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PENAL I I- INTRODUÇÃO Fato social → ilícito jurídico → ilícito penal(matar alguém=reclusão),civil(sanção=multa civil), administrativo(sanção=advertência), eleitoral(sanção=perda do mandado), (…) Obs.: *caráter fragmentário do dir. Penal. Fragmentário: só fragmentos da realidade social. O direito penal não tem por objetivo tutelar todo tipo de bens jurídicos, somente os mais relevantes. *significa dizer que quando um fato social afeta gravemente interesses da sociedade e os outros ramos do direito se mostram insuficientes para fazer a pacificação social, esta deve ser tutelada pelo direito penal, tendo em vista que possui o mais grave mecanismo de controle formal pelo Estado. Dessa forma, o direito penal deve tutelar somente os bens jurídicos mais relevantes, deixando para os outros ramos aquilo que a sociedade atualmente não considera como mais importante. II- CONCEITO: Direito Penal é a disciplina que tem por objetivo o estudo do crime, bem como das formas de sanção penal. Regulando o jus puniende estatal. II.i - Características: a) Público: relação entre o Estado e o indivíduo. Porque regula basicamente uma relação entre o Estado e o causador do delito. b) Dever ser: O Direito Penal pertence a classe das ciências culturais. Deve-se ser feito um juízo de valor em contraposição ao juízo de realidade. Normativo: Tem por objetivo o estudo da norma positivada Valorativo: O D. P vai hierarquizar suas normas sempre no sentido de proteger bens jurídicos relevantes. Aquilo que não representar mais um valor fundamental deve ser retirado da esfera penal(Seletividade do direito penal). Obs.: Quem diz o que é valor fundamental? r. Os legisladores, que são os representantes da sociedade. e) Finalista: possui um fim especial de atuar em defesa da sociedade. Protegendo os bens jurídicos relevantes. f) Constitutivo: Por vezes possui conceitos próprios diferente dos outros ramos. Ex: o conceito de funcionário público(art. 327 CP), art. 150 § 4º CP. g) Sancionador: o D.P. não tem conceitos próprios, pega conceitos de outros ramos do direito. Na maioria das vezes aproveita conceitos dos outros ramos e cria um tipo penal(crime). O D.P é predominantemente Sancionador e excepcionalmente Constitutivo. h) Dogmático: Porque se fundamenta no direito positivo, baseado no método técnico-jurídico. → Missão: *proteger bens jurídicos; *conter a violência do estado; *Prevenção da vingança privada; *Servir de garantia a todos → Função: *Legítima: proteger bens jurídicos relevantes. *Ilegítima: - Promocional: usar o direito penal para promover determinadas leis, pois a população valorizam a ideia de repressão extrema. Ex: lei ambiental -Simbólica: falsa ideia de que aumentando a pena e criando novos tipos penais a criminalidade vai diminuir. Ex.: Lei dos crimes hediondos → Dir. Penal: Objetivo: é o conjunto das regras legisladas que disciplinam o crime e definem a pena. Subjetivo: Direito de punir do Estado. Comum: diz respeito ao órgãos da justiça comum. Especial: diz respeito aos órgãos das justiças especializadas Obs.: Dir. Pen. Comum: Justiça Estadual e Federal Dir. Pen. Especial: - Militar estadual e federal -Eleitoral Obs.: Justiça do trabalho? r- o juiz do trabalho não tem competência penal; a maior parte dos crimes é de competência da justiça federal. obs.: - Legislação Penal comum(código penal) e especial(são leis específicas criminais fora do CP) CÓDIGO PENAL BRASILEIRO( Dec-lei 2848/40) → Parte Geral: * Aplicação da lei penal *Causas extintivas de punibilidade → Parte Especial: * Crimes contra a vida *Crimes contra a administração pública. → Legislação penal especial: Lei dos Crimes Hediondos, Lei das Contravenções Penais, lei de combate as drogas, Lei maria da penha, Código de Trânsito Brasileiro, Código Eleitoral, Lei de Combate a Tortura, Lei de Execução Penal. → Relação do Dir. Penal com outros ramos do direito; - constitucional: pelo princípio da supremacia da constituição as normas penais deve nela enquadrar-se, além do que vários temas penais foram constitucionalizados. Ex: a questão da menoridade penal. - processo penal: realiza o direito penal. É a principal limitação ao direito de punir. O devido processo legal é a principal garantia em face da norma incriminadora. - Dir. Penal internacional: diz respeito as normas que tratam dos interesses entre dois ou mais países em seu território. Ex.: regras sobre extradição -Dir. Internacional penal: diz respeito ao combate as infrações universais que violam os direitos humanos e o direito internacional. Ex: os crimes de guerra, genocídio. - Dir. Civil: o crime pode ocasionar o direito a uma reparação civil, uma reparação indenizatória. -D. Empresarial(o direito penal tutela institutos como o cheque), Trabalho(quando tutela crimes contra a organização do trabalho), Tributário(quando tutela crimes contra a sonegação fiscal), Administrativo(crimes contra a administração pública), Execução penal(quando disciplina a vida do réu após a condenação), Medicina Legal(são conceitos médicos aplicados em matéria penal no intuito de elucidar crimes), Criminalística. FONTES DO DIREITO PENAL Origem da lei penal A) MATERIAL (produção) órgão → Estado: União(22, I, CF/88) Obs.: Lei complementar → autoriza → estados (competência suplementar – 22, p. Único, CF/88) B) FORMAL : (de conhecimento) I - F. Imediatas: Lei formal:(direta) norma geral, abstrata e impessoal emanada do poder legislativo. 1Obs.: Não é lei formal resolução, portaria, decretos. 2Obs.: F. imediatas: lei formal, as normas constitucionais e os tratados internacionais sobre os direitos humanos. 