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Planos aulas 01 ao 06 - Direito Penal III - com alguns comentários

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Plano de Aula 01
CASO CONCRETO
Adamastor Vale foi condenado como incurso nas sanções do artigo 121,§2º, inciso IV, do Código Penal por ter matado Anatalino da Silva, utilizando de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, desferindo pauladas no ofendido, causando-lhe as lesões descritas no auto de necropsia de fls. 19 do Inquérito Policial, que foram a causa de sua morte. Na ocasião, o denunciado utilizando-se de um pedaço de madeira, uma “trama” para cerca, desferiu pauladas na vítima, quando esta tentava se retirar do pátio da residência do acusado. Por outro lado, não se pode deixar de registrar que, momentos antes do fato, a vítima estaria embriagada no pátio da casa do réu, proferindo diversas ofensas verbais a ele e sua cunhada, além de tentar invadir sua residência e agredi-los fisicamente, razão pela qual, Adamastor Vale interpôs recurso de apelação com vistas ao reconhecimento da nulidade da decisão proferida pelo Tribunal do Júri por não ter sido formulado quesito relativo à forma privilegiada do delito, consoante entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal (Verbete de Súmula n.162), pedido julgado improcedente, haja vista a tese relativa à forma privilegiada do ilícito não ter sido ventilada pela defesa técnica em nenhum momento processual, nem mesmo no julgamento em plenário, ocasião em que propugnou apenas pelo afastamento da qualificadora e pela absolvição. Sucessivamente:
1.Arguiu o reconhecimento da causa de diminuição de pena (privilégio).
R: Terá êxito o reconhecimento do “privilegio”, uma vez que estamos tratando de homicídio qualificado-privilegiado que não é crime hediondo, que poderia o réu ser enquadrado pela prática de homicídio privilegiado pela violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, combinada com a qualificadora do emprego de recurso que dificultou
a defesa do ofendido. II. Não existe incompatibilidade entre o privilégio previsto no § 1.º do art. 121 do Código Penal e as circunstâncias qualificadoras previstas no § 2.º do mesmo dispositivo legal, desde que estas não sejam de caráter subjetivo. Daí a inexistência de contradição no reconhecimento da qualificadora, cujo caráter é objetivo (modo de execução do crime=paulada), e do privilégio, afinal reconhecido (sempre de natureza subjetiva=insulto, forte emoção)
2. Afastamento da hediondez do delito.
R: Sim, por ser um crime de homicídio qualificado-privilegiado.
A partir do caso concreto narrado e dos estudos realizados sobre a teoria da pena, os crimes contra a vida e os institutos repressores da lei de crimes hediondos (Lei n.8072/1990) analise a procedência dos pedidos sucessivos.
R: O pedido é procedente, tendo em vista a existência de homicídio privilegiado qualificado, que ocorre quando o homicídio qualificado é praticado sob influência do disposto no parágrafo 1º do art. 121 do CP. Apesar de não ser pacífico, alguns tribunais admitem o homicídio privilegiado qualificado ou desclassificação do homicídio qualificado para privilegiado. Para efeito de dosimetria da pena, o parágrafo 1º do art. 121 funciona como atenuante do parágrafo 2º deste mesmo artigo.
QUESTÃO OBJETIVA
1) Com relação ao delito de homicídio, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta:
I. Segundo a jurisprudência do STJ é admissível o concurso entre o homicídio privilegiado e qualificado, desde que, as qualificadoras tenham natureza
objetiva, sendo, neste caso, caracterizado como delito hediondo.
II. O homicídio praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que na forma simples, poderá ser considerado hediondo, consoante expressa
previsão legal na Lei n.8072/1990.
III. No caso de um delito de homicídio ser praticado em concurso de pessoas no qual haja um contrato para o pagamento, tanto o contratante, quanto o
executor do homicídio que receber o pagamento, obrigatoriamente, serão responsabilizados pelo homicídio qualificado pela torpeza, consoante o disposto
no art.30, do Código Penal.
IV. O instituto do perdão judicial aplica-se aos crimes de homicídio culposo previstos no Código Penal e na Lei n.9503/1997 (CTB) e configura-se como
direito público subjetivo do réu de caráter unilateral, no qual o Estado-juiz deixa de aplicar a pena em circunstâncias expressamente previstas em lei.
Estão corretas apenas:
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e III.
d) II e IV.
e) I, II e III.
Plano aula 02
CASO CONCRETO
Justiça manda a júri desempregada que fez autoaborto.
Fonte: OABRJ DIGITAL. NOTÍCIAS.
