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Análise do De Anima livro III capítulos 9 e 10.

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Análise do De Anima livro III capítulos 9 e 10. 
O presente texto, parte da leitura e interpretação do livro “De Anima III” de Aristóteles. O objetivo de Aristóteles nesta obra é analisar os principais problemas a respeito da alma, que é o princípio vital de todo e qualquer ser vivo. No livro III Aristóteles discute a imaginação e o pensamento, além das relações entre sensação e intelecto. Está organizado em dois tópicos.
Nos tópicos será abordado uma análise do capítulo nove e dez, onde é levantado a defesa do processo do princípio do movimento, onde a potência vegetativa e nem a potência sensitiva não podem ser princípio do movimento; o princípio do movimento nos animais; redução dos dois princípios do movimento a um único; a resposta a uma objeção; e o que é comum a todos os animais que participam do movimento. No texto fica explicito que seu objetivo é demonstrar o que leva o animal a se mover.
De Anima III, 9
O presente capítulo tem seu início com a apresentação do objeto de investigação de Aristóteles. A investigação parte com base no que já foi definido a respeito da alma dos animais, visto com duas potências. São elas: a de poder discernir, que é a função do raciocínio e da percepção sensível; e o poder de se mover de acordo com um movimento local. A investigação partindo desse pressuposto busca saber o que faz na alma mover (qual o princípio de locomoção dos animais?) se é alguma parte dela, única e separada (tanto em magnitude como ao enunciado), ou se é alma como um todo. E se for alma em certa parte trata-se de algo privativo e para além das habitualmente tratadas e mencionadas ou se trata de uma delas?
Diante disso, Aristóteles se põe diante de impasse: de que modo se deve falar de partes da alma e em quantas partes? Nisso, ele sugere a questão dessa divisão. Que em tais maneiras, elas se apresentam como inumeráveis, e não apenas aquelas em que alguns distinguem em calculativa, mas outros em racional e irracional emotiva e apetitiva, mas outros em racional e irracional. Porque, conforme as diferenças pela qual se separam, outras partes se mostram contendo disparidades do que essas tradas a cima. É bem perceptível que Aristóteles aponta três argumentos. No primeiro argumento ele aponta sua própria divisão - em nutritiva, perceptiva e intelectiva-; no segundo argumento, aponta a inadequação da divisão dicotômica para compreender a natureza da percepção sensível; e no terceiro argumento, ele faz a mesma observação em relação à imaginação, que se diferencia das demais. Por fim, ele indica sua observação, onde o gênero desiderativo tem três espécies; a vontade parece pertencer à parte racional da alma; o animo e o apetite, à parte irracional. 
Voltando a questão “o que faz mover localmente o animal?”, Aristóteles sugere que o crescimento e decaimento, produzindo em todo ser vivo, são regidos pela alma reprodutiva e nutritiva. Vê também a necessidade de depois investigar outras características apenas dos animais, como a inspiração e a expiração, o sono e a vigília, visto por ele que apresentam grandes dificuldades. 
Por consequência, novamente Aristóteles recoloca a questão inicial “qual o princípio da locomoção do animal?”, afirmando que não é uma potência nutritiva, esclarecendo que o movimento em questão é sempre em vista de algo e é acompanhado de imaginação e desejo, por causa de que nada que não deseja ou evita algo se move, em exceção por coerção. Em contraste a isso, a plantas teriam as capacidades de se mover e teriam alguma parte orgânica para esse movimento. 
 Além disso, o princípio de locomoção dos animais, não é a potência perceptiva, pois entre os animais, possuem muitos que se dispõe de sensação, mas que são sedentários e completamente imóveis. Segundo Aristóteles, se a natureza efetivamente não faz nada em vão e também não propõe algo que é necessário, em exceção ao caso dos seres mutilados e imperfeitos, visto que tais animais são perfeitos e não mutilados (um exemplo disso é que possuem a capacidade de se reproduzir e tem maturidade decaimento), com isso eles também teriam a parte orgânica para o caminhar.
E como também não é o intelecto o princípio de locomoção dos animais, não é responsável pelo movimento, pelo comportamento e pelas ações do individuo. Como explicação, o contemplativo nada contempla de praticável e nada diz a respeito do que deve ser prevenido e buscado, de modo que o movimento é sempre é daquele que evita ou busca, pelo contrario, mesmo quando contempla algo desse tipo, ele não manda prevenir ou buscar. O intelecto, para ilustrar, constantemente reflete sobre algo que cause temor ou que cause agrado sem, portanto, comandar o temível.
Ainda mais, o intelecto prático, segundo Aristóteles, não é responsável pelo movimento, pelo comportamento e pelas ações do individuo. Mesmo quando alguém, em determinadas condições, pensa em agir conforme certas decisões racionais pode muito bem acontecer de seu comportamento permanente não seguir os pronunciamentos de sua razão. Em contraste, essa conclusão é alcançada de modo que, agir de acordo com determinado conhecimento, é um ato que não depende desse mesmo conhecimento. 