3Obs.: medida provisória: art. 62, § 1º, b, CF/88 II – F. Mediata( Indireta): Costumes(são regras de conduta praticadas com constância e uniformidade, que dá ideia de obrigatoriedade. Servem na interpretação da lei penal. Jamais revoga lei.), princípios gerais(são premissas éticas extraídas do ordenamento jurídico. Ex: Princípio Bagatelar), jurisprudência, doutrina. APLICAÇÃO DA LEI PENAL Princípio da legalidade (art. 1º, CP/5º, XXXIX, CF/88) “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal” Obs.: P. Legalidade(gênero) - P. Da Reserva Legal(espécie): exige-se lei formal para crime e para pena, exigência da lei. - p. Da Anterioridade(esp.): A lei tem que ser prévia e a pena prévia, exigência que a lei seja feita antes. I – Estado de Direito: dá uma ideia de submissão do Estado à lei formal. Tinha como objetivo dá segurança jurídica, no entanto não havia preocupação com o conteúdo social, ético dessa lei. Não se interpretava a lei. Segurança Jurídica -Código Napoleão(1804) -Escola de Kiel (Direito Penal Nazista) II - Estado Democrático de Direito: há uma preocupação com o conteúdo da lei, devendo haver adequação social. Em matéria penal a lei deve tutelar apenas bens jurídicos relevantes, sob pena de ferir o princípio da dignidade da pessoa humana, dentre outros trazidos pela Constituição. II- LIMITES DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: FORMAL: apenas lei do Congresso Nacional MATERIAL: Competência privativa da União. GARANTIAS IMPLÍCITAS: LEX Scripta (escrita e publicada no Diário Oficial da União) “ Populi (Deve ser efetivamente debatida pelo parlamento, nas suas respectivas comissões) “ Certa(lei penal deve ser taxativa, não pode ter um conteúdo vago e impreciso) “ Clara(a lei tem que ser compreensível a maior parte da população) “ Proporcionalis(tem que prever pena proporcional ao delito) “ Determinata(lei penal deve descrever fatos possíveis de comprovação em juízo) “ Stricta(deve ser interpretada restritivamente) “ Praevia(é igual ao princípio da anterioridade) Obs.: é proibida analogia in malam partem(para punir alguém). Abrangência: legalidade abrange crime, pena, processo(procedimento),execução. Sendo que na execução penal pode haver a chamada legalidade atenuada nas sanções leves e médias. NORMA PENAL Teoria de Binding: afirmava-se que o delinquente não infringia a lei, pelo contrário, a sua conduta realizava exatamente o que diz a lei. E assim fazendo, violava a norma implícita. Ex: Art. 121: “matar alguém”(lei) “Não matar”(norma) Lei: é uma regra feita pelo legislador que evidencia um comportamento que se quer proibir. A lei possui caráter descritivo. Norma: é mandamento de um comportamento, sendo que a lei incriminadora possui um caráter proibitivo. CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS PENAIS: A) INCRIMINADORA: descreve o crime e comina a pena . Possui uma peculiaridade por serem compostas em preceito primário(descreve a conduta que se quer punir) e secundário(comina a sanção penal). Art. 121 matar alguém(p. Primario) pena: 06 – 20 anos (p. Secundário) B) NÃO INCRIMINADORA: 1. PERMISSIVAS: são autorizativas. Tornam lícitas determinadas condutas tipificadas ou tornam impuníveis. Ex: menor de idade 2. EXPLICATIVAS: Esclarece o conteúdo de outras normas. Ex: Art. 33 do CP, arts. 5 e 6 do CP. III. CARACTERÍSTICAS: * Exclusividade: só a norma penal define crime e pena. * Imperatividade: é imposta de forma coercitiva a todos, é de observância obrigatória. * Generalidade: Possui efeito erga omnes * Anterioridade: aquele que definir o crime ou que ampliar o jus puniendi estatal deve estar em vigor antes do fato. * Impessoalidade: o legislador não pode criar uma norma para punir uma pessoa determinada. IV. NORMA PENAL EM BRANCO: são normas em que apenas o preceito secundário está descrito, sendo que o preceito primário exige complementação. Finalidade: algumas matérias exigem atividade legislativa mais simples. Ex: art. 33, lei nº 11343/01, art. 2º, VI, lei nº 15221/51 Obs.: Fere o princípio da legalidade? Majoritariamente não. TIPOS: a) Lei Penal em Branco Própria(em sentido estrito): o complemento não é dado pelo legislador. O complemento vem do Executivo(verdadeira LPBranco) b) LPB imprópria(em sentido amplo): o complemento é dado pelo legislador. Ex: 327 CP. b.1)Homovitelínia: complemento na mesma estrutura normativa, no mesmo código. Ex: 321.: 327 CP(norma penal explicativa) b.2)Heterovitelínea: complemento em outra estrutura normativa. Ex.: 236 CP → 1521 CC c) Lei Penal em Branco Invertida: o que precisa de complementação é o preceito secundário e o preceito primário está definido. Ex: lei n.º 2889/56 – genocídio Obs.: quando não existe o complemento da norma penal em branco? O fato é atípico. Obs1: Norma penal em branco é diferente de tipo penal aberto, pois o primeiro requer um complemento do executivo ou legislativo e o segundo, requer uma valoração(complemento) pelo aplicador do Direito. Ex: o que é ato obsceno? Depende dos costumes. CONCURSO OU CONFLITO APARENTE DE NORMAS I – Introdução: ocorre quando há dois ou mais artigos de lei vigentes aparentemente aplicáveis a mesma infração penal. REQUISITOS: *Unidade de fato(fato único) *Pluralidade de normas “aparente”(porque na prática, no caso concreto, o aplicador irá utilizar apenas uma norma) II- PRINCÍPIOS(critérios) a) Princípio da Especialidade: norma especial afasta a aplicação da norma geral. A norma especial possui todos os elementos da geral e mais as chamadas “especializadoras”. Ex: art. 121 (tipo fundamental) e 123(infanticídio), este último possui especializantes. Art. 121 (tipo fundamental) § 2º (tipo derivado). Obs.: aplica-se esse princípio entre o tipo fundamental e o tipo derivado(ora diminuem a gravidade, ora aumentam) Obs.: Verificação “in abstrato”: a verificação é da norma abstrata. Lembrando que esse delito “in abstrato” deve ter sido cometido no mesmo contexto fático, pois do contrário estaria caracterizado um concurso material de crimes. B) P. Da Subsidiariedade: ocorre quando num caso concreto, uma das normas