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CASO CLÍNICO IDENTIFICAÇÃO IAM, 2a7m, sexo feminino, natural e procedente de São Sebastião do Passé Peso: 15kg Informante: avó materna QUEIXA PRINCIPAL Febre e tosse há 15 dias HMA Avó relata quadro de tosse seca que iniciou há 15 dias, com piora à noite, sem chiado ou cianose. Evoluindo com febre há 09 dias, aferida até 38,5ºC, que cedia com uso de dipirona. Após início da febre, sintomas tornaram-se mais frequentes, apresentando desconforto respiratório há 01 dia. Nega queixa de dor, chiado no peito, náuseas, vômitos, coriza ou obstrução nasal. ANTECEDENTES nega internações prévias, BCE, alergias a medicamentos cartão vacinal atualizado mora em lar pouco ventilado, com mofo EXAME FÍSICO EG: BEG, ativo e reativo, acianótico, anictérico, corado, taquipneico, afebril FR: 59ipm, FC: 135bpm, SpO2: 95% com O2 a 2l/min em cateter MV diminuídos em base direita, sem RA. Ausência de sinais de desconforto respiratório Demais sistemas sem alterações. QUAL É O DIAGNÓSTICO??? DEFINIÇÃO Pneumonia adquirida na comunidade - sinais e sintomas de infecção do parênquima pulmonar adquirida na comunidade, em paciente previamente hígido. Diferenciar de pneumonia hospitalar EPIDEMIOLOGIA 156 milhões de casos/ano em menores de 5 anos 20 milhões de casos ano necessitam internação Mortalidade Países desenvolvidos < 1/1000 habitantes/ano Países em desenvolvimento - 20 milhões de mortes/ano Sazonalidade Mais prevalentes em meses mais frios taxa de hospitalização vem caindo após introdução da vacina contra pneumococo principal causa de mortalidade infantil em países em desenvolvimento 13% das doencas infecciosas nos primeiros 2 anos de vida FATORES DE RISCO Baixo nível sócio-econômico Famílias populosas Aglomerações de pessoas Condições associadas a mau prognóstico Cardiopatia congênita Broncodisplasia pulmonar Fibrose cística Asma Falcemia Imunodeficiência (congênita ou adquirida) ETIOLOGIA - VÍRUS Vírus respiratórios VSR - 50-70% dos casos Adenovirus Parainfluenza tipo 1 e 3 Rinovírus Enterovírus Influenza parainfluenza 3 - primavera // 1 e 2 - outono ETIOLOGIA Menores que 3 meses Chlamydia trachomatis Mycoplasma hominis Treponema pallidum Ureaplasma urealyticum Menores que 5 anos S. aureus S. pyogenes Maiores que 5 anos Clamydophila pneumoniae Mycoplasma pneumoniae streptococcus pneumoniae - TODAS AS FAIXAS ETÁRIAS Virus são mais prevalentes em menores de 05 anos - adenovirus, metapneumovirus, influenza A e B, parainfluenza 1 2 e 3, VSR, Rinovírus Haemophilus influenzae (typeable and non-typeable) Unimmunized (H. influenzae type b) Moraxella catarrhalis Neisseria meningitidis (often group Y) Klebsiella spp Immunocompromised hosts, nosocomial pathogen Escherichia coli Immunocompromised hosts, nosocomial pathogen Enterobacter spp SINAIS E SINTOMAS Bacteriana: febre alta, dor abdominal e torácica, prostração, dificuldade para se alimentar e tosse produtiva Viral: início mais gradativo, com cefaleia, mal estar, tosse não produtiva e febre baixa. Pródromos virais. Exame físico avaliar sinais de desconforto respiratório estertores finos, médios ou grossos, localizados ou disseminados TAQUIPNEIA FR > 60ipm (crianças menores que 2m) FR > 50ipm (crianças 2m-12m) FR > 40ipm (crianças 12m-5a) Dor abdominal (quando envolve lobos inferiores) Rigidez de nuca (quando envolve lobos superiores, dor local) CLASSIFICAÇÃO menores de 02 meses sem tiragem subcostal e sem taquipneia → não é pneumonia (IVAS?) tiragem subcostal e/ou taquipneia → pneumonia grave → internação 02 meses a 05 anos sem tiragem e sem taquipneia → não é pneumonia (IVAS?) sem tiragem e com taquipneia → pneumonia (tratamento ambulatorial) com tiragem e/ou taquipneia → pneumonia grave → internação DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO Opacidades alveolares de padrão e tamanho variável Condensações/consolidações Espessamento brônquico Atelectasias Derrame pleural DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO Pneumonia aguda em paciente de 03 anos de idade, com opacidade mal delimitada