Buscar

Direito Penal aula 10 v1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 10
Direito Penal p/ Procurador da Fazenda Nacional (PGFN) - 2015 (com videoaulas)
Professor: Renan Araujo
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 81 
AULA 10: DOS CRIMES CONTRA A ORDEM 
TRIBUTÁRIA, ECONÔMICA E AS RELAÇÕES DE 
CONSUMO. 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação da aula e sumário 01 
I ± Crimes contra a Ordem Tributária, econômica 
e as relações de consumo 
02 
Lista das Questões 36 
Questões comentadas 50 
Gabarito 81 
 
Olá, meus amigos concurseiros! 
 
Hoje vamos estudar alguns tipos de delitos bem interessantes, que 
são os crimes contra a Ordem Tributária, bem como os crimes 
contra a ordem econômica e as relações de consumo. 
Temos posicionamentos jurisprudenciais MUITO importantes 
hoje! 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 81 
I ± CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA E AS RELAÇÕES DE 
CONSUMO 
 
1. Crimes contra a ordem tributária 
Considerando a relevância da matéria tributária, eis que são os 
tributos pagos por todos nós que sustentam o país, nada mais natural que 
determinadas condutas atentatórias à ordem tributária sejam tuteladas 
penalmente, de forma a tentar garantir o respeito a estes bens jurídicos. 
Para tanto foram criados alguns tipos penais denominados de 
CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, previstos na Lei 8.137/90. 
Vejamos cada um dos delitos previstos. 
 
A) Art. 1° da Lei 8.137/90 
Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, 
ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: 
(Vide Lei nº 9.964, de 10.4.2000) 
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; 
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou 
omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela 
lei fiscal; 
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou 
qualquer outro documento relativo à operação tributável; 
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou 
deva saber falso ou inexato; 
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou 
documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de 
serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a 
legislação. 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 81 
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo 
de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da maior ou 
menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao atendimento da 
exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V. 
 
Os cinco incisos previstos são os cinco meios pelos quais o agente 
poderá praticar as condutas previstas no caput do artigo. Desta forma, 
pelo princípio da taxatividade, só haverá crime se o agente reduzir ou 
suprimir tributo MEDIANTE UMA DESTAS CONDUTAS. 
Os termos ³WULEXWRV´�� ³FRQWULEXLo}HV� VRFLDLV´� H� ³DFHVVyULRV´ 
são elementos normativos jurídicos, e a menção às ³FRQWULEXLo}HV�
VRFLDLV´ é desnecessária, na medida em que é espécie de tributo. 
O acessório, para estes fins, deve ser entendido como o valor 
decorrente do descumprimento de alguma obrigação acessória (que não 
seja o pagamento do tributo), como a prestação de uma declaração, etc. 
Existem várias condutas possíveis, de forma que temos um crime de 
ação múltipla. Caso o agente pratique mais de uma conduta, mas 
relativamente ao MESMO TRIBUTO OU ACESSÓRIO, teremos um 
crime único. 
No entanto, ainda que o agente pratique apenas uma das 
modalidades de conduta, mas relativamente A DIVERSOS TRIBUTOS, 
teremos pluralidade de crimes, cometidos em concurso formal ou 
material, a depender do caso. 
O sujeito ativo aqui é o contribuinte ou o responsável tributário. 
O elemento subjetivo exigido É O DOLO, não se punindo 
criminalmente na forma culposa. No inciso IV permite-se tanto o dolo 
direto quanto o DOLO EVENTUAL. 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 81 
A consumação do crime se dá com A OCORRÊNCIA DO 
RESULTADO DANOSO, que consiste na SUPRESSÃO OU REDUÇÃO 
do tributo. A tentativa é admissível. No entanto, na conduta prevista no 
§ único o delito se consuma com o mero descumprimento ou não 
atendimento da ordem legal da autoridade, sendo, portanto, 
INADMISSÍVEL a tentativa. 
 
 
ATENÇÃO! O STF entende que as condutas no art. 1º caracterizam o 
tipo penal como crime material, de forma que o lançamento definitivo do 
tributo é necessário para a consumação do crime. Vejamos: 
³1mR�VH�WLSLILFD�FULPH�PDWHULDO�FRQWUD�D�RUGHP�WULEXWiULD��SUHYLVWR�QR�Drt. 1o, incisos I a 
,9��GD�/HL�QR�����������DQWHV�GR�ODQoDPHQWR�GHILQLWLYR�GR�WULEXWR�´ 
 
 
B) Art. 2° da Lei 8.137/90 
 
O art. 2° da Lei 8.137/90 prevê o seguinte: 
Art. 2° Constitui crime da mesma natureza: (Vide Lei nº 9.964, de 10.4.2000) 
I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou 
empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento 
de tributo; 
II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição 
social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação 
e que deveria recolher aos cofres públicos; 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 81 
III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, 
qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou 
de contribuição como incentivo fiscal; 
IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo 
fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de 
desenvolvimento; 
V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao 
sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa 
daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública. 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
O crime previsto aqui possui a mesma natureza do anterior, sendo, 
entretanto, condutas menos gravosas e, até por isso, receberam sanção 
mais branda. 
Além disso, todas as condutas previstas neste artigo são DE MERA 
CONDUTA. Na verdade, não concordo com essa parcela da Doutrina que 
afirma serem de mera conduta, pois entendo que se tratam de CRIMES 
FORMAIS, na medida em que há possibilidade de que ocorra resultado 
naturalístico. De uma formaou de outra, o importante é que o resultado 
é IRRELEVANTE PARA A CONSUMAÇÃO DO DELITO. 
O sujeito ativo é o contribuinte ou o responsável, ou seja, aquela 
pessoa que possui uma relação direta ou de responsabilidade em relação 
à obrigação tributária. Temos, portanto, um crime PRÓPRIO. 
 
CUIDADO! Crime próprio não é sinônimo de crime praticado por 
funcionário público. Crime próprio é um crime não pode ser cometido por 
qualquer pessoa, mas somente por aquelas que se encontrem em 
determinada situação, como é o caso do artigo. 
 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 81 
O sujeito passivo será a administração fazendária prejudicada (se o 
tributo for federal, a Fazenda Nacional, se estadual, a Fazenda Estadual, 
etc.). 
O tipo subjetivo (elemento subjetivo) das condutas descritas 
no art. 2° é o DOLO. No inciso I, entretanto, exige-se, ainda, um 
ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO (especial fim de agir), consistente 
na intenção de se eximir do pagamento total ou parcial do tributo. 
A consumação do delito se dá com a mera prática de qualquer 
das condutas enumeradas, sendo IRRELEVANTE, para a 
consumação do delito, A OCORRÊNCIA DO EFETIVO PREJUÍZO 
(supressão ou redução do tributo). A tentativa só será admissível nas 
condutas que possam ser fracionáveis. Portanto, apenas a título de 
exemplo, nas modalidades omissivas �³RPLWLU´�� ³GHL[DU� GH� DSOLFDU´��
etc.), não cabe tentativa, pois não se pode fracionar a execução do delito, 
de forma que, ou o crime se consuma, ou sequer chega a ser 
tentado. 
Como a pena máxima prevista para este delito é de DOIS ANOS, 
temos aqui uma INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO ± 
IMPO, de forma que a competência para o processo e julgamento deste 
crime é dos Juizados Especiais Criminais (art. 61 da Lei 9.099/95). Além 
disso, como a pena mínima é inferior a um ano, é cabível a suspensão 
condicional do processo. 
Portanto, aplicam-se a este crime os institutos despenalizadores da 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO E DA TRANSAÇÃO 
PENAL. 
 