em conflito pode ser considerada subsidiária da outra. Não ocorre especializantes, mas graus diversos de ataque ao bem jurídico. Norma primária: maior violação(mais grave) Norma secundária(soldado de reserva): menor violação ao bem jurídico. Obs.: o que é importante é o CASO CONCRETO. B.1) Expressa: quando a própria lei ressalta seu caráter subsidiário. Ex: art. 132, 307. B.2) Tácita: a lei nada diz, porém analisando o caso concreto verifica-se a subsidiariedade. Ex.: na tentativa de homicídio desqualifica-se para lesão corporal. P. Da Consunção ou Absorção: Fato mais amplo(mais grave) absorve fato menos amplo(menos grave), sendo que este é uma etapa para a realização do fato mais grave. Ex: invasão de domicílio + roubo da casa = responde pelo roubo. HIPÓTESES: - Crime Progressivo: Unidade do elemento subjetivo. O agente desde o início quer produzir um resultado mais grave, através de atos sucessivos numa crescente violação ao bem jurídico. - Crime Complexo: é resultada da fusão de dois ou mais crimes autônomos. Ex: Roubo + homicídio = Latrocínio. - Progressão Criminosa: Pluralidade no elemento subjetivo( Várias intenções). - Antefato impunível: é o fato menos grave anterior ao fato mais grave punível. - Pós-fato impunível: é quando o fato menos grave é posterior ao fato punível. P. Da Alternatividade(possui vários verbos): ocorre o conflito dentro da própria norma, é aplicado nos chamados tipos mistos alternativos. Ex: tráfico de drogas(art. 33 da lei nº 11.343) – exportar, vender, fabricar, etc., sendo que a prática de várias dessas ações contra uma única última caracteriza crime único. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL → Visa revelar o sentido da norma. → Hermenêutica – ciência da interpretação. → Exegese – atividade prática (caso concreto) de interpretar. I – ESPÉCIE A) Quanto as fontes: -AUTÊNTICA/LEGISLATIVA: feita pelo próprio legislador(editando uma lei). Art. 327 -DOUTRINÁRIA: feito pelos estudiosos do Direito. Influencia direitamente a elaboração de novas leis. -JURISPRUDÊNCIA: feito pelos órgãos do poder judiciário(não possui força vinculante). Jurisprudência são decisões reiteradas no mesmo sentido. E Sumula Vinculante(art. 103-A, CF/88) é a interpretação de efeito obrigatório, vincula também os órgãos da administração (nepotismo), não é lei. Obs.: Súmula – é cancelada e não revogada, não é lei. B) Quanto aos meios: - GRAMATICAL: leva em conta apenas o sentido literal do texto. Deve ser evitada isoladamente. - HISTÓRICA: leva em conta a origem dos institutos. - LÓGICA/SISTEMÁTICA: leva em conta a vontade da lei, atendendo a sua finalidade dentro do ordenamento jurídico. C) Quanto ao resultado: - DECLARATÓRIA: a perfeita correspondência entre a letra da lei e a vontade do legislador. - RESTRITIVA: a lei disse mais e o aplicador vai reduzir o significado. - EXTENSIVA: a lei disse menos e o aplicador aumenta(ampliar) o sentido. Ex: Art. 155 § 5º CP(furto); Bigamia. INTEGRAÇÃO PENAL → Método de preencher lacunas na lei(colmatação). ANALOGIA: cria norma penal onde não existia originariamente (situação semelhante). Quando não possui legislação a respeito, mas possui situação parecida. -Analogia in bonan partem: em benefício do réu. Obs.: Interpretação Analógica: quanto o legislador autoriza o aplicador ampliar após uma sequência casuística na lei. Ex: lei___ou,_____ou, ____ou. - Costumes: conduta reiteradas com convicção que obrigatoriedade. Função Penal: interpretar tipos penais abertos. O costume não revoga lei. - Princ. Gerais do Direito: São premissas éticas gerias que também auxiliam a interpretação. - Princ. Constitucionais Penais: em sua maioria derivam do princípio-síntese(LFG) da dignidade da pessoa humana. LEI PENAL NO TEMPO(Art. 2º, CP) (âmbito de eficácia temporal da lei penal) I- INTRODUÇÃO “tempus regit actum” - é aplicável a lei vigente ao tempo da execução do crime. fim: Segurança jurídica Sanção → promulgação → vigência → vacatio legis → revogação Obs.: Decisão judicial revoga lei? Não pode revogar lei, mas pode retirar sua eficácia. O judiciárioé legislador negativo e não positivo, pois pode retirar a eficácia da lei, porém não revoga lei. II - CONCEITOS A) Atividade: é um fenômeno jurídico onde a lei regula todas as situações ocorridas durante a sua vigência e isso é a regra. B) Extra-atividade: lei regula situações fora do período de vigência. Retroatividade: regula situações passadas. Ultratividade: regula situações futuras, ou seja, ainda produz efeitos mesmo após sua revogação. III- PRINCÍPIOS BÁSICOS Irretroatividade da lei penal mais severa Retroatividade da lei penal mais benigna Obs.: E a lei processual penal? Art. 2º CPP → são de aplicação imediata Lei penal: é a que cria, reduz, extingue o “jus puniendi” estatal. Ex: lei que cria o tipo penal, aumenta e diminui a pena, cria qualificadora, agravantes ou atenuantes, que trata sobre prescrição . Obs.: leis híbridas permanece a natureza penal. Lei Processual Penal: disciplina procedimentos criminais. Ex: trata sobre prisão preventiva(prisão processual), regime RDD, uma lei que proíbe liberdade provisória. Obs.: leis de execução penal(LEP) tem natureza penal, pois tratam da execução da pena. Ex: proibe progressão de regime, dificulta o livramento condicional, lei do Regime Disciplinar Diferenciado(RDD). Art. 52 da LEP (sanção disciplinar) não é de natureza penal e sim procedimental. Tem natureza processual o regime RDD, portanto de aplicação imediata, ou seja, leis de natureza processual tem aplicação imediata. IV – HIPÓTESES DE CONFLITO NA SUCESSÃO DE LEI PENAL A) Lei nova incrimina: só aplica a partir da publicação. B) Lei nova descrimina: retroage Obs.: Será extinta a pena ou a ação penal, mais os efeitos civis permanecem. Art. 2º CP, parte final. Ex: Crime de sedução. C) Lei nova agrava a situação: não retroage D) Lei nova