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Síntese Etapa Sensório-Motor

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Período Sensório-Motor
Segundo Davis (2000), o período sensório-motor começa desde o nascimento e se estende até, aproximadamente, os dois anos de idade. Nesta fase, a criança baseia-se exclusivamente em percepções sensoriais e em esquemas motores para resolver seus problemas. Assim, a criança utiliza-se de tais sensações e esquemas para reconhecer a existência de um mundo externo a ela, e através destas, criam autonomia para perceber o mundo e atuar nele.
Segundo Bock (1999), Piaget subdividiu o estágio sensório-motor em seis subestágios. E são nestes períodos, que a criança conquista através da percepção e dos movimentos, todo o universo que a cerca.
Segundo Cole & Cole (2003), o primeiro subestágio começa desde o nascimento e se estende até, aproximadamente, um mês e meio de vida. Nesta fase, exercitando os reflexos inatos, aprende-se a controlá-los e coordená-los, e estes proporcionam a conexão inicial entre os bebês e seus ambientes. Portanto, esta fase reduz-se ao exercício dos mecanismos de reflexos iniciais, provenientes da herança genética, e estes desde o nascimento, sofrem ação do meio.
Segundo Munari (2010), o segundo subestágio começa de, aproximadamente, um mês e meio, até os quatro meses de vida. Esta fase é caracterizada pelos reflexos condicionados, associações adquiridas e hábitos, que conduzem a construção da maturação, influenciados não somente pelos fatores externos, mas parcialmente pelo meio. Isto é, através das ações coordenadas, e utilizando-se de recursos visuais e motores, os bebês desenvolvem o conhecimento sobre o meio, resultante de suas próprias ações.
Ainda Munari (2010), o terceiro subestágio ocorro dos quatro a oito meses de vida. Nesta fase, a conduta da criança passa de reações primárias para reações circulares secundárias, influenciadas pela própria capacidade de reproduzir os resultados interessantes obtidos por acaso. Portanto, estas mudanças de reações, indicam que os bebês começam a entender que os objetos são mais do que a prolongação de suas ações, e descobrem assim, eventualmente, o mundo que a cerca.
Segundo Cole & Cole (2003), o quarto subestágio acontece dos oito aos dozes meses de vida. Esta fase é marcada pela capacidade da criança em desenvolver comportamentos dirigidos para atingir um objetivo, que Piaget referiu como sendo a intencionalidade. Ou seja, as ações agora deixam de ser acidentais e passam a ser intencionais, onde os bebês já conseguem coordenar de forma melhor seus movimentos para atingir um objetivo, sendo essa a fase primitiva para a resolução de problemas. 
 Ainda Cole & Cole (2003), o quinto subestágio ocorre dos dozes aos dezoito meses. Nesta fase, os bebês deixam de executar movimentos repetidos, para apresentarem reações circulares terciárias, em que experimentam ações para obter resultados semelhantes. Portanto, os bebês usando as reações circulares secundárias já estabelecidas, tornam-se capazes de variar deliberadamente suas sequências de ação, tornando-se assim, mais complexas suas explorações do mundo, onde a experimentação, os leva a conhecer as consequências.
Segundo Munari (2010), o último subestágio que ocorre dos dezoito aos vinte e quatro meses, consiste na junção de todas as condutas dos subestágios anteriores, associado ao comportamento da invenção de novos meios por dedução e da representação mental através de símbolos. Significa dizer, que os bebês conseguem representar o mundo para si mesmos, submetendo-se, desse modo, em ações mentais reais. 
Complementando, Davis (2000) afirma que nesta fase, esquemas cada vez mais complexos são construídos, de forma que possibilitam a construção da função simbólica, e esta por sua vez, altera drasticamente a forma como a criança lida com o meio. Conclui-se que neste subestágio, a criança evolui de uma atitude passiva em relação ao ambiente e pessoas de seu mundo, para uma atitude ativa e participativa, havendo integração com o ambiente e objeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes T. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. Capítulo 7: A Psicologia do Desenvolvimento. São Paulo: Saraiva, 1999.
COLE, M.; COLE, S.R; O desenvolvimento da criança e do adolescente. Tradução: Magda França Lopes – 4 ed. – Porto Alegre: Artmed, 2003, pág. 208-210;242-244.
DAVIS, C.; OLIVEIRA, Z.M.R; Psicologia na Educação; 2a. Edição, Ed. Cortez, 1994.
MUNARI. A.; Jean Piaget. Tradução e organização: Daniele Saheb. – Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Ed. Massangana, 2010.

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