C) Questões comuns aos arts. 1° e 2° da Lei 8.137/90 
 
Em ambos os crimes, se das condutas praticadas resultar grave 
dano à sociedade, ou se forem praticadas por servidor público no 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 81 
exercício das funções, ou ainda, se forem praticadas em relação à 
prestação de serviços ou ao comércio de bens essenciais à vida ou 
à saúde, a pena é aumentada de 1/3 à metade. Vejamos o que diz o 
art. 12 da Lei: 
Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um terço) até a 
metade as penas previstas nos arts. 1°, 2° e 4° a 7°: 
I - ocasionar grave dano à coletividade; 
II - ser o crime cometido por servidor público no exercício de suas funções; 
III - ser o crime praticado em relação à prestação de serviços ou ao comércio 
de bens essenciais à vida ou à saúde. 
 
O inciso III praticamente não possui aplicação aos crimes 
contra a ordem tributária, tendo mais sentido no que se refere aos 
crimes contra a ordem econômica. 
Se o crime for cometido em concurso de agentes, e um dos agentes 
confessar o crime, revelando à autoridade a trama delituosa, terá a pena 
reduzida de 1/3 a 2/3. É o que se chama de confissão espontânea (ou 
delação premiada). Vejamos: 
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou 
co-autoria, o co-autor ou partícipe que através de confissão espontânea 
revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá a sua pena 
reduzida de um a dois terços. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.080, de 19.7.1995) 
 
É necessário, portanto, que esta confissão seja ESPONTÂNEA. 
Não se exige, no entanto, VOLUNTARIEDADE, ou seja, não se exige 
que essa vontade parta do agente. Pode ser que ele espontaneamente se 
prontifique a confessar quando informado das vantagens dessa confissão. 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 81 
Trata-se de DIREITO SUBJETIVO DO RÉU, ou seja, ele tem o 
direito de realizar esta confissão e ter sua pena reduzida nos moldes 
legais. 
A ação penal nestes crimes É PÚBLICA INCONDICIONADA, por 
força do art. 15 da Lei: 
Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal pública, aplicando-
se-lhes o disposto no art. 100 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código 
Penal. 
 
Quando um delito é cometido surge para o Estado o poder-dever de 
punir o infrator. Esse poder é chamado de Ius Puniendi. Entretanto, esse 
poder pode desaparecer, em razão de diversos fatores (prescrição, 
abolitio criminis, etc.). A punibilidade não é elemento do crime. 
A Lei 8.137/90 trouxe uma hipótese especial de EXTINÇÃO DA 
PUNIBILIDADE, prevista em seu art. 14. Vejamos: 
Art. 14. Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos nos arts. 1° a 3° 
quando o agente promover o pagamento de tributo ou contribuição social, 
inclusive acessórios, antes do recebimento da denúncia. (Artigo revogado pela Lei 
nº 8.383, de 30.12.1991) 
 
Como vocês podem ver, este artigo está riscado, pois fora revogado 
pela Lei 8.383/91. No entanto, essa modalidade de extinção da 
punibilidade foi novamente prevista, desta vez, no art. 34 da Lei 
9.249/95: 
Art. 34. Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos na Lei nº 8.137, de 27 de 
dezembro de 1990, e na Lei nº 4.729, de 14 de julho de 1965, quando o agente 
promover o pagamento do tributo ou contribuição social, inclusive acessórios, 
antes do recebimento da denúncia. 
 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 81 
Agora eu vos pergunto: Não dava pra incluir um artigo na Lei 
8.137/90 pra dizer isso? 3UHFLVDYD�FRORFDU�HP�RXWUD�OHL��Vy�SUD�³I���´�D�
vida do candidato? 
Bom, o importante é que a punibilidade estará extinta caso o agente 
promova o PAGAMENTO INTEGRAL do tributo, contribuição social 
ou acessórios ANTES DO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA. 
Como disse a vocês, o pagamento do tributo, antes do recebimento 
da denúncia, EXTINGUE A PUNIBILIDADE. Entretanto, existe uma 
possibilidade de SUSPENSÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA DO ESTADO, 
que irá ocorrer quando o agente reconhecer o débito relativo ao 
crime e realizar o PARCELAMENTO DA DÍVIDA. 
Enquanto a dívida estiver sendo paga parceladamente, não há 
extinção da punibilidade, pois pode ser que o camarada deixe de pagar o 
parcelamento. Assim, a punibilidade só estará extinta quando o agente 
TERMINAR DE PAGAR O PARCELAMENTO. 
Essa previsão de suspensão da pretensão punitiva está 
prevista na Lei 8.137/90? NÃO... 
 
 
&DGD� YH]� PDLV� HX� PH� FRQYHQoR� TXH� R� /HJLVODWLYR� JRVWD� GH� ³I���´� D�
vida dos operadores do Direito! Essa previsão está contida no art. 9° da 
Lei 10.684/03: 
Art. 9o É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes 
previstos nos arts. 1o e 2o da Lei no8.137, de 27 de dezembro de 1990, e nos arts. 168A 
e 337A do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 ± Código Penal, 
durante o período em que a pessoa jurídica relacionada com o agente dos 
aludidos crimes estiver incluída no regime de parcelamento. 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 81 
§ 1o A prescrição criminal não corre durante o período de suspensão da 
pretensão punitiva. 
§ 2o Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo quando a 
pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos 
débitos oriundos de tributos e contribuições sociais, inclusive acessórios. 
 
Percebam, ainda, meus caros alunos, que enquanto o camarada 
(inclusive Pessoa Jurídica, obviamente) estiver pagando o parcelamento, 
NÃO CORRE O PRAZO DE PRESCRIÇÃO. 
 
A jurisprudência do STJ se consolidou no sentido de que o pagamento do 
tributo (ou contribuição social) e seus acessórios, a qualquer tempo, 
desde que antes do trânsito em julgado, gera a extinção da punibilidade 
(contrariamente ao que prevê a Lei). Vejamos: 
AGRAVO REGIMENTAL. CRIME DE SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO 
PREVIDENCIÁRIA. ART. 337-A DO CÓDIGO PENAL. PAGAMENTO PARCIAL DO 
DÉBITO. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO NO JUS PUNIENDI ESTATAL. 
PAGAMENTO DA INTEGRALIDADE. NECESSIDADE. DOLO ESPECÍFICO. 
DESNECESSIDADE. TESE DE ABSOLVIÇÃO. EXAME DA VIA DO RECURSO 
ESPECIAL. INVIABILIDADE. SÚMULA N.º 07/STJ. AGRAVO DESPROVIDO. 
1. Nos termos da jurisprudência consolidada deste Superior Tribunal Federal, 
apenas o pagamento integral do tributo devido tem repercussão na condenação 
imposta ao Réu. Assim, "Comprovado o pagamento integral dos débitos 
oriundos de sonegação fiscal, ainda que efetuado posteriormente ao 
recebimento da denúncia, mas anterior ao trânsito em julgado da 
sentença condenatória, extingue-se a punibilidade, independentemente 
de ter se iniciado a execução penal, nos termos do art. 9º, § 2º, da Lei 
10.684/03." (HC 123.969/CE, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 81 
TURMA, julgado em 04/02/2010, DJe 08/03/2010.) 2(...) 
(AgRg no AREsp 292.390/ES, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, 
julgado em 10/12/2013, DJe 03/02/2014) 
 
