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psicologia juridica

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CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL 
DA PSICOLOGIA JURÍDICA 
Artigo: Um breve histórico da psicologia jurídica no Brasil e seus 
campos de atuação - Revista : Estudos de Psicologia. Campinas. 
26(4) outubro-dezembro 2009 
 
Como a Psicologia e o Direito se aproximaram na 
história brasileira? 
 
• Não existe um único marco histórico que defina o momento de início da Psicologia 
Jurídica no Brasil. 
• Década de 1960: 
 - Início da atuação de psicólogos brasileiros na área da Psicologia Jurídica. 
 - Essa inserção ocorreu de forma gradual e lenta e, muitas vezes, 
informalmente através de trabalhos voluntários. 
 - Estudo de adultos criminosos e adolescentes infratores. 
• 1984: Lei de execução penal (Lei Federal n 7.210/84): com a sua promulgação, o 
psicólogo passou a ser reconhecido legalmente pela instituição penitenciária. 
• Outro campo em ascensão até os dias atuais é o trabalho de psicólogos em 
processos de Direito Civil, dentro do qual destaca-se o Direito da Infância e 
Juventude. 
• 1985: primeiro concurso público para admissão de psicólogos dentro dos quadros 
do TJSP. 
• 1990: Com a instituição do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Juizado 
de Menores passou a ser denominado Juizado da Infância e Juventude, gerando 
uma expansão do campo de atuação do psicólogo e maior número de profissionais 
em instituições judiciárias mediante a legalização desses cargos pelos concursos 
públicos. 
 
 
 
As deficiências na formação do psicólogo 
jurídico 
• A Psicologia Jurídica é um ramo muito recente da Psicologia, 
principalmente na área científica. 
• Existe uma dificuldade de encontrar artigos científicos relacionados 
ao tema. 
• Deficiências na formação do psicólogo para atuar nessa área: 
 1) Rápido desenvolvimento das relações entre Psicologia e 
Direito. 
 2) Despreparo para lidar com os avanços e as novas áreas de 
atuação do psicólogo nesse campo que surgem a cada dia. 
• Destaca-se também a necessidade do psicólogo conhecer 
determinadas terminologias que são próprias da área jurídica. 
• Observa-se uma carência de disciplinas dessa área nos currículos 
dos cursos de Psicologia. 
 
Psicologia do testemunho 
• Primeira metade do século XX: psicólogos da 
Alemanha e da França desenvolveram 
trabalhos sobre o testemunho e sua 
participação nos processos judiciais. 
• Psicologia do testemunho: impulsionada pelos 
estudos sobre os sistemas de interrogatório, 
os fatos delitivos, a detecção de falsos 
testemunhos, as amnésias simuladas e os 
testemunhos de crianças. 
Psicologia Jurídica: 
principais campos de atuação 
• Há um predomínio das atividades de confecções de 
laudos, pareceres e relatórios. 
• Pressupõe-se que compete à Psicologia uma atividade 
de cunho avaliativo e de subsídio aos magistrados. 
• Importante: ao concluir o processo de avaliação, o 
psicólogo pode recomendar soluções para os conflitos 
apresentados. 
• Jamais o psicólogo pode determinar os procedimentos 
jurídicos que devem ser tomados. 
• Juiz → decisão judicial. 
“Eis o grande desafio da psicologia jurídica: 
não ficar limitada aos conhecimentos 
advindos da ciência psicológica e trocar 
conhecimentos com ciências afins, buscando 
redimensionar a compreensão do agir 
humano, considerando os aspectos legais, 
afetivos e comportamentais” (p. 490) 
Ramos do Direito que frequentemente 
demandam o trabalho do psicólogo: 
• Direito da Família, Direito da Criança e do 
Adolescente, Direito Civil, Direito Penal e 
Direito do trabalho. 
 
Direito da 
família 
Direito da 
criança e 
adolescente 
Direito civil Direito 
penal 
Direito do 
trabalho 
Processos de 
separação e 
divórcio 
 
Processos de 
adoção 
 
Processos em que 
são requeridas 
indenizações em 
virtude de danos 
psíquicos 
Sistema 
penitenciário 
 
Processos 
trabalhistas 
Processos de 
disputa de 
guarda 
 
Processos de 
destituição do 
poder familiar 
 
Casos de 
interdição judicial 
Institutos 
psiquiátricos 
forenses 
Processos de 
regulamentação 
de visitas 
Desenvolvimento 
e aplicação de 
medidas 
socioeducativas 
junto aos 
adolescentes 
autores de ato 
infracional 
Questões éticas 
Golsalves, H. S & Brandão, E. P. (orgs). 
Psicologia Jurídica no Brasil. Nau Editora, 2005, RJ. 
 
• Como profissionais que atuam no campo 
social, os psicólogos têm sido chamados cada 
vez mais a problematizarem as demandas que 
lhes são feitas e a colocarem em análise a sua 
condição de especialista. 
 
A elaboração de laudos e pareceres 
Golsalves, H. S & Brandão, E. P. (orgs). 
Psicologia Jurídica no Brasil. Nau Editora, 2005, RJ. 
 
