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PROJETO DE ENSINO 8º SEMESTRE

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GONÇALVES, Laudyene Correia. A LUDICIDADE COMO MOTIVAÇÃO NA APRENDIZAGEM. Ano de 2016. 27 folhas. Projeto de Ensino (Graduação em Pedagogia) – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Rubiataba, 2016.
RESUMO
O presente trabalho acadêmico tem como tema: A Ludicidade como Motivação na Aprendizagem e tem como objetivo questionar e pensar em soluções para um aprendizado eficaz, diante da seguinte problemática: Qual a capacidade que o lúdico tem de desenvolver as habilidades da criança da Educação de Ensino Fundamental de Series Inicias? O objetivo do presente trabalho é abordar a importância do lúdico no processo de ensino-aprendizagem, buscando compreender a relevância do brincar, como subsídio, na construção do desenvolvimento, de aprendizagem, no processo educacional da criança. O trabalho desenvolveu-se através de uma pesquisa alicerçadas nos fundamentos de autores como: Vygotsky, Rego, Rappaport, Piaget, Barreto, Kshimoto, Moura, IDE. O texto apresenta uma concepção social do brincar e faz um panorama de sua importância nas teorias e práticas pedagógicas, bem como para o crescimento intelectual, físico, afetivo, motor e social das crianças. 
Palavras-chave: Ludicidade. Aprendizagem. Motivação. Brincar. Jogos. 
SUMÁRIO
1. Introdução...............................................................................................................05
2. Revisão Bibliográfica..............................................................................................07
3. Processo de desenvolvimento do projeto de ensino..............................................19
3.1Tema e linha de pesquisa.....................................................................................19
3.2 Justificativa...........................................................................................................19
3.3 Problematização...................................................................................................20
3.4 Objetivos...............................................................................................................20
3.5 Conteúdos............................................................................................................20
3.6 Processo de desenvolvimento..............................................................................21
3.7 Tempo para a realização do projeto.....................................................................23
3.8 Recursos humanos e materiais............................................................................23
3.9 Avaliação..............................................................................................................24
4 Considerações Finais..............................................................................................25
5 Referências.............................................................................................................27
INTRODUÇÃO
O presente trabalho acadêmico está voltado para a docência, e trás como temática A Ludicidade Como Motivação na Aprendizagem. A escola é um espaço privilegiado de produção e socialização do saber, e se encontra organizada por meio de ações educativas que visam à formação de sujeitos éticos, participativos, criativos e críticos. 
O ser humano, em todas as fases de sua vida, está sempre descobrindo e aprendendo coisas novas pelo contato com seus semelhantes e pelo domínio sobre o meio em que vive. Ele nasceu para aprender, descobrir e apropriar-se dos conhecimentos, desde os mais simples até os mais complexos, e é isso que lhe garante a sobrevivência e a integração na sociedade como ser participativo.
A esse ato de busca, de troca, interação e de apropriação é o que damos o nome de educação. A educação não existe por si só, é uma ação conjunta entre pessoas que cooperam, se comunicam e comungam do mesmo saber.
A infância é das brincadeiras. Acreditamos que por meio delas a criança se satisfaz, em grande parte, seus interesses, necessidades e desejos particulares, sendo um meio privilegiado de inserção na realidade, pois expressa a maneira como a criança reflete, ordena, desorganiza, destrói e reconstrói o mundo. Destacamos o lúdico como uma das maneiras mais eficaz de envolver o aluno nas atividades escolares, pois a brincadeira é algo inerente na criança, é sua forma de refletir e descobrir o mundo que a cerca.
A pesquisa aqui apresentada para séries iniciais do ensino fundamental tem objetivo de associar a padrões de qualidade que advém de concepções de desenvolvimento que considere a criança em seu contexto social, ambiental, cultural, e nas interações e práticas sociais que lhes fornecem elementos relacionados ás diversas linguagens. 
Atualmente em nossa sociedade, extremamente capitalista, que influencia todos, inclusive as crianças, exercendo poder e controle através dos meios de comunicação, uma das alternativas para se burlar essa influência capitalista está no lúdico, nas brincadeiras de uma forma geral, onde as crianças trabalham além do corpo, a interação com o outro. A ludicidade é assunto que tem conquistado espaço no panorama nacional, o jogo, a brincadeira e o brinquedo são a essência da infância, e utilizá-los permite um trabalho pedagógico que possibilite a produção do conhecimento da aprendizagem e do desenvolvimento. Cabe ao educador criar um ambiente que reúna elementos motivacionais e que a criança sinta prazer na realização das atividades. Uma das formas mais expressivas de socialização e aprendizagem da criança no meio escolar são as atividades lúdicas. Considerando ainda a importância do planejamento pedagógico sobre a ludicidade em momentos onde a criança possa aprender brincando de forma significativa e prazerosa. 
O tema está relacionado com as temáticas abordadas no curso de pedagogia e também no dia-a-dia do ambiente escolar. A criança desde pequena vivencia situações cada vez mais complexas na medida em que vai explorando o mundo ao seu redor através do próprio corpo, inclusive na manipulação dos objetos e na interação com o outro, ela aprende com o que vivencia com o que é concreto, através de brincadeiras de forma lúdica aguçando a curiosidade, estabelecendo relações entre os conhecimentos prévios e os novos, ampliando e desenvolvendo também habilidades linguísticas e motoras, aprendendo a relacionar-se no meio social e físico.
O jogo como estratégia de ensino e de aprendizagem em sala de aula deve favorecer a criança a construção do conhecimento científico, proporcionando a vivência de situações reais ou imaginárias, propondo à criança desafios e instigando-a a buscar soluções para as situações que se apresentam durante o jogo, levando-a a raciocinar, trocar idéias, tomar decisões, respeitar o próximo e dividir os espaços. 