favorece: Retroage O que é “lei nova mais favorável”? É preciso analisar o caso concreto, ouvir o réu e seu defensor. Quem aplica(qual juízo competente)? Se o processo está no 1º grau este juiz é competente; se em grau de recurso o tribunal respectivo; se na fase de execução(com sentença penal condenatória transitada em julgado) o juiz de execução. Há ofensa a coisa julgada? (clausula rebus sic stantibus) Não, pois a sentença condenatória possui implícita esta cláusula. A decisão permanece imutável até quando os fatos se mantiverem inalterados. V) COMBINAÇÃO DE ASPECTOS FAVORÁVEIS DE LEIS PENAIS SUCESSIVAS É perfeitamente possível a conjunção de aspectos favoráveis de leis penais sucessivas, pois o aplicador deve interpretar sistematicamente ou teleologicamente o ordenamento jurídico. Isso é o que o STF chama de TEORIA DA PONDERAÇÃO DIFERENCIADA. → PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE NORMATIVA TÍPICA: quando há a revogação da lei, mas o seu conteúdo é disciplinado em outra lei. “ABOLITIO CRIMINIS TEMPORALIS” : quando a lei cria o crime ou tipo, porém suspende temporariamente sua eficácia aguardando uma regulamentação . Ex: Lei de armas. → Lei de Vigência Temporária(3º , CP): auto-revogáveis e ultrativas Lei Temporária: é uma lei que traz certo o dia da sua revogação. Lei Excepcional: tem vigência durante um período pré-determinado. Ex: Seca, epidemia de cólera. Obs.: ambas são ultrativas, pois do contrário perderiam todo o seu poder intimidativo( questão de segurança jurídica). Crime Permanente: quando a consumação se prorroga no tempo por vontade do agente. Ex: sequestro de 10 anos. Crime Continuado (art. 71): quando vários crimes da mesma espécie são praticados mediante circunstâncias específicas, vou considerá-los como um só para efeito de aplicação de pena. Ex: assalto (com o mesmo modus operandi e circunstâncias) em vários postos de gasolina durante toda a semana. Súmula STF 711 SUCESSÃO DE LEIS PENAIS EM BRANCO → Se a norma complementar à N.P.B estiver ligada a uma circunstância excepcional ou temporária. É ultrativa e não-retroage. → Do contrário- retroage: se a norma complementar não estiver ligada a uma circunstância temporária ou excepcional ela vai retroagir e portanto beneficiar. TEMPO DO CRIME( 4º, CP) I – Verificar a imputabilidade do agente no momento(data) do crime. Tempo da atividade: é o momento da ação ou omissão(conduta). Teoria do Resultado: é o momento da consumação. Teoria da Ubiquidade ou mista: momento da ação e consumação. Ex: Praticou o crime antes da maioridade e a vítima faleceu na maioridade do agente. Ex: Crime no dia do seu aniversário. Só no tempo (primeiro segundo do dia que nasceu). Ex: “A” imputável desfere tiro em “B”, que morre após A se tornar inimputável por doença mental. LEI PENAL NO ESPAÇO( 5º – 9º, CP) I – INTRODUÇÃO → Soluciona casos em que um crime viola interesses de dois ou mais países. Podendo solucionar casos em que a conduta se dá num território e o resultado em outro. II- PRINCÍPIOS BÁSICOS: A) P. TERRITORIALIDADE(5º, CP): → é a regra. Aplico a lei do território onde o fato foi praticado. Obs.: Interior das embaixadas: sede de embaixadas é território brasileiro. Convenção de Viena. No entanto são invioláveis as embaixadas para efeito da percussão(processo) penal. B) P. EXTRATERRITORIALIDADE(7º, CP): Exceções: → Aplico lei penal Brasil em crimes fora do Brasil. → Dir. Internacional: pautado no princípio da reciprocidade. Tratados e acordos internacionais. Princ. Nacionalidade: art. 7º, II, b(nacionalidade ativa); Art. 7º, § 3º(nac. passiva) → Aplico a lei nacional ao crime cometido fora do país quando o autor for brasileiro(nacionalidade ativa) ou quando a vítima é um brasileiro(nacionalidade passiva). Princ. Da Defesa: Art. 7º, I, a,b,c → Leva em consideração a nacionalidade do bem jurídico lesionado.(muito usado nos EUA) Princ. Justiça Penal Universal: 7º, I, d e II, a → O autor de um crime deve ser punido onde quer que se encontre. Princ. Da Representação: 7º, II, c → aplico lei brasileira em crime praticados em navios ou aeronaves privadas fora do território nacional e lá não sejam punidos. Qual adotado no BR? O CP adota o princípio da territorialidade mitigado ou temperado, pois em alguns casos é possível a aplicação da extraterritorialidade. Ocorre também a chamada INTRATERRITORIALIDADE, é a lei estrangeira ser aplicada ao fato cometido dentro do territorialidade nacional, o sujeito é processado por lei de países de fora. Ex: caso dos diplomatas. b.1) Tipos de Extraterritorialidade: Incondicionada(7º, I, CP): Não se subordina a qualquer condição para a jurisdição brasileira atuar. Ex: crime contra a vida ou liberdade do presidente da república. Condicionada: (7º, II, § 3º e § 2º): Só aplico a lei brasileira quando satisfeitas algumas condições. Tudo que não está no rol das incondicionadas. Sempre de aplicação subsidiária, pois será usado em regra a territorialidade. Obs.: Que é Território Nacional? Geográfico- composto pelos acidentes geográficos. Jurídico- onde o Estado brasileiro exerce a sua jurisdição. Inclui o mar territorial que é uma faixa de 12 milhas marítimas, não inclui a zona marítima contígua e nem a chamada zona marítima econômica(área do pré-sal). Obs.: Navios e aeronaves Públicos: é extensão do território onde quer que se encontre. Privados: é extensão do território nacional desde que no nosso mar territorial. Obs.: Princ. Do Pavilhão/bandeira: considera território nacional navios e aeronaves do país em que estão matriculados. Obs.: Tripulação do público fora da embarcação a título particular. Desceu no Brasil, jurisdição brasileira, pois no território brasileiro. TERRITORIALIDADE. Obs.: Crime em avião francês(privado) no espaço aéreo Brasileiro. TERRITORIALIDADE. → Princ. Da Passagem Inocente: Se não ofendeu nenhum bem jurídico brasileiro, será processado no primeiro local que ele aportar. Obs.: crimes cometido abordo de navios e aeronaves são de competência da justiça federal e direito penal comum. 