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INTRODUÇÃO O uso de preparações à base de plantas medicinais é tão antigo, quanto a civilização, e vem aumentando consideravelmente, nos últimos anos, em decorrência de resultados negativos obtidos em tratamentos com a medicina convencional, efeitos indesejáveis e prejuízos causados pelo uso abusivo e/ou incorreto de medicamentos de origem sintética, o fato de que amplas camadas da população não ter acesso aos medicamentos e à medicina institucionalizada, a consciência ecológica e a crença popular de que o natural é inofensivo (RATES, 2001). No entanto, a qualidade dos produtos comercializados, muitas vezes, não atende aos quesitos mínimos estipulados na RDC Nº 17/00 da ANVISA (Brasil, 2000). Os problemas mais freqüentes são a adulteração, a substituição, a não uniformidade da composição química e, principalmente, a falta de comprovação científica das propriedades farmacológicas e indicações terapêuticas (Farias, et al., 1985; O gênero Baccharis, descrito por Linné, em 1753, pertence a família Asteraceae e é composto por mais de 400 espécies distribuídas em sua maioria pelo Brasil e montanhas andinas (Bremer, 1994). As espécies aladas do gênero são conhecidas como ‘carqueja’, sendo utilizadas na medicina popular como estomáquicas, anti-reumáticas, anti-helmínticas, em problemas do fígado, em diabetes, gastroenterite, anorexia, gripe, resfriado, em feridas e ulcerações (SIMÕES et al., 1998). A planta é um arbusto de até 80 cm de altura, hastes ramificadas, eretas e lenhosas na base, com ramos trialados, folhas nulas e flores amareladas que nascem agrupadas, formando bolas. Suas partes utilizadas para os chás, são as folhas. A carqueja, tão famosa por seu sabor amargo, tem propriedade antitérmica e baixa o nível da glicose no sangue, efeito este comprovado cientificamente. Além disso, auxilia no tratamento de afecções gástricas, intestinais, hepáticas, biliares, febris e também atua na purificação do sangue. Seus benefícios se dão, principalmente, pelos compostos fenólicos, saponinas, flavonas e flavóides. OBJETIVO Fazer analise de garantia de qualidade da planta Baccharis genistelloides var. trimera (Less.) Baker. METODOLOGIA MATERIAIS Os materiais utilizados serão descritos abaixo: Algodão Béquer Bastão de vidro Balança analítica Bacia Balão volumétrico Chapa de aquecimento Espátula Funil Funil de separação Lupa Pipeta Pipeta Graduada Piceta Tubo de ensaio Tubo Falcon Rotaevaporador Vórtex METODOS Análises de Controle de Qualidade 1ª Etapa: Foi realizada a definição da planta a ser analisado o levantamento Bibliográfico sobre a planta: Nome botânico Compostos metabólitos secundários Monografia da espécie Atividade Biológica Feito isso, a planta definida a ser analisada foi adquirida em um comercio de produtos naturais em Campo Grande MS, já pront6a para uso, foi obtido 250g da amostra e então realizada a analise macroscópica, ou seja, exame visual, odor, sabor e depois realizada a extração para poder continuar com as analises. No exame visual pode ser analisada sua cor, tamanho, textura e superfície. Para descobrir o odor foi realizado o seguinte: Colocou-se uma pequena amostra na palma da mão e inalou-se devagar. Essa amostra também foi experimentada para descobrirmos o sabor. Métodos de extração A extração foi realizada de duas maneiras uma com extrato etanolico e outra com agua. 1. Preparou-se 100 mL de extrato etanólico e pesou-se 20g de droga vegetal o extrato foi submetido ao a aquecimento em banho-maria a 60°C sob agitação por 10 a 15 minutos. Foi necessário adicionar aproximadamente 1,0 g de carvão ativo ao extrato. Feito isso filtrou-se quente em papel filtro e armazenou-se em tubos Falcon 2. Preparou-se 100 mL de extrato aquoso fluido utilizando o método de extração a quente por decocção. Pesou-se 20g de droga vegetal e submeteu-se ao extrato a aquecimento em chapa de aquecimento até fervura. Filtrou-se quente em papel filtro e armazenou-se em tubos Falcon Análise Microbiológica de extratos vegetais Semeadura por esgotamento Próximo a chama do bico de Bunsen, mergulhou-se o swab no amostra. Encostou-se o swab carregado de bactérias na superfície do ágar e iniciou-se movimentos de zigue zague, bem próximos (semeadura simples). Retirou-se levemente o swab da superfície, girou-se a placa (± 90°), encostou-se novamente o swab no final pra primeira semeadura e iniciou-se nova semeadura em zigue zague, pouco mais espaçados (semeadura composta). Novamente retirou-se levemente o swab da superfície. A amostra foi encubada em estufa para crescimento