Neste enfoque, o lúdico auxilia na construção do processo ensino-aprendizagem em todas as áreas do conhecimento, desde que seja trabalhada de acordo com a faixa etária dos alunos, para que se consiga alcançar os objetivos proposto. É eminente que é enriquecedor o trabalho de forma interdisciplinar, que quando realizado por meio da ludicidade, envolverá vários conhecimentos de uma só vez. Por meio de leitura e estudos realizados por pesquisadores como (Vygotsky 1995), (Rego, 1995, p.57), (Rappaport, 1981), (Piaget 1981), (Barreto, 1994, P.19), (Bomtempo, 2003, p.68), (Kshimoto, 2003, p.18), (Moura, 2003, p.85), (Ide, 2003, P.92). Neste projeto procuramos discutir a importância do brincar utilizando da ludicidade, e quais os benefícios das brincadeiras para o ensino aprendizagem e para o desenvolvimento da criança.
Revisão Bibliográfica
O lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus” que quer dizer “jogo”, acredita-se que é uma forma de desenvolver a criatividade, os conhecimentos, através de jogos, músicas e danças. Com intuito de educar, ensinar, se divertindo e interagindo com os outros.
Segundo Vygotsky:
A brincadeira cria para as crianças uma ‘zona de desenvolvimento proximal’que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível atual de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz. (2009, p. 97).
Para investigar de que maneira o brinquedo, os jogos auxiliam na formação de processos interiores da criança e como ele pode ser priorizado de forma adequada à situação de aprendizagem, é preciso primeiramente fazer uma reflexão sobre o desenvolvimento infantil. O pesquisador que será alvo de todo o estudo é Lev Semenovitc Vygotsky (1995), que não chegou a formular uma concepção estruturada do desenvolvimento humano, mas seus estudos nos fornecem dados de pesquisa sobre vários aspectos do desenvolvimento.
Rompendo com visões anteriores de que a criança é uma “folha de papel em branco”, onde se pode escrever o conhecimento desejado pelo adulto, surge a concepção de relação entre indivíduo e meio, onde as características biológicas preparam a criança para agir sobre o social e o conhecimento é um processo construído pelo indivíduo durante toda a sua vida, na interação com outras pessoas do seu meio.
Existe aí uma relação de reciprocidade na influência indivíduo e meio, ou seja, a criança nasce com certas estruturas internas que vão se modificando na interação com o ambiente humano e social, onde ela modifica o meio e é modificada por ela, principalmente na interação com os outros.
Aquilo que é inato, não é suficiente para produzir o indivíduo humano, na ausência do ambiente social. As características individuais (modo de agir, de pensar, de sentir valores, conhecimentos, visão de mundo, etc.) depende da interação do ser humano com o meio físico e social. Vygotsky chama a atenção para a ação recíproca existente entre organismo e o meio e atribui especial importância ao fator humano presente no ambiente (REGO, 1995, p. 57).
O conhecimento, porém, não é mera cópia da realidade ou mera memorização de um discurso sobre a realidade. Conhecer é sempre a assimilação de um dado exterior a um sistema de interpretação. Conhecemos o meio para podermos transformá-lo. 
O processo de adaptação intelectual é, pois um processo extremamente dinâmico e envolve a todo o momento tanto a assimilação como a acomodação, possibilitando um crescimento, um desenvolvimento pessoal, na medida em que o sujeito adquire uma competência e uma flexibilidade cada vez maiores para lidar com as situações da vida prática (RAPPAPORT, 1981, p. 58).
Os estudos de Piaget (1981), também contribuem muito para a nossa reflexão acerca do Desenvolvimento Infantil, pois ele se preocupou com vários aspectos do conhecimento, dando ênfase ao estudo da natureza do desenvolvimento e de todo o conhecimento, como também e principalmente, ao desenvolvimento intelectual ou cognitivo da criança.
Para Piaget (1981), o orgânico e o mental funcionam em semelhança e ambos evoluem para o equilíbrio final.
A inteligência é a adaptação, não no sentido de subsistência, de passividade, mas sim como um processo dinâmico, de grande atividade do sujeito, que busca constantemente conhecer e transformar o meio que o rodeia. Este meio se compõe de objetos, pessoas, instituições e organizações.
O ambiente físico e social coloca continuamente a criança diante de questões que rompem o estado de equilíbrio do organismo e eliciam a busca de comportamentos mais adaptativos. No caso do funcionamento mental, as questões podem ser propostas pelo próprio sujeito de conhecimento. E neste ponto, podemos mencionar que Piaget valoriza a curiosidade intelectual e a criatividade, sugerindo que o ato de conhecer é prazeroso e gratificante tanto para a criança como para o adolescente e o adulto e se constitui numa força motivadora para seu próprio desenvolvimento (RAPPAPORT, 1981, p. 56).
Como pode observar, o indivíduo precisa do contato com o meio ambiente para se desenvolver e construir o seu conhecimento ao longo da vida. Partindo desse princípio, podemos dizer que as instituições de educação infantil e de ensino fundamental, devem proporcionar às crianças oportunidades significativas de relacionamento, levando em consideração momentos prazerosos em que elas possam manipular diferentes objetos se envolvendo num mundo de criatividade e imaginação.
O meio é entendido como um conjunto de circunstâncias, artefatos, práticas sociais e significações ideológicas presente em uma cultura. Junto com as disposições orgânicas da criança, é o recurso através do qual o indivíduo constrói determinadas habilidades e conhecimentos (BARRETO, 1994, p. 19). Sendo assim, os fatores biológicos e sociais estão em constante interação no processo de desenvolvimento humano.
[...] afirma que as características tipicamente humanas não estão presentes desde o nascimento do indivíduo, nem são mero resultado das pressões do meio externo. Elas resultam da interação dialética do homem e seu meio sociocultural. Ao mesmo tempo em que o ser humano transforma o seu meio para atender suas necessidades básicas, transforma-se a si mesmo (REGO, 1995, p. 41).
Assim, as condições de vida é que criam oportunidades para a construção de diferentes capacidades, habilidades e valores para os indivíduos.