A Jurisprudência entende, ainda, que em se tratando de prejuízo 
inferior a ao patamar estabelecido pela Fazenda Nacional como 
irrelevante para fins de execução fiscal, temos hipótese de aplicação 
do PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, de forma a afastar a tipicidade 
do fato, ou seja, o fato seria atípico (por ausência de lesividade social 
apta a justificar a tutela penal, já que por esse valor a Fazenda sequer 
promove a execução fiscal, de modo que não faz sentido aplicar o Direito 
Penal se não se aplica nem o Direito Administrativo ao caso). Vejamos: 
 
EMENTA HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL E DIREITO PENAL. DESCAMINHO. 
VALOR INFERIOR AO ESTIPULADO PELO ART. 20 DA LEI 10.522/2002. PORTARIAS 75 E 
130/2012 DO MINISTÉRIO DA FAZENDA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. 
APLICABILIDADE. 1. A pertinência do princípio da insignificância deve ser avaliada 
considerando-se todos os aspectos relevantes da conduta imputada. 2. Para crimes de 
descaminho, considera-se, na avaliação da insignificância, o patamar previsto 
no art. 20 da Lei 10.522/2002, com a atualização das Portarias 75 e 130/2012 
do Ministério da Fazenda. Precedentes. 3. Descaminho envolvendo elisão de 
tributos federais em quantia de R$ 15.748,38 (quinze mil, setecentos e 
quarenta e oito reais e trinta e oito centavos) enseja o reconhecimento da 
atipicidade material do delito dada a aplicação do princípio da insignificância. 
4. Habeas corpus concedido para reconhecer a atipicidade da conduta imputada ao 
paciente, com o restabelecimento do juízo de absolvição sumária exarado na instância 
ordinária. 
(HC 123035, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 19/08/2014, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-177 DIVULG 11-09-2014 PUBLIC 12-09-2014) 
 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 81 
CUIDADO! Isso só se aplica aos tributos federais, já que a Lei 10.522/02 
foi editada dirigindo-se à Fazenda Nacional. 
CUIDADO II ± A Portaria MF nº 75 aumentou para R$ 20.000,00 o valor 
dos créditos tributários federais considerados irrelevantes para fins de 
execução fiscal, dispensando sua cobrança. Contudo, por se tratar de 
mera Portaria, o STJ entendia que ele não se aplicava para fins de 
caracterização do princípio da insignificância, que permaneceria 
no antigo patamar de R$ 10.000,00 (estabelecido pela Lei 
10.522/02). 
O STF, porém (como vimos), passou a adotar o patamar de R$ 
20.000,00 para caracterização da insignificância em crimes 
tributários. 
$VVLP��H�SDUD�QmR�JHUDU� ³GLYHUJrQFLD� MXULVSUXGHQFLDO´��o STJ passou a 
adotar a mesma tese (R$ 20.000,00): 
³�������1. Não obstante a compreensão até então vigente nesta Corte, a Quinta Turma 
deste Sodalício, com a intenção de uniformizar a jurisprudência quanto ao tema, passou 
a adotar a orientação, firmada pela Corte Suprema, que admite o reconhecimento da 
atipicidade material da conduta sempre que o valor dos tributos sonegados não 
ultrapassar a vinte mil reais, parâmetro previsto na Portaria n. 75/2012 do Ministério da 
Fazenda. 
2. Tendo a Corte a quo registrado que o valor sonegado somou R$ 11.295,48, não há 
como se afastar a aplicação do princípio da insignificância à hipótese dos autos. 
3. O acórdão recorrido não fez qualquer referência à existência de outros registros que 
pudessem indicar a contumácia delitiva impeditiva do reconhecimento da atipicidade 
material. 
4. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(AgRg no AgRg no REsp 1447254/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, 
julgado em 04/11/2014, DJe 11/11/2014)´ 
Porém, existem decisões no âmbito da SEXTA TURMA do STJ ainda 
mantendo o entendimento antigo (de que o patamar seria de R$ 
10.000,00). 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 81 
Contudo, para fins de prova, sugiro a adotar o entendimento de que 
o patamar passou a ser de R$ 20.000,00. 
 
D) Art. 3° da Lei 
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos 
no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I): 
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que 
tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou 
parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou 
contribuição social; 
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, 
mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal 
vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributoou contribuição social, ou 
cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
O art. 3° inaugura a seção II, que conta também com o art. 4°. 
Ambos os artigos preveem crimes FUNCIONAIS, ou seja, são 
praticados por funcionários públicos no exercício de suas funções. 
São, portanto, CRIMES PRÓPRIOS. 
O sujeito ativo é o funcionário público, mas nada impede que um 
particular pratique este crime, quando em concurso de agentes com um 
funcionário público, e desde que conheça esta condição do comparsa, nos 
moldes do art. 30 do CP. 
No inciso I o elemento subjetivo exigido é o DOLO, exigindo-
se, ainda, UM ESPECIAL FIM DE AGIR, consistente na vontade de 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 81 
praticar a conduta com a finalidade de acarretar pagamento inexato ou 
indevido de tributo (esse ponto não é pacífico na Doutrina). 
A consumação da conduta do inciso I se dá com a prática de uma das 
condutas previstas no núcleo do tipo, SENDO NECESSÁRIA A 
OCORRÊNCIA DO RESULTADO (pagamento indevido ou inexato do 
tributo). 
A tentativa somente é admissível na modalidade de extravio e 
inutilização, pois são condutas PLURISSUBSISTENTES. Na 
PRGDOLGDGH�³VRQHJDU´, ou o agente sonega e o crime se consuma ou o 
agente não sonega e o crime não chega nem a ser tentado. 
As condutas previstas no INCISO II se assemelham aos crimes de 
concussão e corrupção passiva, previstos nos arts. 316 e 317 do CP. 
Entretanto, são crimes especiais, pois possuem todos os elementos 
daqueles e mais um adicional que lhe confere especialidade, que é o fato 
de serem praticados em detrimento da ordem tributária. 
O elemento subjetivo é o DOLO, exigindo-se o especial fim de 
DJLU� FRQVLVWHQWH� QD� H[SUHVVmR� ³SDUD� GHL[DU� GH� ODQoDU� RX� FREUDU�
tributo ou contribuição social, ou cobrá-ORV�SDUFLDOPHQWH´�� 
$�FRQVXPDomR�QD�PRGDOLGDGH�³H[LJLU´� VH�Gi�FRP�D�PHUD�H[LJrQFLD��
sendo, portanto, CRIME FORMAL. Na modalidade de solicitação também 
temos crime FORMAL. 
Na conduta de ³DFHLWDU� SURPHVVD´� H� ³UHFHEHU� YDQWDJHP´� o 
crime se consuma com o ato de aceitação ou recebimento, sendo que, 
neste último, a efetiva entrega da vantagem é necessária para a 
consumação do delito. 
O inciso III, por fim, traz modalidade especial de ADVOCACIA 
ADMINISTRATIVA (que também é crime previsto no art. 321 do CP). No 
entanto, aqui o crime é específico para a advocacia administrativa perante 
a administração fazendária. 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 81 
O elemento subjetivo exigido aqui também é o dolo, NÃO HAVENDO 
PREVISÃO DE ESPECIAL FIM DE AGIR. 
A consumação ocorre com a prática do ato de advocacia 
administrativa, ou seja, com o ato de intermediação junto à 
administração fazendária, sendo irrelevante que haja sucesso na 
conduta 
EXEMPLO: José, analista da Receita, intervém em favor de Pedro, seu 
amigo, junto à Paulo, Auditor-Fiscal, solicitando que este último analise 
rapidamente o processo administrativo-fiscal de seu amigo Pedro, para 
que possa receber logo sua restituição. Nesse caso, o crime estará 
caracterizado com a simples solicitação, sendo irrelevante se Paulo 
atende o pedido ou não. 
 
