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Resumo Controle de Constitucionalidade

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Universidade Estácio de Sá Jurisdição Constitucional 
 
 
gloriagodoy26@hotmail.com Professora: Glória Godoy 
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O Controle de Constitucionalidade 
 
I) CONCEITO 
 Verificação comparativa da lei ou ato normativo em relação à Constituição. Caso sejam 
divergentes a Constituição prevalecerá, sendo a norma tida por inconstitucional. 
 
 
II) Requisitos 
 - Rigidez constitucional - A análise comparativa, o controle, só se justifica quando a 
Constituição impõem um procedimento legislativo mais difícil para sua alteração, caso contrário, 
teremos uma alteração do texto constitucional. Assim, a constituição deverá ser rígida ou super-rígida. 
 - Supremacia da constituição - O ordenamento deverá adotar a estrutura piramidal de Kelsen, 
com a constituição no ápice, superior às demais normas do ordenamento jurídico. 
 
 
III) TIPOS DE INCONSTITUCIONALIDADE 
 - Em relação ao ato praticado: 
 1. por ação – quando o agente público realiza uma ação em desacordo com o estabelecido na 
Constituição que, ou determina outra ação ou impõe uma inércia. 
 2. por omissão - quando a constituição estabelece uma ação específica e o agente público nada 
faz, se mantém inerte. 
 
 - Em relação ao vício apresentado: 
 1. Formal – quando o ato é elaborado sem a forma ou o procedimento apontado pela 
Constituição, ou elaborado com uma forma diferente da determinada. 
 2. Material – quando o conteúdo da norma é tratado de modo incompatível com o texto 
Constitucional. 
 
 - Em relação à extensão do vício: 
 1. Total - quando a integralidade do diploma questionado está em desacordo com o texto 
Constitucional. 
 2. parcial - quando apenas uma parte do texto está em desacordo com a Constituição. Esta parte 
deverá observar a mesma regra do veto parcial do Presidente, ou seja, a integralidade do artigo, inciso, 
parágrafo ou alínea. 
 
IV) MOMENTOS DO CONTROLE 
 Deve-se tomar por base a data da publicação da norma, todas as análises realizadas antes desta 
data serão preventivas e todas as realizadas após serão repressivas. 
1. Controle Preventivo – é aquele realizado sobre os atos ainda em formação, que não 
ingressaram no ordenamento jurídico. Visa prevenir a introdução no ordenamento jurídico de 
ato em desacordo com a Constituição. 
Executivo – veto presidencial, quando este tem o fundamento de inconstitucionalidade (art. 
66, §1º / CF). 
Legislativo – CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), uma na Câmara dos Deputados e 
outra no Senado Federal, e a análise das mesas de cada uma das casas, que não podem 
colocar na pauta de votações projeto em desacordo com a Constituição. 
Judiciário – quando há desrespeito ao processo legislativo (vício formal) apontado pela 
Constituição, o parlamentar da casa que pratica o ato, terá direito líquido e certo ao Devido 
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Processo Legal Legislativo. Assim, entende o STF, que ele poderá ajuizar Mandado de 
Segurança contra o ato da mesa da casa. O vício material só será admitido se flagrante. 
2. Controle Repressivo – é aquele realizado sobre os atos aperfeiçoados, que já passaram por 
todas as fases do seu processo de elaboração. 
Judiciário - realiza em atividade típica, como guardião da Constituição. 
Legislativo - no curso do processo de conversão de Medida Provisória em lei, uma vez que a 
Medida Provisória já foi publicada, sendo ato que já surte efeitos no mundo jurídico. 
Executivo - atualmente é discutível este controle pelo executivo. Historicamente, por não 
poder ajuizar ação de controle abstrato, o executivo poderia deixar de aplicar norma quando 
entendesse inconstitucional. Hoje, por integrar o rol de legitimados à propositura de ação em 
abstrato, a maioria da doutrina entende que não é mais possível a ação isolada do executivo. 
 