Disponível em: http://www.oabrj.org.br/noticia/72175-justica-manda-a-juri-desempregada-que-fez-autoaborto, 04/06/2012 – 11h42
Fonte: jornal O Estado de S. Paulo
Uma mulher de 37 anos, que cometeu um autoaborto em 2006, vai a júri popular. Dependente de drogas, desempregada e mãe de dois filhos, ela foi denunciada pelo Ministério Público, absolvida em primeira instância, mas terá de sentar no banco dos réus por determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo, que atendeu ao recurso da promotoria. Keila Rodrigues mora em Paulo de Faria, uma cidadezinha no interior de São Paulo com pouco mais de 8,5 mil habitantes, distante 150 quilômetros de São José do Rio Preto. Ela pagou R$ 100 por dois comprimidos Cytotec, um abortivo de uso restrito, comprados clandestinamente. No dia 31 de outubro de 2006, grávida de cinco meses, ela foi até o Hospital de Base de Rio Preto e colocou os comprimidos na vagina. Pouco tempo depois, passou a ter fortes contrações e precisou ser internada imediatamente. Como a gravidez era avançada, o feto não foi expulso naturalmente, e Keila entrou em trabalho de parto antecipado. O bebê - que recebeu o nome de Amanda - nasceu de parto normal no dia 2 de novembro, pesando 615 gramas. A menina viveu por 20 dias, mas não resistiu. Morreu em decorrência de uma infecção neonatal, provocada pela prematuridade extrema. O caso foi parar na polícia depois que uma enfermeira do hospital registrou uma queixa contra Keila numa delegacia. A atitude da enfermeira é condenada pelo Ministério da Saúde na nota técnica Atenção Humanizada ao Abortamento e pelo Código de Ética de Profissionais da Enfermagem. O inquérito foi concluído e enviado ao Ministério Público, que entrou com uma denúncia formal contra Keila na Justiça. Sem dinheiro para contratar advogado, Keila recebeu o benefício da assistência gratuita - uma parceria da Defensoria Pública com a Ordem dos Advogados. A advogada Maria do Carmo Rocha Chareti foi então nomeada para defender Keila no processo. E ela mesma teve dificuldade para localizar a acusada. "Keila mora nas ruas. É pobre, alcoólatra, dependente de drogas. Nos vimos uma única vez antes da audiência com a juíza", conta. Na audiência, Keila compareceu aparentemente alcoolizada - o que, segundo Maria do Carmo, demonstra as condições precárias em que vive. Ela confirmou que tentou praticar o aborto, mas disse estar "profundamente arrependida". Diante da situação, Keila foi absolvida sumariamente pela juíza Milena Repuo Rodrigues, que entendeu que, diante das condições expostas por Keila, a conduta dela foi legítima e ela não poderia ser responsabilizada pelo crime de prática de aborto. Recurso. O promotor Marco Antônio Lélis Moreira, no entanto, não ficou satisfeito com a absolvição e recorreu ao Tribunal de Justiça. Na argumentação, Moreira diz que não há dúvida de que houve o aborto. E emenda: "É lamentável, em pleno século 21, uma mulher experiente não se utilizar dos meios impeditivos de uma gravidez para depois, grávida, escolher a via criminosa do aborto e encontrar a benevolência do magistrado". Em entrevista ao Estado, o promotor Moreira diz que fez a denúncia contra Keila porque ela já tinha antecedentes criminais e porque ela não apresentou provas suficientes para demonstrar que vivia em condições subhumanas e seus dois filhos estavam sob a guarda da avó. "Além disso, ela confessou ter cometido o aborto. Essa ação vai servir de exemplo para a juventude da cidade prevenir a gravidez", afirmou o promotor. "No júri vou pedir a condenação deKeila como forma de prevenção geral. É uma punição moral para que as pessoas entendam que o aborto é criminoso", diz Moreira, admitindo que é raro que casos de aborto sejam denunciados e terminem em júri. A advogada Maria do Carmo diz que ficou surpresa com a decisão do TJ de mandá-la para júri popular. "Keila está arrependida. Tenho certeza de que os jurados vão absolvê-la." A partir do caso concreto narrado e dos estudos realizados sobre os crimes contra a vida, identifique.
a) As figuras típicas do delito de aborto.
R: As figuras típicas são a) autoaborto (art. 124) - Keila pagou R$ 100 por dois comprimidos Cytotec, um abortivo de uso restrito, comprados clandestinamente. Aborto praticado por terceiro c/ o consentimento da gestante ; b) aborto sem consentimento (art. 125) e; c) aborto com consentimento - No dia 31 de outubro de 2006, grávida de cinco meses, ela foi até o Hospital de Base de Rio Preto e colocou os comprimidos na vagina.
b) O momento consumativo do delito de aborto. Responda de forma objetiva e fundamentada.
R: Consuma-se no momento da eliminação intra-uterina, ou seja, a consumação ocorre no momento da morte do feto, independentemente do momento da ação, da expulsão do feto do útero materno (utilização de meios que efetivamente poderiam provocar o aborto). Configura-se como delito material.
c) O fato da criança ter nascido e vindo a falecer após 20 dias de seu nascimento descaracteriza o delito de aborto? Responda de forma objetiva e fundamentada.
RESPOSTA: Não, o crime continua sendo caracterizado como aborto, mesmo seu resultado se produzindo após o momento da ação. Conforme o art. 4º do Código Penal. Logo, a causa morte da eliminação da vida teve origem quando esta vida ainda era intra-uterina, se é irrelevante se há expulsão do feto ou não, por conseguinte, não há diferença se a eliminação da vida se dá dentro ou fora do útero. A criança veio a óbito 20 dias depois, em decorrência de condutas praticadas quando ainda era vida intra-uterina, logo a eliminação da vida da criança caracteriza o delito de aborto. ART. 13, CAPUT CP. Teoria da equivalência das condições.