A tentativa é plenamente possível, embora seja muito difícil a sua 
caracterização no caso concreto. 
 
2. Crimes contra a ordem econômica 
Os crimes contra ordem econômica estão previstos nos arts. 4°, 5° e 
6° da Lei 8.137/90. 
É um erro, portanto, dizer que a Lei 8.137/90 trata somente dos 
crimes contra a ordem tributária. Ela trata, ainda, de alguns crimes contra 
a ordem econômica, bem como dos crimes contra as relações de 
consumo. 
A finalidade da criação de delitos contra a ordem econômica é tutelar 
o regular desenvolvimento das atividades econômicas do país, 
notadamente acerca de seu principal fundamento, que é a LIVRE 
CONCORRÊNCIA. 
Vejamos, agora, os tipos penais previstos. 
 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 81 
A) Art. 4° da Lei 8.137/90 
Art. 4° Constitui crime contra a ordem econômica: 
I - abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou 
parcialmente, a concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo 
de empresas; (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
a) (revogada); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
b) (revogada); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
c) (revogada); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
d) (revogada); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
e) (revogada); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
f) (revogada); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
II - formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando: 
(Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou produzidas; 
(Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo de empresas; 
(Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de distribuição ou de 
fornecedores. (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa. (Redação dada pela Leu 
nº 12.529, de 2011). 
III - (revogado); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
IV - (revogado); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
V - (revogado); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
VI - (revogado); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 81 
VII - (revogado). (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
 
Tutelam-se aqui a livre concorrência e a livre iniciativa, fundamentos 
da Ordem Econômica. 
O sujeito ativo é, em sua essência, o empresário ou quem atua 
nessa condição jurídica. Sujeito passivo serão os empresários 
concorrentes prejudicados e a coletividade, pois é direito de todos nós 
termos uma Ordem Econômica livre de monopólios, oligopólios, etc. 
O crime pode ser praticado mediante quaisquer das condutas 
previstas nos incisos do artigo e tem como ELEMENTO SUBJETIVO O 
DOLO. Exige-se, ainda, um especial fim de agir, consistente na 
INTENÇÃO DE DOMINAR O MERCADO, ELIMINANDO, TOTAL OU 
PARCIALMENTE, a concorrência. 
Todas as modalidades são delitos de resultado, de forma que a 
consumação se dá com a efetiva dominação do mercado ou eliminação, 
ainda que parcial, da concorrência através de uma das condutas 
previstas. A tentativa, portanto, é plenamente admissível. 
 
 
CUIDADO! Muitos incisos do art. 4º (e também os artigos 5º e 6º 
INTEIROS)foram revogados pela Lei 12.529/11 (que começou a vigorar 
em JUNHO DE 2012), que passou a tratar do assunto considerando a 
maioria destas condutas (antes crimes), como meras INFRAÇÕES 
ADMINISTRATIVAS. Uma destas condutas, talvez a mais famosa, era o 
crime de VENDA CASADA, que deixou de ser crime (abolitio criminis), 
passando a ser considerada MERA INFRAÇÃO CONTRA A ORDEM 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 81 
ECONÔMICA, sujeitando os infratores a sanções administrativas, como 
pagamento de multas, proibição de contratar com o Poder Público, etc. 
Vejamos como era e como ficou a situação desta conduta, apenas a título 
exemplificativo: 
ANTES: 
Art. 5° Constitui crime da mesma natureza: (Revogado pela Lei nº 12.529, 
de 2011). 
(...) 
II - subordinar a venda de bem ou a utilização de serviço à aquisição de 
outro bem, ou ao uso de determinado serviço; 
 
AGORA: 
§ 3o As seguintes condutas, além de outras, na medida em que configurem 
hipótese prevista no caput deste artigo e seus incisos, caracterizam infração 
da ordem econômica: 
(...) 
XVIII - subordinar a venda de um bem à aquisição de outro ou à utilização 
de um serviço, ou subordinar a prestação de um serviço à utilização de outro 
ou à aquisição de um bem; e 
MUITO CUIDADO COM ISSO, GALERA! 
 
B) Disposições aplicáveis aos arts. 4°, 5° e 6° da Lei 8.137/90 
 
Em todos os crimes a pena é aumentada de 1/3 à metade em 
alguns casos: 
x Se das condutas praticadas resultar grave dano à 
sociedade 
x Se forem praticadas por servidor público no exercício das 
funções 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 81 
x Se forem praticadas em relação à prestação de serviços ou 
ao comércio de bens essenciais à vida ou à saúde. 
Se o crime for cometido em concurso de agentes, e um dos agentes 
confessar o crime, revelando à autoridade a trama delituosa, terá a pena 
reduzida de 1/3 a 2/3. Vejamos: 
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou 
co-autoria, o co-autor ou partícipe que através de confissão espontânea 
revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá a sua pena 
reduzida de um a dois terços. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.080, de 
19.7.1995) 
 
Da mesma forma que ocorre em relação aos crimes contra a 
ordem tributária, é necessário, que esta confissão seja 
ESPONTÂNEA. Não se exige, no entanto, VOLUNTARIEDADE, ou 
seja, não se exige que essa vontade parta do agente. Pode ser que ele 
espontaneamente se prontifique a confessar quando informado das 
vantagens dessa confissão. 
Trata-se de DIREITO SUBJETIVO DO RÉU, ou seja, ele tem o 
direito de realizar esta confissão e ter sua pena reduzida nos moldes 
legais. 
A ação penal nestes crimes É PÚBLICA INCONDICIONADA, por 
força do art. 15 da Lei: 
Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal pública, aplicando-
se-lhes o disposto no art. 100 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 - Código Penal. 
O que isso significa? Que o MP será o titular da ação penal, ou 
seja, ele é quem irá promover a denúncia em face dos acusados, não 
sendo necessária, ainda, qualquer espécie de representação por 
parte da vítima. 
 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 81 
C) Art. 1° da Lei 8.176/91 
 
Art. 1° Constitui crime contra a ordem econômica: 
I - adquirir, distribuir e revender derivados de petróleo, gás natural e suas 
frações recuperáveis, álcool etílico, hidratado carburante e demais 
combustíveis líquidos carburantes, em desacordo com as normas 
estabelecidas na forma da lei; 
II - usar gás liqüefeito de petróleo em motores de qualquer espécie, saunas, 
caldeiras e aquecimento de piscinas, ou para fins automotivos, em desacordo 
com as normas estabelecidas na forma da lei. 
Pena: detenção de um a cinco anos. 
 