OBS: 
- controle realizado no período de vacância da lei. A lei já é um ato aperfeiçoado, embora 
ainda não esteja produzindo seus efeitos. 
- o ordenamento jurídico pré-existente não sofrerá controle de constitucionalidade, uma vez 
que, tacitamente, a Constituição, ao entrar em vigor, revoga todas as normas contrárias a ela. 
Como o poder constituinte originário é ilimitado, não há que se falar em 
inconstitucionalidade anterior. O que existe é a recepção das normas que se harmonizem com 
a nova Constituição e a não recepção das normas com ela conflitantes. 
 
 
V) O CONTROLE JURISDICIONAL 
 Controle realizado pelo Poder Judiciário. Poderá ser: 
 - Em relação ao número de órgãos: 
 1. Difuso - quando todos os órgãos jurisdicionais estão aptos a realizar o controle. 
 2. Concentrado - quando apenas um órgão do poder judiciário estiver apto a realizar o controle. 
 
 - Em relação ao objeto: 
 1. concreto - quando o controle for incidental, for realizado como causa de pedir porque o 
pedido será um bem da vida e a causa, o fundamento do pedido, seria a inconstitucionalidade da norma. 
Poderá, ainda, ser a razão de decidir, mas nunca estará no dispositivo da decisão. 
 2. abstrato - quando não houver nenhum bem da vida posto em juízo para a proteção 
jurisdicional, neste caso, a analise do texto normativo será pura, como é realizada no Congresso 
Nacional para a elaboração da norma. Não há um bem da vida individualizado, identificável. 
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Controle Difuso 
 
 Também chamado de controle incidental, controle pela via de exceção ou controle pela via de 
defesa. 
 
1) EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
 Nasce nos EUA, no caso Marbury Vs Madison, em 1803, quando o judiciário americano pela 
primeira vez se pronunciou pela inconstitucionalidade de uma lei quando em conflito com a constituição 
local. 
 No Brasil, historicamente, é a regra geral de controle, chegando Rui Barbosa a defender que a 
constitucionalidade de uma lei somente poderia ser apontada como fundamento do pedido. 
 O controle direto surge no Brasil em 1934, com a ADIN. 
 
2) CARACTERÍSTICAS 
A questão constitucional será: 
- Incidental ao processo – não será a questão principal do pedido; 
- Anterior ao processo – a inconstitucionalidade é anterior a propositura da ação; 
- Autônoma – poderia ser questionada em ação própria. 
 
3) LEGITIMIDADE 
 Todos os atores do processo podem questionar a constitucionalidade, ou seja, autor, réu, terceiro 
interveniente em qualquer modalidade, Ministério Público, julgador, inclusive o juiz de primeiro grau, 
amicus curiae. 
 
4) MOMENTO DA DECLARAÇÃO 
 Poderá ser declarada em qualquer momento ou fase do processo, mas, as partes, para abrirem a 
via do recurso extraordinário, deverão apresentar pré-questionamento. 
 
5) TIPOS DE PROCESSO 
 A inconstitucionalidade poderá ser arguida em qualquer processo, inclusive em processo cautelar. 
 
6) OBJETO 
 Poderá ser questionada a constitucionalidade de lei ou ato normativo, federal, estadual ou 
municipal. No entanto, o parâmetro será diferente: 
- Perante a Constituição Federal – norma federal ou estadual; 
- Perante a Constituição Estadual – norma estadual ou municipal. 
 O Distrito federal, que é ente híbrido, terá a verificação sob os dois parâmetros, de acordo com a 
matéria da norma questionada, se estadual ou se municipal. 
 