QUESTÃO OBJETIVA
1) Marcos e Rodrigo instigaram Juarez, que sofria de depressão, a cometer suicídio, pois, na condição de herdeiros do último, pretendiam a morte do mesmo por interesses
econômicos. Ainda que Juarez tenha admitido firmemente a possibilidade de eliminar a própria vida, não praticou qualquer ato executório. Diante desse contexto, Marcos e
Rodrigo: (FCC - 2014 - DPE-RS - Defensor Público).
a) poderiam ter a pena reduzida de 1/3 a 1/2, se a pretensão tivesse caráter humanitário, de piedade, e a morte tivesse se consumado.
b) deverão responder por tentativa de homicídio, visto que a ideia de ambos era eliminar a vida de Juarez para posterior enriquecimento.
c) serão responsabilizados pelo crime previsto no art. 122 do Código Penal, com redução da pena pelo fato de a vítima não ter atentado contra a própria vida, já que para a
consumação do delito basta a mera conduta de instigar.
d) não responderão pelo crime de instigação ao suicídio, pois não houve morte ou lesão corporal de natureza grave na vítima.
e) responderiam por instigação ao suicídio, caso, no mínimo, Juarez atentasse contra a própria vida e tivesse ocasionado lesões corporais leves em seu corpo.
Plano de Aula 03
CASO CONCRETO
Deyse Neves foi denunciada como incursa no delito 􀀫pificado no art. 1º, I I , da Lei n.9455/1997, por ter havido, mediante a u􀀫lização de uma escova de cabelo de cabo de madeira e correia de cinto, agredido seu filho Wallace, de três anos de idade. Em juízo, confessou a ré ter 􀀫do como mo􀀫vo das agressões 􀁗sicas o nega􀀫va de seu filho em u􀀫lizar o banheiro para a realização de suas necessidades, bem como sua “pirraça” ao fazê-las no chão da sala de casa (fls.132/133). Restadas comprovadas autoria e materialidade das agressões e, consectárias lesões à integridade 􀁗sica da criança, o M inistério P úblico entendeu estarem presentes os elementos configuradores do delito de tortura e não do delito de maus-tratos, previsto no art.136, do Código Penal. Ante o exposto com base nos estudos realizados sobre o tema, indique, fundamentadamente, a correta 􀀫pificação à conduta de Deyse Neves, bem como diferencie os delitos supracitados.
R: Ela não teve o dolo de torturar o filh, mas apenas castigar para corrigí-lo, porém abusou dos meios de correção, então ela será tipificada pelo artigo 136, do CP, ou seja, crime de maus tratos.
A questão versa sobre delito de tortura e maus tratos. Segundo TJRJ provada a autoria e materialidade das ofensas a integridade física da criança praticada pelo apelante e terceira pessoa. No crime de maus tratos a o indispensável Animus corrigendi vel disciplinand, enquanto no delito de tortura a intenção é fazer com que a pessoa sofra, passando por suplício, causando padecimento. No delito previsto na lei especial o fim é a tortura, a utilização das agressões físicas e mentais. Já nos delitos de maus tratos a finalidade é a correção, podendo ter como meio o uso exagerado e inexplicável da violência. 
QUESTÕES OBJETIVAS
1. (UNEB - 2014 - DPE-BA - Estágio Jurídico - Defensoria Pública)
“Uma criança de um 1 ano e 9 meses morreu após ser atropelada pelo próprio pai na zona sul de Porto Alegre, no início da tarde desta segunda-feira (30). Conforme a Polícia Civil, o pai, de 31 anos, estava saindo de ré da garagem de casa e não viu o menino, que foi a􀀫ngido pelo veículo. O atropelamento aconteceu na Rua Dona Mariana, na Restinga. A criança foi encaminhada para o Hospital M oinhos de Vento da Res􀀫nga, mas não resis􀀫u aos ferimentos e morreu. A Delegacia de Trânsito instaurou inquérito para inves􀀫gar o caso. O pai e um 􀀫o da criança, que presenciou o ocorrido, prestaram depoimento durante a tarde”. (ATROPELO . Dísponivel em: < gaucha.clicrbs.com.br>. Acesso em: 30 dez. 2013). Na hipótese narrada, o pai da criança responderá criminalmente por:
a) lesão corporal seguida de morte.
b) lesão corporal seguida de morte, na hipótese preterdolosa.
c) homicídio culposo, porém será possível a extinção da punibilidade pelo perdão judicial.
d) homicídio culposo, porém será possível a extinção da punibilidade pelo perdão do ofendido.
e) homicídio culposo e lesão corporal culposa, porém será possível a extinção da punibilidade pelo perdão do ofendido.
2) Sobre os crimes de abandono de incapaz e exposição ou abandono de recém-nascido, analise as assertivas abaixo:
I. o delito de exposição ou abandono de recém-nascido, em face da pena, admite a transação penal prevista na Lei n.9099/1995 – Juizados
Especiais Criminais.
II. consumam-se com a efetiva exposição ou abandono, desde que resulte perigo concreto à vida ou à saúde da vítima.
III. em relação ao sujeito ativo do delito configuram delitos especiais próprios.
IV. o delito de exposição ou abandono de recém-nascido pode ser pra􀀫cado por terceiro como forma de auxílio ao pai ou à mãe, não contudo,
pelo terceiro, diretamente, sem a participação do pai ou da mãe.
Estão certos apenas os itens:
a) I e II.
b) I, II e III.
c) I, III e IV.
d) I e IV.
