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CIMENTOS E CIMENTAÇÃO Prof. Fábio A prótese parcial fixa é classificada em : Unitária (quando é de apenas um elemento) e Múltipla (quando usamos pilares e vários elementos). Quando vamos planejar uma prótese unitária, temos que levar em consideração dois fatores: Remanescente: uma direta com cobertura de cúspide vai proteger o remanescente. Mas o remanescente precisa ser protegido? Ela vai aguentar a restauração direta? Vai ficar estético? Contorno: os pontos de contato ficarão adequados? O perfil de emergência vai ficar adequado? Eu sei trabalhar com cunhas e matrizes para realizar o contorno adequado? E quando pensamos em restaurações múltiplas devemos pensar em: Oclusão e adjacentes; Periodonto; Indicação Proservação (acompanhamento; manutenção; checagem periódica...) QUAL O PAPEL DO AGENTE CIMENTANTE? Aumento da resistência do conjunto dente-restauração ás forças de tração, compressão e cisalhamneto. Aproximar duas superfícies compatíveis (plano com plano; côncavo com convexo) Por exemplo: Quando aproximamos duas placas de vidro que têm superfícies compatíveis e entre elas colocamos uma fina película de água; a água vai agir como uma força que impede essa separação (tensão superficial). O agente cimentante aumenta o contato entre duas superfícies; é um agente coadjuvante para aumentar a superfície de atrito entre duas superfícies. Para aumentar a superfície de atrito entre duas superfícies estas devem ser compatíveis e estarem as mais próximas possíveis uma das outras. Quando pensamos numa restauração temos que repor: Forma Função Estética E pensar na: Adaptação e manutenção da integridade das margens; para que ela dure na boca; não caia; não sofra micro infiltração; não propicie recidivas e proteja o remanescente. Proteção do remanescente dental manter-se na cavidade (íntegra) Tanto a restauração tem que estar íntegra na boca (não fraturar e nem sair da boca), quanto o remanescente tem que estar integro (protegido). Uma vez decidido se vamos fazer uma restauração direta ou uma indireta, devemos pensar em dois princípios que devemos utilizar: Adesão Retenção Retenção Evitar o deslocamneto da restauração por: - acção das forças mastigatórias - tração por alimentos pegajosos - diferença de coeficiente de expanção térmica Quando vamos fazer uma direta com princípio da retenção devemos realizar prepros cavitários adequados. 1- a retenção se dá por atrito do material Quando falamos do íntimo contato da peça e o preparo estamos falando do atrito entre esses materiais. E o agente cimentante vai aumentar essa superfície de atrito para aumentar o contato, da mesma forma que a água aumenta o contto entre duas placas de vidro. 2- retenções mecânicas adicionais - cauda de andorinha - canaletas Ele disse que não precisamos saber disso!!!! - sulcos - orifícios para pinos - materiais adesivos - convergencia para oclusal das paredes V e L QUAL É A ESPESSURA IDEAL DE AGENTE CIMENTANTE ENTRE A PEÇA E O PREPARO? Resposta: zero. Pois se fizermos um preparo perfeito e o ajuste perfeito da peça com o preparo cavitário não precisaremos de nenhum agente cimentante para compensar. REMANESCENTE DENTAL Qualidade Quantidade Quando vamos pensar na indicação, não devemos deixar de pensar na qualidade e quantidade do remanescente denal. Baseado nisso é que vamos escolher o procedimento operatório especial adequado para aquele remanescente; o que sobrou? quanto sobrou? E quando vamos avaliar o remanescente dental, devemos levar em consideração: Fatores mecânicos Fatores biológicos OPÇÕES RESTAURADORAS DIRETAS Retenção Adesão - Remover Esmalte sem suporte - Paredes circundantes paralelas entre si e perpendiculares à pulpar - Paredes gengival e pulpar planas e paralelas entre si perpendiculares ao longo eixo do dente - Cavo superficial 90º - V e L convergentes para oclusal - Profundidade – espessura mínima resistência do material - Axio-pulpar arredondado - Manter Esmalte sem suporte - Ângulos internos arredondados - V e L convergentes para oclusal - Profundidade e largura dadas pela extensão da lesão Diretas Indiretas - só material restaurador - material restaurador + auxiliares de retenção do material - material de preenchimento - retentores intra-radiculares . Pinos pré-fabricados . Individualizados - incrustações intra-coronárias - incrustações extra-coronárias - coroas parciais - coroas totais LIMITAÇÕES DAS RESTAURAÇÕES DIRETAS Retenção Adesão - Amálgama Sub e Supertrituração - Durabilidade (compressão / abrasão) Margens - Contração - Desgastes e fraturas - Trocas de restaurações Temos que saber fazer uma boa indicação para que a restauração tenha longevidade. INDIRETAS Retenção Adesão - Expulsividade de 6 a 9º - Preparos geométricos - Retenção e estabilidade - Término fino e polido - Menor desgaste (material) - Altura do preparo - Expulsivos (12 a 15º) - Ângulos internos arredondados - Agente cimentante - Término bem apoiado e resistente - Maior desgaste (resistência) LIMITANTES DA RESTAURAÇÃO INDIRETA Retenção Adesão - Saúde periodontal / pulpar - Menor desgaste - Proteção remanescente - Estética - MAIOR DESGASTE - Linha de Término Temos que entender materiais e técnicas para economizar deficiências, porque nada substitui o dente. DIAGNÓSTICO FATORES ETIOLÓGICOS INDICAÇÃO (materiais e técnicas) EQUALIZAR DEFICIÊNCIAS (nada substitui o dente) REABILITAÇÃO DEPOIS DO INTERVALO.... Quando vamos propor uma restauração indireta (ou qualquer outro procedimento operatório) temos que esclarecer ao paciente: vantagens e desvantagens; colocando-o como parceiro e co- responsável, adequando suas expectativas e as possibilidades através de franqueza mútua. TIPOS DE RESTAURAÇÕES INDIRETAS? Metálicas - total - veneer - metalo-cerâmica Livres de metal - facetas - inlays e onlays - coroa total Cada procedimento desses terá sua peculiaridade no momento da cimentação. INCRUSTAÇÕES E COROAS LIVRES DE METAL Restaurações indiretas . Cerâmicas/ porcelanas Feldspáticas/ Feldspáticas reforçadas Aluminizada 50% Aluminizada 97% e infiltrada de vidro Vidro ceramizado Policristalino Compósitos Resinas Cerômeros ou polímeros de vidro - reforçados por fibra É importantíssimo conhecer as propriedades de cada um desses materiais quando formos pensar em cimentação. FELDSPÁTICAS/ FELDSPÁTICAS REFORÇADAS - pó + água - resistência flexural 65 – 90 MPa Esse tipo de porcelana tem partículas cristalinas (cristais de feldspato; silicato de alumínio) envolvidos por uma matriz vítrea. Ao darmos uma mordida em um bloco de porcelana acentado sobre um preparo cavitário, se não tiver bem cimentado, a porcelana irá fraturar, pois sua resistênciaflexural é baixa. Mas geralmente essa fratura não ocorre toda em uma única vez. Ela vai acontecendo aos poucos em forma de ‘ trincas ‘ na porcelana, que com o tempo vão levar á fratura final. Essas trincas são chamadas de Fendas de GRIFFITH. A peça apoiada tem resistência flexural diferente de uma peça mal apoiada. Ou seja: a peça cimentada trabalha de uma forma diferente da peça não cimentada. IMPORTANTE: Peças livres de metal, no processo de prova, ajuste e cimentação, o ajuste oclusal é feito após a cimentação. O ajuste oclusa é feito após a cimentação. As peças que contém metal (totalmente metálica, metaloplásticas e metalocerâmicas) suportam esse ajuste antes da cimentação porque o metal aguenta. E nos casos da metalocerêmicas (porcelana por cima do metal) suportam esse ajuste pois estão apoiadas em metal (copping). ALUMINIZADA 50% São mais resistentes. -contém óxidos de alumínio que são responsáveis por diminuírem as fendas de Griffith. - maior conteúdo cristalino e menos matriz vítrea. Com isso teremos uma maior resistência e menos riscos de fraturas. Como consequências perderam em estéticas. Quanto mais resistente, menos estéticas! - resistência flexural 110 – 130 MPa ALUMINIZADA 97% E INFILTRADA DE VIDRO - resistência flexural 305 – 450 MPa - 97% de cristais VIDRO CERAMIZADO /POLICRISTALINO - resistência flexural 600 – 900 MPa Esse tipo de material permitiria tranquilamente o ajuste oclusal após a cimentação, pois é muito resistência. É aquela porcelana muito branca, pouco estética. RESINA COMPOSTA Polimerização mais uniforme - propriedades mecânicas - contorno - grau de conversão - contração de polimerização - cores - fase laboratorial mais simples - ajuste oclusal / polimento - antagonista CERÔMEROS OU POLÍMEROS DE VIDRO REFORÇADOS POR FIBRA Reforçadas por partículas cerâmicas - resistência ao desgaste - dureza RESTAURAÇÕES PROVISÓRIAS Facilitam a moldagem Condicionam os tecidos periodontais Manutenção do espaço entre o dente antagonista e o dente preparado; entre o dente preparado e o dente adjacente para manter o ponto de contato correto. Protegem o preparo cavitário e os tecidos periodontais Diagnóstico para saber onde precisa desgastar mais Nas restaurações provisórias usamos cimentos que nos permitam por e