O escopo primordial da Lei foi reprimir e prevenir as condutas 
atentatórias à ordem econômica, só que mais especificamente aquelas 
relacionadas ao mercado de combustíveis (fontes energéticas). 
O sujeito ativo aqui pode ser QUALQUER PESSOA, logo, temos 
um CRIME COMUM. O sujeito passivo será a UNIÃO e as 
EMPRESAS AUTORIZADAS A EXPLORAR OS BENS E MATÉRIAS-
PRIMAS A ELA PERTENCENTES. 
Outra vez, só se pune a conduta dolosa. Não se exige nenhuma 
finalidade especial de agir. 
A consumação se dá, no inciso I, com a AQUISIÇÃO, 
DISTRIBUIÇÃO OU REVENDA DOS PRODUTOS CITADOS. É 
admissível a tentativa. Já no inciso II a consumação ocorre com o 
ato de USAR, logo, a TENTATIVA É INADMISSÍVEL. 
A ação penal é PÚBLICA INCONDICIONADA, pois a lei é silente 
quanto a isso, e no caso de silencia da Lei aplica-se a regra geral, de que 
todo crime é de ação penal pública INCONDICIONADA. 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 81 
Como a pena mínima é IGUAL a um ano, é CABÍVEL A 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO (art. 89 da Lei 9.099/95). 
 
D) Art. 2° da Lei 8.176/91 
Art. 2° Constitui crime contra o patrimônio, na modalidade de usurpacão, 
produzir bens ou explorar matéria-prima pertencentes à União, sem 
autorização legal ou em desacordo com as obrigações impostas pelo título 
autorizativo. 
Pena: detenção, de um a cinco anos e multa. 
§ 1° Incorre na mesma pena aquele que, sem autorização legal, adquirir, 
transportar, industrializar, tiver consigo, consumir ou comercializar produtos 
ou matéria-prima, obtidos na forma prevista no caput deste artigo. 
§ 2° No crime definido neste artigo, a pena de multa será fixada entre dez e 
trezentos e sessenta dias-multa, conforme seja necessário e suficiente para a 
reprovação e a prevenção do crime. 
§ 3° O dia-multa será fixado pelo juiz em valor não inferior a quatorze nem 
superior a duzentos Bônus do Tesouro Nacional (BTN). 
 
Aqui não há menção expressa a se tratar de um crime contra a 
RUGHP�HFRQ{PLFD��PDV� FRPR� D� /HL� p� D� /HL� TXH� ³GHILQH� FULPHV� FRQWUD� D�
ordem econômica e FULD�R�6LVWHPD�GH�(VWRTXH�GH�&RPEXVWtYHLV´��WRGRV�RV�
delitos ali previstos devem ser considerados CRIMES CONTRA A ORDEM 
ECONÔMICA. 
Busca-se tutelar o patrimônio da União, referente aos bens e 
matérias-primas que lhe pertençam. 
Na primeira parte do caput do artigo e no seu §1° o CRIME É 
COMUM, podendo ser praticado por QUALQUER PESSOA. Já na 
segunda parte do caput o crime é PRÓPRIO, pois somente quem detenha 
o título autorizativo é que poderá praticar o delito. 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 81 
O elemento subjetivo exigido é o dolo. Não há previsão de especialfim de agir. 
O crime se consuma com a efetiva produção de bens ou exploração 
de matéria-prima da União SEM AUTORIZAÇÃO LEGAL ou em 
DESACORDO COM AS NORMAS DO TÍTULO AUTORIZATIVO 
(elemento normativo do tipo). A tentativa é plenamente admissível. 
A consumação do crime, na modalidade do §1°, se dá com a 
realL]DomR� GH� TXDOTXHU� GDV� FRQGXWDV� SUHYLVWDV�� H[FHWR� D� FRQGXWD� ³WHU�
FRQVLJR´�� que configura um CRIME PERMANENTE. A tentativa é 
DGPLVVtYHO�� VDOYR� QD� PRGDOLGDGH� ³FRQVXPLU´� pois é CRIME 
INSTANTÂNEO. 
A ação penal é pública INCONDICIONADA. 
Como a pena mínima é IGUAL a um ano, é CABÍVEL A 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO (art. 89 da Lei 9.099/95). 
Há, ainda, previsão de PENA DE MULTA, que deverá ser fixada na 
forma dos §§ 2° e 3°. 
 
3. Crimes contra as relações de consumo 
 
Os crimes contra as relações de consumo se encontram previstos na 
Lei 8.078/90 (Código de Proteção e Defesa do Consumidor) e na 
Lei 8.137/90. Vejamos a regulamentação prevista na Lei 8.078/90, a 
partir do art. 61: 
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste 
código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as 
condutas tipificadas nos artigos seguintes. 
 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 81 
Primeiro precisamos definir quem é consumidor. Nos termos do 
art. 2º da Lei 8.078/90: 
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza 
produto ou serviço como destinatário final. 
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda 
que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. 
 
Vejam que o § único ainda faz menção à figura do consumidor por 
equiparação. 
Fornecedor, por sua vez: 
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, 
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que 
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, 
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de 
produtos ou prestação de serviços. 
 
Mas o que seria produto ou serviço? Qual o conceito? Isto fica 
claro na leitura dos §§ 1º e 2º do art. 3º da Lei 8.078/90: 
Art. 3° (...) 
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. 
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, 
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de 
crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. 
 
Importante frisar a vocês que os crimes previstos nesta Lei (Crimes 
contra as relações de consumo) somente podem ter PESSOAS 
FÍSICAS como SUJEITOS ATIVOS, pois não há previsão de crimes de 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 81 
responsabilidade de pessoas jurídicas, embora a grande maioria dos 
fornecedores sejam pessoas jurídicas. Neste caso, respondem pelo crime 
aqueles que ordenaram a prática do ato criminoso (gerentes, sócios-
administradores, etc.). 
 
A) Dos crimes em espécie 
Meus caros, são doze figuras típicas diferentes, mas cujos 
contornos são extremamente semelhantes, de forma que 
transcreveremos o texto da lei e, ao final, faremos os comentários 
pertinentes, de forma a otimizar nosso estudo: 
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou 
periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou 
publicidade: 
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. 
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante 
recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser 
prestado. 
§ 2° Se o crime é culposo: 
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. 
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a 
nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à 
sua colocação no mercado: 
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. 
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do 
mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente, 
os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo. 
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando 
determinação de autoridade competente: 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 81 
Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa. 
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das 
correspondentes à lesão corporal e à morte. 
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante 
sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, 
desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços: 
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa. 
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta. 
§ 2º Se o crime é culposo; 
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. 
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser 
enganosa ou abusiva: 
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. 
Parágrafo único. (Vetado). 
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz 
de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a 
sua saúde ou segurança: 
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa: 
Parágrafo único. (Vetado). 
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base 
à publicidade: 
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. 
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de 
reposição usados, sem autorização do consumidor: 
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 81 
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, 
constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas 
ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, 
injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou 
lazer: 
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. 
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que 
sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros: 
Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa. 
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor 
constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou 
deveria saber ser inexata: 
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. 
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia 
adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo; 
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. 
 