Plano de Aula 04
CASO CONCRETO O gerente da empresa XYZ Ltda., pretendendo que a empregada Rosa das Neves, portadora de deficiência física, apresentasse sua demissão, passou a afirmar que ela estava desviando dinheiro do caixa e que fazia uso dos recursos para manter sua relação extraconjugal com um colega de trabalho. Estas afirmações foram realizadas reiteradamente para todos os colegas, por mais de três meses, levando Rosa a sentir-se em um ambiente de trabalho insustentável. O Juiz do Trabalho reconheceu a prática de assédio moral e determinou a expedição de ofício para apuração de delitos. (TRT 14R - 2014 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Juiz do Trabalho MODIFICADA). A partir do caso concreto narrado e dos estudos realizados sobre os crimes contra a honra: 
a) Avalie a possibilidade de concurso de crimes entre os delitos de calúnia, difamação e injúriaquando praticados no mesmo contexto fático. 
Resposta: a controvérsia sobre a possibilidade de concurso de crimes entre os delitos de calúnia, difamação e injúria quando praticados no mesmo contexto fático. Para. Rogério Sanches Cunha somente será possível o concurso de crimes quando as condutas lesionarem bens jurídicos distintos. Em síntese, no caso de ofensa ao mesmo bem jurídico, ex. honra objetiva, o melhor entendimento é no sentido de que há conflito aparente de normas, solucionado pelo princípio da absorção (Princípio da consunção) (sendo a difamação absorvida pela calúnia).
 
b) Identifique as consequências jurídico-penais caso o gerente promova a retratação antes da prolação da sentença. 
Resposta: cabe perdão judicial. A retratação, ato unilateral e subjetivo, quando proferida antes da prolação da sentença, conforme dispõe o art143, CP, configura verdadeira causa de extinção de punibilidade (art.107, VI, do CP). 
 
 
c) O fato de Rosa das Neves ser portadora de deficiência física possui relevância para a tipificação da conduta do gerente? 
Resposta: para todas as condutas perpetradas contra a honra incide a causa de aumento prevista no art.141, IV, CP, exceto nos casos de injúria discriminatória sob pena de caracterização de bis in idem, conforme expressa disposição legal. 
QUESTÕES OBJETIVAS 
1) Com relação aos delitos contra a honra, leia atentamente as situações hipotéticas apresentadas abaixo: 
I. Funcionário público oferece representação contra colega entendendo-se ultrajado na sua honra, (em sua dignidade). Acionado criminalmente, o colega retratou-se. A referida retratação é irrelevante para o Direito Penal. (Correto: O perdão judicial só ocorrerá quando: Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. )
II. Um indivíduo comparece à Delegacia Policial e oferece notícia de crime em face de terceiro, um desafeto seu, sendo certo que o noticiante imputou ao noticiado crime de que o sabia inocente. Em decorrência da referida notícia foi instaurado inquérito policial. Neste caso, a conduta do noticiante encontra-se incursa no tipo penal da calúnia. (A segunda alternativa esta incorreta, pois ao noticiar o crime de calúnia as autoridades que o sabia inocente e em decorrência disso ter sido aberto inquérito para apuração, o agente incorre no art. 399 do Código Penal que prevê a denunciação caluniosa, que neste caso absorve o crime de calúnia através do princípio da consunção, como bem ensina Fernando Capez:
“A calúnia constitui crime contra a honra, ao passo que a denunciação caluniosa é crime contra a administração da Justiça. Se tiverem como base os mesmos fatos, a denunciação caluniosa absorve o crime de calúnia. Ademais, esta só existe quando ocorre imputação falsa de crime, enquanto na denunciação caluniosa pode referir-se a imputação falsa de crime e contravenção.”
O delito de denunciação caluniosa esta previsto no art. 399 do Código Penal:
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º – A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.
§ 2º – A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.)
III. Um indivíduo, maior e capaz, com o ânimo de ridicularizar um vizinho, portador de deficiência mental, o xinga de “idiota bobalhão”. Arrasado com a ofensa chora e conta aos seus pais e amigos que foi “humilhado”. Neste caso é correto afirmar que a conduta deste indivíduo será tipificada como injúria discriminatória. (A terceira alternativa esta correta e encontra previsão legal no art. 140, §3º do Código Penal:
Art. 140 – Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena – reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997)
IV. Dois indivíduos, por motivo irrelevante, iniciam violenta discussão em um bar, no curso da qual um deles, despeja um copo de cerveja na cabeça do outro. (A quarta alternativa esta incorreta, trata-se da injúria real e encontra previsão legal no art. 140, §2° do Código Penal:
Art. 140 – Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
§ 2º – Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.)
A sua conduta configura a contravenção penal de vias de fato. Estão certos apenas os itens: 
A) I e II. 
B) I, e III. 
C) I, II e III IV. 
D) I, II e IV. 
Questão Objetiva: 
2) Em cada uma das opções abaixo, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada de acordo com as disposições incriminadoras contidas no CP sobre os crimes contra a honra. Assinale a opção em que a assertiva está correta.
 I. Jonas, em conversa com vários colegas de trabalho, entre eles Hercílio, seu desafeto, referiu-se a este dizendo “você é ladrão e hipócrita”. Nessa situação, a frase proferida por Jonas configura os delitos de calúnia e difamação em concurso formal, com causa de aumento de pena prevista na parte especial do CP. 