2ª avaliação NÃO INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE I – Imunidades diplomáticas→ Conv. De Viena(1961) → Princ. Da Reciprocidade → Significa que o diplomata não pode ser preso nem submetido a qualquer procedimento ou processo sem autorização do seu país. A natureza jurídica da imunidade diplomática: causa exclusão da jurisdição. Será processado no seu país de origem. Abrange a jurisdição penal, civil, tributária, etc, ressalvado acordos internacionais. Abrange a família desde que não sejam nacionais. Abrange funcionários da ONU. Abrange as comitivas dos chefes de Estado e governo. Exceto: funcionários particulares. Cônsul possui prerrogativa de função(ele não teria imunidade, mas prerrogativa). O Estado pode renunciar a imunidade, a pessoa do diplomata não. II- Imunidades Parlamentares: → exceção constitucional ao princípio da territorialidade: tem por objetivo garantir a atividade, o fim parlamentar. - a natureza jurídica: causa de atipicidade da conduta. a) Substantiva(material): EC 35/01 → Art. 53 – 56, CF/88 → tem natureza penal, assegura palavra, opinião e voto desde a expedição do diploma, não pode ser renunciada pelo parlamentar; abrange a área civil. Tudo em exercício de sua função . Ministros suplentes não. - Obs.: a imunidade não abrange a área disciplinar, podendo o congressista ser processado por quebra do decoro parlamentar. Art. 55, II da CF. b) Processual(formal): → tem natureza processual, protege o parlamentar de prisão e processos arbitrários. Exceto, em caso de crimes inafiançáveis. Art. 343 CPP. possui foro privilegiado: STF. Antes da diplomação não tem imunidade. Acabou o mandato, foi cassado, renunciou... não tem. Deputado Estadual: possui as mesmas prerrogativas do federal, só que do Estado. Vereadores: só possui imunidade material e somente na circunscrição do seu município, não possuem prerrogativa de foro. Exceto no Piauí e no Rio de Janeiro. c) Inviolabilidade do advogado: possui imunidade nos termos do art. 142, I, CP. *Inviolabilidade territorial Obs.: Algumas autoridades apesar de não possui imunidade material possuem foro por prerrogativa de função. Ex: magistrados e membros do ministério público, sendo que as Constituições Estaduais podem conferir tal prerrogativa para outras autoridades LUGAR DO CRIME(Art. 6º, CP) → visa definir qual a comarca dentro do território será competente. 03 Teorias: Atividade: lugar do crime é onde ocorreu a conduta Resultado: onde ocorreu a consumação Mista(ubiquidade): é tanto no local da conduta como no local do resultado. – qualquer momento do inter criminis. Qual adotar? - vai depender de um dos conceitos abaixo. a) Crime à distância: conduta no Brasil, resultado no exterior. Teoria mista da ubiquidade. b) Delito Plurilocal: crime dentro do território nacional, mas em comarcas distintas. Teoria do resultado, conforme art. 70, CPP(competência- natureza processual). Em crimes dolosos contra vida é utilizado a teoria da atividade, devido a dificuldade de ouvir testemunhas, etc. c) Crime de menor potencial ofensivo(Lei nº 9099/95): Estão definidos nesta lei de juizados especiais e cria o rito sumaríssimos. Aqueles com pena máxima até dois anos e todas as contravenções penais. Obs.: é preciso atentar que a jurisprudência pátria traz uma série de exceções. Ex: Crimes dolosos contra a vida, consumados ou tentados, utiliza-se a teoria da atividade, por questões processuais. Participação em suicídio- teoria da atividade. Obs.: CASOS ESPECIAIS - Crime na divisa das comarcas: é resolvido pela chamada prevenção; prevenção, o juiz que primeiro despachar algum ato relacionado ao crime se torna competente(prevento). - Perpetuatio jurisdictionis: quando há alteração no território da comarca o juiz da vara onde este processo tramitava continua competente. crime continuado, crime permanente também a competência vai se dar por prevenção. - Desclassificação de crime: a competência é definida pelo distribuidor de acordo com a lei de organização judiciária(LOJ) Súmula 521 do STF- estelionato- cheque sem fundo, é competente o local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado. Art. 8º: Pena cumprida no estrangeiro: tem por objetivo evitar a dupla punição, se as penas são da mesma natureza, ex.: prisão lá e prisão aqui, a pena cumprida no estrangeiro será descontada no Brasil somente se a daqui(Brasil) for maior, se a de lá for maior no Brasil não pagará mais nada. Se tiver naturezas diversas, p.ex. Multa lá prisão aqui, a pena estrangeira serve como uma atenuante no Brasil. Art. 9º: eficácia da sentença penal: A execução de uma sentença é uma ato de soberania, sendo o direito penal territorial para que se possa utilizar sentença estrangeira é necessário que o STJ espeça uma autorização(art. 105, inciso I, letra i da CF/88). O STJ não faz um novo julgamento apenas analisa aspectos formais. Obs.: a jurisprudência reconhece a reincidência de crime cometido em país estrangeiro(primário). Reincidente aqui no Brasil. Art. 10 : Contagem de prazo Penal(é contabilizado finais de semana e feriados): inclui o primeiro dia. Processual Penal(não é contabilizado finais de semana e feriado): não inclui o primeiro dia. No caso de alguma faculdade processual(ex: recursos) Na prisão preventiva é contabilizado finais de semana, feriados e primeiro dia. Art. 11: Frações não computáveis da pena: não é contabilizado. Se dá o termino da pena somente às zero horas. Art. 12: Princípio da especialidade. TEORIA DO DELITO I- CONCEITO – CRIME: a) Material: é um conceito que pode ser pré-jurídico sendo que para ser crime determinado fato deve ter conteúdo de crime(seletividade do Direito-bens jurídicos relevantes). Ex: Adultério, Sedução. Nem tudo que o legislador diz que é crime, pode não ser. b) Formal: crime é aquilo que o legislador diz que é. c) Analítico(mais importante): estuda os elementos essenciais que estruturam o crime: crime é um fato típico, antijurídico ou ilícito, culpável, punível. Obs.: do conceito analítico temos as seguintes correntes: BIPARTIDO: Fato Típico e antijurídico TRIPARTIDO: Fato Típico, antijurídico, culpável QUADRIPARTIDO: Fato Típico, antijurídico, culpável e punível.