• O exercício profissional dos psicólogos no âmbito judiciário é 
marcado por uma predominância das atividades de confecção de 
laudos, pareceres e relatórios. 
• Pressuposto → cabe à Psicologia, no âmbito judiciário, uma 
atividade predominantemente avaliativa e de subsídio aos 
magistrados. 
• Este pressuposto é defendido em textos clássicos de Psicologia, no 
entanto, tem causado mal-estar entre a nova geração de psicólogos. 
• Advento de uma literatura crítica → tem demonstrado que a 
questão da interseção da Psicologia com o Direito não se resume 
somente ao bom ou mau uso da técnica, ou seja, à habilidade ou 
não do perito. 
• Deve-se ter cuidado para não se prender à produção de verdades a-
históricas e universais. 
PSICOLOGIA E OS DIREITOS DA 
INFÂNCIA E JUVENTUDE 
Fiorelli, J., O.; Mangini, R., C., R.,. Psicologia Jurídica, editora: 
Altlas, edição: 4, ano 2012. Capítulo 4: A adolescência, o judiciário 
e a sociedade. (pp. 146-149) 
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n 8.69/90) 
Atenção psicossocial a crianças e adolescentes no SUS: tecendo 
redes para garantir direitos. Brasil. Ministério da Saúde, Conselho 
Nacional do Ministério Público – Brasília: 2014. 
 
Código de Menores e a Doutrina da 
Situação Irregular 
• 1927: sancionado o Código de Menores. 
 - Primeira codificação exclusivamente voltada para tratar dos 
interesses da criança e do adolescente. 
 - Também conhecido como “Código Mello Mattos” 
 - Proteção da população infantojuvenil calcada em parâmetros 
morais e higienistas. 
• 1927-1979: surge o termo “menino de rua”. 
• 1979: edição do novo Código de Menores. 
 - Incorporou avanços em relação à legislação anterior, contudo, 
manteve a conotação estigmatizante de crianças e adolescentes pobres como 
“menores”. 
 - Ampliação considerável do número de estabelecimentos 
responsáveis por abrigar de forma desumana crianças e adolescentes em 
situações vulneráveis (“filhos da pobreza”) 
 - Esse Código era aplicado em grande medida a crianças e 
adolescentes que se encontravam em situações vulneráveis. 
 
 
 
Convenção Internacional do Direitos 
da Criança e do Adolescente 
• Convenção proclamada em 1989 e da qual o Brasil é 
signatário. 
• Tópicos importantes: 
 - O direito de crianças e adolescentes a cuidados e 
assistência especiais. 
 - Assunção das responsabilidades da família, sua 
proteção e assistência especializada. 
 - Preparação da criança e do adolescente para uma 
vida independente na sociedade. 
 - Proteção e cuidados especiais mesmo antes do 
nascimento. 
 - Desenvolvimento sociopsicológico. 
Constituição Federal de 1988 
• Art. 227. É dever da família, da sociedade e do 
Estado assegurar à criança, ao adolescente e 
ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à 
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao 
lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária, além de 
colocá-los a salvo de toda forma de 
negligência, discriminação, exploração, 
violência, crueldade e opressão.Estatuto da Criança e do Adolescente e a 
Doutrina da Proteção Integral 
• Lei 8.069, de 13 de julho de 1990: dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá 
outras providências. 
• ECA → criado em substituição ao antigo código de menores e orientado pelo paradigma da 
proteção integral. 
• Doutrina da Proteção integral: 
 - Entendida como um conjunto de medidas específicas de proteção. 
 - Vem superar a ideia do assistencialismo do estado voltado para o controle e o 
asilamento de crianças e adolescentes. 
 - Considera a criança e o adolescente como sujeitos de direitos e como 
pessoas em condição peculiar de desenvolvimento, cujas prioridades compreendem: 
 a) a primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstância; 
 b) a precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; 
 c) a preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; e 
 d) a destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a 
proteção à infância e à juventude. 
 - Subsidia a Lei n 12.594, de 18/01/202, que estabelece parâmetros e diretrizes para a 
execução das medidas socioeducativas, com a instituição do Sistema de Atendimento 
Socioeducativo (SINASE) 
 
VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA E 
O ADOLESCENTE 
Gonsalves, H. S. Violência contra a criança e 
o adolescente. In: Gonsalves, H. S.; 
Brandão, E. P. Psicologia Jurídica no Brasil. 
Rio de Janeiro: NAU Ed., 2004. p. 277-308. 
 
Violência na sociedade 
contemporânea 
• A vivência da violência na sociedade contemporânea é usual e 
cotidiana. 
• A violência é anunciada e discutida com tanta frequência que 
acabamos acreditando que sabemos muito sobre ela. 
• A proximidade forçada com a violência tende a anular a sensação 
de estranhamento em relação a mesma. 
• Hannah Arendt → A banalização suprime a capacidade de pensar 
criticamente, levando os indivíduos a se acomodarem ao arbítrio, à 
barbárie, à covardia e ao cinismo. 
• Pierre Bourdie → é preciso suportar a tensão do desconhecido e do 
estranhamento, eles são os motores do conhecimento. Os fatos são 
uma evidência da realidade objetiva que precisa ser decifrada pelo 
conhecimento: os fatos não falam. 
Estudos no campo da violência contra 
a criança 
• A violência contra a criança foi exaustivamente estudada 
nos últimos 40 anos. 
• Leitura atenta das pesquisas recentes → mostra 
interpretações divergentes e indagações que requerem 
investigação futura. 
• Produção dos últimos 40 anos → limitada a um saber 
taxonômico. 
• “não é possível fazer referência a causas ou consequências 
da violência, mas somente das relações verificáveis entre 
certos eventos” (Golçalves, p. 279) 
• Grande parte das pesquisas nessa área são de perfil 
epidemiológico: perfil da vítima preferencial, perfil do 
agressor mais comum, características da dinâmica familiar. 
Definições: alguns aspectos 
controversos 
• A intencionalidade como diferencial para 
considerar ou não um ato como violento: 
polêmica que ainda percorre a discussão 
teórica do tema. A definição adotada 
oficialmente no Brasil adota esse critério para 
qualificar o ato como violento. 
• O Grau de comprometimento, físico ou 
psíquico, que decorre do ato. 
• O dano que a violência produz na criança. 
 
