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FUNDAMENTOS DA CLÍNICA I – PRIMEIRA PROVA PNEUMOLOGIA EMBOLIA PULMONAR -É a obstrução de vasos da circulação arterial pulmonar causada pela impactação de partículas - formadas por qualquer material insolúvel (sólido, líquido ou gasoso) – cujo diâmetro seja maior do que o vaso acometido. -A maioria é devida ao Tromboembolismo Venoso (TEV), que tem como base a trombose venosa profunda (TVP) e como complicação aguda o Tromboembolismo Pulmonar. Outras causas menos comuns: bolhas de gás (descompressão súbita em mergulhadores), corpos estranhos (ex. talco, usuários de drogas ilícitas), gotículas de gordura (politraumatizados), líquido amniótico, células neoplásicas e êmbolos sépticos (endocardite tricúspide). -Pode ser capaz de simular uma série de diagnósticos. Suspeitar de TEP em pacientes com fatores de risco que apresente qualquer alteração cardiorrespiratória aguda -Epidemiologia: TVP/TEP é a terceira doença cardiovascular mais comum – perdendo apenas para a doença coronariana e a doença cerebrovascular. A TVP com maior risco de embolia significativa é a íleo- femoral, a trombose em veias pélvicas também confere um alto risco de TEP. -Fatores que favorecem a trombogênese: Estase (gerando hipóxia intravascular), lesão vascular (disfunção/ desnudamento endotelial, com exposição do subendotélio), hipercoagulabilidade (hereditária e/ou adquirida). -Fatores de risco: TEV prévio, idade, obesidade, tabagismo, trauma, cirurgia nos últimos 3 meses, imobilização e viagens prolongadas, câncer, dças neurológicas com paresias, trombofilia congênita ou adquirida, TRH ou ACO. -Fisiopatologia: A embolia ocorre quando uma parte do trombo, ou ele todo, se desloca de seu local de origem, indo parar na circulação pulmonar. Os lobos inferiores costumam ser os mais afetados. -A principal consequência respiratória da embolia é a hipoxemia, devido a um importante desequilíbrio na relação ventilação-perfusão. As áreas de pulmão bem perfundido não estão livres dos efeitos do TEP, desenvolvendo atelectasia e broncoespasmo, e se tornam hipoventiladas. É nessas áreas que ocorre o fenômeno do shunt direita-esquerda intrapulmonar, isto é, o sangue desoxigenado atravessa o pulmão sem receber oxigênio. Outra consequência extremamente comum é a taquidispneia, resultante da estimulação dos receptores J alveolares pelos mediadores inflamatórios liberados, desencadeando uma hiperventilação reflexa (levando a alcalose respiratória), além de uma terrível sensação subjetiva de “falta de ar”. -Consequências cardiocirculatórias da embolia: aumento da resistência vascular do pulmão, que se manifesta como hipertensão pulmonar aguda. Ventrículo direito (VD) é muito afetado. A resistência arterial pulmonar aumenta devido a obstrução mecânica promovida pelos êmbolos impactados e o vasoespasmo, secundário à liberação de mediadores inflamatórios. Por fim, quando o paciente desenvolve hipoxemia importante, a própria PaO2 baixa exerce efeito vasoconstrictor, levando a um ciclo vicioso de hipoxemia piora do vasoespasmo. -O VD se dilata perante aumentos em sua pós-carga, na tentativa de manter seu débito (mecanismo de Frank- Starling). Porém, se o aumento na pós-carga for muito intenso, o débito do VD diminui. A dilatação extrema do VD aumenta a tensão em sua parede, dificultando o fluxo de sangue pela circulação coronariana. É possível a ocorrência de um infarto agudo de VD nesses casos. Por isso, níveis elevados de Troponina e aumentos no BNP, que acompanham dilatação nas cavidades cardíacas, são importantes marcadores de mau prognóstico. -Consequências da TVP: sobrecarga de pressão no interior dos vasos. Consequências: síndrome pós- flebítica e úlceras de estase. -Manifestações Clínicas: Dispneia, dor pleurítica, dor na perna, edema de mmii, tosse, ortopneia, chiado no peito, taquipneia, taquicardia, estertores, redução do murmúrio vesicular, aumento de P2, turgência jugular, choque (8%pcts). -Diagnóstico: Exames complementares são necessários. Avaliar a probabilidade (pré-teste). -Exames inespecíficos devem ser solicitados para todo paciente com suspeita de TEP, para fortalecer ou enfraquecer a suspeita clínica (Rx de tórax, ECG, gasometria arterial, ecocardiograma, marcadores bioquímicos). -Embolia Gordurosa: decorrente de politrauma com fraturas de ossos longos. A medula óssea gordurosa funciona como êmbolo. Se inicia em torno de 24-48 horas após a fratura (mais precoce que a trombótica), sendo caracterizada por confusão mental, petéquias no abdome e taquidispneia. Há liberação de ácidos graxos que promovem uma vasculite disseminada. -Embolia Gasosa: pode ser venoso ou arterial. Cirurgia, trauma, intervenções vasculares e barotrauma da ventilação mecânica e mergulho são as causas mais comuns de embolia gasosa. Ocorre quando o ar penetra no sistema venoso sistêmico, transita pelo ventrículo direito e atinge a circulação pulmonar. -Embolia Neoplásica: situação frequente, podendo ser demonstrada em 3-26% das necropsias em pacientes com neoplasias malignas sólidas. As neoplasias mais frequentes que causam embolia neoplásica são aquelas produtoras de mucina, tais como as de origem em mama, pulmão, estômago e cólon. -Embolia Séptica: ocorre quando um coágulo sanguíneo, que contém bactérias é carreado pela circulação venosa sistêmica e arterial pulmonar até alojar-se no parênquima, relacionada sobretudo ao uso de drogas ilícitas intravenosas e de cateteres intravenosos. DOENÇA PULMONAR PARENQUIMATOSA DIFUSA -Os septos alveolares contêm as principais células do tecido pulmonar, como os pneumócitos tipo I e II, e as células endoteliais, representando o parênquima pulmonar. O tecido conjuntivo que preenche o interior desses septos e a bainha que reveste os vasos pulmonares, brônquios e bronquíolos representam o interstício pulmonar. Dça pulmonar parenquimatosa difusa é um grupo de doenças se caracteriza pelo acometimento difuso e bilateral dos septos alveolares, que se apresentam inflamados na sua fase inicial e fibrosados nas fases mais avançadas. Essa definição exclui as causas infecciosas e neoplásicas. -Patologia: a lesão característica das fases iniciais é a alveolite (pneumonite), definida como o acúmulo de células inflamatórias nos septos alveolares, que se encontram espessados e edemaciados. Há formação de exsudatos alveolares e o epitélio está lesado. O infiltrado inflamatório acaba se convertendo em um processo fibrótico ao invés de ocorrer a reconstituição do parênquima pulmonar. A fibrose preenche os espaços aéreos, levando à destruição progressiva do parênquima. Formam-se áreas císticas com paredes fibróticas, que podem ser visualizadas na radiografia de tórax ou TC (pulmão em favo de mel ou faveolamento pulmonar). As pneumoconioses colágenas (silicose e abestose p.e) passam quase que diretamente para a fase de fibrose pulmonar. -Principais entidades: (Fibrose intersticial, alveolite inespecífica e ocupação alveolar) Causas conhecidas: Pneumoconioses; induzida por drogas; radioterapia; aspiração de gases ou fumos; doença exerto-versus- hospedeiro; SARA residual; pneumonias eosinofílicas de causa conhecida. Causas desconhecidas: Fibrose intersticial descamativa, pneumonite intersticial aguda idiopática, BOOP, colagenases, vasculites não granulomatosas, síndromes hemorrágicas pulmonares, síndromes pulmonares eosinofílicas idiopáticas, pneumonite intersticial linfocítica, linfangioleiomiomatose, proteinosealveolar. (Granuloma) Causas conhecidas: Pneumonite por hipersensibilidade, aspergilose broncopulmonar alérgica, beriliose. Causas desconhecidas: Sarcoidose, vasculites granulomatosas, histiocitose X, granulomatose linfomatoide. -As pneumopatias intersticiais difusas são classificadas conforme o tipo de inflamação alveolar (alveolite inespecífica versus granuloma) e de acordo com o fato de terem ou não uma etiologia conhecida. -Fisiopatologia: Padrão restritivo na prova de função pulmonar. Este é o padrão das dças pulmonares intersticiais que levam à fibrose parenquimatosa progressiva, restringindo a ventilação. É caracterizado pela redução de todos os volumes pulmonares – estáticos e dinâmicos, com a manutenção dos fluxos expiratórios. A infiltração e a fibrose parenquimatosa progressiva reduzem a complacência pulmonar e os volumes pulmonares, levando a esse padrão. A capacidade vital e a capacidade pulmonar total são os primeiros volumes a se reduzirem. -A redução da complacência estática aumenta o trabalho da musculatura respiratória, principal elemento que explica a dispneia desses pacientes. Com o avançar do processo, o paciente evolui para hipoxemia crônica e cor pulmonale. -Investigação clínica inicial: As causas mais comuns são a fibrose pulmonar idiopática, as colagenoses (esclerodermia e artrite reumatoide) e as pneumoconioses. O principal sintoma relacionado é a dispneia aos esforços, seguida pela tosse seca. O protótipo deste grupo é a fibrose pulmonar idiopática, uma das causas mais comuns e mais graves. Há um padrão radiológico que mostra um infiltrado bilateral difuso. -História ocupacional – as pneumoconioses tornam-se os primeiros diagnósticos sugeridos em caso de história positiva de exposição à sílica e ao asbesto. A exposição a poeiras orgânicas pode levar a pneumonite por hipersensibilidade. -História medicamentosa – algumas drogas estão supostamente incriminadas, como por exemplo os AINES e o metotrexato. -Principais doenças: 1. Fibrose pulmonar idiopática: (40-60 anos). Tabagismo é fator de risco leve. Sintomas iniciais são dispneia aos esforços de instalação insidiosa, associada à tosse seca. Exame físico revela estertores crepitantes no terço inferior dos campos pulmonares. Baqueteamento digital pode estar presente em 40-50% dos casos. Infiltrado reticular ou reticulonodular bilateral de predomínio nas bases na radiografia de tórax. Faveolamento pulmonar significa fase mais avançada. LES, artrite reumatoide, esclerodermia e abestose podem provocar alterações semelhantes. -O padrão histopatológico esperado denomina-se pneumonite intersticial usual (alveolite mononuclear, fibrose alveolar e áreas de faveolamento). Tratamento é paliativo ou transplante pulmonar. 