 
9 Todos os sujeitos passivos são, NECESSARIAMENTE, PESSOAS 
FÍSICAS. Não há responsabilidade penal das pessoas jurídicas por 
crimes contra as relações de consumo;9 Todos os crimes são COMUNS (Podem ser praticados por 
qualquer pessoa, desde que estejam na qualidade de fornecedor de 
produtos); 
9 O SUJEITO PASSIVO é sempre a COLETIVIDADE. 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 81 
Secundariamente, algumas condutas apresentaram o consumidor 
também como sujeito passivo (as condutas dos arts. 70 a 74); 
9 O objeto jurídico (bem jurídico tutelado) é a Ordem Consumerista, 
ou em outras palavras, o interesse coletivo das relações de 
consumo. Porém: a) Na conduta do art. 71 tutela-se a honra e a 
intimidade do consumidor; b) Na conduta do art. 72 tutela-se o 
direito que o consumidor possui de ter acesso aos seus dados 
constantes em quaisquer bancos de dados; c) Na conduta do art. 
73 tutela-se o direito que o consumidor possui de ver retificados 
dados seus que estejam incorretos em quaisquer bancos de dados; 
d) Na conduta do art. 74 tutela-se, ainda, o direito que o 
consumidor possui de receber seu termo de garantia. 
9 O OBJETO MATERIAL será, em qualquer caso, o produto ou 
serviço prestado de maneira defeituosa ou incompleta; 
9 As CONDUTAS são sempre DOLOSAS, embora haja previsão 
de condutas CULPOSAS nos arts. 63, §2º e 66, §2º (e somente 
NESTAS!); 
9 Os crimes contra as relações de consumo são considerados crimes 
FORMAIS, de forma que a efetiva ocorrência de um dano 
individual é prescindível à consumação do crime, que se consuma 
com a mera realização da conduta incriminada; 
9 Os crimes contra as relações de consumo representam condutas 
que, na verdade, são infrações GRAVES a DEVERES do 
fornecedor, como, por exemplo, o crime do art. 63, que é uma 
infração grave (e, por isso, transformada em CRIME) ao dever de 
informação, previsto no art. 9º do CPC; 
9 A maioria das condutas é COMISSIVA (AÇÃO), embora alguns 
crimes possam ser praticados na forma OMISSIVA. A tentativa 
somente será admitida no primeiro caso; 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 81 
9 O crime do art. 67 merece destaque, pois não deve ser confundido 
com o crime do art. 7º, II da Lei 8.137/90. O crime do art. 67 é um 
crime de perigo abstrato (perigo presumido) e não trata de uma 
relação de consumo específica, mas tutela a boa-fé nas relações de 
consumo abstratamente considerada. Já o crime do art. 7º, II da 
Lei 8.137/90 pune o fornecedor que VENDER produto em 
desacordo com as especificações contidas na embalagem, ou seja, 
pune uma conduta específica na qual houve DANO DIRETO a um 
consumidor. Vejamos: 
Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo: 
(...) 
II - vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, 
especificação, peso ou composição esteja em desacordo com as 
prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação 
oficial; 
 
B) Disposições Gerais 
O art. 75 do CDC trata do concurso de agentes nos crimes contra 
as relações de consumo. Vejamos: 
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste 
código, incide as penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, 
bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que 
promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, 
exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e 
prestação de serviços nas condições por ele proibidas. 
 
No entanto, a Doutrina entende que este artigo fora revogado 
pelo art. 11 da Lei 8.137/90, que também prevê crimes contra as 
relações de consumo. Vejamos: 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 81 
Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, 
concorre para os crimes definidos nesta lei, incide nas penas a estes 
cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
Parágrafo único. Quando a venda ao consumidor for efetuada por sistema de 
entrega ao consumo ou por intermédio de outro em que o preço ao 
consumidor é estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou concedente, o ato 
por este praticado não alcança o distribuidor ou revendedor. 
 
O caput do artigo é simples, e possui redação semelhante à do art. 
29 do CP. No entanto, o § único é importante, pois estabelece a 
responsabilidade apenas do fabricante e não do distribuidor quando a 
venda for feita mediante sistema de entrega ao consumo ou por 
intermédio de outro sistema em que o preço ao consumidor é 
estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou concedente. 
EXEMPLO: Imagine que uma empresa que fabrica rolos de papel 
higiênico esteja produzindo rolos de papel higiênico com apenas 25 
metros de comprimento, e colocando na embalagem que o produto 
possui 30 metros de comprimento. Nesse caso, o Supermercado no qual 
o produto foi vendido não tem responsabilidade criminal sobre o fato, já 
que não possui qualquer influência sobre o mesmo, sendo responsável 
apenas o fabricante. 
 
O art. 76 da Lei traz algumas circunstâncias agravantes 
especiais (pois não previstas na parte geral do CP, mas em legislação 
especial e somente aplicáveis a estes delitos). Vejamos: 
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código: 
I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de 
calamidade; 
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo; 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 81 
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento; 
IV - quando cometidos: 
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja 
manifestamente superior à da vítima; 
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de 
sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou 
não; 
V - serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos 
ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais . 
 
É de ressaltar que provavelmente alguma delas sempre estará 
presente, pois quase sempre a condição econômico-social do infrator é 
manifestamente superior à da vítima ou as vendas envolvem alimentos ou 
produtos essenciais, ou então a vítima é maior de 60 anos ou menor de 
18, etc. Em resumo: Dificilmente o Juiz não irá aplicar uma destas 
circunstâncias agravantes. 
O art. 77 trata da aplicação da pena de multa: 
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-multa, 
correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de duração da pena privativa 
da liberdade cominada ao crime. Na individualização desta multa, o juiz 
observará o disposto no art. 60, §1° do Código Penal. 
 
Com relação à pena de multa, ela é calculada com base no 
produto de dois valores: a) o número de dias-multa; b) o valor de 
cada dia-multa. 
O número de dias-multa, segundo o CP, será de 10 a 360 dias-
multa, de acordo com a culpabilidade do agente. Já o valor de cada 
2252860103422528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 81 
dia multa varia entre 1/30 e cinco vezes o valor do maior salário mínimo 
vigente. 
O que esse artigo 77 nos traz de novidade é uma regra 
específica para a aplicação do NÚMERO DE DIAS-MULTA, que não será 
de 10 a 360, mas será aplicado de acordo com a pena mínima e 
máxima cominada ao crime. 
EXEMPLO: se o crime tem pena que varia de dois meses a seis meses 
de detenção, o número de dias-multa irá variar entre 60 e 180 dias-
multa. Entenderam? 
 
O valor de cada dia-multa continua sendo fixado conforme a 
regra prevista no CP, que é a constante no art. 49, §1º: 
Art. 49 (...) 
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a 
um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem 
superior a 5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
O art. 78 prevê as seguintes penas restritivas de direitos a serem 
aplicadas nos casos de crimes contra as relações de consumo: 
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser 
impostas, cumulativa ou alternadamente, observado o disposto nos arts. 44 a 
47, do Código Penal: 
I - a interdição temporária de direitos; 
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou 
audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a 
condenação; 
III - a prestação de serviços à comunidade. 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 81 
 
Lembro a vocês que estas são as penas a serem aplicadas (restritivas 
de direitos, é claro), não sendo possível a aplicação das penas restritivas 
de direitos previstas no CP, por ser, o CDC, norma especial. No entanto, a 
forma de aplicação é a mesma prevista no CP (arts. 44 a 47 do CP). 
Os arts. 79 e 80 tratam de normas de DIREITO PROCESSUAL 
PENAL, que são relativas à fiança (valor) e ao assistente de acusação. 
Vejamos: 
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será fixado 
pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e duzentas 
mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente 
que venha a substituí-lo. 
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou 
réu, a fiança poderá ser: 
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo; 
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes. 
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem 
como a outros crimes e contravenções que envolvam relações de consumo, 
poderão intervir, como assistentes do Ministério Público, os legitimados 
indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor 
ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal. 
 
