los. Portanto, os governados têm o direito de substituir o governante a qualquer momento, em caso de desrespeito às regras e por não preservar os direitos naturais. A síntese do pensamento de John Locke Portanto, o pensamento de Hobbes contribuiu para que o governo não fosse absoluto, masque o monarca pudesse proteger os direitos dos indivíduos: propriedade privada, a vida e a sociedade civil. Fazem entre siIndivíduos Contrato Obedecem e podem destituir Governa, faz leis e mantém os direitos naturais GovernanteCedem seus direitos de governar Os modelos de sociedade de Thomas Hobbes e John Locke As teorias destes dois pensadores foram escritas em diferentes momentos do processo revolucionário. Hobbes escreveu quando a revolução estava no seu início, e as revoltas eram muito mais tumultuadas e violentas. Daí a ideia de ceder os direitos a um governo, não sendo possível destituí-lo, pois ele seria responsável por garantir a ordem e a paz. Enquanto, Locke escreveu na fase final da revolução, cujas revoltas já tinham diminuído consideravelmente e as ondas de violência eram bem menores. Dessa forma, ele entender que os indivíduos através do pacto ou contrato social iriam ceder apenas o direito de governar e não todos os direitos, cabendo ao governante o dever de preservar os direitos naturais, podendo ser destituído pelo povo caso fosse necessário. Vamos perceber que cada teoria carrega uma ideologia que tem haver com o momento que foi escrita e de acordo com o pensamento ou a forma de ver do teórico contratualista. As ideias de Hobbes aproximam-se mais com o ideal de governo dos reis e nobres. Já as ideais de Locke agradam mais camponeses e burgueses. A Revolução Inglesa é uma revolução burguesa, ou seja, representou o acesso da burguesia ao poder político. As principais revoluções burguesas são: a inglesa e a francesa. Elas são um momento significativo na história, pois contribuíram para a superação dos resquícios feudais e para a consolidação do sistema capitalista. Durante os anos de 1485 a 1603 a Inglaterra foi governada pelos reis da dinastia absolutista Tudor. Porém, nesta fase, a Inglaterra viveu um notório desenvolvimento de sua economia. Sob a tutela do rei Henrique VIII e, posteriormente, da rainha Elizabeth I, a burguesia britânica viveu anos de intensa ascensão econômica. Portanto, os reis desta dinastia incentivaram o desenvolvimento do comércio e tinham uma boa relação com a burguesia. 1) Burguesia forte e atuante PARTE DAS CORPORAÇÕES DE OFÍCIO INGLESAS DETINHA O MONOPÓLIO SOB A PRODUÇÃO DE CERTOS PRODUTOS MANUFATURADOS QUE IMPEDIAM A AMPLIAÇÃO DO CAMPO DE ATIVIDADES ECONÔMICAS EXPLORADOS PELABURGUESIA. No entanto, a burguesia ainda esbarrava.... Henrique VIII Através do Ato de supremacia torna o Rei a autoridade maior religiosa na Inglaterra concentrando assim o poder político e religioso nas mãos do Rei Elizabeth I Filha de Henrique VIII e Ana Bolena. Era anglicana. Apogeu do absolutismo na Inglaterra. Governou de forma conciliadora AS VANTAGENS DA POLÍTICA-ECONÔMICA BRITÂNICA BENEFICIAVAM UMA PARCELA LIMITADA DE UMA BURGUESIA BEM RELACIONADA COM AS AUTORIDADES REAIS DA ÉPOCA. 2) Estado Absolutista Frágil A dinastia Tudor durou até 1603, após esta data a dinastia Stuart assume o poder. Jaime I governou entre 1603 e 1625, depois assumiu Carlos I que ficou até 1649, quando foi deposto e executado. Diferentemente dos Tudor, os Stuart tinham um governo frágil, não possuíam um exército permanente, nem uma burocracia bem estruturada, além de rendimentos financeiros (impostos) pouco expressivos. Estes aspectos tornavam o governo dos Stuart vulnerável politicamente. Jaime I Carlos I 3) Reforma Religiosa No governo de Henrique VIII (Tudor) ocorreu uma reforma religiosa, aonde a Igreja Católica perde espaço (terras são confiscadas e redução do poder eclesiástico) e o protestantismo passa a ser a religião oficial do rei. Lembrando que o protestantismo era uma religião que não condenava o lucro, o trabalho e a