O professor propõe situações que envolvem o processo de desequilibração e reequilibração dos esquemas, para que cada aluno continue a construção do seu sistema de significados, elaborando estruturas mentais capazes de garantir ações mentais ainda mais complexas. Dentre estas, destaca-se a construção interligada de sistemas de representações e do raciocínio lógico-matemático (BARRETO, 1994, p. 16).
E na busca do desenvolvimento e aprendizado estando o desenvolvimento humano ligado ao contexto sociocultural, o que significa que não podemos considerá-lo como algo fixo e que se possa prever, pois no decorrer da interação social, o indivíduo estará num processo dialético de desequilíbrios e equilíbrios, visando sua adaptação ao meio.
Para Vygotsky (1995), os fatores biológicos só têm preponderância sobre os sociais no início da vida, quando o bebê humano passa por um longo período de dependência dos adultos. Aos poucos, a interação com o grupo social proporcionará à criança, contato com objetos e significados de sua cultura, sendo o adulto mediador do aprendizado.
Com a mediação do adulto, a criança vai adquirindo autonomia, ou seja, aos poucos passa a realizar as atividades do seu meio de forma voluntária e independente.
Segue abaixo as colocações do autor para ratificar a mediação:
Desde os primeiros dias do desenvolvimento da criança, suas atividades adquirem um significado próprio num sistema de comportamento social e sendo dirigidas a objetivos definidos, são refratadas através do prisma do ambiente da criança. Essa estrutura humana complexa é o produto de um processo de desenvolvimento profundamente enraizado nas ligações entre história individual e história social (VYGOTSKY, 1984, p. 33).
A dimensão social é de fundamental importância, pois oferece instrumentos e símbolos que mediam a relação do indivíduo com o seu meio.
Para Vygotsky (1984), o organismo humano não se desenvolve plenamente sem o suporte de outros indivíduos da mesma espécie. No entanto, uma criança inicia seu processo de aprendizado bem antes de entrar na escola, embora seja o aprendizado escolar que introduz elementos novos no seu desenvolvimento.
“O aprendizado pressupõe uma natureza social específica e um processo através da qual as crianças penetram na vida intelectual daqueles que o cercam” (VYGOTSKY, 1984, p. 99).
O aprendizado é responsável por criar a zona de desenvolvimento proximal, que é um domínio psicológico em constante transformação, ou seja, para realizar certa atividade hoje, uma criança necessita da ajuda de um indivíduo mais experiente, mas conseguirá fazer sozinha amanhã.
Vygotsky (1984) identifica dois níveis de desenvolvimento:O desenvolvimento real e o efetivo, que são as capacidades que a criança já aprendeu, não necessitando mais da ajuda de alguém mais experiente da sua cultura. Sendo assim, os processos mentais da criança já se estabeleceram os ciclos de desenvolvimento já se completaram para a realização de determinada atividade, como por exemplo, quando ela já consegue montar sozinha a peça de um brinquedo.
Nas escolas é importante que as crianças sejam avaliadas não somente levando em consideração o que são capazes de fazer sozinhas, mas também através do que conseguem realizar com ajudas, pistas e brincadeiras.
O desenvolvimento potencial refere-se àquilo que a criança é capaz de fazer, mas ainda necessita da ajuda de alguém mais experiente, através da colaboração, do diálogo, da imitação, da experiência compartilhada e das pistas que lhe são fornecidas.
A zona de desenvolvimento proximal define aquelas funções que ainda não amadureceram que estão em processo de maturação, funções que amadurecerão, mas que estão presentes, em estado embrionário. Essas funções poderiam ser chamadas de ‘broto’ ou ‘flores’ do desenvolvimento, ao invés de ‘frutos’ do desenvolvimento (VYGOTSKY, 1984, p. 97)
No entanto a brincadeira infantil permite que a criança reviva suas alegrias, seus conflitos e seus medos, resolvendo-os à sua maneira e transformando a realidade naquilo que ela quer. Com isso, internaliza suas regras de conduta, desenvolvendo o sistema de valores que irá orientar seu comportamento.
“Essa estrita subordinação às regras é totalmente impossível na vida real; no entanto, no brinquedo é possível: deste modo, o brinquedo cria uma Zona de Desenvolvimento Proximal na criança” (VYGOTSKY, 1984, p. 156).
Num jogo de faz de conta, por exemplo, a criança tem a oportunidade de reorganizar pensamentos e emoções, tentando entender como as coisas acontecem e traz situações de seu cotidiano, imita os adultos, cria problemas e ela própria toma uma iniciativa para a resolução.
As atividades lúdicas segundo Vygostky (1984, p. 29), reforçam o potencial associativo da criança, em função de proporcionar a possibilidade de estabelecimento de situações reais e imaginárias, ajudando a criança a viver processos reais, por meio de adequação de sistemas estabelecidos em atividades
simbólicas. No ambiente escolar ao se falar de Jogos Pedagógicos é possível defini-los como basicamente modelos de situações reais. Podendo ser um grande aliado do professor nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, ao lhe oportunizar à diversificação de jogos côo recurso para o trabalho pedagógico em suas aulas, tornando-as mais atrativas e criativas. Contudo, não esquecendo, de classificar os conteúdos, propondo que sejam trabalhados num contexto de situações problemas, viabilizando trabalhar conceitos, princípios e essencialmente as possíveis ligações que tais conceitos promoverão. Para tal, deve-se ter sempre em mente que, o pensamento cresce a partir das ações efetuadas. O professor dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental ao escolher um jogo deve analisar e ressaltar o que almeja atingir, vindo a utilizar o jogo, como um instrumento de função educativa. Deixando evidente que o mais importante do que delimitarmos qual a metodologia que iremos usar, é oportunizar as crianças uma forma dinâmica e prazerosa de aprendizado.
Como vem sendo explicitado, os jogos pedagógicos são notáveis recursos que o educador pode utilizar no ensino da Língua Portuguesa, contribuindo
para o enriquecimento e desenvolvimento intelectual e social do educando, levando-os a aprender trabalhar em equipe, com criatividade, bom humor e imaginação.