( A primeira alternativa esta correta, Jonas comete os crimes de calúnia art. 138 e difamação art. 139 do Código Penal em concurso formal, que é quando mediante apenas uma conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. O concurso formal esta previsto no art. 70 do Código Penal:
Art. 70 – Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único – Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, de acordo com concurso formal próprio, o Juiz deverá aplicar a pena de um só crime, ou se diversas, a maior, aumentada de um sexto até a metade, art. 70, 1° parte)
II. Adalto é negro e jogador de futebol profissional. Durante uma partida é chamado pelos torcedores do time adversário de macaco e lhe são atiradas bananas no meio do gramado. Caso sejam identificados os torcedores, é correto afirmar que, em tese, responderão pelo crime de injúria racial, nos termos do art. 140, § 3.º do Código Penal. 
(A segunda alternativa esta correta, caso os torcedores sejam identificados serão enquadrados no art. 140, §3º do Código Penal:
Art. 140 – Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena – reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997))
III. Mariana entra em sala de aula e percebe que Jonas mexe na bolsa de Luiza. Jonas, na verdade, pegava na bolsa de Luiza um remédio, contando com a autorização da moça. Pouco tempo depois Luiza retorna para a sala e descobre que seu celular foi furtado. Mariana conta para todos que o autor da subtração foi Jonas, pois ela acreditava sinceramente que tivesse sido o rapaz, no entanto essa imputação foi falsa, porque logo depois se descobriu o celular em posse de um outro aluno na sala. A partir da premissa de queJonas tomou conhecimento das declarações feitas é correto afirmar que a conduta de Mariana configura os delitos de calúnia e injúria. 
(A terceira alternativa esta incorreta, neste caso Mariana incorreu em delito putativo como bem ensina Andre Estefam:
“No chamado delito putativo por erro de tipo ou crime imaginário por erro de tipo, há crime somente na cabeça do agente, na sua imaginação. Objetivamente, contudo, não há crime algum. Basta pensar na situação inversa, isto é, se Pedro transportasse uma arma de fogo de brinquedo, acreditando ser verdadeira. Ele não pratica nenhum crime, mas pensa que o faz”.
Essa modalidade encontra previsão legal no art. 20, §1º do Código Penal:
Art. 20 – O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Descriminantes putativas(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º – É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
IV. Clerivaldo, perante várias pessoas, afirmou falsamente que Marcelino, funcionário público aposentado, explorava a atividade ilícita do jogo do bicho, quando exercia as funções públicas. Ante a imputação falsa, é correto afirmar que Clerivaldo cometeu o crime de difamação, admitindo-se a exceção da verdade. 
(A quarta e última alternativa esta incorreta, pois o artigo diz que a exceção da verdade é somente admitida em caso do ofendido ser funcionário público e quando a ofensa é relativa as suas ocupações, como bem disposto no art. 139, parágrafo único do Código Penal:
Art. 139 – Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Exceção da verdade
Parágrafo único – A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
O conceito de funcionário público é extraído do art. 327 do Código Penal:
Art. 327 – Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º – Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2º – A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980))
Estão certos apenas os itens: 
A) I e II. 
B) I, e III.
 C) I, II e III IV. 
D) I, II e IV
Plano de Aula 05 - CASO CONCRETO Walter Weber, conhecido por seu comportamento agressivo, foi denunciado e condenado como incurso nas sanções do art. 147 do Código Penal, a uma pena de 03 (três) meses de detenção, subs'tuída por uma pena restri'va de direitos, consistente na prestação de serviços à comunidade, durante três meses, à razão de 07 (sete) horas semanais, por ter havido, no dia 05 de maio de 2010, por volta das 19 horas, ameaçado sua ex companheira Jacinta Silva, por meio da u'lização de um facão. A referida conduta teve por elemento propulsor o fato de Walter não aceitar a separação do casal. Consoante provas testemunhais (fls.101/102) dos vizinhos, que a tudo assis'ram, haja vista a conduta de Walter ter sido pra'cada no portão da garagem da casa do então casal, Walter teria ameaçado Jacinta de matá-la caso a visse com outro homem. Inconformado com a decisão interpôs recurso inominado, com vistas à reforma da decisão e consequente absolvição por insuficiência de provas, bem como sustentou, que o fato não passara de uma mera “discussão entre marido e mulher” não tendo a mulher prestado “queixa”. 
A partir do caso concreto narrado e dos estudos realizados sobre os crimes contra a liberdade individual, identifique. 
a. Os elementos da figura típica de ameaça e seu momento consumativo. Responda de forma objetiva e fundamentada. 
Resposta: a ameaça é um delito formal, e que o momento consumativo de tal delito coincide com o momento em que a própria ameaça chega ao conhecimento daquele a quem é feita. O mal ameaçado deve ser futuro, porque da ameaça de um mal presente não pode surgir restrição à liberdade individual, cessando qualquer receio por isso que à ameaça não se seguiu o ato. Para que a ameaça seja punível, é necessário que dela tome conhecimento a pessoa ameaçada e é indispensável que a ameaça seja séria, de modo a inspirar o receio de um atentado. 
Walter Weber foi e denunciado e condenado por ameaça, crime previsto no art. 147 do Código Penal.
Art. 147 – Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único – Somente se procede mediante representação.
