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LEI DE TORTURA - Lei n.º 9.455/97 
 
Tortura é a imposição de dor física ou psicológica. Trata-se, também, de 
uma forma de intimidação, ou meio utilizado para obtenção de uma confissão ou 
alguma informação importante. A Tortura, independente de seu objetivo final, 
subsiste apenas pelo ato de se causar sofrimento a alguém. É um delito 
imprescritível, inafiançável, não sujeito a graça e anistia, conforme dispõe o Artigo 
5º, inciso XLIII, da Constituição Federal de 1988. A tortura, ainda, está incursa no 
art. 2º, I e II, da Lei dos Crimes Hediondos da qual se acresceu ser a tortura vedada 
a concessão de indulto. Apenas, observe-se que a Tortura é delito equiparado a 
hediondo. 
 
O caput do artigo 1º da Lei n.º 9.455/97 tipifica três formas de tortura: tortura-
prova, tortura para prática de crime e tortura-discriminação, a saber: 
 
 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe 
sofrimento físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira 
pessoa; 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência 
ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo 
pessoal ou medida de caráter preventivo. 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de 
segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto 
em lei ou não resultante de medida legal. 
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las 
ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. 
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão 
de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. 
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: 
I - se o crime é cometido por agente público; 
II - se o crime é cometido contra criança, gestante, deficiente e adolescente; 
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, 
adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 
2003) 
III - se o crime é cometido mediante sequestro. 
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a 
interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. 
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. 
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o 
cumprimento da pena em regime fechado. 
 
 
 
 
 
 
O bem jurídico protegido na lei é a incolumidade física e mental das 
pessoas. O sujeito ativo do delito pode ser qualquer pessoa. A situação do do sujeito 
ser agente público, encontrará enquadramento legal na causa de aumento de pena 
prevista no artigo 1º, § 4º, I, da Lei n.º 9.455/97. O sujeito passivo pode ser qualquer 
pessoa. 
 
Os meios de execução são diversos e sempre vinculados ao uso da 
violência ou da grave ameaça. A consumação é alcançada com a provocação de 
sofrimento físico ou mental. 
 
A chamada Tortura-prova ocorre quando existe intenção de obter 
informação, confissão ou declaração. Pode ser absorvido por outro crime (tortura 
para obtenção de senha de cartão de crédito). Consuma-se mesmo sem ocorrência 
da confissão. 
 
A Tortura para prática de crime faz com que o agente responda pela tortura 
e pelo crime praticado (em concurso material). Se a violência ou grave ameaça é 
para prática de contravenção, tem-se crime de constrangimento ilegal. Consuma-se 
mesmo sem a prática do crime. 
 
A tortura-discriminação pode ocorrer em concurso com o crime de racismo. 
 
A Tortura-castigo prevista no artigo 1º, inciso II, da Lei n.º 9.455/97, 
apresenta-se como crime próprio (só quem possui autoridade pode praticá-lo). 
Diferencia-se dos maus-tratos pela intensidade do sofrimento (elemento normativo 
do tipo). Exige a presença do animus corrigendi. 
 
O crime de homicídio qualificado pela tortura e diferente da tortura seguida 
de morte (em relação ao dolo na conduta do agente). 
 
Cabe indulto para o crime de tortura. Cabe, também, regime inicialmente 
semiaberto para o crime omissivo do parágrafo 2º, do artigo 1º.

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