Assim, o que o art. 80 determina é que nos crimes contra as relações 
de consumo há uma hipótese especial de legitimação para atuação como 
assistente de acusação, sendo esta condição conferida às entidades 
previstas nos incisos III e IV do art. 82. Vejamos quem são estas 
entidades: 
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados 
concorrentemente: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 81 
(...) 
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda 
que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos 
interesses e direitos protegidos por este código; 
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que 
incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos 
protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear. 
 
Portanto, nas ações penais públicas relativas a crimes contra as 
relações de consumo, temos duas outras hipóteses de legitimação para 
atuação como assistente de acusação e para ajuizamento de ação penal 
privada subsidiária da pública (que ocorre quando o MP deixa transcorrer 
o prazo legal para ajuizamento da ação penal sem nada fazer). 
Frise-se que estas legitimações conferidas pelo CDC não 
excluem aquelas já previstas pela norma geral (CPP). 
C) Crimes contra as relações de consumo na Lei 8.137/90 
 
A Lei 8.137/90 também prevê condutas que ofendem as relações de 
consumo, também sendo tipificadas como crimes. Vejamos o art. 7º da 
Lei: 
Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo: 
I - favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressalvados 
os sistemas de entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou 
revendedores; 
II - vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, 
especificação, peso ou composição esteja em desacordo com as prescrições 
legais, ou que não corresponda à respectiva classificação oficial; 
III - misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los 
ou expô-los à venda como puros; misturar gêneros e mercadorias de 
qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à venda por preço 
estabelecido para os demais mais alto custo; 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 81 
IV - fraudar preços por meio de: 
a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de elementos tais 
como denominação, sinal externo, marca, embalagem, especificação técnica, 
descrição, volume, peso, pintura ou acabamento de bem ou serviço; 
b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente oferecido à venda em 
conjunto; 
c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em separado; 
d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção do bem ou na 
prestação dos serviços; 
V - elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante 
a exigência de comissão ou de taxa de juros ilegais; 
VI - sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a quem pretenda 
comprá-los nas condições publicamente ofertadas, ou retê-los para o fim de 
especulação; 
VII - induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou 
afirmação falsa ou enganosa sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, 
utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veiculação ou divulgação 
publicitária; 
VIII - destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim 
de provocar alta de preço, em proveito próprio ou de terceiros; 
IX - vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer 
forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao 
consumo; 
Pena - detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a 
modalidade culposa, reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um 
terço) ou a de multa à quinta parte. 
 
Vejam que o § único prevê expressamente a modalidade CULPOSA 
para ALGUMAS das condutas (não todas). No caso de se tratar de 
conduta culposa (nas hipóteses admitidas), a penaprivativa de 
liberdade será reduzida em 1/3 e a de multa em 1/5. 
Isso é importante, pois vocês devem saber que há possibilidade de 
crime culposo contra as relações de consumo e que não se aplica a 
regra geral da punibilidade dos crimes culposos, que geralmente se 
dá com o estabelecimento de um novo tipo penal com penas mínimas e 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 81 
máximas em patamares diferentes, sendo, neste caso, uma CAUSA DE 
DIMINUIÇÃO DE PENA. 
Por fim, temos o art. 11 da Lei 8.137/90. Vejamos: 
Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, 
concorre para os crimes definidos nesta lei, incide nas penas a estes 
cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
Parágrafo único. Quando a venda ao consumidor for efetuada por sistema de 
entrega ao consumo ou por intermédio de outro em que o preço ao 
consumidor é estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou concedente, o ato 
por este praticado não alcança o distribuidor ou revendedor. 
 
O caput do artigo é simples, e possui redação semelhante à do art. 
29 do CP. No entanto, o § único é importante, pois estabelece a 
responsabilidade apenas do fabricante e não do distribuidor quando a 
venda for feita mediante sistema de entrega ao consumo ou por 
intermédio de outro sistema em que o preço ao consumidor é 
estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou concedente. 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
 
 
 
 
 
 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 81 
 
 
01 - (FCC - 2009 - TCE-GO - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - 
DIREITO) 
Constitui crime funcional contra a ordem tributária, dentre outros, 
A) negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou 
documento equivalente, relativo à venda de mercadoria ou à prestação de 
serviço efetivamente realizada, ou fornecer a nota em desacordo com a 
legislação. 
B) fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou 
omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido 
pela lei fiscal. 
C) exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, 
mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal 
vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, 
ou cobrá-los parcialmente. 
D) falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou 
qualquer outro documento relativo à operação tributável. 
E) omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades 
fazendárias. 
 
02 - (FCC - 2010 - TCE-AP - PROCURADOR) 
Nos crimes contra a ordem tributária, 
EXERCÍCIOS PARA PRATICAR 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 81 
A) não tipifica delito funcional o ato de utilizar ou divulgar programa de 
processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigação 
tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, 
fornecida à Fazenda Pública. 
B) é admissível o concurso de pessoas apenas na forma de coautoria. 
C) a pena pode ser aumentada até a metade, se praticado o delito por 
funcionário público e ocasionar grave dano à coletividade. 
D) é punível apenas a supressão de tributo ou contribuição social. 
E) é admissível a forma culposa. 
 
03 - (FCC - 2006 - BACEN - PROCURADOR - PROVA 2) 
Nos crimes contra a ordem tributária, 
A) não cabe a chamada delação premiada. 
B) o sujeito ativo não pode ser funcionário público. 
C) a pena pecuniária deve ser fixada em dias-multa. 
D) a ação penal é pública ou privada. 
E) a pena de multa pode ser elevada até o triplo. 
 
04 - (FCC - 2009 - SEFAZ-SP - AGENTE FISCAL DE RENDAS - 
PROVA 2) 
Nos crimes contra a ordem tributária, 
A) é inadmissível a forma culposa. 
B) o sujeito ativo é sempre o contribuinte ou funcionário público. 
C) é inadmissível o concurso de pessoas. 
D) é cabível a tentativa, se formais. 
E) são puníveis apenas condutas comissivas. 
 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 81 
05 - (FCC - 2010 - TRE-AM - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
ADMINISTRATIVA) 
De acordo com a Lei nº 8.137/90, são circunstâncias que podem agravar 
as penas previstas para os crimes contra a Ordem Tributária, a Economia 
e as Relações de Consu- mo, praticados por particulares, dentre outras, 
A) valer-se de posição dominante no mercado para elevar, sem justa 
causa, o preço de bem ou serviço. 
B) estabelecer monopólio com a finalidade de eliminar a concorrência. 
C) praticar o crime em relação à prestação de serviços essenciais à vida 
ou à saúde. 
D) cometer o crime em detrimento de pessoa maior de 70 (setenta) anos. 
E) ocasionar prejuízo à sociedade controlada pelo Poder Público. 
 
06 - (ESAF ± 2003 ± ANALISTA TRIBUTÁRIO DA RECEITA 
FEDERAL) 
A Lei Federal nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, acresceu o seguinte 
tipo penal aos crimes funcionais contra a ordem tributária, além dos 
previstos no Código Penal: 
a) extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que 
tenha guarda em razão da função; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou 
parcialmente, ainda que não acarrete pagamento indevido ou inexato do 
tributo. 
b) patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração fazendária, valendo-se da condição de funcionário público. 
c) exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora 
da função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem 
indevida. 
d) facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou 
descaminho. 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 81 
e) retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-
lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal. 
 