2. Pneumonite intersticial descamativa: Extrema associação com tabagismo. Há um extenso acmulo de macrófagos no espaço alveolar associado a pouca fibrose parenquimatosa. Prognóstico é melhor que a FPI. 3. Pneumonite intersticial aguda: Rara. Grave comprometimento alveolar agudo, levando à insuficiência respiratória e necessidade de ventilação mecânica. O quadro e a radiografia são semelhantes a SDRA. 4. Sarcoidose 5. Silicose: Ocorre devido a exposição à poeira de sílica. Forma mais comum de pneumoconiose existente no Brasil e no mundo. Pneumoconiose é o termo dado as pneumopatias causadas pela exposição a poeiras inorgânicas e como exemplos principais temos a silicose, a baritose, a siderose, a berioliose e a estanose. -A forma mais comum é a silicose crônica simples, com mais de 10 anos de exposição. A fase inicial é marcada pela presença de múltiplos nódulos pulmonares, levando à formação de um infiltrado nodular difuso predominando nos 2/3 superiores. O histopatológico do nódulo revela um centro acelular, com material hialino e fibrótico, contendo partículas de sílica. Pode evoluir para a forma mais grave – a silicose crônica complicada, na qual ocorre fibrose maciça. Muitas vezes é assintomática. A silicose aguda é um quadro muito mais grave e caracteriza-se por um quadro respiratório de início subagudo que começa de meses a cinco anos após a exposição à grande quantidade de poeira de sílica. Profilaxia é fundamental uma vez que não há tratamento adequado. 6. Asbestose: Amianto. Uma exposição de mais de 15 anos geralmente é necessária. Doença de evolução insidiosa, com sinais e sintomas muito semelhantes aos da FPI. O mesotelioma pleural é um tumor maligno altamente associado à exposição ao asbesto (após 30-35 anos de exposição). Seu sintoma principal é a dor torácica não pleurítica, além de dispneia e tosse seca. O risco de carcinoma broncogênico também está aumentado em cerca de 5 vezes. 7. Beriliose: Exposição ao berílio pode levar a uma reação de hipersensibilidade do tipo granulomatosa. Surge um infiltrado pulmonar difuso retículo-nodular ou nodular e frequentemente adenomegalia hilar bilateral. 8. Pneumonites por hipersensibilidade: A exposição continuada a determinados agentes orgânicos ou inorgânicos pode propiciar uma alveolite granulomatosa por uma reação de hipersensibilidade. A exposição aguda a esses agentes também pode acarretar manifestações, que deseparecem dentro de alguns dias. A forma crônica é a que mais se parece com a PID, evoluindo insidiosamente com dispneia aos esforços, tosse e períodos de febre ou exacerbação do quadro, após novas e repetidas exposições ao agente antigênico. Tabagismo reduz a chance de um indivíduo desenvolver pneumonite por hipersensibilidade. O padrão radiológico pode ser um infiltrado reticulonodular ou nodular difuso bilateral. Bom prognóstico. 9. BOOP: A bronquiolite obliterante com pneumonia em organização (BOOP) é uma entidade que sempre deve ser considerada como diagnóstico diferencial nos pacientes. 10. Síndromes Pulmonares Eosinofílicas: Definidas como doenças que cursam com um infiltrado eosinofílico pulmonar, associado ou não à eosinofilia periférica. 11. Granulomatose de células de Langerhans: Ocorre em uma faixa etária precoce. A associação com o tabagismo é quase universal. A doença predomina no sexo masculino. 12.Linfagioleiomiomatose: Infiltrado pulmonar de células musculares lisas. 13.Sínd Hemorrágicas Pulmonares: Apresenta-se como uma síndrome pulmão-rim recorrente. 14. Proteinose Alveolar: Geralmente associada a outras doenças. 15.Pneumonites Linfocíticas e Linfomas: Frequentemente associada a outras doenças como a Aids. CANCER DE PULMÃO -Neoplasias malignas com origem no epitélio do trato respiratório inferior. Cerca de 90% das neoplasias malignas pulmonares são classificadas como CA de pulmão, e podem ser subdivididas em 2 grandes grupos: pequenas células e não pequenas células (carcinoma epidermóide, adenocarcinoma e carcinoma de grandes células anaplásico). -É uma das neoplasias que mais mata no Brasil e no mundo. O pico de incidência ocorre entre 55 e 65 anos de idade. -A carga-tabágica é um importante parâmetro relacionado ao risco, e por isso deve ser sempre quantificada. É definida como o produto entre o número de maços consumidos por dia e a duração do habito em anos (um maço de cigarro contém 20 cigarros). Considera-se como alto risco o valor >20 maços ano. -Outras etiologias conhecidas são a DPOC, as pneumopatias fibrosantes e a exposição a outros agentes ambientais (radônio e asbesto). Existe uma predisposição genética ao câncer de pulmão. Dieta e poluição atmosférica também possuemrelação. -Tipos histológicos: (Considerando apenas tumores broncogênicos, isto é, tumores malignos derivados do epitélio respiratório inferior). 1. Carcinoma Não pequenas células: 1.1-CEC: Tipo histológico mais comum em nosso meio. 1.2-Adenocarcinoma: Tipo histológico mais comum em países desenvolvidos. -O carcinoma bronquíolo-alveolar é um subtipo de adenocarcinoma, representando apenas 3% do total dos carcinomas broncogênicos. 1.3-Carcinoma de grandes células anaplásico: É o subtipo menos frequente e apresenta o pior prognóstico dentre os carcinomas não pequenas células. 2. Carcinoma de pequenas células: 15-20% dos casos. Apresenta o pior prognóstico e maior agressividade entre os carcinomas broncogênicos. É o subtipo mais frequentemente associado ao tabagismo e possui 70% de chance de metástase no momento do diagnóstico. -Apresentação clínica: Geralmente não causa qualquer sintoma até que esteja já avançado. Pode ser: assintomático, apresentar tosse (75% dos pacientes), dispneia, hemoptise, chiado localizado. Se houver invasão intratorácica pode ocorrer dor torácica, rouquidão, síndrome da veia cava superior, síndrome de Pancoast. Pode ocorrer também metástase a distância e síndrome paraneoplásica. -O tumor localizado no sulco superior do pulmão leva à síndrome de Pancoast-Tobias. Caracterizada por dor no ombro e/ou escápula ipsilateral e dor na distribuição do nervo ulnar. A destruição radiológica da primeira e segunda costelas é comumente observada. O envolvimento das raízes C8 e T1, pela extensão tumoral no áice pulmonar, justifica as manifestações. -A síndrome de Claude-Bernard-Horner (miose, ptose, enoftalmia e anidrose facial ipsilateral), ocasionada pelo comprometimento da cadeia simpática cervical e do gânclio estrelado, geralmente coexiste com a síndrome de Pancoast. -A Síndrome da Veia Cava Superior (SVCS) está relacionada ao carcinoma broncogênico originário do lobo superior do pulmão direito. O carcinoma de pequenas células é o subtipo mais comumente encontrado. Suas manifestações incluem edema e congestão da face e extremidades superiores, circulação colateral proeminente, visível na região superior do tórax e turgência jugular. Outros sintomas incluem tosse, sincope, cefaleia e ortopneia. O RX simples mostra um mediastino alargado, acompanhado de massa pulmonar central e derrame pleural ipsilateral. Em até 20% dos casos a síndrome é causada por doenças benignas. Em idosos, a SVCS provavelmente será causada por um CA de pulmão. -Complicações locais: derrame pleural, atelectasia, cavitação e pneumonia pós-obstrutiva. -Doença metastática: os locais mais frequentemente envolvidos são – adrenais, fígado, ossos e cérebro. -Síndromes paraneoplásicas: hipercalcemia, SIADH, cushing, osteoartropatia pulmonar hipertrófica (apresenta-se com baqueteamento digital, aumento dos tecidos moles nas extremidades e sinovite de grandes articulações periféricas, geralmente simétricas), síndrome miastênica de Eaton-lambert, degeneração cerebelar subaguda. -Diagnóstico: Screening para câncer de pulmão em indivíduos assintomáticos considerados de alto risco. Método preconizado é a TC helicoidal com baixa dose de radiação. Confirmação histopatológica com citologia do escarro. Outros tumores pulmonares -Carcinoide: Derivado das células neuroendócrinas argentafins do epitélio brônquico. Na maioria das vezes são benignos. -Metástases de outros órgãos -Nódulo pulmonar solitário: DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA -Síndrome caracterizada pela obstrução crônica e difusa das vias aéreas inferiores, de carácter irreversível, com destruição progressiva do parênquima pulmonar. -Característicamente