tirar a restauração quando necessário (cimento de hidróxido de cálcio, pasta de óxido de zinco e eugenol...) Na cimentação final vamos pensar se o preparo foi feito pelo princípio da retenção ou da adesão. Cimentação usando o princípio da retenção: Atrito entre as superfícies Redução da distância entre essas superfícies (que devem ser as mais próximas umas das outras) Manipulação, escoamento, espessura de película, pressão hidrostática e solubilidade. Posso perguntar assim na prova: TENHO UM DETERMINADO CASO, VOU USAR A CIMENTAÇÃO PENSANDO NA ADESÃO OU NA RETENÇÃO? Essa é a primeira coisa a se pensar, depois devemos pensar na técnica (como vou fazer?...). O cimento tem suas indicações e suas propriedades. CIMENTAÇÃO BASEADA NA RETENÇÃO preparo cavitário / adaptação ( “2 Rs”: para uma melhor retenção e evita recidiva) Fosfato de Zinco e CIVs - são os cimentos mais usados em casos em que se busca uma melhor retenção. Lembrando que o todo agente cimentante ideal deve ter: - inércia ás estruturas bucais - película fina - resistência - durabilidade - biocompatibilidade - facilidade de uso - facilidade de remoção - assentamento e fixação Um dos cimentos usados em restaurações provisórias é o Òxido de Zinco e Eugenol. A molécula de eugenol do OZE confere um efeito negativo na cimentação. Além do que, o OZE não combina com a resina composta. Manipulação: o pó deve ser incorporado ao líquido e quanto mais pó for incorporado, mais resistência terá o cimento. O pó tem que ser totalmente incorporado ao líquido para que se tenha uma consistência adequada ao bom escoamento. È uma reação exotérmica. PROVA DA PEÇA Após a chegada da peça do laboratório o que devemos ver de imediato: 1) Análise no modelo (troquel) - Verificar a adaptação - Limites da peça em relação à linha de término (está chegando no término do preparo) - Avaliar: ponto de contato, plano oclusal, anatomia em relação aos dentes vizinhos. 2) Análise da peça - presença de bolhas e imperfeiçoes - jateamento interno (aumenta a retenção do cimento) - presença de ‘batoque’ 3) No preparo - Remoção do provisório - Limpeza da cavidade – remover todo vestígio do cimento provisório - Isolamento relativo 4) Colocação da peça no preparo - Colocar com um carbono fino numa das faces proximais - Remover e repetir a operação em outra face proximal - Verificar as marcas 5) Desgaste de contatos excessivos - Usar pontas diamantadas esféricas ou broca transmetal - Repetir o procedimento até que a peça se encaixe no preparo. Não remover o ponto de contato!!! 6) Ajuste interno - Manipular uma silicona leve (Fit Checker®) - Inserir na face interna da peça - Colocar a peça em posição no preparo - Aguardar a cura - Remover a peça e observar se há perfuração na silicona na face interna da peça - Uma espessura fina de material, sem perfurações é desejada - Se houver perfuração, com uma lapiseira 0,5mm, marcar o ponto, remover a silicona e desgastar com uma ponta diamantada esférica - Repetir o uso da silicona até a obtenção de uma espessura fina e uniforme de material 7) Checagem da adaptação - Passar um fio dental – observar a tensão exercida - Com uma sonda exploradora – checar toda linha de término da peça, com a peça em posição 8) Exame radiográfico - Observar a adaptação, verificando a presença degrau nas proximais 9) Ajuste da Oclusão - Com carbono - Realizar a checagem em MIC e movimentos de lateralidade e protrusão. CIMENTAÇÃO BASEADA NA ADESÃO Devo fazer todas essas perguntas: por quê vou utilizar cimentação adesiva? qual o material ? substrato - e condições no dente ? o que preciso fazer previamente? Por quê? uma vez entendido cada passo, domino cada um deles e suas sequências? problemas de resina - contração / sensibilidade à umidade / degradação o cimento compensa falhas? Devemos estar atentos também á: Cuidados relativos à adesão (tecidos gengivais e isolamento) - Distância da parte cervical (término) - Excelente isolamento e controle de fluidos Contaminação - limpeza e cuidados cimentos provisórios - Antes de qualquer procedimento adesivo, após o isolamento absoluto, deve-se limpar os substratos com DETERGENTE ANIÔNICO antes do uso de ácidos, que atua somente na parte inorgânica ! VALE PARA SISTEMAS AUTO-CONDICIONANTES TAMBÉM !! O ácido fosfórico só atua em estruturas mineralizadas (inorgânicas) e não em partes orgânicas. Micro retenções nos substratos (recursos adicionais) - Peças - Brocas ( passar a broca por dentro de peça, como consequência