(doutrinadores mais antigos) Obs.: Luis Flávio Gomes: F.T., ilícito e punível. Ex: Doente mental mata alguém -há fato típico? Sim -há ilicitude? Sim -há culpabilidade? Não -há punibilidade? Sim II – CRIME E CONTRAVENÇÃO PENAL → atualmente, não prisão por contravenção penal. → lei 9.099/95 → penas alternativas → não existe diferença ontológica na essência entre crime e contravenção penal. Apesar da lei de introdução ao código penal dec-lei 3914/41 no seu artigo 1º afirmar que crime é apenado com reclusão ou detenção. E contravenção penal, é apenado com prisão simples(cumprida em cadeia pública). É o preceito secundário da norma incriminadora que vai dizer qual o tipo de pena. FATO TÍPICO → é o fato que se amolda perfeitamente aos elementos descritos na norma penal incriminadora. Elementos: Conduta; Resultado; Nexo Causal; Tipicidade I – CONDUTA → é a ação ou omissão humana, consciente, voluntária, dirigida a uma finalidade. CONDUTA DOLOSA: consciência e vontade dirigida a um resultado desejado. CONDUTA CULPOSA: a conduta é voluntária, mas o resultado não é desejado. O resultado sobrevêm de um descuido ou falta de dever, de cuidado. II – TEORIAS DA CONDUTA a) Causal(naturalista): XIX(Von Liszt) Método Positivista: relação de causa e efeito. → Conduta é simples movimento corpóreo capaz de produzir alguma alteração no mundo exterior. Dolo e culpa não estavam na Conduta, eram analisadas na culpabilidade. b) Neoclássica (neokantista): Mezger (1915) → ocorre um início de reação ao causalismo, sendo que Mezger chamou a atenção que em alguns crimes é fundamental a análise da finalidade do agente. Ex: furto “para si”, rapto consensual para fim libidinoso. c) Finalista (Welzel, 1930) → é comportamento humano consciente dirigido a uma finalidade .Ex: CPB só conhece conduta dolosa ou culposa, art. 18, I e II. d) Da Adequação Social: → é uma teoria finalista, mas que agrega o discurso do socialmente aceito. Crítica: é um conceito muito aberto, incompatível como o princípio da segurança jurídica, além do que, é disciplinado pelo CP como uma excludente de ilicitude: exercício regular de direito, estrito cumprimento do dever legal. Fato atípico → fato típico. e) Constitucionalismo do delito: → princípio da ultima ratio. A conduta delituosa necessita de conteúdo de crime, pois o estado democrático de direito não admite punição que venha a ofender o princípio da dignidade da pessoa humana e os princípios dela decorrente. Ex: Princípio da insignificância ou bagatelar, o princípio da intervenção mínima, princípio da subsidiariedade, princípio da ofensividade ou lesividade(necessita-se fazer uma análise do caso concreto para saber se houve ofensa ao bem jurídico), princípio da alteridade(a ofensa tem que ser a bem jurídico de outrem). Obs.: Funcionalismo: analisa as funções do Direito Penal. - Sociológica(Klaus Roxin) → realizar a política criminal do Estado. Teoria Constitucionalista do delito, Garantismo penal. - Legalista(Jakobs- direito penal do inimigo) → função do direito penal é reafirmar a autoridade da lei. Criou-se o direito penal do inimigo(ex, lei dos crimes hediondos) onde existe a possibilidade de desconsiderar os direitos e garantias fundamentais após identificar os inimigos do Estado. Obs1.: não são teorias da conduta, mas têm a importância de trazer a política criminal para dentro do discurso jurídico penal. Ob2.: Nosso CP adota o finalismo, no entanto, o STF reconhece e aplica a teoria constitucionalista na maioria de suas decisões. III – ELEMENTOS: vontade, finalidade, exteriorização e consciência. Ato → é apenas uma parte da conduta. Ex: furtar dez relógios no mesmo contexto fático, somente um furto. Existem crimes unisubsistentes(uma facada) e plurisubsistentes(várias facadas). → não caracteriza uma conduta: ato reflexo, os praticados em estado de inconsciência, coação física absoluta(falta voluntariedade), caso fortuito, força maior. IV- Formas: Ação: é um fazer que produz alteração no mundo exterior. Omissão: é um não fazer que é percebido externamente. Teorias da Omissão: Naturalista: tem natureza causal onde o agente responde diretamente pelo seu não fazer. Ex: Omissão de socorro, a pessoa responde pela omissão. Normativista: a omissão é irrelevante para o Direito Penal e só tem importância quando existe um dever jurídico de agir. a) Crime Omissivo Próprio: se concretiza pela simples abstenção independente de um resultado posterior. Ex: abandono de incapaz, omissão de notificação de doença, omissão de socorro no trânsito. *b) Crime Omissivo Impróprio ou Comissivo por omissão: o agente por uma omissão inicial dá causa a um resultado posterior que tinha o dever jurídico de evitar. Ex: art. 13, § 2º, a :“dever legal”, ex., pai, mãe. b- “garante”: quem assumiu a responsabilidade para impedir o resultado, ex., babá, salva-vidas. c- “ingerência da norma”, ex., exímio nadador que chama alguém para atravessar o rio Parnaíba. c) C. Omissivo por Comissão: quando de uma ação original cria-se uma omissão que causa um resultado. Ex: chefe da repartição que impede que outra pessoa venha socorrer a vítima. SUJEITOS DA CONDUTA TÍPICA Suj. Ativo: pessoa humana que pratica a figura típica descrita na lei. Pode ser autor, coautor e partícipe. Obs.: autor e coautor realizam a atividade principal, realizam o verbo-núcleo do tipo. O autor pratica sozinho e coautor pratica junto