Tipologia 
• Violência física 
• Violência sexual 
• Negligência 
• Violência psicológica 
Notificação 
• A lei determina que, ao tomar ciência ou suspeitar de que uma 
criança esteja sofrendo maus-tratos, o profissional deve notificar a 
autoridade competente. 
• Autoridade competente: Conselho Tutelar da localidade ou, na sua 
ausência, a autoridade judiciária. 
• 2 aspectos vitais desse procedimento: 1) a decisão do profissional 
quanto ao ato de notificar; e 2) as ações que se seguem à 
notificação. 
• Decisão de notificar: 
 - o profissional se vê quase elevado à condição de perito. 
 - atrelada a um conjunto de tomadas de posição do 
profissional, que tem início com a escolha de um ou outro conceito 
operacional de violência. 
Notificação de uma “suspeita” 
• Notificação: proposta pela primeira vez nos Estados Unidos, 
em 1963. 
• Nos anos 70, o número de notificações cresceu 
significativamente nos Estados Unidos. 
• Muitos pais processaram os profissionais, que foram 
obrigados a responder em juízo pelos seus atos. Com isso, 
houve uma queda consistente no número de notificações. 
• Decisão de incluir a possibilidade de notificar uma 
“suspeita”: tomada com o propósito de solucionar esse 
impasse. 
• Registro de uma suspeita ≠ acusação. 
• Notificação de uma suspeita: protege o profissional dos 
processos jurídicos por difamação. 
Questionamentos em relação à 
notificação de suspeita de maus-tratos 
 a) ao permitir esse tipo de notificação, o 
sistema legal não exige que o profissional a 
fundamente, transferindo essa tarefa às agências 
de proteção; 
 b) essa transferência de responsabilidade 
sobrecarrega essas agências, dificultando seu 
trabalho; 
 c) a suspeita carrega a condenação moral dos 
pais, independentemente da confirmação posterior. 
 
 
Dificuldades da intervenção na família 
• Conselho Tutelar: 
 - órgão encarregado pela legislação de zelar pelos direitos da criança 
e do adolescente sempre que eles forem ameaçados ou violados. 
 - deve receber a notificação e proceder a uma primeira avaliação dos 
fatos relatados, verificar sua procedência e decidir pelo encaminhamento ao 
Ministério Público de seu relato. 
 - não determina se a violência ocorreu, nem tampouco requer 
perícia. 
 - tem autoridade para aplicar medidas de proteção à criança 
previstas no art. 101 (I a VII) ou de atendimento aos pais ou responsáveis 
previstas no art. 129 (I a VII) da Lei 8069/90. 
• Art. 100 da Lei 8069/90: sempre que possível, deve-se dar preferência à 
aplicação das medidas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares 
e comunitários. 
• Respeito aos valores familiares ≠ permissividade ou autorização à prática 
da violência. 
 
 
 
 
 
 
INTERVENÇÕES COM ADOLESCENTES 
EM CONFLITO COM A LEI. 
Santos, E. P. S. (Des)construindo a ‘menoridade’: 
uma análise crítica sobre o papel da Psicologia 
na produção da categoria ‘menor’. In: Golsalves, 
H. S.; Brandão, E. P. Psicologia Jurídica no Brasil. 
Rio de Janeiro: NAU Ed., 2004. p. 205-247. 
Formas de ingresso do adolescente autor de ato 
infracional no Judiciário 
• O adolescente que comete ato infracional só pode ser apreendido 
em duas hipóteses: 
 1) em flagrante delito; e 
 2) por ordem escrita e fundamentada do Juiz da Infância e 
Juventude. 
 
• Procedimento: 
 Adolescente apreendido 
↓ 
 Adolescente conduzido para a oitiva com o representante do 
MP 
↓ 
 Adolescente conduzido imediatamente ao Juiz ou levado à 
audiência após entrevistas com a equipe técnica 
 
Pode-se caracterizar as formas de 
intervenção técnica da seguinte maneira: 
• No momento anterior à realização da audiência 
judicial; objetivando a confecção de estudos e laudos 
que auxiliem o Juiz em sua tomada de decisão. 
 
• No momento posterior à realização da audiência: 
 
 A) no acompanhamento técnico dos 
adolescentes a partir da determinação de medidas 
protetivas e/ou socioeducativas pelo Juiz. 
 
 B) no encaminhamento às instituições da rede. 
Estatuto da Criança e do Adolescente 
• Balizado pela doutrina da proteção integral, assegura direitos 
aos adolescentes que praticam ato infracional e sobre os 
quais podem incidir medidas socioeducativas. 
• Mesmo sendo responsável pela prática de ato infracional, o 
adolescente pode ser alvo de medidas de proteção. 
• Responsabilização → de cunho social, e não penal ou criminal. 
• Juiz: emerge com a função de prevenire compor litígios. 
• Ministério Público: fiscalização da lei e a titularidade das 
ações protetivas e socioeducativas. 
• Advogado ou defensor público: representa a criança e o jovem 
no interior do processo legalmente constituído. 
• Administrações locais: responsabilidade pelas questões da 
Política Social. 
Medidas socioeducativas previstas no ECA 
(art. 112): 
 I – advertência; 
 II – obrigação de reparar o dano; 
 III – prestação de serviços à comunidade; 
 IV – liberdade assistida; 
 V – inserção em regime de semiliberdade; 
 VI – internação em estabelecimento educacional; 
 VII – qualquer uma das previstas no artigo 101, I a VI. 
 