Na matemática, o jogo leva ao conhecimento de regras e este jogar propicia através da articulação entre a problemática proposta, gerada pelo convívio
social e a imaginação, ao desenvolvimento de novos conhecimentos matemáticos. Fazendo com que através da exploração e transformação a criança comece a estabelecer significados. Percebendo que o meio se modificará com sua ação.
Enquanto as disciplinas de Ciências, História e Geografia, pode ser utilizado jogos que explores a linguagem visual, oral e escrita, que levarão os alunos à compreensão de suas posição no conjunto das relações da sociedade com a natureza, em relação aos valores humanos, toda sua historicidade. Como também os processos envolvidos na construção do tempo e espaço geográfico. Assim, como está especificado no PCN’s de História e Geografia:
“A Geografia ao pretender o estudo de lugares,suas paisagens e território, tem busca do um trabalho interdisciplinar, lançando mão de outras fontes de informações. É possível aprender Geografia desde os primeiros ciclos do Ensino Fundamental pela leitura de autores brasileiros consagrados - Jorge Amado, Érico Veríssimo, Guimarães Rosa,entre outros - cujas obras retratam as diferentes paisagens do Brasil, em seus aspectos sociais,culturais e naturais. (PCN’s, 1997, p. 117). 
O trabalhar com o lúdico propicia que o professor lance questões desafiadoras à sua turma nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, levando-os a
Pensar, e consequentemente promovendo questionamento, resolução de problemas na maioria das vezes em grupo, o que vem a ocasionar o despertar do cooperativismo. Sabe-se que, quando a criança brinca, ela demonstra prazer em aprender. E por meio desta brincadeira tem a oportunidade de satisfazer seus
desejos. Torna-se capaz de vencer seus medos, sente-se mais seguro em enfrentar os desafios com segurança e confiança.
O educador deve auxiliar seus alunos na problematização dos conteúdos, de forma a contribuir para que realmente haja a apreensão significativa dos mesmos. Desta forma este estará instigando o educando a procurar solução de um problema, seja de natureza linguística, científica ou ética.
Contudo, o desenvolvimento é um processo interior e a aprendizagem é exterior e quanto mais o ambiente social fornecer estímulos, maior será o desenvolvimento. Um brincar que é amplo inclui os jogos, brinquedos, brincadeiras, fantasia, o prazer e o divertimento; é relativo à conduta daquele que brinca, este brincar tem em si uma função educativa que oportuniza a aprendizagem do indivíduo, ampliando seus conhecimentos e sua compreensão de mundo.
“O brinquedo aparece como um pedaço de cultura colocado ao alcance da criança. É seu parceiro na brincadeira. A manipulação do brinquedo leva a criança à ação e à representação, a agir e a imaginar” (BOMTEMPO, 2003, p. 68).
O brincar sendo um instrumento de estimulação para o desenvolvimento infantil, é também uma forma global de expressão, ao compreender o jogo, o brinquedo e a brincadeira, podemos perceber a possibilidade de facilitar a aprendizagem e torná-la significativa e prazerosa, favorecendo ainda o desenvolvimento do processo de evolução da inteligência. Uma representação é algo presente no lugar de algo. Representar é corresponder alguma coisa e permitir sua evocação, mesmo em sua ausência. O brinquedo coloca a criança na presença de reproduções: todo o que existe no cotidiano, a natureza e as construções humanas. Pode-se dizer que um dos objetivos do brinquedo é dar à criança um substituto dos objetos reais, para que possa manipulá-los (KISHIMOTO, 2003, p. 18).
O importante no brincar é como a criança se envolve, lidando de forma cada vez mais criativa e interativa com seu mundo interno e externo e passa então a modificar a realidade ao mesmo tempo em que se autoproduzem, trabalhando conflitos afetivos que surgem na relação com o adulto principalmente.
Brincar é a fase mais importante da infância, como foi exposto anteriormente, brincando a criança experimenta, desenvolve, inventa, organiza, constrói normas e regras, resolve problemas e conflitos, etc. Se a escola de Educação Infantil não proporcionar momentos para brincar, ela terá matado essa função vital para o ser humano que é o ato de brincar.
Jogo, alguns autores se referem ao “ato de brincar” como “ato de jogar”. Compreende-se que o jogo temsentido dentro de um contexto social, que constrói uma imagem de jogo conforme seus valores e modo de vida que se expressa por meio da linguagem. Uma importante característica do jogo é a presença de regras. A existência de regras em todos os jogos é uma característica marcante. Há regras explícitas, como no jogo de xadrez ou amarelinha, regras implícitas como na brincadeira de faz de conta, em que a menina se faz passar pela mãe que cuida da filha. São regras internas, ocultas, que ordenam e conduzem a brincadeira (KISHMOTO, 2003, p.24).
É através do brinquedo que a criança pequena começa a desenvolver a imaginação, ou seja, passa do concreto para o abstrato. Brincando surge a possibilidade de a criança perceber o objeto com diferentes características, de lhe conferir outro significado, por exemplo, quando uma toalha enrolada vira um bebê.
O brinquedo oferece à criança, experiências variadas que aliam matéria e representação. Ele faz parte do conjunto de suportes pelos quais uma cultura é transmitida às crianças, diferenciando-se dos outros suportes culturais pela relação ativa introduzida pela criança. 
“É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de uma esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas e não dos incentivos fornecidos pelos objetos externos” (VYGOTSKY, 1984, p. 110).
Brincadeira segundo Vygotsky é quando fala em brinquedo, ele refere-se especificamente à brincadeira de “faz de conta”, também conhecida como brincadeira simbólica, tão presente no mundo infantil. Tanto em contato com objetos, como na situação imaginária, a criança é levada a agir na esfera abstrata alterando não somente o significado de objetos, mas também de situações.
Brincadeira é a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação. Desta forma, o brinquedo e brincadeira relacionam-se diretamente com a criança e não se confundem com o jogo (KISHIMOTO, 2003, p. 21).
Daí se dá a importância da inclusão e valorização da brincadeira no planejamento pedagógico para que ocorra a transição do concreto para o abstrato no desenvolvimento intelectual infantil.
