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JURISDIÇÃO - A INDEPENDÊNICA DO PODER JUDICIÁRIO E SUAS GARANTIAS I. Independência do Poder Judiciário: independência e imparcialidade. - garantias - independência política do poder e de seus órgãos – autogoverno da Magistratura. Art. 5º, XXXV e XXXVII, CF. - vitaliciedade, inamovibilidade, irredutibilidade de vencimentos e vedação do exercício de determinadas atividades – independência política. - independência jurídica dos juízes: inexistência de subordinação hierárquica no desempenho de suas atividades. O juiz subordina-se somente a lei - formação do convencimento, mais pode ter penas disciplinares. Súmula vinculante? - ainda existe uma garantia política implícita que para assegurar a sua liberdade julgar, não podem ser responsabilizados (civil ou administrativamente) por erros nas decisões e sentenças que profere, exceto se proceder com dolo ou culpa grave. - limitações à independência do judiciário: Ministros escolhidos e nomeados pelo Presidente da República; vinculação da polícia judiciária ao Executivo. II. Garantias do Poder Judiciário como um todo - Autogoverno: autonomia administrativa, financeira e de gestão, art. 99, CF. - Competência dos tribunais: art. 96, CF – estabelece a independência do Poder Judiciário. - No que compete a organização do Poder Judiciário, a independência é relativa, uma vez que para o Supremo Tribunal Federal e tribunais superiores, o sistema de nomeação dos magistrados depende do Poder Executivo e Legislativo. III. Garantias dos magistrados (juízes togados). - Garantias propriamente ditas - garantias de independência: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos, art. 95 – independência política do juiz. - Estas garantias não se aplicam aos jurados, juízes de paz, juízes leigos, árbitros e conciliadores. IV. Garantias de independência – independência política vitaliciedade: não pode o magistrado perder o cargo, senão por sentença judiciária. Arts. 25-29, 42, VI e 47, da LOMAN (lei orgânica da magistratura nacional) – LC 35/1979. - Vitaliciedade # estabilidade (art. 41, § 1º, CF). - 2 anos para adquirir. - há juízes vitalícios desde a posse no cargo, art. 22, I1, da LOMAN. Inamovibilidade: não pode ocorrer, sem o seu consentimento, a remoção de um juiz, de um lugar para o outro. Interesse público, art. 93, VIII, CF e 30-312 da LOMAN. Irredutibilidade de vencimentos: a remuneração é irredutível a fim de garantir-lhes a necessária serenidade para o exercício do cargo. Art. 323, LOMAN. 1 Art. 22 - São vitalícios: I - a partir da posse: a) os Ministros do Supremo Tribunal Federal; b) os Ministros do Tribunal Federal de Recursos; c) os Ministros do Superior Tribunal Militar; d) os Ministros e Juízes togados do Tribunal Superior do Trabalho e dos Tribunais Regionais do Trabalho; e) os Desembargadores, os Juízes dos Tribunais de Alçada e dos Tribunais de segunda instância da Justiça Militar dos Estados; 2 Art. 30 - O Juiz não poderá ser removido ou promovido senão com seu assentimento, manifestado na forma da lei, ressalvado o disposto no art. 45, item I. Art. 31 - Em caso de mudança da sede do Juízo será facultado ao Juiz remover-se para ela ou para Comarca de igual entrância, ou obter a disponibilidade com vencimentos integrais. Art. 45 - O Tribunal ou seu órgão especial poderá determinar, por motivo de interesse público, em escrutínio secreto e pelo voto de dois terços de seus membros efetivos: I - a remoção de Juiz de instância inferior; 3 Art. 32 - Os vencimentos dos magistrados são irredutíveis, sujeitos, entretanto, aos impostos gerais, inclusive o de - vencimento dos juízes e vantagens pecuniárias: arts. 37, X e XI, 39 § 4º, CF e art. 654, LOMAN. V. Impedimentos como garantias de imparcialidade - consistem em vedações que visam dar melhores condições de imparcialidade, representando, uma garantia para os litigantes. - art. 95, parágrafo único, CF. VI. Código de ética da magistratura nacional - aprovado no dia 6/8/2006 pelo CNJ: O CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no exercício da competência que lhe atribuíram a Constituição Federal (art. 103-B, § 4º, I e II), a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (art. 60 da LC nº 35/79) e seu Regimento Interno (art. 19, incisos I e II); Considerando que a adoção de Código de Ética da