7) PROCEDIMENTO 
 Descrito no art. 97 da CF c/c art. 481, § único do CPC.Em primeiro grau de jurisdição, o juiz pronunciará a inconstitucionalidade da norma na 
fundamentação de sua sentença, assim, esta declaração não será alcançada pela coisa julgada. 
 Já no órgão fracionário (câmara, turma, grupos, etc), quando a questão for apreciada pelo relator, 
este deverá remetê-la (após identificação de sua existência pelo órgão fracionário) ao plenário do 
Tribunal, ou seu órgão especial quando houver. Ao observar a competência privativa do Plenário para 
apreciar a matéria constitucional o Tribunal estará respeitando a Cláusula de reserva de plenário. 
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 O plenário (ou órgão especial) se manifestará pela maioria absoluta de seus membros. Desta 
decisão não caberá recurso, pois esta é somente uma parcela do julgamento, que prosseguirá com o 
retorno dos autos ao órgão fracionário. Neste sentido súmula 513 do STF. Esta sistemática de 
julgamento, dividindo-o por dois órgãos distintos, cada um com competência para apreciar e julgar uma 
parcela é chamada de cisão de competência funcional no plano horizontal. 
 O órgão fracionário, no entanto, poderá não remeter ao Plenário do Tribunal quando este já 
houver se manifestado em decisão idêntica anterior (lei 9.756/98) ou quando o STF já houver se 
manifestado. Naturalmente, o órgão fracionário não remeterá quando aplicar a mesma decisão do pleno 
ou do STF. Caso, porém, haja divergência, deverá remeter como se fosse o primeiro julgado da matéria, 
para que haja uma nova análise. Esta possibilidade não engessa a interpretação da Constituição. 
 OBS: 
 - turma recursal não é órgão fracionário, mas órgão de 1º grau de jurisdição, não cabendo, 
portanto, a aplicação da cláusula de reserva de plenário. 
 - quando houver norma que regule a matéria o juiz, ou o órgão fracionário, terá que analisá-la. 
Não poderia afastar a lei, não aplicá-la sem se pronunciar sobre a questão constitucional, ainda que 
juçgue por outros fundamentos. Neste sentido súmula vinculante nº 10. 
 
 
8) EFEITOS 
 Mesmo o STF se manifestando sobre a constitucionalidade ou não da norma, em controle difuso, 
os efeitos serão inter partes e ex tunc, como regra geral. 
 
CASOS ESPECIAIS NO CONTROLE DIFUSO 
1. Aplicabilidade do art. 52, X / CF. 
 Como os efeitos da decisão serão sempre inter partes, ao proferir tal decisão, o STF deve 
comunicá-la ao Senado Federal, o qual não está obrigado a efetuar a suspensão da execução da norma 
jurídica em questão. No entanto, caso decida pela resolução, esta não poderá ter âmbito diferente do 
apontado pelo STF. 
 Contudo, optando pela suspensão, o Senado deverá aprovar um projeto de resolução com tal 
finalidade. Como conseqüência, aquela norma jurídica que somente deixaria de ser aplicada naquele 
caso concreto julgado pelo STF, perderá sua eficácia para todos, a partir da suspensão efetuada pelo 
Senado (o efeito da suspensão será erga omnes e ex nunc). 
 Porém, os efeitos que a norma já tinha produzido, no passado, serão mantidos, portanto, com 
fundamento no princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional (art. 5º XXXV / CF), todos 
aqueles que foram lesados poderão buscar o poder judiciário com a finalidade de obter reparação. 
 
2. Teoria da transcendência dos motivos determinantes 
 Para o Ministro Gilmar Mendes, a resolução do Senado era necessária historicamente, quando 
somente o PGR era legitimado a propor ação direta. Assim, os efeitos erga omnes somente poderiam ser 
obtidos pela resolução do Senado. Hoje, porém, o rol é extenso, assim a resolução serviria, apenas, para 
dar mais publicidade a decisão. 
 Ademais, entende o doutrinador, que o próprio Tribunal poderia modular os efeitos da decisão, 
atribuindo efeitos pro futuro ou ex nunc. Este foi o caso, inclusive, do julgamento do RE 197.917, 
quanto a redução do número de vereadores do município de Mira Estrela. 
 Para a aplicação da modulação dos efeitos pelo plenário do STF, este deverá reconhecer os 
fundamentos determinados no art. 27 da Lei 9.868/99, de excepcional interesse social e urgência. 
 Para Gilmar, estas alterações dos efeitos seriam, hoje, uma abstração do controle difuso ou 
objetivação do controle difuso. 
 
