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Direito Penal I Angolano Continuação

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Universidade Católica de Angola
Faculdade de Direito 
Direito Penal
Dolo Eventual e a Negligência Consciente
Semelhança e Dessemelhanças
Dolo é o conhecimento e vontade de realização do tipo objectivo.
Negligência, é a violação de um dever de cuidado e a criação de um risco não permitido.
DOLO
NEGLIGÊNCIA
TIPO SUBJECTIVO
TIPO SUBJECTIVO
 
DOLO
DIRECTO
EVENTUAL
NECESSÁRIO
NEGLIGÊNCIA
INCONSCIÊNTE
CONSCIÊNTE
NEGLIGÊNCIA
(…) desleixo, descuido, falta de zelo, falta de aplicação ao realizar determinada tarefa, é agir com irresponsabilidade ao assumir um compromisso…
Negligência é a “omissão de um dever objetivo de cuidado ou diligência”, adequada a evitar a realização de um tipo legal de crime, que se traduz num dever de previsão ou de justa previsão daquela realização, e que o agente (segundo ascircunstâncias concretas do caso e as suas capacidades pessoais) podia ter cumprido”.
 
NEGLIGÊNCIA
CONSCIÊNTE
INCONSCIÊNTE
o agente representou como possível o resultado ocorrido, mas confiou, que ele não se verificaria.
o agente infringe o dever de cuidado imposto pelas circunstâncias, não pensando sequer na possibilidade do preenchimento do tipo pela sua conduta.
 
DOLO
NEGLIGÊNCIA
o dolo eventual se consubstancia em o agente assumir o risco já conhecido. 
Já a negligência consciente ocorrerá quando o agente conhece do risco, continua a agir, mas acredita sinceramente na não ocorrência do resultado lesivo.
Os dois institutos são muito próximos entre si e a diferença primordial entre ambos se dá pelo aceite, ou não, do resultado danoso por parte do agente, o que necessitaria adentrar na mente do autor dos fatos para descobrir se esse assumira o risco ou não. Por ser impossível, mister se faz encontrar outra forma de descobrir se houve o aceite ou não.
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Existem dois pressupostos fundamentais para estabelecer de forma concreta a distinção proposta.
 A primeira é que o dolo eventual deve ser equiparado legalmente ao dolo direto no tocante aos seus efeitos, ou seja, no dolo eventual deve haver um grau de intensidade no que se refere à produção do resultado que seja equivalente a que se desenvolve no dolo direto.
O segundo pressuposto é que no dolo eventual o agente deve estar consciente a respeito da possibilidade da realização do tipo, ou seja, o sujeito deve ter em mente que com a sua ação produzira uma lesão no bem jurídico. Na negligência consciente, apesar do agente estar consciente de que com a sua conduta há possibilidade de realização do tipo, o agente não se coloca de acordo com a produção do resultado lesivo, ele crê que poderá evita-lo. 
Se o agente atual numa situação de indiferença em relação à produção do evento, assumindo o risco do evento ou esperando que ele se verifique, o dolo eventual deve ser admitido, mas se atua esperando que o evento não ocorra, o dolo deve ser excluído e admitido a culpa consciente.
DOLO EVENTUAL
NEGLIGÊNCIA CONSCIÊNTE
 
1955 (BGHSt 7/365) dois ladrões desejam roubar um comerciante e, para imobiliza-lo, pensam usar um cinto de couro, amarrando-o em seu pescoço para que o sujeito desmaie ficando inconsciente.
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NEGLIGÊNCIA CONSCIÊNTE
DOLO EVENTUAL 
Refletindo sobre o meio a ser utilizado, concluíram que este poderia acarretar a morte da vítima, e sim deixá-la acordada, substituem o cinto por um saco de areia com o qual lhe golpeia a cabeça. No momento da ação, o saco de areia se rompe, e em decorrência disso decidem voltar ao plano original ( do cinto de couro). Ao executarem o plano do cinto fazem cessar a atividade de resistência da vítima, subtraindo seus pertences. Antes de sair da loja, os ladrões decidem reanimar a vítima, porém, esta se encontra morta.
 
n
Do ponto de vista intelectual , os bandidos levam a sério a possível produção do resultado típico e, inicialmente, no nível emocional (pela alteração de forma concreta da ação) confiam a evitar do resultado representado com possível, o que exclui conformação com ( a aceitação de) sua eventual produção, mas o retorno ao plano original indica mudança dessa atitude emocional, mostrando conformação com o ( ou aceitação do) resultado típico previsto como possível (ainda que indispensável ou desagradável, como revela o esforço de reanimação da vítima), com lógica exclusão da atitude primitiva de confiança a evitar o resultado: se os autores executam o plano, apesar de levarem a sério a possibilidade do resultado típico. Então conforma-se com ( ou aceitam) sua eventual produção, decidindo-se pela possível lesão do bem jurídico, que marca o dolo eventual.
DOLO EVENTUAL 
NEGLIGÊNCIA CONSCIÊNTE
L
 
 Diferença reside no plano da aceitação ou rejeição da possibilidade de produção do resultado, em matéria de Processo Penal, configura o problema da prova, que em caso de dúvida sobre aceitação ou rejeição, da possibilidade de produção do resultado, o Tribunal levara em conta a existência de culpa, na dúvida, in dúbio pro réu. Em vez do dolo eventual, aplica-se a negligência consciente
 Exemplos:
DOLO EVENTUAL
NEGLIGÊNCIA CONSCIÊNTE
Deixar uma arma de fogo ao alcançe de uma criança, 
não deixar o automóvel freado quando estacionado em declive ou aclive.,
Não colocar avisos juntos a valas abertas para reparo na via pública
NEGLIGÊNCIA CONSCIÊNTE
j
 Dolo Eventual

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