Magistratura é instrumento essencial para os juízes incrementarem a confiança da sociedade em sua autoridade moral; Considerando que o Código de Ética da Magistratura traduz compromisso institucional com a excelência na prestação do serviço público de distribuir Justiça e, assim, mecanismo para fortalecer a legitimidade do Poder Judiciário; Considerando que é fundamental para a magistratura brasileira cultivar princípios éticos, pois lhe cabe também função educativa e exemplar de cidadania em face dos demais grupos sociais; Considerando que a Lei veda ao magistrado "procedimento incompatível com a dignidade, a honra e o decoro de suas funções" e comete-lhe o dever de "manter conduta irrepreensível na vida pública e particular" (LC nº 35/79, arts. 35, inciso VIII, e 56, inciso II); e Considerando a necessidade de minudenciar os princípios erigidos nas aludidas normas jurídicas; RESOLVE aprovar e editar o presente CÓDIGO DE ÉTICA DA MAGISTRATURA NACIONAL, exortando todos os juízes brasileiros à sua fiel observância. Art. 1º O exercício da magistratura exige conduta compatível com os preceitos deste Código e do Estatuto da Magistratura, norteando-se pelos princípios da independência, da imparcialidade, do conhecimento e capacitação, da cortesia, da transparência, do segredo profissional, da prudência, da diligência, da integridade profissional e pessoal, da dignidade, da honra e do decoro. Art. 12. Cumpre ao magistrado, na sua relação com os meios de comunicação social, comportar-se de forma prudente e eqüitativa, e cuidar especialmente: I - para que não sejam prejudicados direitos e interesses legítimos de partes e seus procuradores; renda, e aos impostos extraordinários. Parágrafo único - A irredutibilidade dos vencimentos dos magistrados não impede os descontos fixados em lei, em base igual à estabelecida para os servidores públicos, para fins previdenciários. 4 Art. 65 - Além dos vencimentos, poderão ser outorgadas aos magistrados, nos termos da lei, as seguintes vantagens: I - ajuda de custo, para despesas de transporte e mudança; II - ajuda de custo, para moradia, nas localidades em que não houver residência oficial à disposição do Magistrado. (Redação dada pela Lei nº 54, de 22.12.1986) III - salário-família; IV - diárias; V - representação; VI - gratificação pela prestação de serviço à Justiça Eleitoral; VII - gratificação pela prestação de serviço à Justiça do Trabalho, nas Comarcas onde não forem instituídas Juntas de Conciliação e Julgamento; VIII - gratificação adicional de cinco por cento por qüinqüênio de serviço, até o máximo de sete; IX - gratificação de magistério, por aula proferida em curso oficial de preparação para a Magistratura ou em Escola Oficial de Aperfeiçoamento de Magistrados (arts. 78, § 1º, e 87, § 1º), exceto quando receba remuneração específica para esta atividade; X - gratificação pelo efetivo exercício em Comarca de difícil provimento, assim definida e indicada em lei. § 1º - A verba de representação, salvo quando concedida em razão do exercício de cargo em função temporária, integra os vencimentos para todos os efeitos legais. § 2º - É vedada a concessão de adicionais ou vantagens pecuniárias não previstas na presente Lei, bem como em bases elimites superiores aos nela fixados. II - de abster-se de emitir opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos, sentenças ou acórdãos, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos, doutrinária ou no exercício do magistério. ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA: CONCEITO, CONTEÚDO, COMPETÊNCIA LEGISLATIVA I. Conceito - a organização judiciária estabelece normas sobre a constituição dos órgãos encarregados do exercício da jurisdição - normas sobre a administração da justiça. - cuidam de tudo que se refira a administração judiciária, tais como: carreira judiciária, época dos trabalhos forense, divisão do território nacional etc. - disciplina o aparelhamento dos órgãos principais e auxiliares, no que concerne à sua constituição, composição e discriminação de suas atribuições. II. Competência legislativa - CF, arts. 92 ss. - Cada Estado legisla sobre sua própria organização judiciária, arts. 93 a 97, CF. - Eventual conflito entre leis federais e estaduais em matéria de organização judiciária, serão resolvidas na competência legislativa fixada na