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QUESTÕES OBRIGAÇÕES Ary celebrou contrato de compra e venda de imóvel com Laurindo e, mesmo sem a devida declaração negativa de débitos condominiais, conseguiu registrar o bem em seu nome. Ocorre que, no mês seguinte à sua mudança, Ary foi surpreendido com a cobrança de três meses de cotas condominiais em atraso. Inconformado com a situação, Ary tentou, sem sucesso, entrar em contato com o vendedor, para que este arcasse com os mencionados valores. De acordo com as regras concernentes ao direito obrigacional, assinale a opção correta. a) Perante o condomínio, Laurindo deverá arcar com o pagamento das cotas em atraso, pois cabe ao vendedor solver todos os débitos que gravem o imóvel até o momento da tradição, entregando-o livre e desembargado. b) Perante o condomínio, Ary deverá arcar com o pagamento das cotas em atraso, pois se trata de obrigação subsidiária, já que o vendedor não foi encontrado, cabendo ação in rem verso, quando este for localizado. c) Perante o condomínio, Laurindo deverá arcar com o pagamento das cotas em atraso, pois se trata de obrigação com eficácia real, uma vez que Ary ainda não possui direito real sobre a coisa. d) Perante o condomínio, Ary deverá arcar com o pagamento das cotas em atraso, pois se trata de obrigação propter rem, entendida como aquela que está a cargo daquele que possui o direito real sobre a coisa e, comprovadamente, imitido na posse do imóvel adquirido. RESPOSTA COMENTADA Sobre condomínio edilício o art. 1.345 do CC dispõe que “o adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios”. A questão trata de uma obrigação propter rem. A obrigação propter rem é àquela que recai sobre uma pessoa em razão da sua qualidade de proprietário ou de titular de um direito real sobre um bem. Como Ary conseguiu registrar o bem em seu nome, passa a ser o responsável pelo adimplemento da obrigação. EXAME OAB/SP - CESP - 2008 - 136º - 1ª FASE (Civil, questão 27). Segundo a legislação civil, o adquirente do imóvel em condomínio edilício responde pelos débitos condominiais, ainda que anteriores à data de sua aquisição. Nesse contexto, a referida obrigação denomina-se (cód. Q11681) a) obrigação eficacial. b) obrigação com ônus pessoal. c) obrigação propter rem ou obrigação híbrida. d) obrigação natural. No dia 2 de agosto de 2014, Teresa celebrou contrato de compra e venda com Carla, com quem se obrigou a entregar 50 computadores ou 50 impressoras, no dia 20 de setembro de 2015. O contrato foi silente sobre quem deveria realizar a escolha do bem a ser entregue. Sobre os fatos narrados, assinale a afirmativa correta. A) Trata-se de obrigação facultativa, uma vez que Carla tem a faculdade de escolher qual das prestações entregará a Teresa. B) Como se trata de obrigação alternativa, Teresa pode se liberar da obrigação entregando 50 computadores ou 50 impressoras, à sua escolha, uma vez que o contrato não atribuiu a escolha ao credor. C) Se a escolha da prestação a ser entregue cabe a Teresa, ela poderá optar por entregar a Carla 25 computadores e 25 impressoras. D) Se, por culpa de Teresa, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo a Carla a escolha, ficará aquela obrigada a pagar somente os lucros cessantes. RESPOSTA COMENTADA: No caso, trata-se de uma obrigação alternativa, e não de uma obrigação facultativa. Esta faculta o cumprimento do objeto da prestação; porém, se a parte assim quiser, pode cumprir a obrigação subsidiária, em substituição à principal. A obrigação alternativa se caracteriza por existir uma alternativa no objeto; a parte cumpre uma obrigação OU outra, como no caso. Por isso, a alternativa A está incorreta. Quando da escolha, o art. 252, § 1o estabelece que não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra, pelo que a alternativa C também está incorreta. A assertiva D também está incorreta, já que se a obrigação se tornou impossível, por culpa do devedor, e competia a ele a escolha, o art. 254 estabelece que deve ele indenizar pelo “valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos”. Por fim, a alternativa B vai ao encontro do previsto no art. 252: “nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou”, tornando-a correta. João deverá entregar quatro cavalos da raça X ou quatro éguas da raça X a José. O credor, no momento do adimplemento da obrigação, exige a entrega de dois cavalos da raça X e de duas éguas da raça X. Nesse caso, é correto afirmar que as prestações a) alternativas são inconciliáveis, havendo indivisibilidade quanto à escolha. b) alternativas são conciliáveis, havendo divisibilidade quanto à escolha. c) facultativas são inconciliáveis, quando a escolha couber ao