O elemento da figura típica, o verbo do art. 147 do Código Penal é ameaçar. De acordo com o princípio da fragmentariedade e da intervenção mínima do Direito Penal, somente os bens jurídicos mais importantes merecem receber a tutela Penal, para configurar o crime de ameaça ela deve ser dirigida à um bem jurídico tutelado com a promessa de ocorrência de “um mal injusto e grave”, ou seja, é necessário que haja uma ação anunciando um mal futuro e grave, essa ação pode vir por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico. Por se tratar de um crime formal, que não exige um resultado naturalístico, o crime de ameaça se consuma com a mera realização do ato ameaçador.
b. A natureza da ação penal aplicável ao caso. Responda de forma objetiva e fundamentada. 
Resposta: Trata-se de um crime de ação penal pública condicionada, ou seja, somente se procede mediante representação 
A ação penal aplicável ao caso concreto é a pública condicionada à representação da vitima, prevista no art. 100, §2º do Código Penal.
Art. 100 – A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º – A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Em regra a ação penal é pública, é o que se extrai do caput do artigo em comento, “a ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido”. O parágrafo único do art. 147, prevê para o crime que ameaça que “somente se procede mediante representação”. Estamos neste caso diante de uma ação penal condicionada à representação da vitima, o jus puniente sempre pertencerá exclusivamente ao Estado, porém este transfere a faculdade de jus accusationis quando o interesse do ofendido se sobrepor ao interesse público, quando este interesse afetar diretamente a vítima, portanto, é dado ao ofendido a faculdade de querer ou não mover à maquina judiciária, isso pode ocorrer quando o processo acarretar males maiores do que os resultantes do crime, neste caso prefere o ofendido amargar com a dor do crime do que ter de se expor.
QUESTÕES OBJETIVAS Uma mulher apaixonada por um homem que inobstante tentar conquistá-lo de todas as formas, não consegue lograr êxito em seu intento. Assim, sendo, de porte de uma arma de fogo, empregando ameaça, obriga o homem indefeso à prá'ca de relações sexuais, restando consumado, portanto o crime de: (Prova: CRSP - PMMG - 2014 - PM-MG. Modificada) 
a) Constrangimento ilegal. 
b) Violação sexual mediante fraude. 
c) Ameaça. 
d) Estupro. 
De acordo com o fato narrado, a mulher teria constrangido este homemmediante ameaça com o emprego de uma arma de fogo e obriga-lo à prática de relações sexuais. Neste caso há perfeita congruência com crime de estupro, previsto no art. 213 do Código Penal.
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
As demais alternativas estão incorretas, pois de acordo com o princípio da consunção, na precisa lição de Cezar Roberto Bitencourt:
“Há consunção quando o fato previsto em determinada norma é compreendido em outra, mais abrangente, aplicando-se somente esta.”
Portanto, as demais alternativas fariam parte do inter criminis para a consumação do crime de estupro sendo por este absorvido.
2) Manoel invadiu o computador de Paulo sem autorização deste e alterou várias informações do proprietário do computador, inclusive violando indevidamente seu mecanismo de segurança, em troca de um carro. Assim, Manoel: (Prova:FUNCAB - 2013 - PC-ES).
 a) não praticou crime. 
b) praticou o crime de invasão de dispositivo informático (artigo 154-Ado CP).
 c) praticou o crime de estelionato (artigo 171 do CP). 
d) praticou o crime de inserção de dados falsos em sistema de informação (artigo 313- Ado CP). 
e) praticou o crime de modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (artigo 313-B do CP).
Neste caso a conduta de Manoel de invadir sem autorização e alterar informações de um computador, incorre no art. 154-A do Código Penal, que dispõe:
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 4º Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
I – Presidente da República, governadores e prefeitos; (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
II – Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
III – Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
IV – dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Ação penal (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Este artigo foi incluído pela Lei. nº 12.737/2012 mais conhecida como “Lei Carolina Dieckmann”, a atriz teve fotos intimas divulgadas na internet mediante invasão, na época do fato havia projeto de lei do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) acerca do assunto, trazendo diversas modalidades e penas para os crimes cibernéticos.
A primeira alternativa esta incorreta, pois houve crime tipificado no art. 154-A do Código Penal. A terceira alternativa esta incorreta pois não há que se falar em estelionato pois Manoel de acordo com o caso concreto não induziu ou manteve Paulo em erro mediante qualquer artifício ardil ou fraudulento e não há adequação típica da conduta realizada para o crime em comento. As duas últimas alternativas relacionadas a inserção de dados falsos em sistema de informação art. 313-A, e modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações art. 313-B, também não encontram adequação típica, pois estes são crimes próprios e exigem que o sujeito ativo seja funcionário público.
Plano de Aula 06 - PRÁTICA CASO CONCRETO Roberto Carlos, profissional autônomo, conhecido na pequena cidade em que trabalha pela qualidade de seus serviços nas reformas de cozinhas e banheiros foi surpreendido em determinado dia, durante o horário de almoço, pela subtração de sua máquina de cortar cerâmica. Desesperado por tratar-se de maquinário indispensável à sua atividade laborativa perguntou a todos os conhecidos sobre o ocorrido. Alguns dias após a subtração encontrou a máquina jogada à porta da casa na qual estava trabalhando. Os moradores da casa viram quando um homem, identificado posteriormente como Leozinho, a jogou na porta e saiu correndo. Dos fatos, Leozinho restou denunciado pela conduta incursa no art.155, caput, do Código Penal. Inconformado alegou em defesa a aplicação do princípio da insignificância com vistas à exclusão da tipicidade material de sua conduta e, sucessivamente, a isenção de pena em decorrência da devolução da máquina e consequente ausência de prejuízo a Roberto Carlos.