uma doença de adultos mais velhos, manifestando-se na quinta ou sexta décadas de vida. -Tabagismo e DPOC: maior fator de risco para a DPOC, havendo uma história tabágica positiva em 90% dos casos. A quantificação do tabagismo é dada pela carga tabágica, calculada multiplicando-se a quantidade de maços consumidos por dia pelo número de anos de tabagismo. EX. Pct que fumou 2 maços/ dia por 30 anos, possui uma carga tabágica de 60 maços-ano. -Asma e DPOC: hiper-reatividade brônquica na DPOC é frequentemente encontrada (chamada bronquite asmática). As entidades parecem ser distintas mas podem se superpor-se. -Outros fatores de risco: tabagismo passivo, poluição atmosférica extra e intradomiciliar, exposição ocupacional a poeiras orgânicas, fumaças e vapores. Crianças expostas ao tabagismo materno, inclusive durante a gestação apresentam crescimento pulmonar reduzido, o que é fator de risco futuro para DPOC. Baixo nível socioeconômico também é fator de risco. -A Deficiência de alfa1-antitripsina é uma doença genética autossômica recessiva que cursa frequentemente com o enfisema pulmonar. Quando pesquisar? Enfisema em <45 anos e/ou não fumantes. -Câncer de pulmão e DPOC: tabagismo é o fator de risco mais importante tanto para a DPOC quanto para o carcinoma broncogênico. Indivíduos que apresentam obstrução crônica significativa das vias aéreas são mais propensos a desenvolver CA de pulmão. -Fisiopatologia: Histopatológico – (1) Bronquite obstrutiva crônica: hipertrofia e hiperplasia das glândulas submucosas secretoras de muco associadas a um aumento no número de células caliciformes da mucosa; redução do lúmen das vias aéreas distais devido ao espessamento da parede brônquica por edema e fibrose. (2) Enfisema pulmonar: alargamento dos espaços aéreos distais aos bronquíolos, decorrente da destruição progressiva dos septos alveolares. O tipo mais comum é o enfisema centroacinar (bronquíolos respiratórios), forma mais associada ao tabagismo, predominante nos lobos superiores dos pulmões. O segundo tipo é o enfisema panacinar (def alfa1-antitripsina). -O enfisema causa obstrução crônica das vias aéreas distais pelo fato de haver perda no tecido elástico de sustentação da parede brônquica, o que permite a redução do seu lúmen, principalmente na fase expiratória. Obstrução das vias aéreas e Hiperinsuflação -Característica mais marcante da DPOC. A resistência das vias aéreas distais está aumentada pela redução do seu lúmen o que é gerado por dois fatores: diminuição do tecido elástico na parede dos alvéolos (enfisema) e edema e fibrose na parede dos pequenos brônquios (bronquiolite obliterante). O pulmão desses pacientes está cronicamente hiperinsuflado (tórax em tonel). O aprisionamento de ar e a hiperinsuflação podem fazer com que o indivíduo passe a utilizar a musculatura acessória, desenvolvendo cronicamente certo grau de esforço para respirar. Distúrbio da Troca Gasosa -Há o surgimento de alvéolos mal ventilados, mas bem perfundidos. Nesses alvéolos, o sangue venoso passa recebendo pouco O2, um mecanismo chamado shunt parcial. Se o número de alvéolos com shunt parcial for grande, a mistura de sangue mal oxigenado produzirá hipoxemia e desnaturação da hemoglobina. A eliminação de CO2 também pode estar comprometida, ocorrendo mais tardiamente (acidose respiratória crônica). Cor pulmonale -Disfunção do ventrículo direito consequente a um distúrbio pulmonar. O principal mecanismo é a hipóxia crônica, as arteríolas pulmonares respondem à hipóxia com vasoconstricção. Se a hipóxia alveolar for generalizada, a maior parte dos vasos sofrerá constrição, promovendo hipertensão arterial pulmonar. As consequências da insuficiência ventricular direita são elevação da pressão venosa central,congestão sistêmica e baixo débito cardíaco. -História Natural: a partir dos 30 anos a capacidade pulmonar diminui naturalmente, em um ritmo lento e constante. -Quadro clínico e Diagnóstico: Dispneia aos esforços é a queixa mais comum. A evolução é insidiosa, progressiva, marcada por pioras agudas desencadeadas por fatores descompensantes, podendo a dispneia, evoluir para dispneia em repouso. A tosse é outro sintoma de extrema frequência na DPOC, sendo comumente acompanhada de expectoração e muitas vezes precedendo o quadro dispneico. Exame físico -Achados variam de acordo com a forma predominante da doença. A elasticidade e expansibilidade pulmonar estão reduzidas, enquanto a percussão mostra aumento do timpanismo. A fase expiratória do paciente está desproporcionalmente prolongada em relação à fase inspiratória. Observar: tórax em tonel, cor pulmonale, edema de MMII e turgência jugular patológica. -Pink Puffers sopradores róseos. Este é o estereótipo do enfisematoso. -Blue Bloaters inchados azuis. Este é o estereótipo do bronquítico grave. Exames complementares inespecíficos -Hemograma, gasometrial arterial, ECG, Rx de tórax. Prova de função pulmonar -As principais medidas a serem avaliadas são o VEF1 e a relação VEF1/CVF. -Critério diagnóstico para DPOC: relação VEF1/CVF inferior a 70% do previsto, sem alteração significativa após a prova broncodilatadora. Exacerbação -O principal fator de descompensação é a infecção respiratória, bacteriana ou viral. -Classificação da Doença: os sintomas devem ser formalmente avaliados por meio de escores validados (mMRC e CAT). -Avaliar risco de exacerbações e presença de comorbidades. -Tratamento: a base fundamental para a abordagem terapêutica da DPOC está nos seguintes pontos: abstinência ao tabagismo, tratamento farmacológico das exacerbações, tratamento farmacológico crônico, programas de reabilitação cardiopulmonar, oxigenoterapia nos pacientes hipoxêmicos, avaliação da indicação de transplante pulmonar ou cirurgia pneumorredutora. -Vacinação: recomendação das vacinas anti-influenza (anual, composta por vírus vivo inativado ou vírus morto) e anti-pneumocócica. BRONQUIECTASIAS -Desordem adquirida caracterizada por uma dilatação anormal e permanente dos brônquios, podendo ser de distribuição focal ou difusa. Sua patogênese envolve um processo inflamatório persistente e intenso na parede brônquica, levando à destruição das suas estruturas de sustentação com substituição por tecido fibroso. -Suas causas geralmente envolvem uma patologia infecciosa, ou por mecanismos não infecciosos, como na inalação de gases tóxicos e na deficiência de alfa1- antitripsina. Em 50% dos casos não se encontra etiologia específica. -As manifestações clínicas predominantes são tosse persistente com grande produção de expectoração purulenta, pode haver hemoptise. O paciente apresenta infecções respiratórias repetidas. -Exame padrão ouro é a TC. Achados: dilatação da via aérea, espessamento da parede brônquica e presença de plugs mucopurulentos nas vias aéreas, com aprisionamento de ar e formação de cistos. -Geralmente há um padrão obstrutivo nas provas de função pulmonar. -Exacerbações tratadas com antibioticoterapia. -Outras medidas que fazem parte da terapêutica das bronquiectasias: fisioterapia respiratória, manutenção de uma hidratação adquada e uso de mucolíticos. -Em alguns casos a cirurgia com ressecção do segmento acometido é uma opção. Casos de hemoptise localização da lesão sangrante através de TC de tórax e broncoscopia. EDEMA PULMONAR -O Edema Pulmonar agudo pode ser dividido em edema causado por pressão capilar aumentada (edema hidrostático ou cardiogênico) e edema causado por permeabilidade (edema pulmonar não cardiogênico ou SARA). Em alguns casos, mais de um mecanismo pode estar envolvido. -Patogênese do edema pulmonar: Anatomia da unidade trocadora de líquido pulmonar - A troca de líquidos e solutos nos pulmões ocorre ao nível da membrana alvéolo-capilar. O lado capilar da membrana é relativamente permeável, possibilitando a filtração constante de líquido e proteínas a partir do espaço vascular para dentro do espaço intersticial. A barreira capilar é semipermeável a macromoléculas, por isso existe uma pressão oncótica transmembrana que está diretamente relacionada à diferença de concentração de proteínas entre o plasma e o líquido intersticial. O volume do lado alveolar da membrana alvéolo-capilar é constituído por células epiteliais de tipo I, que estão unidas por zônulas de oclusão, as quais restringem rigorosamente o fluxo de líquido e solutos sob condições normais. Desta forma, a barreira existente entre o espaço intersticial e o espaço aéreo é altamente impermeável às macromoléculas. Em adição à membrana alvéolo-capilar, os linfáticos do pulmão exercem papel importante na regulação de líquidos. Fluxo pulmonar de líquidos e solutos (Lei de Starling) -A patogênese do edema pulmonar pode ser entendida analisando a equação de Starling, que define os determinantes do fluxo de líquidos através da membrana capilar pulmonar: Q = K[(Pcap– Pint) s (pcap– pint)]. -Onde Q é o fluxo de líquido; K é o coeficiente de filtração, que é diretamente proporcional à área de superfície endotelial e inversamente proporcional à espessura da parede do capilar alveolar; Pcap é a pressão hidrostática intravascular (capilar); Pint é a pressão hidrostática intersticial; s é o coeficiente de deflexão para proteína (i.e., o grau de permeabilidade a macromoléculas); pcap é a pressão oncótica no plasma; e