atividade comercial; ou seja, mais favorável ao desenvolvimento do capitalismo 4) Diversidade Social A grande diversidade social também pode ser considerada como uma das causas da revolução, visto que, os grupos sociais tinham objetivos e ideias diferentes; o que provoca conflitos. burguesia mercantil, burguesia manufatureira, jornaleiros e elementos ligados às corporações de ofícios pares = aristocracia ou alta nobreza essencialmente feudal yomen = pequenos e médios proprietários rurais jornaleiros= servos expropriados Gentry = nobreza de status CAMPO CIDADE O Processo Revolucionário Revolução Inglesa 1640 1688. REPRESENTOU A PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO DE CRISE DO ABSOLUTISMO. Como já dito, a dinastia Stuart não administrava muito bem a Inglaterra e os recursos financeiros eram escassos. Dessa forma, em 1637, Carlos I lançou o “ship money” e a população se rebelou. Ao mesmo tempo, a monarquia tentava restringir os cercamentos, afastar a Gentry (burgueses que tinha comprado títulos de nobreza, daí o nome nobreza de status) da corte e reforçar os privilégios dos Pares (nobreza tradicional e feudal). O parlamento também se rebela e Carlos I manda dissolvê-lo, convocando outro que ficou conhecido como Short Parliement, porém também foi dissolvido pois não aceitou o aumento de impostos. Depois é convocado um novo parlamento chamado de Long Parliement, que toma atitudes drásticas: depõe o primeiro-ministro, revoga os impostos que o rei havia decretado e estabelece que só o parlamento poderia se autodissolver e nunca o rei. A partir das decisões drásticas do Long Parliement, rei e parlamento se lançam em um conflito: a Grande Rebelição. Exército do rei x exército do parlamento – durou entre 1640 e 1642. Conflito Aliados do rei - Anglicanos - Católicos - Pares - Setores da Gentry Aliados do parlamento - Presbiterianos - Yeomen - Burguesia mercantil - Setores da Gentry Parlamento vence graças a Oliver Cromwell que organiza o New Model Army Os vencedores entraram em conflito, os radicais queriam a condenação à morte e os moderados insistiam na continuação da monarquia, porém submetida ao parlamento e a uma constituição. A decisão... Depois da morte de Carlos I, Oliver Cromwell instaura uma república, também conhecida como Protetorado. Ele age violentamente esmagando os opositores, os radicais do seu exército e decretou os Atos de Navegação. Sua república foi uma verdadeira ditadura, contradizendo os ideias da revolução que estavam voltados para implementação de práticas liberais e contrárias ao autoritarismo. Atos de Navegação foi uma legislação promulgada em 1651, determinava que os produtos importados de outros países só poderiam entrar na Inglaterra se fossem transportados por navios britânicos. Medida que impulsionou a navegação marítima inglesa. Oliver Cromwell Depois da morte de Oliver Cromwell, quem assume é seu filho Richard Cromwell, porém não era um bom articulador político e acabou sendo deposto pelo parlamento. Depois optaram pela restauração da monarquia e da dinastia Stuart. Richard Cromwell Jaime II, irmão de Carlos I Assume o poder Carlos II (1600 a 1684) e depois Jaime II (1685 a 1688), porém seus poderes foram limitados pelo parlamento, mas, quando tenta restaura o absolutismo e o catolicismo a situação chega ao seu limite. Ou seja, o parlamento dá um golpe contra Jaime II e é depois pela Gentry e pela burguesia. Esta revolução representou de fato o fim do absolutismo, com a deposição de Jaime II, quem assume é Guilherme de Orange, que governa com poderes limitados. Começa assim, o sistema parlamentarista, aonde o parlamento é que tem mais poder de decisão. Era a vitória final do parlamento contra os reis. Guilherme III 1688-89 “REVOLUÇÃO” GLORIOSA. Golpe do Parlamento contra Jaime II Declaração de Direitos (Bill of Rights). 1689 Limitava o poder monárquico na Inglaterra, caminhando-se, portanto, para o parlamentarismo.
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