com outros. O Partícipe desempenha atividade secundária, induz, instiga e auxilia. Obs.: dependendo da situação processual esse autor recebe várias denominações. Suspeito: na fase inicial do Inq. Pol. Indiciado: após concluído o relatório do delegado. Denunciado: após ofertado a denúncia pelo MP. Réu: na fase judicial, de instrução probatória. Sentenciado: após decisão judicial. Condenado: após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Recluso: se estiver cumprindo pena de reclusão. Detento: pena de detenção. Egresso: quem está na condicional e aquele após a condicional por ano. Suj. Passivo: quem sofre a ação criminosa do agente. Obs.: Pessoa Jurídica? Pode ser responsabilizada criminalmente, porém não é autora de crime. Art. 225, § 3º CF/88 → crime ambiental(execução penal própria) e contra ordem financeira econômica . Lei 9.605/98 art. 3º, parágrafo único. Princípio da dupla imputação: em crime ambiental: a empresa junto com os gestores. PESSOA JURÍDICA - FALTA: capacidade de ação culpabilidade * CF/88: 225, § 3º.: 9.605/98 (art. 3º, p. Único) → pena: 21- 24 : princípio da dupla imputação, significa que em casos específicos de crimes ambientais será responsabilizado criminalmente a pessoa física juntamente com a pessoa jurídica. * Art. 173, § 5º CF/88 → em casos de crimes contra a ordem financeira e econômica apesar de previsão constitucional não há lei que regulamente. Não há responsabilidade penal em crime de ordem financeira e econômica. Suj. Passivo: titular do bem jurídico tutelado para norma. - Suj. Passivo Genérico: é o Estado, quando há uma violação na ordem jurídica. Objeto Jurídico: bem/interesse protegido para norma. Objeto Material: pessoa/coisa que recai a conduta do suj. ativo. Corpo de delito: é um conceito de processo penal, significa o conjunto de todos os elementos sensíveis do fato criminoso que servem como prova do crime. Incluem os instrumentos, objetos, vestígios etc. b) RESULTADO: (T. Naturalística): é a consequência da conduta. Crime Material: é aquele em que a consumação só ocorre quando há a produção de um resultado naturalístico. Ex: homicídio(só se consume com a morte), roubo(só consuma quando o objeto da subtração sai totalmente da esfera de vigilância do sujeito passivo). Crime Formal: a consumação se dá antes e independente da produção do resultado naturalístico. Ex: extorsão mediante sequestro(para consumar basta a exigência da vantagem indevida), formação de quadrilha(basta que os quadrilheiros se reúnam e planejam dois ou mais crimes, não é necessário que executem os crimes) Crime de Mera Conduta: não admite a produção de resultado naturalístico. Ex: ato obsceno T. Normativa: todo crime tem resultado jurídico. Crime de dano: exige a ocorrência efetiva de uma lesão. Crime de perigo: são crimes que bastam a probabilidade de um dano. Ex: cavalo-de-pau, art. 130 do CP(perigo de contágio de doença venérea, de molesta grave). NEXO CAUSAL → é um elo físico entre conduta do agente e o resultado naturalístico. É mera constatação física, relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado sem qualquer análise jurídica. Nexo Normativo: é nexo causal valorado juridicamente analisando o dolo e culpa. Ex: motorista que passou por cima da cabeça do suicida. Teorias: a) T. Da equivalência dos antecedentes causais (“conditio sine qua non”) → art. 13, CP(caput) - toda conduta que de qualquer modo contribuir para produção de resultado é considerado causa. Nessa situação para evitar o regresso ao infinito deve-se analisar se houve dolo ou culpa. b) T. Da causalidade Adequada(não trabalhamos com esse conceito): → a ação deve ser minimamente eficaz para produzir o resultado. É um conceito aberto demais para Direito Penal. Obs.: nexo causal nos crimes omissivos: é normativo, jurídico. Existe uma ligação entre omitente e resultado naturalístico, sempre que estiver presente esse poder-dever jurídico de agir. Art. 13, § 2º CP. CAUSA: todo condição que interfere no nexo causal. a) Dependente: está na linha de desdobramento causal. Uma vem em decorrência da outra. Ex: uma bala que atravessa o coração da vítima; perfuração, hemorragia, choque anafilático, morte. b) Independente: é desdobramento imprevisível da conduta. Ex: matar a sogra com veneno. b.1) CAUSA ABOLUTAMENTE INDEPENDENTE: origem totalmentediversa da conduta. Preexistente: sujeito que antes de aplicar o veneno na velha o vizinho atira e mata; antes de injetar o veneno alguém atira na velha. Concomitante: o sujeito no momento que inocula o veneno a sogra é alvejada fatalmente na cabeça; . Superveniente: inocula o veneno porém antes de fazer efeito a velha é alvejada e morre em decorrência do tiro. Obs.: O indivíduo do veneno pode responder por crimes subsidiários. CONSEQUENCIA JURÍDICA: exclui o nexo causal. b.2) CAUSA RELATIVAMENTE INDEPENDENTE: encontra sua origem na conduta, mas em si são diferentes. Preexistente: sujeito desfere facada em hemofílico(a doença já estava com a vítima). O agente responde pelo resultado morte porque há o nexo causal na literalidade do art. 13, caput do CP. Concomitante: “A” atira em “B” que assustada morre de infarto. Existe nexo causal então responde pelo homicídio, pois há o nexo causal. Superveniente(13, §1º CP): “A”, vítima de tiro, é levada para o hospital e a ambulância é abalroada, matando a vítima. O autor só responde pelos atos anteriores: lesão corporal ou tentativa de homicídio, porque o código manda romper o nexo causal. Obs.: se houver desdobramento causal obrigatório, o sujeito responderá. Ex: “A” deu um tiro no pé de “B”, que morre em decorrência de complicação cirúrgicas para amputar o pé, feito pelo médico psiquiatra de plantão . Responde porque é uma causa dependente. TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA teoria em construção Larenz, Honing, Welzel; Roxin; Jakobs. VISA → limitar nexo causal, sob um prisma puramente objetivo(sem dolo/culpa). Só atribuo um resultado a alguém se ele der causa criando um risco proibido e se esse resultado era previsível e dirigível pelo agente. Pergunto: deu causa objetivamente ao resultado? Ex: pessoa manda o tio para um vale que a incidência de raios é muito grande com a intenção de que o tio leve um raio e morra, o tio morre eletrocutado, mas o crime não é imputado objetivamente o resultado ao sobrinho, pois o sobrinho não criou o risco proibido tampouco esse resultado era previsível e dirigível. Ex: O vendedor de armas: se a arma era legal mesmo que tenha dolo ou culpa ele não responde. Se é uma arma de uso proibido ele cria o risco e responde. TIPICIDADE I – INTRODUÇÃO: FATO TÍPICO → fato(matéria de mérito-aquilo que aconteceu no mundo fenomênico) que se amolda na lei. Elementos: conduta, Resultado, N. Causal, tipicidade. II – TIPO → é modelo descritivo de conduta humana criado pela lei penal. Existe pra dar segurança jurídica. é composto de: verbos, referências ao sujeito passivo e ativo, referências ao local, à duração do crime. Ex: “matar”, “subtrair”... III – ESPÉCIE: a) Permissivo: é o tipo que autoriza uma determinada conduta. Ex: aquele que mata em legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal, exercício regular de direito. b) Incriminador: descrevem as condutas proibidas. Ex: o ilícito penal tem uma técnica legislativa própria, pois descrevem o tipo penal em preceito primário(aspectos objetivos) e preceito secundário(definem a pena). Obs.: o Brasil não adota uma pena restritiva de direito bem definida no preceito secundário. b.1) Elementar: é todo componente essencial da figura típica, sem a qual esta desaparece(atipicidade absoluta – matar um mosquito) ou ocorre a desclassificação(atipicidade relativa – matar uma arara azul, mico leão-dourado). Ex: todo dado, tudo que lê-se no preceito primário é uma elementar. b.2) Circunstâncias: são dados acessórios que agregados ao tipo pode ora aumentar, ora diminuir o preceito secundário(pena). Subjetivas: diz respeito a pessoa do agente. Ex: a reincidência que aumento, maioridade penal relativa(18 a 21 anos) que diminuem. Objetivas: diz respeito ao fato criminoso, aos modos de execução. Ex: a arma de fogo no roubo, furto noturno. Qualificadoras(art. 61 CP- agravantes, 65 do CP- atenuantes): é uma espécie de tipo derivado especial que possui circunstâncias e elementares que alteram a quantidade da pena bem como a qualidade do injusto penal(mais grave). Aumenta o preceito secundário. Obs.: no atenuante e agravante quem dá o quantum é o juiz, Enquanto que as causa de aumento e diminuição que diz é o legislador. IV – Tipicidade: é o amoldamento perfeito da conduta humana ao modelo descrito na lei penal. → Caráter indiciário da ilicitude: toda vez que ocorre um fato típico, há indícios que este fato também é antijurídico. → Teoria dos elementos negativos do tipo: quis trazer os elementos da excludente de antijuridicidade ao fato típico. Afirma que as causa excludentes de ilicitude devem ser agregadas ao tipo como requisitos negativos desse tipo. Ex: “matar alguém desde que não esteja em legítima defesa.” Não aceita. V- ADEQUAÇÃO TÍPICA: é enquadramento da conduta no tipo. a) De Subordinação Imediata: há correspondência direta entre a conduta e o tipo. Ex: “A” desfere três tiros em B que vem a óbito. O que aconteceu no mundo dos fatos tem ligação direita ao tipo 121 do CP. b) De Subordinação Mediata: não ocorre correspondência direta entre conduta e o tipo, necessita-se de outra norma para ligar a conduta ao tipo. Ex: “A” empresta faca para “B” lesionar “C”, a tentativa. Obs.: norma de extensão: é a norma que liga a conduta praticada ao tipo incriminador evitando que o fato ficasse impune. Ex: art. 29, art. 14, II do CP. VI – CONCEITOS IMPORTANTES: A) Tipo Normal → só possui elementos objetivos(refere-se a aspectos materiais do fato). Ex: o verbo-núcleo do tipo, objeto do crime. Ex: 121(homicídio), 157(roubo), 129(lesão corporal) do CP. B) Tipo Anormal → elementos objetivos + subjetivos(refere-se ao psicológico do autor. Ex: a intenção de se apropriar da coisa do crime de furto, Art. 155, a intenção de enriquecimento do estelionatário, art. 171) Elementos normativos: exige que o aplicador faça uma valoração jurídica(tipo penal aberto), social, econômica etc. Ex: ato obsceno(233 do CP) tipo penal aberto e não norma penal em branco, crimes culposos – tipo penal aberto. Obs.: a regra é ser doloso, a exceção é a culposo. Tipo Fundamental: é o que se localiza no caput de um artigo e contém componentes essenciais, fundamentais do crime sem os quais ocorre atipicidade absoluta ou relativa(quando se transforma- matar o tatu bola, muriçoca). Tipo Derivado: Se forma a partir do fundamental. Ex: qualificadoras(tipo penal derivado autônomo – preceito secundário próprio), privilegiadoras. Obs.: a figura qualificada o próprio preceito secundário é alterado TIPICIDADE CONGLOBANTE: idealizada por Zaffarone, diz que o fato típico pressupõe que a conduta seja proibida pelo ordenamento jurídico globalmente considerado(antinormatividade), pois se algum ramo do direito permitir o fato será atípico. Nessa situação o exercício regular do direito e o estrito cumprimento do dever legal deixam de ser excludentes de ilicitude e passam a ser excludente da tipicidade, tendo em vista que algo não pode ser ao mesmo tempo permitido e proibido. → Considera-se uma análise do ordenamento jurídico de forma global, pois se for permitido em outro diploma legal não pode ser considerado típico. FATO TÍPICO = TIPICIDADE FORMAL(o que está na lei) + TIPICIDADE CONGLOBANTE(=TIPICIDADE MATERIAL(tem conteúdo de crime) + ANTINORMATIVIDADE) Ex: a exclusão do aborto quando esse é originário de estupro.
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