pint, é a pressão oncótica intersticial. Nesta equação, (Pcap– Pint) representa o gradiente de força hidrostática, enquanto (pcap– pint) representa o gradiente de força coloidosmótica. -Uma alteração de qualquer um dos fatores da equação de Starling poderia teoricamente levar ao aumento do fluxo de líquido transvascular. Entretanto, na prática clínica, apenas dois destes fatores comumente levam ao edema pulmonar: (1) aumento da pressão capilar, que leva ao desenvolvimento de edema pulmonar cardiogênico ou hidrostático; e (2) diminuição do coeficiente de deflexão, que leva ao edema pulmonar não cardiogênico ou por alteração da permeabilidade. Fatores de segurança relacionados ao edema - As respostas fisiológicas à aumentada filtração de líquidos transvascular nos pulmões que aliviam a formação de edema incluem o aumento do fluxo linfático e a diminuição da pressão oncótica intersticial. A defesa primária contra o edema pulmonar é conferida pelo sistema linfático. A reserva linfática é tal que até mesmo um aumento de 4-10 vezes no fluxo de líquido transcapilar pode ser tolerado sem que haja aumento do volume de água nos pulmões. A membrana alvéolo- capilar semipermeável filtra as proteínas com base no tamanho e esta filtração depende da taxa de filtração de líquidos. Portanto, se a membrana de filtração permanecer intacta, o fluxo de líquidos resultará em um filtrado com menor concentração de proteínas. Em consequência, a pressão oncótica intersticial diminui, compensando parcialmente a pressão capilar aumentada que está forçando a filtração—um segundo fator de edema. Todavia, quando a permeabilidade capilar aumenta, este mecanismo protetor é comprometido dependendo do grau de permeabilidade aumentada. Quando a reserva de remoção de líquidos fica sobrecarregada,o volume de água nos pulmões aumenta, primeiramente no interstício ao redor das vias aéreas, em seguida no interstício em torno dos alvéolos e, por fim, nos alvéolos. As evidências clínicas ou radiográficas de edema pulmonar, portanto, implicam em aumento significativo do fluxo de líquido transcapilar. -Abordagem geral do paciente com suspeita de edema pulmonar: Pacientes com edema pulmonar cardiogênico costumam ter história de cardiopatia ou hipertensão, enquanto os pacientes com edema não cardiogênico podem apresentar condições preexistentes que aumentam o risco de infecção. O paciente com edema pulmonar cardiogênico pode manifestar sintomas de um novo evento cardíaco (dor torácica isquêmica) ou emergência hipertensiva. O paciente com edema pulmonar não cardiogênico quase sempre terá passado por um evento precipitante nítido, como sepse, traumatismo, aspiração de conteúdo gástrico, transfusões múltiplas ou pneumonia. -Os sinais e sintomas são similares nas duas formas de edema pulmonar. Embora ambos os grupos de pacientes desenvolvam dispneia, os pacientes com edema pulmonar cardiogênico geralmente exibem pele fria e diaforética com evidências de disfunção ventricular esquerda (distensão venosa jugular, galope). Em contraste, a maioria dos pacientes com edema pulmonar não cardiogênico exibe pele quente e mostra evidências de circulação hiperdinâmica. Os exames laboratoriais podem dar indícios do tipo de edema pulmonar. O edema cardiogênico pode ser indicado por um eletrocardiograma anormal (p. ex., evidenciando infarto ou isquemia do miocárdio) ou pela elevação dos níveis séricos de troponina. O ensaio mais moderno para diferenciação dos tipos cardiogênico e não cardiogênico de edema pulmonar é a determinação dos níveis plasmáticos de peptídeo natriurético cerebral (BNP). Níveis de BNP acima de 500 pg/mL sugerem uma possível insuficiência cardíaca, enquanto níveis de BNP abaixo de 100 pg/mL tornam improvável a hipótese de insuficiência cardíaca. Níveis de BNP entre 100 e 500 pg/mL são inadequados para fins de discriminação. Como os níveis de BNP estão aumentados em pacientes com insuficiência renal, a utilidade da quantificação do peptídeo nestes pacientes é menor. -O edema pulmonar, seja qual for o tipo, caracteristicamente se manifesta como opacidades alveolares bilaterais simétricas envolvendo os quatro quadrantes, existe uma demarcação bastante precisa entre a área central de edema pulmonar e a periferia do pulmão, produzindo um padrão característico em “asa de morcego” ou “borboleta”. Este padrão é mais típico do edema pulmonar cardiogênico que do edema pulmonar não cardiogênico. De forma menos frequente, o edema é acentuadamente assimétrico ou totalmente unilateral. O edema pulmonar assimétrico pode ocorrer em um paciente que permanece deitado sobre o lado envolvido, à medida que o edema se desenvolve, ou pode resultar de atenuação (enfisema) nas regiões mais radiotransparentes do pulmão. Por outro lado, é impossível determinar o que leva à assimetria em alguns casos e à unilateralidade em outros. Os aspectos auxiliares que podem ser visualizados de modo rotineiro em uma radiografia torácica anteroposterior obtida com aparelho de raio x portátil podem ajudar a diferenciar o edema pulmonar cardiogênico do não cardiogênico. -Abordagem do paciente com edema pulmonar cardiogênico: O edema pulmonar cardiogênico tipicamente ocorre em pacientes com cardiopatia comprovada ou em pacientes que tenham sofrido algum evento cardíaco agudo. Os pacientes podem apresentar sinais clínicos de congestão, incluindo dispneia, edema, estertores e distensão venosa jugular. pode resultar de disfunção sistólica ou diastólica do ventrículo esquerdo, doença da valva mitral, hipervolemia associada à função cardíaca esquerda normal (como poderia ocorrer em um paciente com insuficiência renal) ou obstrução venosa pulmonar. A causa mais comum é a disfunção ventricular esquerda. O oxigênio suplementar deve ser fornecido por máscara ou cânula nasal. Se a hipoxemia não puder ser corrigida com o estabelecimento de taxas de fluxo de oxigênio máximas e com o uso de bolsas- reservatório, a ventilação mecânica com máscara20 ou a intubação endotraqueal serão necessárias. -Abordagem do paciente com edema pulmonar não cardiogênico (SARA): caracterizada por uma lesão endotelial pulmonar difusa que leva ao desenvolvimento de edema pulmonar, como resultado do aumento da permeabilidade capilar à água, solutos e macromoléculas.O edema pulmonar visto em pacientes com SARA é caracterizado por uma concentração de proteína no líquido do edema maior do que aquela observada em pacientes com edema pulmonar cardiogênico. Em pacientes com SARA, esta concentração frequentemente corresponde a 80-90% da concentração plasmática de proteínas. Em adição, nos pacientes com SARA, a resposta inflamatória subjacente produz altos níveis de neutrófilos e seus respectivos produtos secretórios no lavado broncoalveolar (LBA). Esta característica distingue o edema não cardiogênico do edema cardiogênico.Muitos distúrbios clínicos estão associados ao desenvolvimento de SARAO risco de SARA pode estar aumentado em pacientes com história de consumo abusivo de álcoolou tabagismoou pode ser maior devido à presença de um baixo pH sérico ou de hipoproteinemiano momento da agressão. Os fatores genéticos também podem afetar a predisposição. -A patogênese da SARA é complexa e envolve: (1) lesão do epitélio e endotélio pulmonar, resultando em acúmulo de edema pulmonar rico em proteína; e (2) comprometimento da remoção do edema pulmonar e das células inflamatóriaO termo “dano alveolar difuso” descreve a sequência inespecífica e variável de alterações caracteristicamente observadas em pacientes com SARA.O agente ou processo causal geralmente não pode ser determinado com base no padrão histopatológico. Adicionalmente, pode haver resolução das anormalidades em qualquer ponto do curso clínico. O aspecto histológico do dano alveolar difuso varia durante o período entre o evento precipitante e a realização da biópsia/autópsia, progredindo na seguinte sequência de três fases: fase exsudativa, fase organizacional ou proliferativa subaguda e fase crônica. Uma biópsia obtida em qualquer estágio do desenvolvimento da SARA pode mostrar achados associados a múltiplas fases da evolução do padrão tecidual. A parte mais inicial da fase exsudativa aguda é caracterizada por edema intersticial e edema intra- alveolar, infiltração de neutrófilos, hemorragia e deposição de fibrina. Uma mistura de fibrina e debris celulares é depositada no espaço alveolar, para formar as chamadas membranas hialinas, que são proeminentes logo após a aquisição da lesão. A mudança das células do revestimento alveolar deixa uma membrana basal descoberta que exerce papel importante no processo subsequente de reparo ou fibrose. Um infiltrado intersticial de células inflamatórias posteriormente se torna mais pronunciado e persiste no decorrer de toda a fase proliferativa. O desnudamento da membrana basal causa proliferação de pneumócitos de tipo II, produzindo um padrão de hiperplasia nas células do revestimento alveolar. Em pacientes nos quais há resolução da síndrome, estas células proliferantes por fim se diferenciam em pneumócitos de tipo I, restaurando o lado epitelial da parede capilar alveolar e normalizando as trocas gasosas. A fase proliferativa da SARA é caracterizada por inflamação e proliferação de fibroblastos,a princípio no