A partir do caso concreto narrado e dos estudos realizados sobre o crime de furto, responda de forma objetiva e fundamentada: 
a) A defesa deve prosperar? 
A defesa não deve prosperar alegando o princípio da insignificância e o arrependimento posterior porque em relação ao princípio da insignificância, deve ser analisado os prejuízos sofridos pela vitima e se o bem subtraído é de valor ínfimo, no caso concreto a subtração foi de um maquinário indispensável para o labor da vitima, o que se presume ter interrompido suas atividades econômicas e causados diversos prejuízos; em relação ao arrependimento posterior, a reparação do dano ou restituição da coisa deve se dar até o recebimento da denúncia ou da queixa, e no caso concreto a defesa pretende alegar tal princípio após a denúncia, contrariando o que dispõe o art. 16 do Código Penal:
Art. 16 – Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
b) O fato de Leozinho ter restituído a máquina de cortar cerâmica poucos dias após a subtração possui alguma relevância jurídico-penal? Caso a res furtiva fosse restituída no curso da ação penal a reposta seria a mesma? 
O fato de Leozinho ter restituído a maquina poucos dias após a subtração tem relevância como atenuante para a fixação da pena, onde o agente por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar ou minorar as suas consequências, foi o que ocorreu no caso concreto, onde Roberto Carlos teve o bem restituído poucos dias após a subtração, esta atenuanteesta disposta na 1° parte da alínea b do art. 65, III do Código Penal:
Art. 65 – São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
III – ter o agente:
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
No caso da res furtiva fosse restituída no curso da ação penal, ainda sim o agente teria sua pena atenuada com base na 2° parte da alínea b do art. 65, III do Código Penal, que dispõe a reparação do dano antes do julgamento:
Art. 65 – São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
III – ter o agente:
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
QUESTÕES OBJETIVAS 
1) No dia 14 de setembro de 2014, por volta das 20h, José, primário e de bons antecedentes, tentou subtrair para si, mediante escalada de um muro de 1,70 metros de altura, vários pedaços de fios duplos de cobre da rede elétrica avaliados em, aproximadamente, R$ 100,00 (cem reais) á época dos fatos. Sobre o caso apresentado, segundo entendimento sumulado do STJ, assinale a afirmativa correta. (FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XV - Tipo 1 – Branca). 
a) É possível o reconhecimento do furto qualificado privilegiado independentemente do preenchimento cumulativo dos requisitos previstos no Art. 155, § 2º, do CP. 
b) É possível o reconhecimento do privilégio previsto no Art. 155, § 2º, do CP nos casos de crime de furto qualificado se estiverem presentes a primariedade do agente e o pequeno valor da coisa, e se a qualificadora for de ordem objetiva. 
c) Não é possível o reconhecimento do privilégio previsto no Art. 155, § 2º, do CP nos casos de crime de furto qualificado, mesmo que estejam presentes a primariedade do agente e o pequeno valor da coisa, e se a qualificadora for de ordem objetiva. 
d) É possível o reconhecimento do privilégio previsto no Art. 155, § 2º, do CP nos casos de crime de furto qualificado se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa, e se a qualificadora for de ordem subjetiva.
A questão trata do reconhecimento crime do privilégio no caso de cometimento de furto qualificado.
Analisando a questão, José mediante escalada de um muro de 1.70 metros de altura, tentou subtrair vários pedaços de fios duplos de cobre da rede elétrica avaliados aproximadamente em R$100,00. De acordo com essa conduta, José seria enquadrado em furto qualificado, disposto no art. 155, §4º, II do Código Penal:
Art. 155 – Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
§ 4º – A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
A questão quer saber se devido José ser primário e de bons antecedentes pode ser aplicado o privilegio disposto no §2º do art. 155 do Código Penal:
Art. 155 – Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
§ 2º – Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
De acordo com a súmula 511 do STJ, é possível aplicar o privilégio ao furto qualificado desde que presente no caso concreto a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa furtada e a qualificadora for de ordem objetiva.
Súmula 511: É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.
 2) Em relação ao delito de furto, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: 
I . A diferença entre o furto mediante fraude e estelionato reside na forma pela qual o agente se apropria da coisa, pois enquanto no primeiro a vítima não percebe que a coisa lhe está sendo retirada, no segundo é a própria vítima que entrega a coisa ao agente. 
II. De acordo com o entendimento majoritário da doutrina, para caracterização da majorante do abuso de confiança basta a relação empregatícia com vínculo permanente. 
III. Agente que subtrai para si energia elétrica alheia de pequeno valor, fazendo-o em concurso de pessoas, sendo ambos absolutamente primários, à luz da jurisprudência hoje dominante no Superior Tribunal de Justiça, pratica furto qualificado-privilegiado. 
IV. Júnior, jovem de 20 anos, furta R$ 5.000,00 de seu próprio pai, Claudionor, de 53 anos. Nesta situação, Júnior responde pelo crime de furto agravado. São corretas apenas as assertivas: 
a) I e II; 
b) I, II e III; 
c) I, e III; 
d) I, III e IV. 
e) I, II e III.
