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Farmacologia no tratamento da asma Farmacologia aplicada Caso 1 Paciente chega ao Pronto socorro com queixa de dispnéia, tosse iniciado há uma hora. Ao exame, sibilos difusos bilaterais. Asma Estreitamento reversível e hiperreatividade brônquica Patologicamente caracterizado por inflamação linfocítica e eosinofílica da mucosa brônquica (remodelamento) Tem como modelo imunológico clássico a mediação por IgE Alergenos: poeira, ácaros, pêlos de animais etc IgE produzida se liga aos mastócitos, ocorrendo liberação de mediadores inflamatórios (histamina, leucotrienos etc) que causam broncoconstrição etc Asma 3 a 6 horas depois ocorre a reação asmática tardia Influxo de linfócito B e eosinófilos na mucosa brônquica com aumento da reatividade brônquica que pode durar semanas Desencadeadores: infecções virais, alergenos, estímulos não alérgicos (exercício, ar frio etc) O broncoespasmo asmático resulta de uma combinação de fatores Broncoespasmo Formas de tratar: IgE (anticorpo monoclonal) Evitar a degranulação de mastócitos Cromoglicato Inibidores dos efeitos da acetilcolina Antagonista muscarínico Bloqueio da ação de produtos liberados Anti-histamínicos, antagonista de leucotrienos Relaxamento de músculo liso Simpaticomiméticos e metilxantinas Fármacos “controladores” corticosteróides Simpaticomiméticos Apresentam diversas ações farmacológicas na terapia da asma Relaxam a musculatura lisa brônquica Inibem a liberação de broncoconstrictores pelos mastócitos Aumentam o transporte mucociliar Efeitos colaterais: Taquicardia e tremores em músculos esqueléticos Epinefrina é útil na anafilaxia Fármacos β2 seletivos Salbutamol Broncodilatação atinge o máximo em 15 a 30 minutos e se mantém por 4 horas Diluídos em soro para NBZ 5 mg/ml. Dose: 2,5 a 5 mg. Também em comprimido Raramente prescrita pois não tem vantagem sobre a inalação Pode causar tremor, nervosismo, fraqueza Fármacos β2 seletivos Fármacos de ação prolongada 12 horas Salmeterol e formoterol Parecem interagir beneficamente com corticosteróides Não são recomendados em monoterapia Toxicidade Arritmias cardíacas Hipoxemia Metilxantinas Exemplos: teofilina, cafeína A apresentação terapêutica da teofilina é a aminofilina (teofilina e etilenodiamina) Inibe a fosfodiesterase (PDE4) Farmacodinâmica SNC Ativação cortical (insônia até convulsões) Cardiovascular Efeito crono e inotrópico positivo (↑FC, ↑DC) Outros: Estimulam a secreção gástrica, broncodilatação etc Teofilina Broncodilatador mais efetivo Bem absorvido por via oral A importância da teofilina foi reduzida por maior efetividade de outros agentes, porém é de baixo custo Deve ser usada onde houver métodos para dosar a concentração sanguínea Janela terapêutica estreita Depuração plasmática varia amplamente Teofilina Alterações na posologia deve ser feita a cada 2-3 dias (tempo de equilíbrio de 1 a 2 dias) Doença hepática aumenta o risco de toxicidade Toxicidade Anorexia, náuseas, vômitos, desconforto abdominal Altas doses podem causar convulsões e arritmias que podem não ser precedidas por outros sintomas infusão rápida pode levar à morte súbita (arritmia) Agentes anti-muscarínicos Atuam por inibição competitiva da acetilcolina O grau de envolvimento das vias parassimpáticas na resposta brônquica varia entre indivíduos Brometo de ipratrópio Amônia quaternária derivada da atropina Por ser mal absorvida sistemicamente pode ser usada em doses altas Amplifica a broncodilatação por beta agonistas Tiotrópio De ação prolongada (24h) usada em DPOC Corticosteróides Inibe a produção de citocinas inflamatórias Não produzem relaxamento dos músculos lisos, mas reduzem a reatividade brônquica e a freqüência das crises São controladores e não curativos Uso de aerossol tem absorção mínima (evitar efeitos colaterais sistêmicos) Beclometasona, budesonida, fluticasona, ciclesonida etc Via sistêmica (oral e parenteral) é reservada para casos urgentes A terapia sistêmica pode ser suspensa em 7 a 10 dias Corticosteróides Problemas do uso tópico Candidíase de orofaringe Paciente deve gargarejar após o uso Rouquidão Efeito direto sobre as cordas vocais A longo prazo podem aumentar o risco de osteoporose e catarata Em crianças, o efeito na estatura final é mínimo Alguns estudos indicam que o uso intermitente (na exacerbação dos sintomas) tem boa resposta clínica Cromoglicato dissódico Inibe a degranulação de mastócitos nos pulmões Baixa solubilidade e pequena absorção VO Uso inalado e efeitos colaterais pouco importantes Tem sido superado por outros tratamentos Não são tão potentes ou previsíveis quanto os corticosteróides Só tem valor no uso profilático (não reverte broncoespasmo) Útil no uso a curto prazo antes do exercício ou exposição Inibidores de leucotrienos Efeitos menos evidentes do que os corticosteróides Vantagem: via oral (crianças têm pouca aderência à inalação) Montelucaste Mais prescrito Uso uma vez ao dia Absorção independe das refeições Anticorpo anti-IgE Abordagem mais nova Indicado para pacientes com sensibilidade mediada por IgE Inibe a ligação de IgE aos mastócitos Omalizumabe Uso por 10 semanas reduz IgE para níveis indetectáveis Reduz a gravidade das crises e a necessidade de corticosteróides Custo elevado Reservado aos pacientes com asma grave Acompanhamento Pacientes com asma persistente devem ser avaliados regularmente. Nos classificados como moderados e graves, especial atenção deve ser dada ao crescimento e à função pulmonar (PFE, espirometria) a cada consulta, com avaliação oftalmológica e densitometria óssea anualmente. Nos pacientes graves é aconselhável a medição do PFE matinal antes do uso de broncodilatadores. A espirometria deve ser realizada, sempre que possível, para avaliação do controle da asma e nas mudanças de esquema terapêutico. Conduta na alta do paciente do pronto-socorro Antes da alta hospitalar, o paciente deve receber as seguintes orientações: utilizar 40 a 60 mg de prednisona/dia, por sete a dez dias para adultos e, para crianças, 1 a 2 mg/Kg/dia (máximo de 60 mg/dia) por três a cinco dias;(69,79-81) utilizar técnica adequada quanto ao uso da medicação inalatória;(82) seguir plano de ação em caso de exacerbação;(83) procurar o médico assistente o mais rápido possível (preferivelmente em uma semana), preferencialmente especialista.(84) Bons estudos!
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