interstício. Os fibroblastos invadem os espaços alveolares através dos defeitos existentes na membrana basal, em um processo que produz regiões de fibrose intra-alveolar. Durante esta fase, as membranas hialinas desaparecem como resultado de fagocitose ou da organização envolvendo a incorporação do exsudato aos tampões intra-alveolares de fibroblastos proliferantes. A fase crônica da SARA é caracterizada por regiões de fibrose intensa, regiões focais de expansão excessiva e obliteração vascular pulmonar. Histologicamente, esta fase da doença pode ser similar à fibrose pulmonar idiopática. Contrastando com esta, todavia, a fase crônica da SARA pode melhorar com o tempo. Investigações extensivas têm levado a um conhecimento mais aprimorado dos mecanismos que levam à SARA. -A hipoxemia geralmente é mais grave na SARA do que no edema pulmonar cardiogênico porque a hipóxia da inundação alveolar, que ocorre antecipadamente na SARA, costuma ser mais grave do que no edema intersticial. -Diagnóstico: Na SARA, a troca gasosa é caracterizada inicialmente por uma hipoxemia refratária às concentrações crescentes de oxigênio inspirado, implicando a ocorrência de desvio intrapulmonar aumentado. O desvio intrapulmonar é primariamente uma consequência do enchimento alveolar difuso, colapso ou ambos, aliados à microatelectasia. Acredita- se que o colapso alveolar difuso seja causado por anomalias do surfactante, uma substância que normalmente ajuda a manter a distensão alveolar diminuindo a tensão superficial na interface ar-líquido do pulmão. Na SARA, a mecânica pulmonar é caracterizada primariamente por uma diminuição da complacência pulmonar (elasticidade pulmonar aumentada). Desta forma, elevadas pressões transpulmonares são requeridas para alcançar uma ventilação corrente normal. No início da SARA, quando o edema predomina, uma grande parte da pressão distensora necessária para inflar o pulmão é gasta com a abertura dos alvéolos em colapso. De fato, a complacência pulmonar (i.e., inclinação da curva de pressão-volume) pode estar dentro da faixa normal, se for medida depois que os alvéolos em colapso tiverem sido abertos. Entretanto, ocorre uma diminuição significativa da complacência à medida que o processo patológico evolui ou quando a fibrose alveolar se torna proeminente. Esta diminuição evidente pode ser causada pelo espessamento difuso da membrana alvéolo-capilar, como resultado de fibrose ou pela perda de um alto percentual de unidades alvéolo-capilares disponíveis para ventilação. Foi sugerido que, em pacientes com SARA, a mecânica pulmonar é melhor conceitualizada considerando o pulmão como sendo pequeno e não rígido, porque apenas algumas de suas partes estão envolvidas na troca gasosa. Embora os modelos experimentais que comparam a mecânica pulmonar no edema pulmonar não cardiogênico versus edema pulmonar cardiogênico mostrem que ambos os tipos de edema estão associados a aumentos do fluxo linfático e diminuição da complacência, o edema cardiogênico resulta em alterações mais significativas de resistência ao fluxo de ar, em comparação ao edema não cardiogênico. Em adição ao efeito sobre EM/VC, as alterações vasculares pulmonares que ocorrem na SARA resultam em aumento da resistência vascular pulmonar e hipertensão pulmonar. -Causas diversas de edema pulmonar: agressões neurológicas, exposição a altas altitudes, rápida reexpansão do pulmão em colapso, transplante de pulmão, obstrução de vias respiratórias superiores, fármacos, ressecação do pulmão. PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE -Quando os mecanismos de defesa pulmonares apresentam uma deficiência, mesmo que por um curto período, infecções das vias aéreas podem ocorrer. -A pneumonia é definida como um processo inflamatório produzido por um agente infeccioso que acomete bronquíolos e alvéolos. Os agentes infecciosos podem ser bactérias, fungos e vírus. A pneumonia que ocorre na comunidade ou em até 48hrs após uma internação é definida como pneumonia adquirida na comunidade, no entanto, os casos de pneumonia que ocorrem relacionados a hospitalização prévia em pronto-atendimento por mais de 2 dias nos 90 dias anteriores ao quadro de pneumonia, ou provenientes de asilos ou casas de saúde; ou que receberam antibióticos por via endovenosa ou quimioterapia ou tratamento de escaras nos 30 dias anteriores à doença ou aqueles que fazem diálises ambulatoriais como pneumonia associada a cuidados de saúde e não mais como pneumonia adquirida na comunidade. -Patogênese: a maior parte dos patógenos alcançam as vias aéreas inferiores por aspiração da orofaringe, a aspiração está limitada pelo reflexo de fechamento da glote, há uma eficácia reduzida em casos de disfagia, redução do nível de consciência, disfunção mecânica do esfíncter inferior do esôfago (ex. presença de sonda), disfunção da laringe, outros. A via inalatória é a outra forma mais encontrada de contaminação, somente partículas <5u alcançam os alvéolos. A via hematogênica é a mais utilizada nos casos de pneumonias por estafilococos. O agente agressor também pode atingir o pulmão por contiguidade, porém essa forma é pouco encontrada. Pode ocorrer ainda a reativação local, aonde pacientes imunodeprimidos, especialmente com redução da imunidade celular, deve- se considerar a possibilidade de reativação local de um patógeno quiescente. O sistema sentinela de defesa inicia por intermédio dos macrófagos alveolares, sendo a resposta inflamatória a infecção então ativada e o agente infeccioso destruído. Quando esse balanço entre o agente agressor e a resposta inflamatória se encontra danificado, ocorre a multiplicação do agente a uma resposta inflamatória anormal, responsável pelo quadro clínico da pneumonia. -Etiologia: o patógeno mais frequente é o Streptococcus pneumoniae (pneumococo), além de Mycoplasma pneumoniae, Haemophylus influenzar, Chlamydophila pneumoniae, Legionella sp., Gram-negativos, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, anaeróbios e vírus respiratórios. -Fatores de risco: alcoolismo, tabagismo, imunossupressão, hospitalização e idade são fatores independentes de risco. A presença de comorbidades como a insuficiência cardíaca, demência senil, DPOC e dça cerebrovascular são relacionadas a pneumonia por pneumococo. -Diagnóstico da PAC: Quadro clínico – semelhante a qualquer infecção do trato respiratório inferior. Confirmação deve ser realizada com radiografia de tórax. Tosse com ou sem expectoração, dispneia e dor torácica, sintomas gerais como fadiga, redução do apetite, sudorese e calafrios e com menor frequência sintomas extrapulmonares como cefaleia, mialgia, artralgia e gastrintestinais podem ocorrer. A maioria dos pacientes apresentam febre e alterações localizadas de ausculta como estertores, e menos de 30% apresentam sinais compatíveis com consolidação do parênquima pulmonar. Nenhum sinal ou sintoma isolado, sugestivo de infecção do trato respiratório inferior, tem boa acurácia para predizer pneumonia. Diagnóstico por imagem – Rx com projeções posteroanterior e perfil devem ser obtidas. O achado de alteração não conhecida anteriormente, como um infiltrado intersticial, consolidação segmentar ou lobar, confirma o diagnóstico. Derrames pleurais significativos devem ser puncionados. TC é indicada quando houver dúvidas sobre a presença de infiltrado pneumônico, para a detecção de complicações e na suspeita de neoplasias. USG tem mostrado ser de valor naidentificação de atelectasia e derrame pleural, facilitando a realização de toracocentese em casos de loculações. Em casos de PAC internados e UTI ou sob ventilação mecânica, o uso da US de tórax tem indicação na diferenciação de derrame pleural e atelectasia. -A hipoxemia é um sinal de gravidade, modificando a condução do tratamento. -Marcadores do processo inflamatório: Ptn C reativa, procalcitonina. -Diagnóstico etiológico – deve ser iniciada de acordo com a gravidade, os fatores epidemiológicos de risco e a resposta ao tratamento. Não se deve retardar a instituição da terapia aguardando o diagnóstico etiológico. É recomendado apenas nos quadros mais graves, situações especiais e/ou de fracasso terapêutico. -Mecanismos de defesa do trato respiratório: fechamento de glote, tosse, muco brônquico, atividade ciliar do epitélio respiratório, fatores humorais presentes no muco, macrófagos e imunoglobulinas alveolares. FIBROSE CÍSTICA -Doença genética, multissistêmica, autossômica recessiva causada por mutações em um gene localizado no braço longo do cromossomo 7, responsável pela codificação da proteína reguladora da condutância transmembrana da FC. -Diagnóstico: depende da presença de pelo menos um achado fenotípico, história familiar de FC ou triagem neonatal positiva, associado à evidência laboratorial de disfunção da CFTR, determinada pelo teste do suor ou diferença de potencial nasal, associado à identificação de duas mutações gênicas conhecidas como causa de FC. Os achados incluem: doença sinusopulmonar crônica, manifestada por tosse e expectoração crônica, colonização/ infecção crônica com patógenos típicos de FC, alterações radiológicas, pólipos nasais e sinusite crônica; anormalidades gastrintestinais e nutricionais, incluindo insuficiência pancreática ou pancreatite recorrente, íleo