A imitação através do jogo, à busca da compreensão de regras, a tentativa de aproximação das ações adultas vividas no jogo estão em acordo com pressupostos teóricos construtivistas que asseguram ser necessária a promoção de situações de ensino que permitam colocar a criança diante de atividades que possibilitem a utilização de conhecimentos prévios para a construção de outros mais elaborados (MOURA, 2003, p. 85).
Vygotsky (1984) avaliou que o lúdico influencia muito o desenvolvimento da criança, acreditando que é através da brincadeira que ela aprende a agir, que tem a curiosidade estimulada, que adquire iniciativa e autoconfiança, além de proporcionar o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração.
Algumas considerações sobre brincar Jean Piaget dizia que os jogos não são apenas formas para a criança gastar energia, mas os meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. O jogo inclui a intenção de brincar do jogador, está inserido no brincar infantil de todas as culturas. É através do jogo que a criança aprende sobre os eventos sociais, a natureza, a estrutura interna de seu grupo e manipula os objetos, explorando suas características. Ao jogar a criança aprende a controlar e avaliar seus impulsos, adquirindo novos conhecimentos e possibilita a aquisição de habilidades. 
Os jogos simbólicos fazem parte da fase pré-operatória que vai dos 2 aos 7 anos, a diferença quanto à etapa anterior é que mesmo a criança objetivando a mesma sensação de prazer, ela já utiliza de simbologia, caracterizada pelo fazer de conta, pela representação, pelo brincar que desenvolve a criatividade, brincando com objetos dando a eles novos significados.
Nesta etapa, a criança é capaz de realizar o jogo simbólico, porque já estruturou sua função simbólica, ou seja, já produz imagens mentais, nomeando os objetos através da linguagem, o que possibilita a utilização de símbolos para substituir os objetos. Nos jogos simbólicos são estruturados a liberdade de fantasiar e imaginar, o brincar é movido apenas pelo desejo de sentir o prazer de brincar. Ainda é possível observar a falta de um pensamento lógico e formal sobre a realidade, pois brincando a criança está assimilando a realidade e busca criar condições de adaptação à realidade. Através do jogo simbólico é possível perceber como a criança vê a realidade, o que pode ser elemento possibilitado de intervenção, nos casos de auxílio pedagógico, psicopedagógico ou psicológico.
“Para resolver a insatisfação, a criança em idade pré-escolar envolve-se num mundo ilusório e imaginário onde os desejos não realizáveis podem ser realizados e esse mundo é o que chamamos de brinquedo” (VYGOTSKY, 1984, p. 106).
O brinquedo que envolve uma situação imaginária possui regras de comportamento e é importante para o desenvolvimento posterior da criança. Dessa maneira a criança tem a possibilidade de realizar ações adultas que normalmente ela não pode realizar. Por exemplo, ao brincar de escola, existem papéis que devem seguir regras para serem representados.
“A atuação do mundo imaginário e o estabelecimento de regras a serem seguidas criam uma zona de desenvolvimento proximal, na medida em que impulsionam conceitos e processos em desenvolvimento” (Rego, 1995, p. 83).
Uma vez que a atividade predominante da pré-escola é o faz de conta, nesse momento a criança define a situação pelo significado da brincadeira e não pelo objeto presente.
A ação numa situação imaginária proporcionará a direção do comportamento não somente pela percepção imediata dos objetos, mas pelo significado de determinada situação. A ação surge das ideias e não das coisas.
“É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de uma esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas e não dos incentivos fornecidos pelos objetos externos” (VYGOTSKY, 1984, p. 110).
A criança passa a utilizar um objeto para representar uma determinada realidade ausente, separando assim objeto e significado, por exemplo, quando um pedaço de madeira pode representar um cavalo. Eis um passo importante para ser capaz, para se desvincular das situações concretas como no pensamento adulto. Mas ainda não é possível separar o pensamento de um objeto real, uma vez que qualquer coisa não pode representar um cavalo ou carrinho, por exemplo. “Para imaginar um cavalo, ela precisa definir a sua ação usando um cavalo de pau como pivô” (VYGOTSKY, 1984, p. 111).
Ao brincar com um cabo de vassoura como se fosse um cavalo, ou um tijolo como se fosse um carrinho, ela se relaciona com o significado e não com o objeto concreto que tem em mãos, mas qualquer objeto não pode ser qualquer coisa para a criança, é preciso ter certa relação. “Qualquer cabo de vassoura pode ser um cavalo, mas, por exemplo, um cartão postal não pode ser um cavalo” (VYGOTSKY, 1984, p. 112).
Um processo semelhante ao desenvolvimento da relação objeto e significado ocorre no desenvolvimento da relação ação e significado.
Numa criança em idade escolar, inicialmente a ação predomina sobre o significado e não é completamente compreendida. A criança é capaz de fazer mais do que ela compreende, mas é nessa que surge pela primeira vez uma estrutura de ação na qual o significado é determinante (VYGOTSKY, 1984, p. 114).
Quando uma criança bate os pés no chão para representar a ação de cavalgar um cavalo, por exemplo, ela está substituindo uma ação real por uma ação, ou seja, inverteu a razão ação/significado para a razão significado/ação.
Brincar faz parte do trabalho pedagógico para iniciar um trabalho em que o lúdico esteja presente é necessário que o professor tenha em si vontade e preparação para fazê-lo.
O interesse, o prazer e o entusiasmo das crianças pelo ato de aprender,são garantidos quando o trabalho do professor envolve motivação, principalmente através do brincar (atividade predominante na infância e ferramenta estratégica que traz em si motivação para a aprendizagem). Essa motivação fará com que elas tomem gosto pelas atividades trazidas pelo professor.
Sendo assim, a aprendizagem ocorre de maneira natural à medida que a criança é motivada a brincar para descobrir o mundo, principalmente relacionando-se com outros indivíduos.