Medidas de proteção previstas no artigo 
101, I a VI: 
 I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo 
de responsabilidade; 
 II – orientação, apoio e acompanhamento temporários; 
 III – matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento 
oficial de ensino fundamental; 
 IV – inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à 
família, à criança e ao adolescente; 
 V – requisição de tratamento médico, psicológico ou 
psiquiátrico em regime hospitalar ou ambulatorial; e 
 VI – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, 
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos. 
ADOÇÃO 
Lei 12.010, de 3 de agosto de 2009. 
(Nova lei da adoção) 
 
Pessoas que desejam se habilitar para adoção: 
• Devem se dirigir para a Justiça da Infância e da Juventude da 
sua comarca e apresentar a documentação necessária. 
• A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro 
regional, um registro de crianças e adolescentes em condições 
de serem adotados e outro registro de pessoas interessadas 
na adoção. 
• Observação: haverá cadastros distintos para pessoas ou casais 
residentes fora do País. Esses cadastros somente serão 
consultados na inexistência de postulantes nacionais 
habilitados. 
Criança e adolescente inserido em programa de 
acolhimento familiar ou institucional 
• Terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 meses. 
• Com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou 
multidisciplinar, a autoridade judiciária competente deve decidir de 
forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou 
colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades 
previstas. 
• A permanência da criança e do adolescente em programa de 
acolhimento institucional não se prolongará por mais de 2 anos, 
salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior 
interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.. 
• A manutenção ou reintegração de crianças ou adolescente à sua 
família terá preferência em relação a qualquer outra providência, 
caso em que a família será incluída em programas de orientação e 
auxílio. 
Estágio de convivência 
• Será acompanhado pela equipe interprofissional a 
serviço da Justiça da Infância e da Juventude, 
preferencialmente com apoio dos técnicos 
responsáveis pela execução da política de garantia do 
direito à convivência familiar, que apresentarão o 
relatório minucioso acerca da convivência do 
deferimento da medida. 
• Poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a 
tutela ou guarda legal do adotante durante tempo 
suficiente para que seja possível avaliar a 
conveniência da constituição do vínculo. 
• Nos casos de adoção por pessoa ou casal residente 
ou domiciliado fora do País, seu período de 
cumprimento no território nacional será de, no 
mínimo, 30 dias. 
 
Adotantes 
• Podem adotar os maiores de 18 anos, independentemente do 
estado civil. 
• Adoção conjunta: indispensável que os adotantes sejam 
casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada 
a estabilidade da família. 
• Divorciados, judicialmente separados e ex-companheiros: 
podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a 
guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de 
convivência tenha sido iniciado na constância do período de 
convivência e que seja comprovada a existência de vínculos 
de afinidade e afetividade com aquele não detentor da 
guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. 
• Obs.: A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após 
inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso 
do procedimento, antes de prolatada a sentença. 
 
 
Colocação em família substituta 
Pode ser feita mediante guarda, tutela ou adoção. 
• Guarda: 
 - destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida nos 
procedimentos de tutela e adoção (exceto no que adoção por 
estrangeiros). 
 - Salvo determinação em contrário ou quando a medida for aplicada em 
preparação para adoção, não impede o exercício do direito de visitas pelos 
pais nem o dever de prestar alimentos. 
 - Poderá ser revogada a qualquer tempo. 
• Tutela: 
 - será deferida a pessoa de até 18 anos incompletos e pressupõe a prévia 
decretação da perda ou suspensão do poder familiar. 
• Adoção: 
 - medida excepcional e irrevogável. 
 - deve-se recorrer a ela apenas quando os recursos de manutenção da 
criança ou do adolescente na família natural ou extensa forem esgotados. 
 
Adotando 
• Deve contar com, no máximo, 18 anos à data 
do pedido (salvo se já estiver sob a guarda ou 
tutela dos adotantes) 
• A ele é atribuída a condição de filho, com os 
mesmos direitos e deveres, inclusive 
sucessórios. 
• É desligado de qualquer vínculo com pais e 
parentes (salvo os impedimentos 
matrimoniais) 
Adotante 
• Podem adotar os maiores de 18 anos (independentemente do estado civil) 
• O adotante precisa ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o 
adotado. 
• Adoção conjunta: os adotantes precisam ser casados civilmente ou manter 
união estável. 
• Quando um conjugue ou concubino adota o filho do outro: mantêm-se os 
vínculos de filiação entre o adotado e o cônjugue ou concubino do 
adotante e os respectivos parentes. 
• Divorciados, judicialmente separados e ex-companheiros: podem adotar 
conjuntamente desde que: a) acordem sobre a guarda e o regime de 
visitas; b) o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do 
período de convivência; c) seja comprovada a existência de vínculos de 
afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda. 
• A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca 
manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes 
de prolatada a sentença. 
Adoção internacional 
• Aquela na qual a pessoa ou casal postulante é residente ou domiciliado 
fora do Brasil. 
• Somente terá lugar quando restar comprovado que: a) a colocação em 
família substituta é a solução adequada ao caso concreto; b) foram 
esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente 
em família substituta brasileira; c) em se tratando de adoção de 
adolescente, o mesmo foi consultado, por meios adequados ao seu 
estágio de desenvolvimento, e que ele se encontra preparado para a 
medida, mediante parecer elaborado por equipe multiprofissional. 
• Nos casos de adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro, os 
brasileiros residentes no exterior tem preferência aos estrangeiros. 
 
A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE 
FAMÍLIA 
Fiorelli, J., O.; Mangini, R., C., R.,. Psicologia 
Jurídica, editora: Altlas, edição: 4, ano 2012. 
Capítulo 8: Psicologia Jurídica e Direito Civil 
(pp.304-306) 
 
Conceito de família 
• Contexto anterior: relevância da consanguinidade 
e papéis tradicionalmente atribuíveis a cada um 
dos integrantes da família. 
• Contexto contemporâneo: a estabilidade e a 
intensidade dos laços afetivos ganham relevância. 
• Na contemporaneidade, existe toda uma 
variedade e complexidade das estruturas de 
convivência que se desenvolvem na família.Família patriarcal X Família conjugal 
moderna 
• Família patriarcal: 
- Baseada na manutenção da propriedade e de interesses 
políticos. 
- Baseada na constituição de um núcleo homogêneo. 
- Predomínio da dominação masculina, da submissão da 
mulher, do casamento entre parentes e da negação das 
diferenças. 
• Família conjugal moderna: 
- Predomínio da satisfação de impulsos sexuais e afetivos. 
 