meconial ou síndrome da obstrução intestinal distal, prejuízo de desenvolvimento ou desnutrição crônica e evidência de cirrose biliar focal; anormalidade urogenital masculina, resultando em azoospermia obstrutiva. Teste do suor – padrão ouro. É feito através da iontoforese quantitativa. Análise de mutações – tem alta especificidade, porém baixa sensibilidade. Diferença no potencial nasal O paciente adulto – Embora o diagnóstico de FC seja em geral feito na infância, a frequência do diagnóstico na vida adulta tem aumentado, esses pacientes costumam apresentar formas não clássicas de FC. Eles manifestam doença respiratória crônica, porém de menor gravidade, com menor incidência de infecção por P. aeruginosa e com frequência de insuficiência pancreática do que os pacientes diagnosticados na infância. Outro fator que contribui para a dificuldade diagnóstica é que uma considerável parcela desses pacientes apresenta teste do suor normal ou limítrofe. -Tratamento: Baseado no tratamento sintomático e na correção das disfunções orgânicas. A FC é uma doença multissistêmica mas o envolvimento pulmonar é a causa principal de morbidade e mortalidade. O regime terapêutico padrão inclui: antibioticoterapia, higiene das vias aéreas e exercício, agentes mucolíticos, broncodilatadores, agentes anti-inflamatórios, suporte nutricional, suplementação de O2. -Abordagem das manifestações extrapulmonares: portadores com o fenótipo de insuficiência pancreática exócrina devem receber suplementação de enzimas pancreáticas nas refeições e lanches. VASCULITES PULMONARES E HEMORRAGIA PULMONAR -As vasculites pulmonares primarias se caracterizam pela inflamação dos vasos pulmonares na ausência de doença reumatológica e/ou neoplásica diagnosticada e/ou de exposição ambiental e/ou drogas, quando então, passam a ser classificadas como secundárias. O processo inflamatório característico das vasculites pode acometer as artérias e veias de grande, médio e pequeno calibres, assim como os capilares pulmonares. Assim, de acordo com o vaso acometido, o grau de acometimento e o tipo de lesão histológica apresentada, será caracterizado o tipo de vasculite pulmonar. -Os sinais e sintomas apresentados pelos pacientes são consequentes a isquemia e/ou sangramento do território pulmonar acometido. A isquemia será decorrente da inflamação da parede dos vasos pulmonares e subsequente diminuição de sua luz e hipoperfusão do tecido adjacente; e o sangramento, consequente à ruptura da parede dos vasos acometidos e/ou dos aneurismas formados após o processo de reparação e/ou, ainda, à capilarite pulmonar. -Diagnóstico: deverá ser suspeitado nos pacientes com hemoptise e/ou sangramento alveolar e naqueles que apresentam nodulações e/ou opacidades pulmonares múltiplas, especialmente quando escavadas e/ou justapleurais e principalmente quando acompanhadas de doença sistêmica. Deverá ser solicitada a radiografia de tórax, frente e perfil, para identificação dos nódulos e opacidade ou do infiltrado interstício-alveolar bilateral característico da hemorragia alveolar. A angiotomografia de tórax deverá ser solicitada para estudo da árvore vascular pulmonar e para melhor caracterização do parênquima pulmonar. A angiografia pulmonar deverá ser solicitada apenas na suspeita de aneurismas e a arteriografia brônquica, nos casos de hemoptise recidivante em que se opte por embolização de ramos das artérias brônquicas responsáveis pelo sangramento. -Diante de suspeita clínica solicitar hemograma (verificar eosinofilia característica da síndrome de Churg-Strauss e leucocitose e plaquetose presentes na granulomatose de Wegner e VHS, geralmente bastante elevadas nas vasculites. O anticorpo anticitoplasma (ANCA) de neutrófilos deverá ser solicitado, pois se positivo, corroborá o diagnóstico de vasculite. Sinais e sintomas sistêmicos: Cutâneo – púrpura, e/ou lesões necróticas predominando nas extremidades, especialmente MMII. SNP – neuropatia periférica é comum, principalmente na Churg-Strauss. Trato urinário – sempre deverá ser solicitado sedimento urinário. Seios da face – deverão ser feitos raio-x ou TC para se verificar o acometimento desses, principalmente na GW. Olhos – fundoscopia deve ser realizada. Ouvidos e mastoide – verificar acometimento da orelha média. Abdome – realizar US de abdome para verificação de fígado, baço e rins. SNC – TC e RNM cerebral. SCV – realizar ECG -Para avaliação do sistema respiratório deverá inicialmente ser solicitada Rx de tórax e, após, TC de tórax para avaliação pulmonar. Sempre deverá ser solicitada broncoscopia para avaliação da árvore brônquica. -Granulomatose de wegner: doença sistêmica caracterizada por vasculite necrosante granulomatosa, com acometimento preferencial das vias aéreas superiores e inferiores e pulmões, além de glomerulonefrite e graus variados de vasculite sistêmica. Apresentam maior frequência em indivíduos na quinta década de vida, atingindo igualmente homens e mulheres. A vasculite de pequenas e médias artérias caracteriza-se por uma inflamação granulomatosa necrosante do trato respiratório superior e inferior e glomerulonefrite necrosante focal ou segmentar. Na maioria dos casos há envolvimento pulmonar e de vias aéreas superiores, com história de infecções de repetição e presença de nariz em sela. O acometimento renal pode ser verificado com a evolução da doença. Pode haver acometimento cutâneo, musculoesquelético e ocular. Laboratorialmente a análise de sedimento urinário indica lesão renal associada. Fator reumatoide pode estar positivo. Apesar de menor sensibilidade,biopsias de lesões cutâneas e de vias aéreas superiores devem preceder a pulmonar, por serem menos invasivas. Os achados radiológicos mais frequentes são infiltrados pulmonares e nódulos. Áreas de consolidação e vidro fosco podem ser vistas, seguindo diversos padrões, entre eles consolidação com distribuição peribrônquica, consolidação focal sem ou com cavitação, bandas parenquimatosas e áreas de consolidação periférica mimetizando infartos pulmonares e áreas de vidro fosco difusas e bilaterais, em geral representando hemorragia alveolar. -Síndrome de Churg-Strauss: Autoimune de etiologia indeterminada, de diagnóstico difícil. Prevalência pode ser subestimada. Pelo menos quatro dos seis critérios devem estar presentes para o diagnóstico dessa síndrome – asma grave a moderada, eosinofilia periférica, mono ou polineuropatia, infiltrados pulmonares transitórios, comprometimento dos seios paranasais e exame anatomopatológico obtido de biopsia. -A história natural dessa doença se divide em três fases: a primeira, mais longa e prodrômica, cursa com asma e sinais e sintomas prévios de rinite e sinusite; a fase eosinofílica pode manifestar em anos, sendo marcada por eosinofilia periférica e infiltrados eosinofílicos teciduais semelhantes à síndrome de Loffler ou pneumonia eosinofílica crônica, e a fase vasculítica pode ser grave, aumentando muito a morbimortalidade dos pacientes. -Há preferência pelos sistemas nervoso, respiratório e pele. Depois dos pulmões, o coração é o local mais acometido, por isso, o tratamento deve ser prontamente instituído para se evitar IAM seguido de falência cardíaca refratária. Parestesia dolorosa e lesões de pele eritematosas e nodulares podem ocorrer. -Inicialmente a maioria dos casos apresentam sintomas respiratórios, com asma acentuada e de início tardio, sendo passado de atopia um achado frequente. As manifestações radiológicas são muito variáveis, infiltrados pulmonares antecedem vasculite sistêmica em 40% dos casos. As consolidações algodonosas periféricas, multifocais e bilaterais foram os achados mais comuns. Na TC: infiltrado intersticial algodonoso difuso em vidro fosco com nódulos centrolobulares. A diferenciação tomográfica com pneumonia eosinofílica crônica é a existência de consolidação homogênea periférica, contra consolidação de distribuição lobular com frequente associação a nódulos centrolobulares e opacidades em vidro fosco. Vasculites pulmonares mais raras -Poliangeíte microscópica: vasculite necrosante que afeta os pequenos vasos. Caracteriza-se pela escassez ou ausência de depósitos de imunocomplexos. Os achados mais frequentes incluem: glomerulonefrite, hemorragia alveolar, mononeurite multiplex e febre. Os pacientes afetados apresentam tipicamente o sedimento urinário alterado. A apresentação pode ser aguda e grave. -Arterite de Takayasu: inflamação granulomatosa que afeta a aorta e seus ramos maiores, assim como as artérias pulmonares. Os sintomas isquêmicos apresentados pelos pacientes são relacionados com a localização da lesão e o grau de estreitamento do vaso acometido e da circulação colateral desenvolvida. Uma associação imunológica pode acontecer. A destruição da lâmina elástica e da camada muscular pode levar à formação de aneurismas, e a proliferação da camada íntima dos vãos, a lesões estenóticas arteriais. As manifestações clínicas incluem fadiga, perda de peso e febre baixa na fase inicial ou precoce da doença. Com o passar do tempo, os sinais de envolvimento vascular vão se tornando evidentes devido à dilatação, estreitamento ou oclusão dos ramos proximais e distais da aorta. Acometimento da artéria subclávia é comum (pct apresenta síncopes). Em casos mais