Utilizar o lúdico no trabalho pedagógico é assim, uma ferramenta rica pelo caráter prazeroso e motivador e constitui um meio de transmitir mensagens capazes de levar a compreender, não somente conteúdos conceituais, mas também de trazer em si o resgate da autoconfiança, autoaceitação, tolerância, concentração, alegria e uma infinidade de outros fatores tão necessários para a Educação Infantil. Quando as situações lúdicas são intencionalmente criadas pelo adulto com vistas a estimular certos tipos de aprendizagem, surge a dimensão educativa. Desde que mantidas as condições para a expressão do jogo, ou seja, a ação intencional da criança para brincar, o educador está potencializando as situações de aprendizagem (KISHIMOTO, 2003, p. 36). 
O caráter lúdico da vida da criança deve ser preservado e a escola deve garantir que as crianças brinquem, valorizando o brincar como uma atividade sociocultural importante, que caracteriza e garante a experiência.
Nessa perspectiva a utilização do brinquedo e da brincadeira no cotidiano escolar deve estar associada a atividades criativas, autônomas e imaginativas, que devem estar em constante relação com as atividades do trabalho e da aprendizagem formal.
O jogo infantil, ao atender necessidades infantis, torna-se forma adequada para a aprendizagem dos conteúdos escolares. Desta forma, segundo Kishimoto (2003), para se contrapuser aos processos verbalistas de ensino, com prática pedagógica transmissora, é importante que o profissional de Educação Infantil dê forma lúdica aos conteúdos, principalmente para que o desenvolvimento intelectual infantil evolua de uma fase concreta para uma fase abstrata.
Estando muitos professores preocupados em alfabetizar, sem dar ênfase às especificidades da infância, garantem que a aquisição de conhecimentos se dê por meio de recepção passiva das crianças. O questionamento por parte delas, sua livre movimentação, a interação com os colegas, os jogos e brincadeiras não são utilizados com instrumentos para aprendê-lo. Nesse caso, o brincar é considerado como sinônimo de dispersão e assim deixa-se de utilizar esse precioso procedimento para a aprendizagem. Existem também professores que brincam, mas apenas com objetivo de que as crianças gastem energia, veem o brincar como mera recreação.
O professor é aquele preconizado pela transmissão cultural, pois apregoa a incorporação de valores e de conhecimentos próprios da cultura como fundamento à formação de jovens, devendo o professor ser um agente de manutenção da ordem social. Este professor dedica-se quase sempre a preparar seus alunos para satisfazer os comportamentos sociais e acadêmicos socialmente desejáveis (IDE, 2003, p. 92).
Pensando em uma prática pedagógica a partir de atividades lúdicas, nos conduzimos a pensar em mudanças significativas para o contexto educacional, com uma prática em que a prioridade é despertar não apenas o desenvolvimento cognitivo das crianças, mas principalmente abranger a criança em seu desenvolvimento pleno, para que ela adquira qualidades fundamentais para o seu desenvolvimento físico, mental e social e especificamente para que possa viver sua infância de forma intensa, o que será decisivo para se converter em adultos maduros e autoconfiantes.
3 Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino
3.1 Tema e linha de pesquisa
O presente Projeto de ensino tem como tema A Ludicidade Como Motivação na Aprendizagem. O lúdico é uma função terapêutica, pois através do brincar a criança libera suas angústias, medos, stress, possibilitando maior contato social entre o grupo, e experiências significativas entre os sujeitos, visto que estas se sentem mais seguras e estimuladas para explorar e construir uma aprendizagem mais significativa no ambiente escolar, pois sentem prazer em “descobrir o conhecimento” brincando.
No processo ensino-aprendizagem a motivação deve estar presente em todos os momentos. Cabe ao professor facilitar a construção do processo de formação, influenciando o aluno no desenvolvimento da motivação da aprendizagem. 
O presente projeto está de acordo com os temas abordados no curso de pedagogia, e teve grande colaboração durante os semestres, onde tivemos a oportunidade de adquirir conhecimento sobre as diversas áreas da pedagogia, o que também facilitou na escolha do tema em questão.
	
3.2 Justificativa
Ao pesquisar a ludicidade como uma proposta atrativa e eficaz nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, percebemos que está voltada para a valorização dos envolvidos no processo, favorecendo a aquisição da autonomia e da aprendizagem. Promove também a socialização de forma positiva, propiciando aos alunos uma visão crítica dos acontecimentos em suas práticas cotidianas. Portanto, se de fato a metodologia lúdica for usada de forma consciente e responsável, pode realmente contagiar os alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e despertá-los a interpretar o mundo como indivíduo ativo no processo de transformação. E em todo esse processo o professor deve assumir o papel de intercessor, ético e cooperativo fazendo de suas aulas uma excelência em dinamismo que suscite o feedback entre educando – educador.
3.3 Problematização
As crianças que não costumam dedicar grande parte de seu tempo às brincadeiras são crianças tristes e que não sabe conviver com as demais. É brincando que se organizam enquanto indivíduos conquistando suas primeiras relações com o mundo exterior e entrando em contato com os objetos, permitindo-lhes várias possibilidades de expressão e criação. Então vem a questão: Como estimular nossas crianças a aprender brincando? Para Vygotsky (1998, p.13), “o brincar é o caminho pelo qual a criança compreende o mundo em que vive e que será chamada a mudar. A essência do brincar é a criação de uma nova relação entre o campo do significado e campo da percepção.” Brincar é o verbo da criança. É a maneira como ela conhece, experimenta, aprende, apreende, vivencia, expõe emoções, coloca conflitos, elabora-os ou não, interage consigo e com o mundo. O corpo é um brinquedo para a criança. Através dele ela descobre sons, descobre que pode rolar virar cambalhotas, saltar, manusear, apertar, que pode se comunicar.
3.4 Objetivos
Valorizar a importância do brincar para o desenvolvimento integral da criança.
Motivar a ludicidade como uma importante ferramenta pedagógica para o ensino/aprendizagem;
Verificar se as brincadeiras estão adequadas à faixa etária das crianças;
Compreender a importância do lúdico na educação. 