07 - (ESAF ± 2001 ± PROCURADOR DO BANCO CENTRAL DO 
BRASIL) 
De acordo com a Lei no 8.137/90, que define crimes contra a ordem 
tributária, econômica e contra as relações de consumo, é possível afirmar 
que: 
a) apenas a redução ou supressão de imposto constitui crime. 
b) só condutas comissivas são tipificadas. 
c) há previsão de crimes formais. 
d) o sujeito ativo é somente o contribuinte. 
e) admite-se a responsabilidade penal da pessoa jurídica. 
 
08 - (ESAF ± 2002 ± AUDITOR FISCAL DE RENDAS ESTADUAIS ± 
SEFA/PA) 
Os crimes cometidos por agentes públicos contra a ordem tributária, 
previstos na Seção II do Capítulo I da Lei nº 8.137/90, são apenados 
com: 
a) detençãob) multa 
c) detenção e multa 
d) reclusão e multa 
e) reclusão 
 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 81 
09 - (FCC ± 2007 ± ISS/SP ± AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO 
MUNICIPAL) 
Nos crimes contra a ordem tributária, 
a) a pena deve ser aumentada se praticados em relação ao comércio de 
bens essenciais à vida ou à saúde. 
b) a pena de multa deve ser fixada entre 10 (dez) e 180 (cento e oitenta) 
dias-multa. 
c) o sujeito ativo só pode ser funcionário público. 
d) a pena de multa não pode ser diminuída, mesmo que de excessiva 
onerosidade para o agente. 
e) a ação penal é privada. 
 
10 - (ESAF ± 2002 ± SEFAZ/PA - AUDITOR FISCAL DE RECEITAS 
ESTADUAIS) 
Os crimes cometidos por agentes públicos contra a ordem tributária, 
previstos na Seção II do Capítulo I da Lei nº 8.137/90, são apenados 
com: 
a) detenção 
b) multa 
c) detenção e multa 
d) reclusão e multa 
e) reclusão 
 
11 - (FCC ± 2012 ± ISS/SP ± AUTIDOR FISCAL TRIBUTÁRIO 
MUNICIPAL) 
Quanto aos crimes contra a Ordem Tributária, previstos na Lei 
no 8.137/90, considere: 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 81 
I. A omissão de informação às autoridades fazendárias só constitui crime 
contra a ordem tributária se tiver a finalidade de suprimir ou reduzir 
tributo, ou contribuição social e qualquer acessório. 
II. Todos os crimes contra a Ordem Tributária, previsto na Lei 
no 8.137/90 são de ação penal pública. 
III. Não constitui crime contra a ordem econômica divulgar programa de 
processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigação 
tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, 
fornecida à Fazenda Pública. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II. 
d) II e III. 
e) III. 
 
12 - (FUNDAÇÃO DOM CINTRA ± 2012 ± ISS/BH ± AUTIDOR 
TÉCNICO DE TRIBUTOS MUNICIPAIS) 
O pagamento integral do tributo devido, antes de ocorrer o oferecimento 
da denúncia acarretará o seguinte efeito: 
a) exclusão de antijuridicidade 
b) suspensão da punibilidade 
c) exclusão da culpabilidade 
d) extinção da punibilidade 
e) atipicidade do fato 
 
13 - (FUNIVERSA ± 2011 ± SEPLAG/DF ± AUDITOR FISCAL DE 
ATIVIDADES URBANAS) 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 81 
Funcionário público da área de fiscalização e cobrança de tributos 
extraviou, propositadamente, livro oficial sob sua guarda em razão da 
função, com geração de pagamento indevido de tributo. 
Com base nessa situação hipotética, assinale a alternativa correta. 
a) O funcionário não cometeu crime, pois extraviar não é conduta prevista 
na Lei n.º 8.137/1990 como ilícito penal. 
b) O funcionário pode responder administrativamente por sua conduta, 
mas não por crime. 
c) A conduta está prevista na Lei n.º 8.137/1990 como crime culposo. 
d) A conduta está prevista na Lei n.º 8.137/1990 como crime doloso. 
e) O fato não pode ser comunicado por qualquer do povo ao Ministério 
Público. 
 
14 - (FCC - 2009 - PGE-RJ - TÉCNICO SUPERIOR DE ANÁLISE 
CONTÁBIL) 
NÃO constitui crime funcional contra a ordem tributária 
A) deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo 
fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de 
desenvolvimento. 
B) extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que 
tenha a guarda em razão da função, acarretando pagamento indevido ou 
inexato de tributo ou contribuição social. 
C) exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora 
da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem 
indevida, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, 
ou cobrá-los parcialmente. 
D) aceitar promessa de vantagem indevida, para deixar de lançar ou 
cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 81 
E) patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. 
 
15 - (FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - 
EXECUÇÃO DE MANDADOS) 
Ana falsificou nota fiscal para reduzir o valor da operação a ela 
correspondente e reduzir o tributo devido. Maria prestou declaração falsa 
às autoridades fazendárias, para suprimir o tributo devido em operação 
comercial. Ana e Maria responderão por crimes 
A) de falsificação de documento particular e falsidade ideológica, 
respectivamente. 
B) de falsificação de documento público e falsidade ideológica, 
respectivamente. 
C) contra a ordem tributária. 
D) contra a ordem econômica. 
E) de falsificação de documento particular e contra a ordem tributária, 
respectivamente. 
 
16 - (ESAF ± 2007 ± PGFN ± PROCURADOR DA FAZENDA 
NACIONAL) 
Com a promulgação da Lei n. 8.137, de 27.12.90, que define crimes 
contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, o 
legislador, de forma consciente, buscou distinguir esses delitos dos 
existentes no direito penal comum. Analise as assertivas abaixo, a 
respeito das características da referida legislação, assinalando a opção 
incorreta. 
a) Há expressa previsão de que a supressão de contribuições sociais 
caracteriza crime contra a ordem tributária. 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 10 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 81 
b) As hipóteses de extinção de punibilidade dessa lei extravagante são as 
mesmas do Código Penal. 
c) Falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou 
qualquer outro documento relativo à operação financeira é crime contra a 
ordem tributária. 
d) É possível ocorrer a extinção de punibilidade com o pagamento integral 
do tributo e seus acessórios. 
e) A supressão de uma multa devida pelo atraso no pagamento de tributo 
caracteriza delito tributário. 
 
17 - (ESAF ± 2007 ± PGFN ± PROCURADOR DA FAZENDA 
NACIONAL) 
Abelardo presta declaração falsa às autoridades fazendárias com o fim de 
sonegar tributo devido. Antes do recebimento da denúncia, paga o tributo 
devido e seus acréscimos. Com base nessa informação e na legislação 
especial penal, é correto afirmar que houve: 
a) arrependimento eficaz. 
b) causa de extinção de punibilidade. 
c) circunstância atenuante. 
d) estado de necessidade. 
e) arrependimento posterior. 
 
18 - (ESAF ± 2009 ± RFB ± AUDITOR FISCAL DA RECEITA 
FEDERAL) 
Temístocles, advogado e funcionário público com poder de gestão no 
fisco, patrocina cliente que deve valor ao fisco, solicitando

Outros materiais