graves as lesões vasculares podem causar úlceras e gangrena. -Ao exame físico é comum encontrarmos pressão arterial reduzida em um ou ambos os braços, assim como os pulsos palpáveis diminuídos e/ou assimétricos. Sopros são frequentemente audíveis e insuficiência aórtica ocorre em muitos casos. A arteriografia da aorta e de seus ramos é essecial para o diagnóstico. RNM é o mais utilizado atualmente. -Síndrome de Behçet: Doença inflamatória crônica, recorrente e caracterizada pela presença de aftas orais e genitais dolorosas, uveíte, artrite, lesões cutâneas, vasculares e de SNC. As aftas orais costumam ser dolorosas e recorrentes, úlceras genitais acontecem na maioria dos casos, assim como lesões cutâneas acneiformes, nódulos, eritema nodoso, tromboflebite superficial, pioderma gangrenosum e púrpura palpável. Uveite pode ocorrer. Diagnóstico deve ser feito rapidamente com auxílio da angiografia, e o tratamento cirúrgico e/ou clínico deverá ser imediatamente iniciado. Os pacientes com síndrome de Behçet tem 14 vezes mais chances de manifestar fenômenos trombóticos em comparação com grupo controle. Metade dos pacientes apresentam artrite. Eles também apresentam proteinúria e hematúria. -Os critérios diagnósticos incluem aftas orais e genitais recorrentes (3x em 1 ano), uveíte, lesões de pele e um teste de patergismo positivo. -Púrpura de Henoch-Schonlein: afeta principalmente crianças antes dos 8 anos de idade. Dois terços dos pacientes relatam história de infecção respiratória precedendo o diagnóstico de vasculite. As quatro manifestações principais da púrpura são: púrpura palpável, artrite, acometimento do trato gastrointestinal e glomerulonefrite. A presença de vasculite cutânea com purpura e/ou petéquias palpáveis é característica dessa doença. É caracterizada pelo depósito de imunocomplexos contendo IgA nos tecidos acometidos. -As manifestações incluem rash cutâneo, artralgias, dor abdominal e doença renal. SNC e pulmões também podem ser acometidos. Prognóstico é bom. -Hemorragia alveolar: designa o sangramento proveniente da microvasculatura pulmonar, muitas vezes decorrente de lesão envolvendo a membrana alveolocapilar. Deve ser diferenciada de sangramentos provenientes de vias aéreas mais altas. Esses sangramentos são originados da circulação brônquica e, em sua maioria, apresentam-se como hemoptise maciça. Histologicamente pode se apresentar em três padrões diferentes: capilarite, dano alveolar difuso, hemorragia leve, que correspondem ao tipo de doença de base responsável pelo sangramento. -Pode ocorrer de forma abrupta, insidiosa ou recorrente. A tríade de sinais e sintomas principais é composta por dispneia, hipoxemia e anemia, sendo também comum a ocorrência de febre e dor torácica, tosse e aumento do gradiente alveoloarterial de oxigênio. -Diagnóstico: radiograficamente os achados são bem inespecíficos, sendo a TC de tórax superior a radiografia simples. A avaliação laboratorial tem como objetivos confirmar ou excluir o diagnóstico de HA, estimar a gravidade do sangramento, diagnosticar distúrbios associados e, colaborar para a confirmação do diagnóstico etiológico, que será fundamental no tratamento. HIPERTENSÃO PULMONAR -Hipertensão pulmonar é caracterizada pela elevação da pressão sanguínea nos vasos pulmonares. Se o aumento da pressão sanguínea nos pulmões é devido ao estreitamento das artérias pulmonares, temos a hipertensão arterial pulmonar (HAP). Quando a pressão dentro dos vasos pulmonares está muito alta, o coração direito necessita bombear o sangue com mais força para dentro dos pulmões para oxigenar o sangue. Este processo pode levar à falência do lado direito do coração. Pacientes com esclerose sistêmica (ES) apresentam risco aumentado de desenvolver HAPpor diversos mecanismos. Freqüentemente, pacientes com ES apresentam múltiplas causas para a sua HAP. -Pacientes com ES limitada (antigamente conhecidos como síndrome CREST) são mais propensos a desenvolver HAP que os pacientes com ES difusa. Não é conhecida a causa da HAP neste grupo de pacientes. Pode ser o mesmo processo que causa dano nos pequenos vasos sanguíneos da circulação sistêmica. As células endoteliais (que formam a camada interna dos vasos sanguíneos) tornam-se lesadas e permitem que várias substâncias atravessem as paredes dos vasos sanguíneos. A musculatura responsável pela contração da parede dos vasos sanguíneos se torna hipertrofiada e estreita ainda mais o lúmen vascular. -Outros pacientes esclerodérmicos apresentam HAP por consequência de fibrose pulmonar. Esta reduz os níveis de oxigenação do sangue, causando um aumento reflexo da pressão nas artérias pulmonares. -Pode ser HAP idiopática, HAP hereditária, HAP associada, nos casos de causas identificáveis. -Drogas podem desencadear a HAP associada, as principais delas são: aminorex, fenfluramina, óleo de canola tóxico. -Sintomas: Pacientes com HP leve podem não apresentar sintomas. Pacientes com HP moderada ou grave geralmente se queixam de “respiração curta” (falta de ar), especialmente após exercícios. Pacientes também podem apresentar dores torácicas atípicas e sintomas de insuficiência cardíaca direita (como piora da falta de ar, associada a inchaço nos pés, no abdome e nas veias do pescoço). Outras queixas citadas pelos pacientes são tosse, leve dor de cabeça ou desmaios, palpitações e sudorese difusa. -Diagnóstico: Num paciente com esclerose sistêmica, o aparecimento de falta de ar sem uma explicação deve levar a considerar a presença da hipertensão pulmonar. Uma suspeita laboratorial de que o paciente esteja desenvolvendo HAP é representada pela redução da capacidade de difusão de CO no teste de função pulmonar. A capacidade de difusão mede a habilidade do gás em mover-se pelo ar, atravessando os tecidos pulmonares e vasos sanguíneos, para dentro da circulação. Na ausência de doença intersticial pulmonar, se a capacidade de difusão de CO estiver abaixo de 50% do valor predito, é um sinal de que a HP deve estar presente. O teste mais utilizado para diagnosticar a HP é o ecocardiograma. Ele pode estimar a pressão na artéria pulmonar de maneira correta na maioria dos pacientes, de uma forma não invasiva. -O médico pode requisitar um cateterismo cardíaco para medir exatamente a pressão nas artérias pulmonares. Este teste invasivo é realizado para medir de maneira mais acurada a pressão nos vasos sanguíneos pulmonares; para acessar o fluxo sanguíneo gerado pelo coração (chamado débito cardíaco); para excluir outras causas de HAP; para aferir a função do lado esquerdo do coração; e também para avaliar a resposta do paciente à terapia vasodilatadora. Os resultados do cateterismo cardíaco podem alterar a prescrição do paciente. -Um teste de exercício, conhecido como teste de caminhada de 6 minutos, é bastante útil para avaliar a capacidade do paciente com HP de realizar exercícios. A classe funcional de cada paciente será baseada na tolerância aos exercícios e/ou atividades, variando da classe I (leve) à classe IV (mais grave). -Tratamento: Oxigenioterapia intermitente, anticoagulação e diuréticos fazem parte importante do tratamento da HAP. Caso o nível de oxigenação do sangue no repouso, no exercício, ou durante o sono seja baixo, oxigenioterapia domiciliar deve ser prescrita. A decisão de anticoagular o paciente é decidida individualmente pelo médico e pelo paciente, baseado no potencial risco de sangramento. Bloqueadores de canais do cálcio (como nifedipina, diltiazem, ou amlodipina) pode ajudar um grupo de pacientes. Este tratamento apresenta sucesso numa minoria de pacientes com HAP na esclerose sistêmica. SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA DO APARELHO RESPIRATÓRIO Anamnese - Identificação: # Idade: malformações: atresia do esôfago e fístulas pneumonias aspirativas; cistos pulmonare congênitos, pneumotórax, pneumomediastino, agenesia lobar congênita. CRIANÇA: sarampo, coqueluche e tuberculose primária. ENTRE 6 E 12 MESES: bronquiolite. DESDE O NASCIMENTO: fibrose cística (mucoviscidose): manifesta-se por sintomas digestivos: íleo meconial, má absorção, diarreia e prolapso retal. 