 
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3. Controle Difuso no curso do processo legislativo 
 Como já visto, a jurisprudência do STF é pacífica no sentido de que os parlamentares das 
respectivas casas do Congresso Nacional têm direito líquido e certo ao devido processo legislativo 
constitucional. 
 Neste sentido, sempre que um parlamentar vislumbrar que sua casa legislativa conferiu a um 
projeto andamento diferente daquele determinado pela Constituição, poderá impetrar mandado de 
segurança no STF, com a finalidade de declarar a nulidade do processo legislativo. 
 
4. Cláusulas Pétreas 
 Além disso, convém salientar outra hipótese de cabimento de mandado de segurança impetrado 
por parlamentar durante o processo legislativo. 
 É o caso de uma proposta de emenda à Constituição que viole uma de suas cláusulas pétreas. O 
art. 60, §4º da CF veda a deliberação sobre propostas de emenda que violem uma destas cláusulas. 
Assim, o STF tem admitido também a impetração de mandado de segurança por parlamentar em tal 
hipótese. 
 É certo que o objeto do mandado de segurança é o conteúdo da proposta de emenda, devendo o 
STF se pronunciar sobre sua inconstitucionalidade durante a tramitação, o que caracteriza a realização 
de controle preventivo pelo poder judiciário (único caso). 
 
5. Controle em sede de Ação Civil Pública 
 A jurisprudência do STF tem entendido que é possível realizar controle de constitucionalidade 
incidental através de ação civil pública, contudo, como uma ação coletiva poderá resguardar direito 
individual homogêneo. Neste caso, quando o número de titulares deste direito individual forem tantos 
quanto a população brasileira, não será possível o ajuizamento desta ação. O STF entende que, neste 
caso, seria usurpação de competência privativa do STF, porque o numero de titulares transformaria a 
decisão de inter partes em erga omnes. 
 
 
 
 
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Poder Judiciário 
 
 
 
 
I) ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO 
 No Brasil, a Constituição Federal estrutura o Poder Judiciário da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Onde: 
Tribunais Superiores ou de Superposição: 
OBS: Não são órgãos de 3º grau de jurisdição. 
 
Supremo Tribunal Federal. É o órgão máximo do Poder Judiciário nacional. 
Analisa as causas de matéria constitucional. Sua competência está determinada no 
art.102 / CF. É formado por 11 Ministros. O Presidente escolhe o indicado, que 
deverá ser aprovado, por maioria absoluta, em sabatina no Senado Federal. Os 
requisitos necessários são: a) ser brasileiro nato; b) ter entre 35 e 65 anos; c) ser 
cidadão; d) ter notável saber jurídico e reputação ilibada. Não sendo, portanto, 
necessário ser jurista ou bacharel em direito. 
 