Vínculos afetivos 
• Formam-se a partir de referências internas e externas, de aspectos 
conscientes e inconscientes. 
• Sua formação se dá em um processo, segundo um continuum que 
envolve vários aspectos positivos (afeto, corresponsabilidade, 
tolerância, segurança, etc.) 
• Esse processo também inclui aspectos negativos, que podem levar a 
frustrações, mágoas e ressentimento e que podem levar a 
dissolução da união. 
• Bowlby: pessoas que padecem de distúrbios psiquiátricos podem 
manifestar deterioração da capacidade para estabelecer vínculos 
afetivos. 
• Importante: cada família tem uma dinâmica própria e o que é bom 
para uma não necessariamente funcionará para outra configuração 
familiar. 
Modelos de família 
• Monoparentais 
• Recasados com filhos de ambos os côjuges 
• Recasados com apenas filho de um dos 
cônjuges 
• Ambos os cônjuges divorciados 
• Apenas um dos cônjuges divrociados 
• “Cada um na sua casa” 
• Retorno à casa dos pais, etc. 
FORMAS DE GUARDA E A LEI DA 
GUARDA COMPARTILHADA 
Fiorelli, J., O.; Mangini, R., C., R.,. Psicologia Jurídica, 
editora: Altlas, edição: 4, ano 2012. Capítulo 8: 
Psicologia Jurídica e Direito Civil. 
(pp.316-321) 
 
Guarda unilateral 
• Outrora denominada guarda exclusiva. 
• Ocorre quando apenas um dos pais mantém a criança em seu lar, podendo 
ser deferidas visitas para aquele que não detém a guarda. 
• Código Civil: 
 - Guarda atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o 
substitua. 
 - Será atribuída ao genitor que revele melhores condições para 
exercê-la e, objetivamente, mais aptidão para propiciar aos filhos os seguintes 
fatores: 1) afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar; 2) saúde e 
segurança; e 3) educação. 
 - Obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os 
interesses dos filhos. 
 - E se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda 
do pai ou da mãe? Ele deferirá a guarda à pessoa que revele compatibilidade 
com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de 
parentesco e as relações de afinidade e afetividade. 
 
Guarda alternada 
• Aquela em que há uma divisão entre pai e mãe em relação às 
reponsabilidades com os filhos e consequentes mudanças 
periódicas destes para a casa de um dos pais. 
• Alternância essa que pode implicar em dificuldade de adaptação, 
tanto em relação ao lar físico quanto às relações parentais e sociais. 
• Trata-se de um arranjo muito criticado por juristas e psicólogos, na 
medida em que pode dificultar a referência de um lar e de valores, 
bem como prejudicar a construção de hábitos saudáveis, 
principalmente quando se trata de crianças muitos pequenas. 
• Além disso, pode desenvolver a criança uma percepção objetal (na 
qual ela se vê transferida de um ponto ao outro de forma 
mecânica). 
Guarda compartilhada 
• Código Civil: 
 - Responsabilização conjunta e o exercício de direitos e 
deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, 
concernentes ao poder familiar dos filhos em comuns. 
• Os filhos permanecem sob a autoridade equivalente de 
ambos os pais, mesmo que a guarda física possa ficar na 
maior parte do tempo com um deles. 
• Evita prejuízos à criança decorrentes da descontinuidade de 
lar. 
• Os pais participam, conjuntamente, nas decisões 
importantes da vida do filho (educação, saúde, religião, 
etc.) 
 
 
Direito de visita dos avós 
• Historicamente reclamado em muitas ações judiciais, mas não 
encontrava respaldo legal. 
• Contava apenas com a sensibilidade do julgador. 
• Lei 12.398/2011: alterou o artigo 1.589 do Código Civil para incluir o 
Direito de Visita dos Avós. 
• Essa alteração, visa garantir, para avós e netos, a possibilidade de 
convívio que, muitas vezes, fica comprometida pelas disputas 
judiciais perpetradas por pais e mães. 
– Art. 1589: O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, 
poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o que acordar 
com ou outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua 
manutenção e educação. 
– Parágrafo único: O direito de visita estende-se a qualquer dos avós, a 
critério do juiz, observados os interesses da criança ou do adolescente. 
 
Pontos que devem ser considerados 
• “As questões envolvendo o poder de um cônjuge sobre o outro, ou a disputa de 
poder entre ambos, podem evidenciar-se de maneira perversa na disputa de 
guarda de filhos” (p. 318) 
• Com os novos arranjos familiares e a inserção da mulher no mercado de trabalho, 
muitas vezes, são os pais que exercem um papel primordial de cuidados 
intrafamiliares. Além disso, a carência paterna possui consequências tão graves 
quanto a carência materna. 
• É necessário analisar em cada caso a possibilidade de manter irmãos com o 
mesmo cônjuge ou de colocá-los separadamente com um dos cônjuges. 
• O ideal é que todos os filhos possam partilhar da companhia, do afeto, dos 
cuidados e da atenção de pai e mãe, indiscriminadamente. 
• Para Dolto (1989), se a criança pode permanecer no espaço em que os pais tinham 
sido unidos, o trabalho do divórcio ocorre de maneira muito melhor para ela, visto 
que precisará fazer somente o trabalho efetivo de compreender o divórcio. Neste 
caso, os referenciais que existem na vida da criança são mantidos (mesmo espaço, 
mesma escola, mesmos vínculos, etc.). 
• Em uma separação, os peritos e assistentes técnicos (assim como o operador do 
direito) devem guiar-se pela proteção de todos os envolvidos na disputa judicial, 
especialmente crianças e adolescentes. 
 