em lobo superior direito. Hemocultura positiva para S. pneumoniae DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO Pneumonia aguda em escolar de 07 anos, com opacidade bem definida em lobo médio. Sorologia positiva para Mycoplasma pneumoniae DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO Pneumonia aguda em lactente de 01 ano e 03 meses, com hiperinsuflação, espessamento difuso de paredes brônquicas e opacidades mal delimitadas em lobo superior esquerdo, lobo inferior direito. Sorologia positiva para Mycoplasma pneumoniae DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO Pneumonia aguda em lactente de 02 meses, sem febre e com tosse seca persistente, com opacidades paracardíacas difusas. Sorologia positiva para Clamydia trachomatis TRATAMENTO AMBULATORIAL 2 meses a 5 anos Amoxicilina 50mg/kg/dia, VO, 12/12h Opção (por falha) - Amoxicilina + Clavulanato 50mg/kg/dia, VO, 12/12h ou Cefuroxima 30mg/kg/dia VO 12/12h maiores que 5 anos Amoxicilina 50mg/kg/dia, VO, 12/12h ou Claritromicina 15mg/kg/dia VO 12/12h ou Azitromicina 10mg/kg/dia, VO, por 5 dias Opção (por falha) - Amoxicilina + Clavulanato 50mg/kg/dia, VO, 12/12h ou Cefuroxima 30mg/kg/dia VO 12/12h TRATAMENTO AMBULATORIAL TRATAMENTO HOSPITALAR < 2 MESES Tratamento inicial Ampicilina 200mg/kg/dia, IV, 6/6h + Amicacina 15mg/kg/dia IV 12/12h ou Ampicilina 200mg/kg/dia, IV, 6/6h + Gentamicina 3-7,5mg/kg/dia, IV, 8/8h. Tratamento opcional (falha) Cefotaxima 100-200mg/kg/dia IV 6/6h ou Ceftriaxona 100mg/kg/dia, IV, 12/12h TRATAMENTO HOSPITALAR 2 MESES - 5 ANOS Tratamento inicial Penicilina cristalina 100.000UI/kg/dia, IV, 4/4h ou Ampicilina 200mg/kg/dia, IV, 6/6h Tratamento opcional (falha) Cefuroxima 100-150mg/kg/dia, IV, 8/8h ou Ceftriaxona 100mg/kg/dia, IV, 12/12h TRATAMENTO HOSPITALAR > 5 ANOS Tratamento inicial Penicilina cristalina 100.000UI/kg/dia, IV, 4/4h ou Ampicilina 200mg/kg/dia, IV, 6/6h Tratamento opcional (falha) Cefuroxima 100-150mg/kg/dia, IV, 8/8h ou Ceftriaxona 100mg/kg/dia, IV, 12/12h + Claritromicina 15mg/kg/dia, VO ou IV, 12/12h TRATAMENTO HOSPITALAR DERRAME PLEURAL PARAPNEUMÔNICO DEFINIÇÃO Coleção pleural associada às pneumonias agudas, e, eventualmente, aos abscessos pulmonares e bronquiectasias. Empiema - derrame parapneumônico caracterizado pelo acúmulo de líquido purulento, com grande quantidade de leucócitos polimorfonucleares e fibrina. exsudatos que resultam da reação inflamatoria pleural causada pelo processo infeccioso EPIDEMIOLOGIA Incidência: 1,5-7% das crianças com pneumonias agudas bacterianas Mortalidade: 6-12% mesmo com terapêutica adequada maior em: crianças menores de 2 anos, S. aureus, empiema intra-hospitalar Etiologia etiologia semlhante as pneumonias DIAGNÓSTICO Anamnese e exame físico Acentuação dos sintomas da pneumonia - febre diária persistente, queda do estado geral, toxemia e dispneia. Dor torácica Atrito pleural → diminuição de FTV → diminuição ou abolição de MV → abaulamento de espaços intercostais dor torácica piora com a tosse e inspiração profunda. Modificada com mudança de decúbito DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO Pneumonia aguda em paciente de 5 anos de idade, com opacidade mal delimitada em lobo inferior esquerdo, e obliteração de seio costo-frênico. ANÁLISE DO LÍQUIDO PLEURAL Toracocentese Bacteriologia (identificação do agente etiológico em 50-70% dos casos) Se líquido purulento → Empiema Bioquímica realizar rx após procedimento para detecar complicações (pneumotorax) TRATAMENTO Clínico Escolha do ATB Bacterioscopia do LP Faixa etária Estado geral Outros Duração S. aureus: 3-4 semanas H. influenzae, S. pneumoniae e outros: 10-14 dias Cirúrgico Permitir completa reexpansão pulmonar Reduzir desconforto respiratório Prevenir formação de camada pleural restritiva Punções seriadas x drenagem fechada Outros - toxemia, doença de base, outras infecções prévias, condições imunológicas Punções seriadas - derrames serosos drenagem fechada - derrames purulentos (considerar fibrinolíticos Conclusão
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