Superior Tribunal de Justiça. Analisa a legalidade do ordenamento jurídico e é o 
órgão superior da justiça comum. Sua competência está determinada no art. 105 / 
CF. É formado por33 Ministros. O Presidente escolhe o indicado, que deverá ser 
aprovado, por maioria absoluta, em sabatina no Senado Federal. Os requisitos 
necessários são: a) ser brasileiro; b) ter entre 35 e 65 anos; c) ter notável saber 
jurídico e reputação ilibada. O Tribunal será composto por 1/3 de membros do 
TRF, 1/3 de membros dos TJs; 1/6 de membros da OAB; 1/6 de membros dos MPs. 
STF 
STJ TST TSE STM 
TJ TRE TRT TRF 
JEC TR 
JEC 
Juiz de 
Direito 
JEF Juiz 
Federal 
TR 
JEF 
Juiz do 
trabalho 
Juiz 
eleitoral 
Auditores 
Militares 
Tribunais 
Superiores ou 
de superposição 
2º grau 
1º grau 
STF 
STJ 
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Tribunal superior do Trabalho. Analisa as matérias referentes à área do trabalho, 
sendo, por isso, um tribunal especializado. Sua competência está determinada no 
art. 111 / CF. É formado por 27 Ministros. O Presidente escolhe o indicado, em 
lista formada pelo próprio TST dentre os integrantes dos TRTs para 4/5 das 
cadeiras, para o 1/5 restante a escolhe será entre membros indicados pela OAB e 
MPT. É necessária aprovação, por maioria absoluta, em sabatina no Senado 
Federal. Os requisitos necessários são: a) ser brasileiro; b) ter mais de 35 e manos 
de 65 anos. 
 
 
Tribunal Superior Eleitoral. Analisa as matérias referentes à área eleitoral, sendo, 
por isso, um tribunal especializado. É formado por 7 Ministros, sendo 3 do STF e 2 
do STJ, escolhidos pelo voto secreto de cada uma das casas, e 2 escolhidos pelo 
Presidente em lista sêxtupla formada pelo STF entre advogados de notável saber 
jurídico e idoneidade moral. O Presidente e o vice serão do STF e o corregedor será 
do STJ. 
 
 
Superior Tribunal Militar. Também é um tribunal especializado, sua competência é 
somente penal, nos crimes definidos em lei específica como crimes militares, ou 
seja, praticados por militares das forças armadas (marinha, exército e aeronáutica) e 
civis, quando os delitos atingirem os bens sob a responsabilidade das forças 
armadas. É composto por 15 Ministros, sendo 3 oficiais da Marinha, 4 do Exército 
e 3 da Aeronáutica, 3 advogados com mais de 10 anos de profissão e notável saber 
jurídico, 1 entre os juízes auditores e 1 entre o MP militar. È necessária aprovação, 
por maioria simples, em sabatina no Senado Federal. 
 
Justiça de 2º grau: 
Tribunais de Justiça. Integra a justiça comum de 2º grau e tem competência residual, ou 
seja, é competente para o julgamento de todas as causas que não sejam de competência de 
nenhuma das justiças especializadas nem da justiça federal. 
 
Tribunal Regional Federal. Integra a justiça comum, porém, sua competência se limita aos 
feitos onde haja interesse federal, assim definidos em lei. 
 
 
Tribunal Regional do Trabalho. Integra a justiça especializada, competente para processar e 
julgar os feitos relacionados a atividade laboral. 
 
 
Tribunal Regional Eleitoral. Integra a justiça especializada, competente para processar e 
julgar os feitos relacionados à atividade eleitoral. 
 
 
 
TST 
TSE 
STM 
TJ 
TRF 
TRT 
TRE 
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Justiça de 1º grau: 
 
Juizados especiais Cíveis e Criminais. Integra a justiça comum, com competência para 
processar e julgar os feitos de menor complexidade até 40 salários mínimos e os crimes de 
menor potencial ofensivo. 
Turmas Recursais Cíveis e Criminais. Órgão revisor dos julgados dos juizados especiais. 
No entanto, não e órgão de 2º grau, mas integra a justiça de 1º grau. Não sendo 
considerado, ainda, órgão colegiado. 
 
Juiz de Direito. Órgão de 1º grau, integrante da justiça comum, responsável pelo primeiro 
julgamento dos feitos. 
 
 
Juizados especiais Federais. Integra a justiça comum, responsável por processar e julgar os 
feitos, onde haja interesse federal, de menor complexidade e de menor potencial ofensivo, 
assim definidos em lei. 
 