A SÍNDROME DA ALIENAÇÃO 
PARENTAL 
LEI Nº 12.318, DE 26 DE AGOSTO DE 
2010 
Alienação parental 
• Art. 2º: “interferência na formação psicológica 
da criança ou do adolescente promovida ou 
induzida por um dos genitores, pelos avós ou 
pelos que tenham a criança ou adolescente 
sob a sua autoridade, guarda ou vigilância 
para que repudie genitor ou que cause 
prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção 
de vínculos com este”. 
Formas de alienação parental 
• Realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor 
no exercício da paternidade ou maternidade; 
• Dificultar o exercício da autoridade parental; 
• dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; 
• Dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência 
familiar; 
• Omitir deliberadamente a genitor informações pessoais 
relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, 
médicas e alterações de endereço; 
• Apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares 
deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência 
deles com a criança ou adolescente; 
• Mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, 
visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente 
com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. 
Alienador Pode ser um dos genitores, 
avós ou qualquer 
responsável pelo menor, 
que tenha autoridade, 
guarda ou vigilância 
sobre o mesmo. 
Menor envolvido Criança ou adolescente que 
tem sua integridade 
psicológica atacada com 
o intuito de repudiar 
genitor. 
Alienado Pai ou mãe contra quem o 
ataque é direcionado. 
Pessoas envolvidas 
Penalidades aplicadas ao alienador 
• Advertência. 
• Ampliação do regime de convivência familiar em favor do 
genitoralienado. 
• Estipulação de multa ao alienador. 
• Determinação de acompanhamento psicológico e/ou 
biopsicossocial. 
• Determinação da alteração da guarda para guarda 
compartilhada ou sua inversão. 
• Determinação de fixação cautelar do domicílio da criança 
ou adolescente. 
• Declaração da suspensão da autoridade parental. 
Perícia psicológica ou bipsicossocial 
• Art. 5o “Havendo indício da prática de ato de alienação 
parental, em ação autônoma ou incidental, o juiz, se 
necessário, determinará perícia psicológica ou 
biopsicossocial”. 
• Laudo pericial: 
 - será amplo e realizado por profissional ou equipe 
multidisciplinar habilitados. 
 - será apresentado no prazo de 90 (noventa) dias, podendo 
ser prorrogado por autorização judicial baseada em 
justificativa circunstanciada. 
 - será acompanhado da indicação de eventuais medidas 
necessárias à preservação da integridade psicológica da 
criança ou adolescente. 
 
ALIENAÇÃO PARENTAL 
Fiorelli, J., O.; Mangini, R., C., R.,. Psicologia 
Jurídica, editora: Altlas, edição: 4, ano 2012. 
Capítulo 8: Psicologia Jurídica e Direito Civil 
Frases comunicadas que podem demonstrar 
situações em que ocorre alienação parental: 
• “Cuidado ao sair com seu pai, ele quer roubar você de mim” 
• “Sua mãe abandonou vocês” 
• “Seu pai não se importa com você” 
• “Sua mãe me ameaça, vive me perseguindo” 
• “Seu pai só quer compra-lo com tantos presentes, na verdade, 
não se importa com você” 
• “Sua mãe é uma desequilibrada” 
• “Lembre-se de que quando seu pai estava aqui só lhe dava 
surras, como podemos acreditar que agora ele lhe trará 
bem?” 
• “Só podia ser filho de um FULANO. Agride o pai e a auto-
estima da criança...” 
O psicólogo deve ter claro os seguintes 
aspectos: 
• As conseqüências de alterar a situação existente. 
• O profissional de psicologia, inconscientemente, pode 
interpretar os falsos relatos sob os efeitos de acontecimentos 
de sua vida pessoal. 
• As limitações de percepção da criança podem comprometer a 
noção de realidade. 
• São conhecidos casos de advogados que incentivam a prática 
da alienação parental, desconhecendo a extensão dos danos 
ocasionados. 
• A alienação parental não se resume a este ou àquele cônjuge, 
podendo ser praticada por avós ou outros membros da 
família. 
Busca e apreensão de filho 
• Requer muita parcimônia, cuidados e critérios 
em sua determinação, principalmente quando 
a criança não se encontra em situação de 
risco. 
• Em geral, trata-se de medida com sensíveis 
conseqüências para todos os envolvidos, 
particularmente para a criança. 
 