40-60 ANOS: bronquite crônica, enfisema e o carcinoma brônquico. # Sexo: + M: doenças pulmonares parenquimatosas difusas associadas às doenças do tecido conjuntivo (lúpus, artrite reumatoide) e sarcoidose. APENAS M: linfangioleiomiomatose. + H: pneumoconioses (+ exposição laboral), doenças relacionadas ao tabaco (H fumam mais... DPOC e CA de pulmão), tuberculose, criptococose e paracoccidioidomicose. # Cor da pele: NEGROS: tuberculose e sarcoidose. BRANCOS: colagenoses. # Procedência, profissão e ocupação: PAÍSES + INDUSTRILIZADOS: pneumoconioses. Ocupação atual e anteriores? Material com o qual paciente lida? Atividade ao ar livre ou em ambiente fechado? Dirige veículo motorizado? Serve a uma pedreira? Transporte de material de demolição com asbesto? Garimpo de sílica silicose? Histoplasmose (indivíduos que lidam com galináceos/com pássaros ou que visitaram grutas)? Ornitoses (contato com aves)? Alveolites/fibrose intersticial (spray de cabeleireiros)? - Antecedentes pessoais e familiares: # Infecções pulmonares graves e extensas em: infância/juventude - reservas respiratórias futuras (por proliferação de tecido cicatricial = fibrose pulmonar). # Sarampo e coqueluche desorganização tecidual broncopulmonar propensão a bronquiectasias. # Traumas pneumotórax, hemotórax, hérnias diafragmáticas. # Passado com episódios de: alergias, eczemas, desidrose, dermatite seborreica e conjuntivite primaveril rinite alérgica, bronquite, asma e edema angioneurótico. # Diabéticos: vulneráveis às infecções com formas clínicas que fogem aos padrões clássicos de localização (principalmente à tuberculose em bases). # Corticoides, imunodepressores e antibióticos prescritos indiscriminadamente e em grandes doses agentes oportunistas. # Bronquiectasias preexistentes ou aspiração de corpos estranhos radiotransparentes (invisíveis ao RX) pneumonias de repetição. - Doeças prévias, medicações em uso e imunizações: # Rinite alérgica, conjuntivite alérgica sazonal e dermatite atópica (doenças alérgicas das vias respiratórias superiores, olhos e pele, respectivamente) asma (doença alérgica dos brônquios). # Agentes oportunistas doenças infecciosas em: AIDS/leucemias/linfomas/transplantados. # Medicamentos em uso doença atual do indivíduo (por efeitos colaterais/pneumopatia induzida por fármaco). Exemplos: amiodarona pneumonite intersticial crônica, pneumonia organizante e opacidade pulmonar solitária; inibidores da enzima conversora da angio II tosse; betabloqueadores não seletivos broncospasmo em portadores de doenças pulmonares obstrutivas (asma, DPOC); anti-inflamatórios não esteroidais pneumonia de hipersensibilidade; metotrexato pneumonite; antibióticos (penicilinas, cefalosporinas, sulfas, antimaláricos, eritromicina, antituberculosos e nitrofurantoína) reação de hipersensibilidade (manifestada por: infiltrados pulmonares, febre, tosse, dispneia e eosinofilia no sangue e no lavado broncoalveolar). - Hábitos de vida: # Tabagismo bronquite, asma, enfisema e carcinoma brônquico. # Etilismo pneumonias (como as causadaspela Klebsiella). # Superdose de heroína edema pulmonar. - Interrogatório sintomatológico: # Indica se é doença primária pulmonar ou se o pulmão é “espelho” de doença sistêmica. # Exemplos: - Sinusite e cefaleia bronquite crônica; - Sinubronquite, rinite crônica e conjuntivite asma alérgica; - Dores articulares, alopecia, despigmentação e eritema nodoso colagenoses ou sarcoidose; - Hematúria e proteinúria granulomatose de Wegener; - Hemoptise e glomerulonefrite síndrome de Goodpasture; - Baqueteamento digital supurações pulmonares crônicas não tuberculosas; - IC edema pulmonar; - Bronquite crônica e enfisema levando cor pulmonale; - Neoplasia ovariana, ascite e derrame pleural síndrome de Meigs; - Perda de peso, sudorese noturna e febre tuberculose ou doença de Hodgkin; - Distúrbios nervosos com perda da consciência pneumonias aspirativas. - Sinais e Sintomas: dor torácica, tosse, expectoração, hemoptise, vômica, dispneia, sibilância, rouquidão e cornagem. # Dor torácica: - Ocorre por: isquemia do miocárdio (há angina pectoris por IAM), pleurites, alterações musculoesqueléticas, disfunções esofagianas e afecções pericárdicas. - Parênquima pulmonar, vias respiratórias e pleura visceral, embora ricamente inervados por fibras do SN, não transmitem sensações dolorosas para o cérebro. - Há quimiorreceptores em: pele, tecido celular subcutâneo, mm., aponeuroses e tendões que, estimulados, geram dor, pois há liberação local de bradicininas (surgem em: inflamação, isquemia, traumatismo, necrose, compressão e estiramento). - PLEURITES OU PLEURISIAS dor torácica (aguda, intensa e em pontada = "dor pleurítica”, com pequena e bem delimitada extensão: delimitável com a polpa de um dedo, sem irradiação, intensificada com tosse e com movimentos torácicos - o que faz o paciente reprimi-los) + tosse seca de alto timbre, febre e dispneia. Se dor desaparece e dispneia surge = derrame instalou- se. - DOR EM PNEUMONIAS ALVELOARES (BACTERIANAS): igual à das pleurites, pois tais pneumonias iniciam-se na periferia dos lobos, que está em contato com a pleura parietal. - DOR NO PNEUMOTÓRAX ESPONTÂNEO BENIGNO DOS JOVENS: súbita, aguda e intensa, comparável a uma punhalada, acompanhada de dispneia, sem febre associada, estando o paciente comumente em plena saúde. - DOR NO INFARTO PULMONAR CORTICAL, PARIETAL OU DIAFRAGMÁTICO: parecida com a com a das pleurites e com a das pneumonias. Concomitância de doença emboligênica (TVP e trombose intracavitária) até então não identificada contribui muito para o diagnóstico de infarto pulmonar. - DOR DE VIROSES RESPIRATÓRIAS: difusa (“desconforto”), com localização retroesternal, acentuada pela tosse (que é seca). # Tosse: + significativo e frequente sintoma respiratório - Consiste em: inspiração rápida e profunda fechamento da glote contração dos mm. expiratórios (principalmente diafragma) abertura súbita da glote expiração forçada. - RESULTA DE: estímulo de receptores da mucosa das vias respiratórias. Estímulos são: inflamatórios (hiperemia/edema/secreções/ulcerações), mecânicos (poeira/corpo estranho/+ ou - pressão pleural em: derrames/atelectasias), químicos (gases irritantes) ou térmicos (frio/calor excessivos). - AGUDA (< 3 semanas), SUBAGUDA (entre 3 e 8 semanas) ou CRÔNICA (> 8 semanas). - Frequência, intensidade, tonalidade, expectoração/não, relações com decúbito, período do dia em que é + intensa. - PRODUTIVA/ÚMIDA (acompanhada de secreção, não devendo ser combatida) ou SECA (inútil, causando apenas irritação das vias respiratórias). # Expectoração: - Volume, cor, odor, transparência e consistência. - M e crianças: deglutem expectoração. - CARACTERÍSTICAS E COMPOSIÇÃO DO ESCARRO: seroso (água, eletrólitos, proteínas, pobreza celular... edema pulmonar, sendo rico em espuma); mucoide (água, proteínas, mucoproteínas, eletrólitos, pobreza celular... asma, lembra clara de ovo); purulento (piócitos, celularidade alta... infecções); hemoptoico ("rajas de sangue''). # Hemoptise: eliminação de sangue pela boca, passando através da glote. - Devidas a hemorragias brônquicas ou alveolares. - BRÔNQUICAS: ruptura de vasos previamente sãos (como no carcinoma brônquico) ou de vasos anormais dilatados neoformados (como em: bronquiectasias e tuberculose). ALVEOLARES: ruptura de capilares ou transudação de sangue sem solução de continuidade endotelial. - CIRCULAÇÕES PULMONARES: sistêmica e pulmonar. SISTÊMICA: faz parte do sistema aórtico, é de alta pressão = artérias brônquicas. HEMOPTISE DAS ARTÉRIAS BRÔNQUICAS: maciças, sangue recente/não, saturado/não, com/sem catarro... bronquiectasias, estenose mitral e fístulas arteriovenosas. PULMONAR: menor pressão = ramos da artéria pulmonar. HEMOPTISE DE RAMOS DA ARTÉRIA PULMONAR: - volume... pneumonias, broncopneumonias, abscessos e tromboembolismo. - CAUSA: bronquiectasias (maior número dos casos) e tuberculose (em certos locais). - PROGNÓSTICO: não é definido pelo volume de sangue eliminado... pequenas hemoptises broncospasmo grave. - HEMOPTISES MACIÇAS (+ de 600 ml/24 h) choque/asfixia por tamponamento traqueal por coágulos. - ADUTOS COM HEMOPTISES FREQUENTES: provavelmente possuem: fibroses residuais (por tuberculose prévia curada), cavernas saneadas habitadas por Aspergillus, bronquiectasias (comuns em bronquíticos crônicos). - GRAVE: surge pela primeira vez H adulto, grande fumante por muitos anos (CA brônquico?). - CAUSAS POR FAIXA ETÁRIA/LOCAL: infância = pneumonias bacterianas e corpos estranhos; jovens = tuberculose e estenose mitral; nosso meio = paracoccidioidomicose (sobretudo por sua grande associação à tuberculose). - AUSCULTA: possibilita determinar local de origem do sangue eliminado. # Vômica: - Eliminação + ou – brusca, pela glote, de muito pus/líquido de outra natureza. - Única ou fracionada, advinda de: tórax ou abdome. Comumente advém de abscessos/cistos (nem sempre do tórax) que drenam para os brônquios. - CAUSAS: abscesso pulmonar, empiema, mediastinites supuradas e abscesso subfrênico. # Dispneia: - É a dificuldade para respirar (paciente tendo/não consciência desse estado). - SUBJETIVA: só é percebida pelo paciente. OBJETIVA: acompanhada de manifestações evidenciadas pelo exame físico. - AOS GRANDES/MÉDIOS/PEQUENOS ESFORÇÕES: em relação às atividades físicas. - DE REPOUSO: ocorre até mesmo em repouso. - ORTOPNEIA: impede decúbito do paciente e o obriga a se sentar ou a ficar de pé para haver alívio. - TREPOPNEIA: em algum decúbito lateral. Comum em derrame pleural (deita-se sobre lado são). - PAROXÍSTICA NOTURNA: paciente tem seu sono interrompido por dispneia súbita senta-se ou se levanta procurando alívio. Comum em: ICE: durante sono, reabsorção do edema periférico hipervolemias sistêmica e pulmonar agravamento da congestão pulmonar. - PLATIPNEIA: dispneis surge/agrava-se com ortostase, especialmente em pé. Ocorre em pacientes com pericardite ou com presença de shunts D-E’s. - CAUSAS: - Atmosféricas: pouco 02 ou com baixa ppO2. - Obstrutivas: obstruções laríngeas (difteria, laringite estridulosa, estenose por tuberculose ou blastomicose e neoplasia), traqueais (bócio, neoplasias, aneurisma de aorta e adenomegalias mediastinais), brônquicas (neoplasias, adenomegalias, carcinoma brônquico) ou bronquiolares (asma e bronquiolites). - Parenquimatosas: afecções - área de hematose. Condensações
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