Turmas Recursais Cíveis e Criminais. Órgão revisor dos julgados dos juizados federias. 
Integra a justiça de 1º grau, não sendo considerado órgão colegiado. 
 
 
Juiz Federal. Órgão de 1º grau, integrante da justiça comum, responsável pelo primeiro 
julgamento dos feitos de competência federal. 
 
 
Vara do Trabalho. Integra a justiça especializada. Responsável por processar e julgar, em 
1º grau, os feitos de competência da justiça do Trabalho. 
 
 
Juiz Eleitoral. Integra a Justiça especializada. Responsável pelo processamento dos feitos e 
fiscalização da atividade eleitoral em 1º grau. 
 
Auditores Militares e Conselhos de Justiça Militar. Integram a justiça militar de 1º grau. 
Competente para processar e julgar os feitos relativos à Marinha, Exército e aeronáutica. A 
justiça Militar não possui órgão revisor de 2º grau. Militares do Corpo de Bombeiros 
Militar e Policiais Militares serão processados e julgados nos Conselhos Militares, órgãos 
da Justiça estadual. 
 
 
II) INDEPENDÊNCIA DO JUDICIÁRIO 
 Os integrantes do Poder Judiciário têm asseguradas algumas garantias, bem como impostas 
algumas vedações, que visam assegurar a imparcialidade dos julgados. 
 
A) GARANTIAS 
 
A.1) INSTITUCIONAIS 
 Asseguradas ao Poder Judiciário como um todo. Visam estabelecer equilíbrio entre os diferentes 
poderes constituídos. 
 
 
JEC 
TR 
JEC 
Juiz de 
Direito 
JEF 
TR 
JEF 
Juiz 
Federal 
Juiz do 
trabalho 
Juiz 
eleitoral 
Auditores 
Militares 
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1. Autonomia orgânico-administrativa – art. 96 / CF. 
 A Constituição visa dar autonomia ao poder judiciário, por isso, ele é independente para eleger 
seus órgãos de direção, não ficando subordinado a nenhum dos outros dois poderes da República. Além 
disso, ele pode elaborar seu Regimento Interno e organizar sua estrutura administrativa. Este é o 
desempenho atípico da função administrativa pelo Poder Judiciário. 
 
 
2. Autonomia financeira – art. 99 caput / CF. 
 O Judiciário é independente para elaborar sua proposta de orçamento. Esta proposta é 
encaminhada em conjunto com a proposta do Poder Executivo, no entanto, o Executivo não interfere na 
proposta. 
 
A.2) INDIVIDUAIS ou FUNCIONAIS ou DE ÓRGÃOS 
 Asseguram a independência e a imparcialidade dos membros do Poder Judiciário, de forma 
individual. 
 
1. Vitaliciedade – art. 95, I / CF. 
 Adquirida após 2 anos de exercício no 1º grau de jurisdição. Após a vitaliciedade o juiz só 
perderá o cargo com sentença judicial transitada em julgado. 
 No entanto, os magistrados que ingressam no Poder Judiciário a partir do 2º grau de jurisdição já 
adquirem a vitaliciedade na posse. 
 OS ministros do STF e os integrantes do CNJ serão processados e julgados por crime de 
responsabilidade perante o Senado Federal (art. 52, II / CF). 
 
2. Inamovibilidade – art. 95, II / CF. 
 Após adquirir a vitaliciedade, o juiz somente poderá ser removido com seu próprio 
consentimento. Esta garantia visa evitar perseguições por sentenças desfavoráveis a determinados 
interesses. 
 Exceção: art. 93, VIII / CF – quandohouver interesse público na remoção do magistrado, ele 
poderá ser removido, desde haja o voto da maioria do Tribunal ao qual está subordinado ou do CNJ. 
Esta exceção visa impedir que o magistrado exceda os limites do exercício da função. 
 