3.5 Conteúdos
Língua Portuguesa/Literatura Infantil:
Uma caixa bem Grande e decorada e com muitos livros literários voltados para a Educação Infantil;
Leitura do livro escolhido;
Momentos de reflexão;
Atividades impressas;
Livro literário da Cinderela.
Quebra-cabeça com os personagens do livro da Cinderela;
Massinha de modelar;
Teatro apresentado pelas crianças que escolheram o livro no primeiro dia de aula.
Matemática/Calendário:
Todos irão conhecer dia e mês em fazem aniversário;
Dividir as crianças em grupos para a confecção do mês em que a professora irá sortear para cada grupo;
Registrar as principais datas comemorativas;
Organizar no mural os meses na ordem certa;
Através do calendário, conhecer as quatro estações do ano.
3.6 Processo de desenvolvimento
Este Projeto será desenvolvido através de leituras, interpretação de textos, atividades impressas, brincadeiras, construção de jogos, proporcionando uma reflexão sobre a importância do lúdico na aprendizagemdas crianças. Também serão utilizadas as seguintes metodologias:
CDs de Músicas;
Livros Literários;
Atividades impressas.
Na primeira aula, trabalharemos a disciplina de Língua Portuguesa/Literatura Infantil, através do projeto “Caixa Mágica”, onde é confeccionada uma caixa grande muito bem decorada e com uma pequena abertura, e dentro dela são colocados vários livros de Literatura Infantil. Uma criança na presença do educador e demais coleguinhas, coloca a mão pela abertura da caixa e pega um livro, o aluno irá fazer a leitura do mesmo juntamente com alguns coleguinhas que irão participar do teatro e também com os pais durante o decorrer da semana. Enquanto isso o professor irá contar aos alunos a história do livro que o aluno pegou dentro da caixa e abordar questões como a importância do brincar, deixando a imaginação fruir, e também através de atividades impressas. 
Na segunda aula fazer uma grande roda com as crianças no chão da sala, espalhar vários tipos de calendários e fazer perguntas sobre o mesmo. Conversar sobre as datas comemorativas importantes ao longo do ano, ajudá-los a identificar o dia do próprio aniversário. Em seguida, dividir os alunos em grupos e distribuir os meses do ano para cada grupo para que confeccione um calendário, isso tudo com a ajuda da professora, após a confecção o calendário ficará exposto na sala para que todos os dias um aluno possa fazer a demarcação do dia. Através do calendário exposto a crianças terão uma melhor dimensão sobre a própria organização do tempo e dos espaços em nosso dia-a-dia e até mesmo da rotina semanal escolar. Depois da confecção do calendário distribuir atividades impressas sobre o assunto da aula, e irão desenvolver essa tarefa em casa com o auxilio dos pais. Identificar o a data de aniversário dos pais, irmãos e a data do próprio aniversário. 
Na terceira aula Levar os alunos para a quadra coberta e dividir em igual número os alunos formando duas colunas. Manter-se-ão com o tronco flexionado para frente e com as pernas ligeiramente afastadas. Ao primeiro jogador de cada coluna entrega-se uma bola. Dado o sinal de início, o primeiro jogador de cada grupo passará a bola por entre as pernas entregando-a ao seu companheiro imediato ou fazendo-a rolar. Os demais ao receberem a bola irão passando-a do mesmo modo. Em chegando ao último jogador, este segura-a, sai correndo e vai ocupar o lugar à frente da coluna. Assim sucessivamente, fazer a corrida das cores dividir os alunos em grupos, colocar pecinhas no chão e colocar na frente caixas cada uma com uma cor diferente, pedir aos alunos que coloquem as pecinhas com a sua cor que foi selecionado dentro da caixa ex: pecinhas amarela na caixa amarela e assim segue a brincadeira.
Na quarta aula contar aos alunos a história da Cinderela, e em seguida dividir a sala em dois grupos e entregar a cada um quebra cabeça com o início, meio e fim, pedir para eles montar, ganha quem montar primeiro, pedir a eles para identifica o início, meio e o fim da história. Em seguida pedir para cada grupo recontar a história lida em sala. E pra finalizar a aula, entregar atividades xerocopiadas sobre para pintar e identificar os personagens da história lida.
Na quinta e última aula as crianças e a educadora, irão assistir a um teatro apresentado pelas crianças que escolheram na segunda-feira, o livro da “Caixa Mágica”. Elas deverão estar caracterizadas com os personagens da história infantil, e apresentarão em um lugar aconchegante como, brinquedoteca ou no cantinho de leitura. 
3.7 Tempo para a realização do projeto
O tempo para a realização do projeto: A Ludicidade como Motivação na Aprendizagem, terá duração de uma semana, iniciando na segunda-feira e finalizando na sexta-feira. Será realizado na Escola Municipalizada Damião Barreto do Santos situado em Bom Jesus de Ipiranga - GO. Contudo, por se tratar de um projeto de motivação lúdica para a educação de serieis iniciais do ensino fundamental, a unidade escolar pode dar continuidade no processo de transformação do sistema educacional em uma educação de qualidade introduzindo a ludicidade nas atividades pedagógicas como estrtégia para auxiliar na enisono/aprendizagem. 
CRONOGRAMA 
1ª Semana:
1º dia: Escolha do livro literário na caixa mágica; leitura do livro e roda de conversa sobre o tema do livro.
2º dia: Confecção do calendário; roda de conversa sobre o calendário e atividade impressa. 
3° dia: Corrida das cores, atividades rítmica na quadra coberta, através da brincadeira da bola, desenvolvimento do raciocínio, concentração, exercício, agilidade, dentre outras habilidades.
4º dia: história da Cinderela e trabalhos em grupo.
5° dia: Apresentação do teatro da Caixa Mágica. 
3.8 Recursos humanos e materiais
Recursos materiais: espaço físico, jogos pedagógicos com materiais didáticos, CD’s e DV’s, barbante, lápis de cor, papel colorido, aparelho de som, TV, caixas de papelão decorado, cola e tesoura.