Com efeito, nesse capítulo, Aristóteles expõe a parte negativa de sua análise referente ao princípio de locomoção dos animais (a capacidade animal de mudar de lugar). De forma resumida, não é a potência nutritiva, e nem a potência perceptiva, como também não é o intelecto o princípio de locomoção dos animais. Porque estas permanecem naturalmente também em seres fixos do substrato e desprovidos de movimento próprio. 
De Anima III, 10
No capítulo 10, Aristóteles da prosseguimento a sua análise, pondo por dependência o intelecto ao desejo, reduzindo eles a algo comum, o objeto desejável, que pode originar o movimento ao ser pensado ou imaginado. Ele expõe que o intelecto por si só, não é capaz de comandar o comportamento e as ações de determinado individuo, mas que por meio da vontade, que é a forma racional do desejo. Além disso, explica que o desejo, pode ser movido pelo apetite, com isso, pode comandar os deslocamentos dos animais completamente à parte da razão. 
Aristóteles da inicio ao capítulo dez, mostrando que há dois princípios que fazem o animal se mover. Estes princípios são: o desejo e o intelecto, levando em consideração a imaginação a um determinado pensamento. Explica ele, que nos animais não há pensamento e nem raciocínio, e que há imaginação. Deste modo, é o intelecto e o desejo que faz o animal se mover. Mas o intelecto que raciocina almejando algo e que é prático, que se difere do intelecto contemplativo em relação ao fim. E o desejo, também em vista de algo, pois aquilo que há desejo é o princípio do intelecto prático.
Em vista disso, mostram-se consideráveis estes dois fatores que fazem o animal se mover, o desejo e o raciocínio prático. Como explicação, o objeto desejável move, e por isso o raciocínio também move, porque o seu princípio é o desejável. E a imaginação quando se move, não se move sem desejo. De fato, há algo único que faz o animal se mover, o desejável, porquanto, se o intelecto e o desejo se movem quanto ao lugar, se moveriam de acordo com uma forma comum. Nota-se que o intelecto não é capaz de se mover sem o auxílio do desejo, embora o desejo move-se deixando de lado o raciocínio. Contudo, mostra-se uma diferença, o intelecto é sempre correto, ao passo que o desejo e imaginação há situações que sim, e em outras não. Pois o objeto do desejo frequentemente é bem aparente, porém não todo o bem, e sim apenas o bem prático. E o que admite ser de outro modo é praticável.
Dessa forma, é compreensível que o desejo, uma potencia da alma, é o que faz o animal se mover. Aristóteles apresenta uma lista de partes da alma. De acordo com o se distingue e separam conforme as potencias, elas se tornam múltiplas, da seguinte forma: nutritiva, perceptiva, intelectiva, deliberativa, como também desiderativa, porque estas se diferem mais uma das outras do que a apetitiva se difere da emotiva.
Aristótelesfaz uma análise sobre a ocorrência dos desejos. Esta análise consiste em, uma vez que ocorrem desejos que se contrariam, devido o argumento e os apetites quando forem contrários, e que também ocorre naqueles que tem percepção de tempo. Como explicação, o intelecto, que por sua vez, ordena agir por causa do futuro, enquanto o apetite ordena agir por causa do imediato. Com isso, o imediatamente agradável mostra-se apenas agradável e bom por não olhar o futuro. Contudo, o que faz mover seria de uma única espécie, a capacidade de desejar enquanto tal, conquanto, as coisas que fazem mover sejam mais numerosas.
No entanto, Aristóteles percebe que há três envolvidos. O primeiro, o que faz mover, segundo, aquilo que por meio de que move, e por terceiro, aquilo que é movido. Ele percebe também que o mover se faz por dois tipos, um deles é o imóvel e o outro é o faz mover sendo movido. O imóvel é o bem praticável, o que faz mover sendo movido é a capacidade de desejar (porque aquele que deseja, segundo Aristóteles, move-se enquanto deseja, e de certa forma, o desejo é um movimento quando é desejo em ato), e por fim, aquele que é movido é animal. O órgão por meio do qual o desejo move é, de sua parte, algo corporal.
De forma reduzida, Aristóteles diz que o que faz mover organicamente é encontrado em um ponto onde o princípio é dado ao mesmo tempo com o fim, a junta é um exemplo. Pois nela, o convexo e o côncavo, de acordo com Aristóteles, são respectivamente o fim e o princípio, sendo diferentes em relação ao enunciado, mas não separados em grandeza. Com efeito, tudo é movido por empurrão ou por tração. Isso explica a roda, onde é preciso algo permanecer fixo, e partindo dele, o movimento tem seu início. Em síntese, o que foi dito se resume em: na medida em que o animal é capaz de desejar, é o mesmo motivo para a sua capacidade de se mover; e também que o animal não é capaz de desejar sem imaginação, e a imaginação parte do raciocínio ou parte da percepção. E disso, os outros animais também compartilham. 
REFERÊNCIA
ARISTÓTELES. De Anima. Traduzido por Maria Cecilia Gomes dos Reis. São Paulo: Editora 34, 2006.

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