Importância da Psicologia Jurídica 
• “Os juízes julgam as condutas humanas e buscam dirimir os 
conflitos baseados na lei; a interdisciplinaridade com a 
psicologia jurídica auxilia a revelar motivações e 
comunicações latentes de um indivíduo em determinada 
ação, como nos conflitos familiares” (p. 326) 
• A preservação da criança fica tanto mais dificultada quanto 
maior a demora na realização da perícia e solução do 
processo” (op. cit.) 
• “O juiz recebe a história já filtrada pelo relato dos fatos. O 
advogado o recebe distorcido pela emoção do cliente. O apoio 
técnico do psicólogo e do assistente social pode constituir o 
elemento essencial para a decisão criteriosa” (op. cit.) 
Interface entre a psicologia e o direito nas 
varas de família 
• “fica evidente quando a busca da solução judicial 
perpassa pela representação simbólica que o 
rompimento da relação conjugal traz para as partes” 
(p. 326-7) 
• É plausível, por exemplo, que a pessoa que pratica a 
alienação parental desconheça que emite esse 
comportamento. 
• A reabilitação do alienante deve ser conseirada. 
ELABORAÇÃO DE LAUDO NAS 
VARAS DE FAMÍLIA 
Fiorelli, J., O.; Mangini, R., C., R.,. 
Psicologia Jurídica, editora: Altlas, edição: 
4, ano 2012. Capítulo 8 
(p. 301-304) 
Quem pode atuar no processo ? 
• Peritos 
• Assistentes técnicos indicados pelas partes 
• Assistente técnico da promotoria 
Laudo pericial 
• O juiz não está adstrito ao laudo pericial. 
• O juiz poderá determinar a realização de nova 
perícia, quando a matéria não lhe parecer 
suficientemente esclarecida. 
• O psicólogo deve ter extremo cuidado ao elaborá-lo. 
• É necessário que o juiz e outros operadores da 
justiça analisem o laudo sob uma perspectiva 
sistêmica. 
• Perícia ≠ Julgamento 
PSICODIAGNÓSTICO CLÍNICO PERÍCIA PSICOLÓGICA 
Objetivo Questões que angustiam os pais da 
criança. 
Auxiliar do juiz em processo 
judicial. 
Procura Espontânea. Convocação das partes. 
Encerramento Faculdade de findar o procedimento 
quando assim o entenderem. 
Devem submeter-se até o 
fim do processo 
psicodiagnóstico. 
Veracidade Não há interesse em mentiras ou 
dissimulações. 
Dissimulação e mentira de 
forma consciente com a 
intenção de ganhar a causa 
ou de livrar-se de uma 
punição. 
Sigilo As informações ficam restritas a quem 
procurou o atendimento. 
As informações fazem parte 
de um processo, que podem 
até contribuir na criação de 
jurisprudência, modificando 
não só a situação imediata 
das partes envolvidas, mas 
transformando a 
coletividade. 
Apresentação 
dos resultados 
Prontuários de pacientes com anotações 
conforme a linha teórica adotada. 
Laudos que obedecem 
reigor ético e técnico, com 
diagnóstico e prognóstico. 
Resolução CFP no 008/2010: 
Dispõe sobre a atuação do psicólogo 
como perito e assistente técnico no 
Poder Judiciário. 
Quem é o psicólogo Perito? 
• É o profissional designado para assessorar a 
Justiça no limite de suas atribuições. 
• O psicólogo Perito deve exercer essa função 
com isenção em relação às partes envolvidas e 
comprometimento ético para emitir 
posicionamento de sua competência teórico-
técnica, a qual subsidiará a decisão judicial. 
Resolução CFP no 017/2012: 
Dispõe sobre a atuação do psicólogo 
como Perito nos diversos contextos. 
Realização da perícia 
• Consiste em uma avaliação direcionada a responder 
demandas específicas, originadas no contexto pericial. 
• O trabalho pericial pode contemplar: observações, 
entrevistas, visitas domiciliares e institucionais e outros 
métodos e técnicas reconhecidas pela ciência psicológica. 
• O periciado deve ser informado acerca dos motivos, das 
técnicas utilizadas, datas e local da avaliação pericial. 
• O psicólogo Perito deve evitar qualquer tipo de interferência 
durante a avaliação que possa prejudicar o princípio da 
autonomia teórico-técnica e ético profissional, e que possa 
constranger o periciando durante o atendimento. 
• O psicólogo perito pode atuar em equipe multiprofissional, 
desde que preserve sua especificidade e limite de 
intervenção, não se subordinando técnica e profissionalmente 
a outras áreas. 
Psicólogo Perito Psicólogo designado para assessorar a 
Justiça no limite de suas atribuições. 
Assistente 
Técnico 
Psicólogo de confiança da parte para 
assessorá-la e garantir o direito ao 
contraditório. 
Psicoterapeuta 
das partes 
Não pode atuar como perito ou assistente 
técnico de pessoas atendidas por ele ou de 
terceiros envolvidos em litígio. 
Atenção! Somente poderá produzir 
documentos advindos do processo 
psicoterápico com a finalidade de 
fornecer informações à instancia judicial 
se as partes (pessoas atendidas por ele) 
consentirem. Exceto Declarações. 
Produção e análise de documentos 
• Os documentos produzidos por psicólogos que atuam na 
Justiça devem manter o rigor técnnico e ético exigido na 
Resolução CFP no 07/2003, que institui o Manual de 
Elaboração de Documentos Escritos produzidospelo 
psicólogo, decorrentes da avaliação psicológica. 
• Relatório: o psicólogo Perito apresentará indicativos 
pertinentes à sua investigação que possam diretamente 
subsidiar o juiz na solicitação realizada, reconhecendo os 
limites legais de sua atuação profissional, sem adentrar 
nas decisões, que são exclusivas às atribuíções dos 
magistrados. 
PSICOLOGIA E O DIREITO PENAL 
Lei de Execução Penal. Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados. Centro de 
Documentação e Informação. Coordenação de Biblioteca. http: 
//bd.camara.gov.br 
Carvalho, S. O papel da perícia psicológica na execução penal. In.: Psicologia 
Jurídica no Brasil. Gonsalves, H., S. & Brandão, E., P. (orgs). Nau Editora, 2005: RJ. 
A anulação da Resolução do CFP que regulamenta a prática da(o) psicóloga(o) no 
âmbito do Sistema Prisional pelo Poder Judiciário: que forças estão em jogo?. 
Jornal do CRP-RJ n. 39, Julho/Agosto/Setembro de 2015. p. 6-7 
Estrutura da Execução da pena no 
Brasil 
• Moldada pelo sistema progressivo (art. 33 do Código 
Penal). 
• Após o cumprimento de um determinado período de 
tempo, dependendo do ‘mérito’ e da ‘avaliação da 
personalidade’ (laudo e pareceres), o apenado será 
transferido a um regime menos gravoso. 
 Ex.: regime fechado → regime semiaberto / regime 
semiaberto → regime aberto. 
• Da mesma forma que o sistema permite a transferência 
para regime menos severo, em face de prática de faltas 
graves, o condenado pode regredir seu regime. 
 