Recursos humanos: Profissionais da educação e alunos de forma que favoreça a ampla participação das crianças, bem como seu acesso aos materiais relacionados ao tema da aula e o trabalho em equipe.
3.9 Avaliação
A avaliação será contínua no decorrer de todas as aulas ministrada e dos trabalhos realizados, observando as atitudes e desenvolturas de cada criança em sua particularidade e na socialização com os demais, observando o desempenho dos alunos sobre a aprendizagem do conteúdo proposto.
A brincadeira é, portanto, uma atividade que, ao mesmo tempo, identifica e diversifica os seres humanos em diferentes tempos e espaços. É também uma forma de ação que contribui para a construção da vida social coletiva. Como patrimônio e prática cultural, a brincadeira cria laços de solidariedade e de comunhão entre os sujeitos que delas participam. 
4 Considerações finais
As atividades lúdicas vêem de muito tempo na história da humanidade como foi apresentado na pesquisa, exercendo função no desenvolvimento cognitivo, motor, social, afetivo, físico e cultural. 
Ao longo da construção deste trabalho, procurou-se refletir sobre os conceitos de ludicidade, sobretudo, sua contribuição para o processo de ensino-aprendizagem na educação do ensino fundamental. Surge, assim, dessa reflexão, uma educação intencionalmente dirigida que busca satisfazer aos interesses cognitivos dos alunos e para estabelecer relações conscientes entre alunos e os bens culturais. A ludicidade deve ser uma alternativa na metodologia usada na educação infantil e no ensino fundamental, observada como uma estratégia que não inviabilize a utilização de diversos outros recursos e estratégias metodológicas. A compreensão dos profissionais do ensino sobre a importância desta estratégia pode se tornar uma grande aliada no exercício da docência que vem sendo utilizada no quotidiano, propiciando resultados extremamente positivos.
É importante que os gestores e educadores mudem a sua metodologia de trabalho e incluam em seu planejamento tempos destinados as atividades lúdicas e façam o uso do brincar como recurso positivo para o processo ensino/aprendizagem. O lúdico proporciona aos professores e alunos momentos de puro prazer. É brincando que a criança encontra resistência e descobre manobras que a motiva a enfrentar os desafios de andar com as próprias pernas e pensar com responsabilidade por seus atos. O que se quer de fato é aprender brincando.
Brincar é uma necessidade do ser humano, quando brinca ele pode aprender de um modo mais profundo, pode criar e recriar seu tempo e espaço consegue adaptar-se melhor às modificações da vida real, podendo incorporar novos conhecimentos e atitudes. A brincadeira é a forma mais saudável e motivadora para garantir um desenvolvimento global da criança e abrange os aspectos cognitivos e afetivos. Brincar é proporcionar ao educador um contato mais próximo com seus alunos, garantindo o sucesso em suas atividades pedagógicas, formando crianças mais felizes e compreensivas, capazes de refletir,criticar e transformar o mundo. Existem diversas razões para brincar, desde o prazer que o lúdico propicia até mesmo a importância para o desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo e social da criança. É sabido que é na brincadeira que a criança expressa suas vontades e desejos.
A utilização de jogos e brincadeiras como facilitadores na aprendizagem, na educação é sem dúvida, a solução para obter resultados positivos no processo de ensino – aprendizagem das crianças. O brincar sendo direcionado, seguindo uma linha de aprendizagem para o alcance de objetivos é o caminho. Torna-se importante levar o educador a refletir sobre a sua prática pedagógica no que diz respeito à utilização de jogos e brincadeiras, no decorrer de suas aulas, e também de buscar informações, sobre a prática de ensino de alguns educadores que trabalham com crianças e que conciliam as suas aulas com os jogos e com as brincadeiras. 
Precisa-se resgatar o prazer do estarem brincando junto, afetos, solidariedades, compreensões, que só as brincadeiras com o outro nos podem proporcionar. E, nesse resgate, buscar novos modos de educação que garantam que o brincar faz parte da criança. As crianças estarão a fim de brincar se lhes for garantido na escola, na sala, no pátio, em casa na praça dentre outros, os brinquedos estão ao seu alcance, à sua disposição. 
É importante que se garanta também um tempo para o livre brincar, pelo prazer de brincar. Que meninos e meninas brinquem e cuidem de si e do outro nas suas brincadeiras. Que elas possam brincar entendendo que, quem está a fim de brincar, tem seu direito garantido para fazê-lo. Com a oportunidade que tive de estudos posteriores, procurei me dedicar e aprender um pouco mais sobre o Brincar na Educação Infantil e hoje consigo trabalhar com as brincadeiras e principalmente defender a ideia desse rico recurso pedagógico diante do grupo com quem trabalho e também contribuir para a prática dessas colegas e com o planejamento pedagógico da escola como um todo.
Portanto, o lúdico funciona como aspecto incentivador da aprendizagem, por possibilitar aos educandos envolvimento mútuo e comunicabilidade na construção de novos saberes. 
REFERÊNCIAS
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EDUCAÇÃO INFANTIL: Pra que te quero?/ organizado por Carmem Maria Craidy e Gládis Elise P. Da Silva Kaercher – Porto Alegre: Artmed, 2001 Declaração Universal dos direitos da criança,
KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2003.
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RAPPAPORT, C. R. Teorias do desenvolvimento. São Paulo: EPU, 1981.
Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil/Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental – Brasília: MEC/SEF, 1998.
 
REGO, T. C. Vygotsky. Uma perspectiva histórico cultural da educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
VYGOTSKY, Lev. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. Michael Cole et al (orgs.); trad. Jose Cippola Neto, Luis Silveira Menna Barreto, Solange Castro Afeche – 6. ed. São Paulo: Martins Fontes. 2009 (Psicologia e pedagogia).
________. PCN’s – Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Ministério da Educação. Secretária da Educação Fundamental. 3 ed. Brasília, 2001.
PIAGET, Jean. A Formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1973. RODULFO, R. O Brincar e o significante: um estudo psicanalítico sobre a construção precoce. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

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