CF. - Competência legislativa concorrente, art. 24, § 4º, CF. III. Magistratura - É o conjunto dos juízes que integram o Poder Judiciário. - É organizada em carreira, art. 93, I a III. - Recrutamento de juízes: cooptação (os próprios membros do Poder Judiciário escolhem), escolha pelo Executivo, eleição (eleição pelo voto popular – EUA para escolha de juízes locais), concurso (desvantagem: não apura as qualidades morais e éticas), sorteio (utilizado no Brasil para a composição do Tribunal do Júri – conselho de sentença). - Brasil prevalece o concurso, art. 93, I, CF. - STF, STJ,STM: livre escolha do Presidente da República, com aprovação do Senado, arts. 101, parágrafo único; 104 parágrafo único; e 123, CF. - Promoção por antiguidade e merecimento. IV. Duplo grau de jurisdição - Argumentos favoráveis: Para que erros dos juízes possam ser corrigidos; juízes de grau superior de ordinário são mais experiente; o inconformismo da parte vencida (Carnelutti: “O réu é sempre vencido, mas nunca convencido.” - Argumentos contrários: os juízes de segundo grau são suscetíveis de errar; e a decisão de segundo grau é inútil se confirma a de primeira e, se reforma-a é perniciosa. - Mesmo entre juízos e tribunais não há qualquer hierarquia. Existe uma hierarquia no plano administrativo. V. Composição dos juízos - Em regra os juízos de primeiro grau são monocráticos e colegiados os órgãos superiores. - Existem órgãos colegiados de jurisdição inferior: tribunal do júri, conselho de justiça militar e as juntas eleitorais. - Recursos julgados por um só juiz (decisão monocrática), artigos 932, III, IV; 1.019, I, CPC. VI. Divisão judiciária - Seções judiciárias da Justiça Federal. - Justiça Estadual - comarcas. - Justiça do trabalho – o território é dividido por “regiões”, geralmente5 cada Estado é uma região. - a justiça militar – circunscrições judiciárias militares. - A comarca e a seção judiciária constituem o foro (território em que o juiz exerce a jurisdição). VII. Épocas para o trabalho forense - serviços judiciários devem ser ininterruptos. 5 Atualmente são 24 regiões, sendo que o da 8ª região compreende os Estados do Pará e Amapá; a 10ª Região, o DF e Tocantins; A 11ª Região, Amazonas e Roraima e a 14ª Região, Rondônia e Acre. O Estado de SP possui dois Tribunais, o da 2ª Região, com sede na Capital e o da 15ª Região, com sede em Campinas. - a EC 45/2004 pôs fim as tradicionais férias forenses nas Justiças dos Estados, 93, XII, CF. - Somente tem férias forenses o STF e demais Tribunais Superiores da União. - Na justiça federal já não havia férias, Lei 5010/66 (organiza a justiça federal de primeira instância), art. 516. - inovação do NCPC – suspensão dos prazos entre os dia 20/12 a 20/01, art. 220, CPC. - regra do art. 7987 CPP. Diante da regra prevista no CPP, a suspensão prevista no NCPC (art. 220) será aplicável ao processo penal? VIII. Princípios que regem a organização do Poder Judiciário - Poder Judiciário é a organização preordenada ao exercício da função jurisdicional – conjunto de elementos pessoais e materiais. - Desconcentração: é repartir funções entre vários órgãos de uma mesmo pessoa jurídica # de descentralização, quando a função é transferida para outra pessoa jurídica. O Judiciário é desconcentrado - Territorialidade: A multiplicidade de órgãos que compõem o aparelho judiciário do Estado está disseminada por todo território do país. Aproxima a justiça do povo. - Adequação ou especialização: justiças comuns e especiais. Diversificação de justiças. BIBLIOGRAFIA ALVIM, José Eduardo Carreira. Teoria geral do processo. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. CARREIRA, Marcus Orione Gonçalves. Teoria geral do processo. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento. 17. Ed. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015. DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do novo processo civil. São Paulo: Malheiros, 2016. GRINOVER, Ada Pellegrini. Teoria geral do processo. 28. ed. São Paulo: Malheiros, 2012. 6 Art. 51. As férias dos Juízes serão individuais e de sessenta dias, gozadas de uma só vez, obedecida a escala organizada pelo Conselho da Justiça Federal. Parágrafo único. Não haverá férias forenses coletivas. 7 Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
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