isso deixa a peça mais frágil e aumenta a distância entre preparo cavitário e peça.) - Jateamento (manobra que produz macro retenções; podem se feitos com:) . óxido de alumínio . sílica coloidal - Lasers de alta intensidade Quando pensamos em adesão de peças de porcelana, temos que fazer um preparo na peça; o condicionamento macro fluorídrico. O papel do ácido fluorídrico é O ácido fluorídrico age em estruturas inorgânicas (matriz vítrea da porcelana). Se o ácido fluorídrico ataca mais a matriz vítrea, as porcelanas que possuem mais matriz vítrea são mais sensíveis ao ácido. ácido-sensíveisácido-resistentes As porcelanas ácido-resistentes além da estética perdem também adesão. Por isso necessitam de macro retenções (jateamento, ranhuras com a broca) O ácido fluorídrico serve para a limpeza e também micro retenção. Algumas porcelanas têm menos matriz vítrea e maior porcentagem de cargas cristalinas para aumentar sua resistência mecânica; são chamadas ácido resistentes. As porcelanas ácido-sensíveis são chamadas de porcelanas vítreas. Já as porcelanas ácido- resistentes são chamadas de porcelanas densas, pois tem grande número de cristais. Exemplos de ácidos-sensíveis ou vítreas: - Feldspáticas Exemplo de ácido-resistentes ou densas: - Alúmina e Zircônia Algumas porcelanas contém Óxido de zinco como conteúdo cristalino. E outras são á base de Sílica. Agentes bifuncionais Um dos componentes básicos da resina composta é o Bis GMA, uma substância orgânica. Para unirmos uma matéria orgânica com uma matéria inorgânica precisamos de um elemento bi funcional, que chamamos de Silano. Para grudar a porcelana (que é inorgânica) ao dente (que é orgânico), também usamos o Silano que é um componente bifuncional. Sistema de ativação (qual devo usar?) - Físico (luz) – foto. Usa luz para converter monômeros em polímeros . iniciador: canforoquinona 470Ƞm Diminuição gradativa de matriz vítrea. Quanto mais cristais, mais resistentes - Químico. . reação: peróxido de benzoíla com amina terciária - Dual - Ambos SISTEMA ADESIVO e AGENTE CIMENTANTE (são compatíveis?) Existe uma incompatibilidade entre sistema adesivo e agente cimentante! O adesivo convencional (condicionamento ácido + primer + adesivo) ou o autocondicionate de dois passos têm afinidades ao cimento químico ou dual. Se utilizar outro tipo de sistema adesivo deve-se colocar uma segunda camada de adesivo. Se eu utilizar um autocondicionante de passo único mais m cimento dual, a amina terciária do cimento dual vai reagir com o monômero ácido do adesivo autocondicionante de passo único; é uma reação química indesejada, pois o monômero não irá se converter em polímero. Outro ponto negativo: O adesivo autocondicionante de passo único, ao mesmo tempo que ele condiciona, ele penetra. Conforme ele vai penetrando na estrutura, menos vai ficando na superfície, deixando poucos monômeros disponíveis para se unir ao cimento... - Ideal: Adesivo Convencional (3 passos) ou Autocondicionante (2 passos) + Cimento Químico ou Dual OU colocar segunda camada de adesivo com monômero hidrófobo Problemas de incompatibilidade: •Autocondicionante passo único + Cimento Dual (amina terciária do cimentos químico e dual reagem com monômeros ácidos do adesivo e permeabilidade do adesivo impede sua união com cimento resinoso) •Adesivo Convencional Passo único + Cimento Fotoativado (não pode demorar) Existem alguns sistemas adesivos ou agentes cimentantes que apresentam um tipo especial de monômero: 10-MDP (10-meta-criloiloxidecil diidrogenofosfato). Esse monômero tem afinidade ao òxido, então pode ser usado em porcelanas e em casos que eu queira usar um cimento resinoso em peças metálicas (lembrando que o metal contém óxidos). Se eu quiser usar o princípio da adesão em materiais que contenham óxido, eu devo usar o sistema adesivo ou o agente cimentante que tenha o monômero 10-MDP. Técnicas / Estética Sabendo que o anel benzênico do eugenol interfere na polimerização dos monômeros da resina, não podemos usa-lo na cimentação de provisórios. Pós-cimentação (cuidados pós cimentação) - Após a cimentação adesiva é interessante colocar uma vaselina no local para impedir o contato do Oxigênio na camada mais externa. - Devemos sempre tomar cuidado com cimentos no sulco gengival e lembrar que o ajuste oclusal e polimento devem somente ser feito após a cimentação. (principalmente nas porcelanas menos resistentes) ACABOUUUUUU
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