 
Lei de Execução Penal 
• Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 → Institui a Lei 
de Execução Penal. 
• Pontos importantes para a disciplina: 
 1) Com esta Lei, são estabelecidas as novas 
condições que sevem ser garantidas aos presos e 
internados. 
 2) Institui a avaliação criminológica. 
Prisão X Ressocialização 
• “A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições 
de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições 
para a harmônica integração social do condenado e do 
internado”. (Art. 1º, LEP) 
• “Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os 
direitos não atingidos pela sentença ou pela lei”. (Art. 3º, 
LEP) 
• “A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, 
objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à 
convivência em sociedade”. (Art. 10, LEP) 
• O preso e o internado passam a ter direito à assistência 
material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa. 
 
Comissão Técnica de Classificação (CTC) 
• “Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para 
orientar a individualização da execução penal”. (Art. 5º, LEP). 
• “A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa 
individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório” 
(Art. 6º, LEP). 
• “A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo 
diretor e composta, no mínimo por dois chefes de serviço, um psiquiatra, um psicólogo e um 
assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa da liberdade”. (Art. 7º, 
LEP). 
• “O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado será 
submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma 
adequada classificação e com vistas à individualização da execução”. (Art. 8º, LEP). 
• Para obtenção de dados reveladores da personalidade, poderá: (Art. 9º, LEP) 
 I – entrevistar pessoas: 
 II – requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a 
respeito do condenado; 
 III – realizar outras diligências e exames necessários. 
• CTC → atua no local da execução, como observatório do cotidiano do apenado. 
 
Comissões e Centros de Observação 
(COC) 
• Local autônomo da instituição carcerária. 
• Realiza exames periciais e pesquisas 
criminológicas que retratarão o ‘perfil do preso’. 
• Tem por função realizar exames criminológicos 
mais sofisticados, com intuito de auxiliar os 
órgãos da execução. 
• O Código Penal prevê que o corpo criminológico 
deverá realizar prognósticos de não-delinquência, 
requisito subjetivo para concessão do livramento 
condicional. 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
Lei 11.340, de 7 de agosto de 2006. 
(Lei Maria da Penha) 
Histórico 
• Maria da Penha Maia Fernandes (Fortaleza, Ceará, 1945) 
• Farmacêutica brasileira que é vítima emblemática da violência 
doméstica. 
• Lutou para que seu marido, o professor colombiano Marcos 
Antonio Heredia Viveiros, fosse condenado. 
• 1983: seu marido tentou matá-la duas vezes. Por conta das 
agressões sofridas, Maria da Penha ficou paraplégica. 
• Considerado, pela primeira vez na história, um crime de 
violência doméstica. 
• Atualmente, Maria da Penha é líder de movimentos de defesa 
dos direitos das mulheres. 
• Lei 11.340/06: popularmente conhecida com o seu nome (Lei 
Maria da Penha). 
Lei Maria da Penha 
• Cria mecanismos para coibir e prevenir a 
violência doméstica e familiar contra a mulher. 
• Dispõe sobre a criação dos Juizados de 
Violência Doméstica e Familiar contra a 
mulher. 
• Estabelece medidas de assistência e proteção 
às mulheres em situação de violência 
doméstica. 
Violência doméstica e familiar contra a mulher 
• Qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause 
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano 
moral ou patrimonial: 
 I- no âmbito da unidade doméstica (espaço de convívio 
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, 
inclusive as esporadicamente agregadas) 
 II- no âmbito da família (comunidade formada por indivíduos 
que são ou se consideram aparentados, unidos por laços 
naturais, por afinidade ou por vontade expressa) 
 III- em qualquer relação íntima na qual o agressor conviva ou 
tenha convívio com a ofendida. 
Formas de violência doméstica e familiar contra 
a mulher, entre outras: 
• Violência física 
• Violência psicológica 
• Violência sexual 
• Violência patrimonial 
• Violência moral 
Medidas protetivas de urgência que 
obrigam o agressor 
• Suspensão da posse ou restrição do porte de armas. 
• Afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a 
ofendida. 
• Proibição de determinadas condutas, entre as quais: a) 
aproximação da ofendida, de seus familiares e das 
testemunhas; b) contato com a ofendida, seus familiares e 
testemunhas por qualquer meio de comunicação; c) 
frequentação de determinados lugares. 
• Restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores. 
• Prestação de alimentos provisionais ou provisórios. 
Medidas protetivas de urgência à ofendida 
• Encaminhamento da ofendida e de seus 
dependentes a programa oficial ou comunitário de 
proteção ou de atendimento. 
• Recondução da ofendida e de seus dependentes ao 
respectivo domicílio, após afastamento do agressor. 
• Afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos 
direitos relativos a bens, guarda dos filhos e 
alimentos. 
• Separação de corpos. 
 
Detalhes importantes 
• Na Lei Maria da Penha, somente a mulher pode ser vítima. 
• O agressor pode ser mulher. 
• Deve-se ter cuidado para não associar a violência contra a 
mulher somente à agressão. 
• Nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, é 
vedada a aplicação de penas de cesta básica ou outras de 
prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que 
implique o pagamento isolado de multa. 
• A mulher não poderá entregar intimação ou notificação ao 
agressor. 
• A mulher não pode retirar a representação que já foi feita.

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