credor. d) facultativas são conciliáveis, quando a escolha couber ao credor. RESPOSTA COMENTADA: Nessa questão há menção às obrigações facultativas, mas estamos diante de uma obrigação alternativa: quatro cavalos OU quatro éguas. Assim, o credor (se a escolha lhe pertencer, o que a questão não diz) poderá escolher ou os quatro cavalos ou as quatro éguas, mas não poderá mesclar as duas obrigações. Donato, psiquiatra de renome, era dono de uma extensa e variada biblioteca, com obras de sua área profissional, importadas e raras. Com sua morte, seus três filhos, Hugo, José e Luiz resolvem alienar a biblioteca à Universidade do Estado, localizada na mesma cidade em que o falecido residia. Como Hugo vivia no exterior e José em outro estado, ambos incumbiram Luiz de fazer a entrega no prazo avençado porém, mais preocupado com seus próprios negócios, esqueceu-se de entregar a biblioteca à Universidade, que, diante da mora, notificou José para exigir integral em 48 horas, sob pena de resolução do contrato em perdas e danos. Nesse contexto, assinale a afirmativa correta. A) José deve entregar a biblioteca no prazo designado pela Universidade, se quiser evitar a resolução do contrato em perdas e danos. - Alternativa correta. Se qualquer um dos devedores não entregar o bem o contrato se extingue e resolve em perdas e danos, art.475,CC. B) Não tendo sido ajustada solidariedade, José não está obrigado a entregar todos os livros, respondendo, apenas, pela sua cota parte. - Alternativa incorreta. A obrigação não é solidária, tendo em vista o art. 265,CC. Todavia é indivisível e, por tal razão, qualquer um dos devedores se obriga perante o credor a entregar o todo, art. 259, “caput”, CC. C) Como Luiz foi incumbido da entrega, a Universidade não poderia ter notificado José, mas deveria ter interpelado Luiz. - Alternativa incorreta. Pelo fato de a obrigação ser indivisível, o credor pode exigir a entrega do bem por qualquer um dos devedores, art. 259, “caput, CC. D) Tratando-se de três devedores, a Universidade não poderia exigir de um só o pagamento; logo, deveria ter notificado simultaneamente os três irmãos. - Alternativa incorreta. A obrigação é indivisível e, por tal motivo, o credor pode exigi-la de qualquer um dos devedores, art. 259, “caput”, CC. RESPOSTA COMENTADA: Conclusão: A referida questão versa sobre a entrega de um bem indivisível por uma pluralidade de devedores, sendo a resposta a literalidade do art. 259,CC. Não sendo passível de recurso. (CESPE – TRT/8ª Região/PA/AP – Analista Judiciário – 2016) Com relação ao direito das obrigações, assinale a opção correta. (A) Tratando-se de obrigação com objeto indivisível e pluralidade de credores, presume-se a solidariedade ativa. (B) Dada a natureza da obrigação, a exoneração, pelo credor, da solidariedade a um dos devedores, aproveitará aos demais. (C) Em se tratando de obrigação solidária, ainda que somente um dos devedores seja o culpado pela impossibilidade de seu cumprimento, todos os demais continuam obrigados ao pagamento do valor equivalente. (D) Se a obrigação intuitu personae se tornar impossível, ainda que não haja culpa das partes, haverá conversão em perdas e danos em favor do credor.(E) Havendo impossibilidade de cumprimento, por culpa do devedor, de apenas uma das obrigações alternativas, ao credor restará ficar com a obrigação que subsistiu, independentemente de caber a ele a escolha. RESPOSTA COMENTADA: A letra “a” está errada. Art. 265, CC: A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. A letra “b” está errada. Art. 282, CC: O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais. A letra “c” está correta. Art. 279, CC: Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. A letra “d” está errada. Se a obrigação for intuitu personae (ou seja, personalíssima) e ela se tornar impossível, somente se houver culpa do devedor é que haverá a conversão em perdas e danos em favor do credor. Se não houver culpa, a obrigação simplesmente se extingue, sem qualquer indenização. Art. 248, CC: Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. A letra “e” está errada. Art. 255, CC: Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos. Quanto ao adimplemento das obrigações, é errado afirmar que: a) O pagamento feito a quem não era credor, mas aparentava ser, é válido pela lei b) O pagamento feito a quem não era credor, mas aparentava ser, obriga o devedor a pagar novamente ao verdadeiro credor c) O pagamento não é a única forma de adimplemento prevista no Código d) O confusão é forma de adimplemento Assinale a assertiva incorreta sobre adimplemento e extinção das obrigações. a)Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor b)É ilícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. c)O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. d)A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. e)A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela. Segundo o Código Civil, qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. Tal direito também cabe ao terceiro não interessado, desde que realize o pagamento em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste. ( ) CERTO ( ) ERRADO De acordo com o Pagamento das Obrigações, é INCORRETO afirmar que: a) O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir a renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato. b) As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo disposição legal em contrário. c) Segundo entendimento do STJ, nos termos do Código Civil, é vedada a celebração de quaisquer convenções de pagamento em moeda estrangeira. d)A validade do pagamento feito ao credor putativo é um desdobramento da teoria da aparência, segundo a qual é legítimo a determinadas pessoas aderirem a certas representações no tráfego jurídico de massas. e)As obrigações de fazer fungíveis são aquelas em que terceiros podem realizar a prestação em lugar do devedor, enquanto que as obrigações de fazer infungíveis não admitem tal possibilidade em razão da natureza personalíssima da prestação. 11. (TRF/3ª Região/SP/MS/Juiz Federal/XIV Concurso/Fundação Carlos Chagas/2007) Assinale a alternativa CORRETA: a) O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido ainda que provado depois que não era credor. – artigo 309 CC b) Apenas nas relações de consumo, o pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido ainda que provado depois que não era credor. c) O pagamento efetuado a pessoa diversa do credor ou seu representante legal somente tem validade se por ele ratificado, ainda que reverta integralmente em seu proveito. d) O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo obriga o devedor a novo pagamento se provado depois que não era credor. 12. João é locatário de um imóvel residencial de propriedade de Marcela, pagando mensalmente o aluguel por meio da entrega pessoal da quantia ajustada. O locatário tomou ciência do recente falecimento de Marcela ao ler “comunicação de falecimento” publicada pelos filhos maiores e capazes de Marcela, em jornal de grande circulação. Marcela, à época do falecimento, era viúva. Aproximando-se o dia de vencimento da obrigação contratual, João pretende quitar o valor ajustado. Todavia, não sabe a quem pagar e sequer tem conhecimento sobre a existência de inventário. De acordo com os dispositivos que regem as regras de pagamento, assinale a afirmativa correta. A) João estará desobrigado do pagamento do aluguel desde a data do falecimento de Marcela. B) João deverá proceder à imputação do pagamento, em sua integralidade, a qualquer dos filhos de Marcela, visto que são seus herdeiros. C) João estará autorizado a consignar em pagamento o valor do aluguel aos filhos de Marcela. D) João deverá utilizar-se da dação em pagamento para adimplir a obrigação junto aos filhos maiores de Marcela, estando estes obrigados a aceitar. RESPOSTA COMENTADA: Esta questão foi trabalhada especificamente por nós durante o Curso e a alternativa “C” era a correta porque diante de dúvida sobre a legitimidade do credor, somente restava ao devedor consignar em pagamento. Isso é o que se extrai do inciso III, do art. 335 do Código Civil Brasileiro. A alternativa “A” não poderia ser a correta porque o falecimento do credor não desobriga o devedor de realizar o pagamento. Também não suspende o prazo. A alternativa “B” também não era correta porque a imputação do pagamento (art. 352, CCB) “é a operação pela qual o devedor de vários débitos da mesma natureza, a um só credor, declara qual deles quer extinguir” (Clóvis Beviláqua). Seus requisitos são: i) a pluralidade de débitos; ii) a identidade dos sujeitos; iii) a igual natureza das dívidas e iv) a possibilidade da prestação oferecia resgatar mais de um débito. Em outras palavras a imputação é aquela operação em que alguém “indica” qual parcela quer ver resgatada quando existem várias dívidas vinculando as mesmas pessoas e o devedor não tem condição de pagar todas. Por fim, a alternativa “D” também não era correta porque a dação em pagamento (art. 356 e ss. do CCB) é a operação pela qual o credor consente em receber prestação diversa da convencionada. Seria o caso que trabalhamos em sala de aula que o devedor deve R$ 1.000,00 em dinheiro, não tem condições de pagar, oferece um notebook ao credor e este aceita receber o notebook como forma de pagamento. DOCS - 7090186v1 / NPB
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