sob tempo e temperatura sugeridos. Crescimento Bacteriano Meio de Cultura: Ágar Mueller Hinton Amostra: Extrato aquoso da planta medicinal Crescimento Fúngico Meio de Cultura: Ágar Nutriente Amostra: Extrato aquoso da planta medicinal Concentração de Extrato Etanólico em rotaevaporador Adicionou-se o extrato etanólico em um balão volumétrico de 500ml. Colocou-se o balão no equipamento sob aquecimento em banho-maria. Ligou-se sistema de vácuo. Ligou-se o sistema de resfriamento. Para evitar a ocorrência de refluxo manteou-se em temperatura do banho em torno de 50°C. Após eliminou-se todo o solvente retirou-se o extrato bruto do balão e armazenou-se em frasco com tampa. Prospecção e fotoquímica Esteroides e tripitorpenos: Reação de Lieberman-Buchard Em um tubo de ensaio adicionou-se 2 mL de extrato + 2mL de clorofórmio, homogeneizou-se. Em um funil com algodão colocou-se Na2SO4 anidro sobre toda superfície, gotejou-se a solução clorofórmica até a filtragem completa. Transferiu-se para um tubo de ensaio 1mL de filtrado e na capela adicionou-se 3 gotas de H2SO4, agitou-se e aguardou-se a formação de cor: azul a verde (teste positivo para esteróides/triterpenos). Flavonoides: Teste da Cianidina ou Shinoda Em um tubo de ensaio adicionou-se 2 mL de extrato e 0,5 cm de fita de magnésio + 2 mL de ácido clorídrico concentrado, na capela Esperou-se ferver paraser possivel observar a cor: parda a vermelha (teste positivo) Taninos Em um tubo de ensaio adicionou-se 2 mL de extrato + 3 gotas de solução alcoólica de FeCl3 agitou-se em vórtex. Observou-se a formação de precipitado azul para taninos solúveis ou do precipitado verde para taninos condensados (teste positivo). Saponinas Em um tubo de ensaio adicionou-se 2 mL de extrato + 2 mL de clorofórmio + 5 mL H2O destilada, homogeneizou-se. Filtrou-se com papel de filtro e adicionou-se o filtrado em tubo de ensaio. Agitou-se em vórtex por 3 minutos para poder observar se há aparecimento de espuma, formar espuma densa Alcaloides Em um funil de separação adicionou-se 2 mL extrato + 15 gotas de hidróxido de sódio a 1% + 2 mL água destilada + 2 mL de clorofórmio. Esperou-se 1 minuto e desprezou-se a fração aquosa Adicionou-se na fração clorofórmica 15 gotas de ácido clorídrico a 1% + 2 mL de água destilada Desprezou-se a fração clorofórmica e coletar a fração aquosa ácida. Acrescentou-se 3 gotas de Drangendorff para poder observar a presença de precipitado insolúvel e floculoso. RESULTADOS As analises realizadas na droga vegetal apresentaram os seguintes resultados. Sinonímia cientifica: Baccharis genistelloides var. trimera (Less.) Baker Nomes populares: carqueja, Carqueja- amargosa, Carqueja-amarga. Na analise macroscópica a droga vegetal apresentou caules alados, fragmentados com tamanho em media de 1 a 0,5 cm, com textura dura e lisa, quando seca apresenta cor marrom, folhas sesseis secas e pequenas flores branco-amarelada, com odor fraco similar a ervas e sabor amargo. Esses resultados foram comparados com o que diz a farmacopeia brasileira sobre a carqueja. Também pode ser observados esses resultados em um estudo realizado em Ribeirão do Rio preto. Na determinação de matéria estranha na amostra, foram separadas as pequenas flores, não foi encontrado nenhum inseto ou outro tipo de material estranho. Não houve crescimento de microrganismos na semeadurarealizada na analise microscópica. Sendo assim, a amostra da carqueja analisada não apresentou nenhum tipo de contaminação de microrganismos, podendo assim ser consumida. A amostra apresentou uma media de 8,05% de umidade, os resultados da determinação de agua serão apresentados abaixo: Cadinho 1 Peso Cadinho 2 Peso Cadinho vazio 41,89 Cadinho vazio 44,91 Massa 3,06 Massa 3,00 Dessecado 44,68 Dessecado 47,69 Cadinho + massa 44,95 Cadinho + massa 47,91 Umidade 8,8% Umidade 7,3% A prospecção fotoquímica mostrou-se positivo somete para taninos quando este apresentou precipitado verde, no teste dos alcaloides apesar de negativo houve a presença de um precipitado oleoso, os resultados dos demais testes serão apresentado a seguir: Prospecção fotoquímica ESTEROIDES TRITERPENOS FLAVONOIDES TANINOS SAPONINAS ALCALÓIDES Leitura Negativo Positivo Positivo taninos condensados Negativo Negativo Um estudo realizado na Universidade de são paulo (USP) pela aluna Larissa Funabashi mostra os mesmos resultados obtidos nessa amostra com exceção das Saponinas que obteve resultado positivo, dessa forma pode ter ocorrido erra na identificação das saponinas na amostra obtida. CONCLUSÃO
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