I) A primeira assertiva esta correta, no crime de furto mediante fraude o agente usa deste meio para iludir, ludibriar a vigilância ou atenção da vitima, distraindo-a para que não perceba que esta sendo furtada; no crime de estelionato a fraude é empregada pelo agente para ludibriar a vitima para que ela mesma voluntariamente entregue o bem para o agente.
Nesse sentido é o entendimento do STJ:
PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. ESTELIONATO OU FURTO MEDIANTE FRAUDE. ENGANAR A VÍTIMA PRESTANDO AJUDA NO SISTEMA DE AUTOATENDIMENTO DE BANCO. ESTELIONATO. ART. 70 DO CPP. CONSUMAÇÃO NO MOMENTO E LUGAR DA OBTENÇÃO DA VANTAGEM ILÍCITA. COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO. 1. No delito de estelionato, o agente conduz a vítima ao erro ou a mantém nele, para que esta entregue o bem de forma espontânea. Já no furto mediante fraude, o agente, por meio de um plano ardiloso, consegue reduzir a vigilância da vítima, de modo que seus bens fiquem desprotegidos. 2. “A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução” (art. 70 do CPP). 3. O crime de estelionato consuma-se no momento e lugar em que o agente obtém a vantagem indevida. 4. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo Federal da 10ª Vara Criminal da Seção Judiciária do Estado de São Paulo, ora suscitado.
(STJ – CC: 100587 BA 2008/0245516-7, Relator: Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, Data de Julgamento: 26/08/2009, S3 – TERCEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 23/09/2009)
II) A segunda assertiva esta incorreta, o entendimento majoritário da doutrina é de que para caracterizar a majorante, é necessário que o empregado tenha alguma atribuição de confiança, como por exemplo: o cargo de gerente que tem atribuições de confiança que facilitaria a pratica delituosa.
Nesse sentido é o entendimento do STJ:
HABEAS CORPUS. FURTO QUALIFICADO. IMPOSSIBILIDADE DE DESCLASSIFICAÇÃO PARA APROPRIAÇÃO INDÉBITA. PEDIDO DE AFASTAMENTO DA QUALIFICADORA DE ABUSO DE CONFIANÇA. IMPROCEDÊNCIA. AGENTE QUE SE VALEU DA CONDIÇÃO DE GERENTE DA EMPRESA-VÍTIMA. RELAÇÃO DE CONFIANÇA. PENA-BASE. REAJUSTAMENTO. CONSEQUÊNCIAS DO CRIME. 1. Não comporta guarida o pleito de desclassificação. A uma, porque a via estreita do habeas corpus não admite o revolvimento aprofundado das provas coligidas no processo sob o crivo do contraditório. A duas, porque a sentença, de maneira fundamentada concluiu tratar-se a hipótese de furto qualificado mediante abuso de confiança. 2. No caso, o paciente teria provocado a retirada, em seu proveito, de determinado equipamento da empresa da qual era gerente, maquinário este de que não tinha a posse. 3. Encontra-se justificado o reconhecimento da qualificadora de abuso de confiança, dado que o paciente ostentava a condição de gerente, circunstância essencial para a consecução da subtração. 4. A pena-base deve ser fixada concreta e fundamentadamente (art. 93, IX, CF) de acordo com as circunstâncias judiciais previstas no art. 59 do Código Penal, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do delito. 5. A imputabilidade, a exigibilidade de conduta diversa e o potencial conhecimento da ilicitude constituem pressupostos da culpabilidade como elemento integrantedo conceito analítico do crime, ao passo que a “culpabilidade” prevista no art. 59 do Código Penal diz respeito ao grau de reprovabilidade da conduta do agente, esta, sim, a ser valorada no momento da fixação da pena-base. 6. Na hipótese, o juiz de primeiro grau teve a culpabilidade do paciente “em grau alto” com amparo nos mencionados aspectos inerentes à própria compleição analítica do delito, o que não admite a jurisprudência desta Casa. 7. No tocante às consequências do crime, a pena-base está suficientemente motivada, amparando-se o magistrado no prejuízo contínuo causado à vítima, já que subtraído equipamento seu destinado à fabricação de discos de aço ou flanges de aperto, deixando a empresa de produzir e auferir lucro durante todo o período em que esteve privada da res. 8. Reajustamento da pena-base, levando-se em consideração apenas as consequências do crime. 9. Ordem concedida parcialmente para reduzir a pena do paciente de 2 (dois) anos e 4 (quatro) meses de reclusão e 13 (treze) dias-multa a 2 (dois) anos e 2 (dois) meses de reclusão e 11 (onze) dias-multa, mantidos o regime prisional aberto e a substituição de pena.
(STJ – HC: 90161 SC 2007/0211581-2, Relator: Ministro OG FERNANDES, Data de Julgamento: 09/02/2010, T6 – SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 08/03/2010)
III) A terceira assertiva esta correta em virtude da Súmula 511 do STJ:
É possível o reconhecimento do privilégio previsto no §2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.
IV) A quarta assertiva esta incorreta, Junior ao praticar furto contra seu pai Claudionor ficará isento de pena nos termos do art. 181, II do Código Penal:
Art. 181 – É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.

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