3. Irredutibilidade de subsídios – art 95, III / CF. 
 Assegura o valor nominal do subsídio, visando impedir que uma redução substancial nos haveres 
do magistrado possa levá-lo a julgados equivocados. Não se trata de garantir o valor real no subsídio, o 
que levar a garantia dos reajustes nos índices oficiais de inflação, mas somente do valor nominal. 
Assim, não se trata de privilégio pessoal de uma classe, mas uma garantia que visa atender a todos, 
através de julgados independentes. 
 
B) Vedações – art. 95 §ú / CF 
 Como todo rol restritivo de direitos, trata-se de rol taxativo. 
 - exercer outro cargo, mesmo estando em disponibilidade, que não seja de magistério; 
 - receber custas ou participação em processos; 
 - participar de atividade político-partidária; 
 - receber auxílios ou contribuições de pessoa física ou jurídica, pública ou privada; 
 - advogar no Juízo ou Tribunal que integrou antes de 3 anos do afastamento. 
 
 
 
 
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IV) CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA 
 A Emenda Constitucional 45 instituiu o Conselho Nacional de Justiça. “Órgão de natureza 
exclusivamente administrativa. Atribuições de controle da atividade administrativa, financeira e 
disciplinar da magistratura” (ADI – 3.367, Rel Min. Cezar Peluso, 13.04.2005 DJ de 22.09.2006). 
 O CNJ não controla a função jurisdicional. Está sujeito ao STF, órgão máximo do Poder 
Judiciário em todos os aspectos. 
 As resoluções mais importantes do CNJ, até hoje, são a nº 7, que trata do nepotismo, e a nº 11, 
que apresenta a definição de atividade jurídica. 
 As decisões do CNJ são passíveis de controle pelo STF (art. 102, I, r / CF). 
 Os membros do CNJ respondem poderão ser julgados em crimes de responsabilidade perante o 
Senado Federal (art. 52, II / CF). 
 
OBS: O controle externo do Poder Judiciário já foi entendido, pelo STF, como inconstitucional, por 
ferir os art. 2º e 60, §4º, III, ambos da CF, ou seja, a separação e a independência dos poderes. Tal 
somente poderia se dar através do poder constituinte originário. 
 
V) STF 
- Histórico 
 Antes da vinda da Família Real para o Brasil, os feitos eram processados e julgados perante a 
Casa de Suplicação de Lisboa. Com a chegada ao Brasil D. João, através do Alvará Régio de 
10/05/1808, institui a Casa da Suplicação do Brasil, primeiro órgão de cúpula do Judiciário no Brasil. 
 Em 18/09/1828 foi criado o Supremo tribunal de Justiça, na fase monárquica. 
 Na República, em 11/10/1890, o Dec. 848 organizou o Supremo Tribunal Federal, efetivamente 
instalado em 28/02/1891. 
 A Constituição de 1988 institui o Superior Tribunal de Justiça, instalado em 07/04/1989. 
Mantém, ainda, o Supremo Tribunal Federal reservando-lhe a função de órgão máximo do judiciário, 
bem como, a guarda e defesa da Constituição. 
 
- Competência 
 O art. 102 da CF estabelece a competência do STF. Então, temos, separadas pelos incisos: 
I. Competência originária, Princípio da reserva legal de competência originária. 
 Ações que iniciam, que são propostas, diretamente no STF. De modo geral são as ações de 
controle concentrado de constitucionalidade, as que têm a competência fixada pela prerrogativa de 
função, e as que envolvem Estado estrangeiro ou as que podem vulnerar o pacto federativo. 
 
II. Competência recursal. 
 Apenas nos crimes políticos ou quando, nos remédios constitucionais originários em um dos 
Tribunais superiores, este denegar a ordem. 
 
III. Competência extraordinária. 
 Quando, em regra geral, o STF atua como Corte Constitucional, analisando o ordenamento 
jurídico. Neste caso, o requerente deverá demonstrar a repercussão geral da questão constitucional e o 
STF só poderá recusá-lo pelo voto de 2/3 de seus membros.

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