Buscar

Projeto waltevah pesquisa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

�PAGE�12��
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
Centro de Educação
Programa de Pós-Graduação no Curso de Mestrado Acadêmico em Educação
Seleção para Mestrado em 
Núcleo Temático – Arte, Memória e Formação
JOSÉ VALTEVAR DE ARAÚJO
A Arte como Instrumento Pedagógico e suas contribuições para o processo de aprendizagem dos alunos não alfabetizados do 2º ano do Ensino Fundamental de Jijoca de Jericoacoara
Atendendo chamada pública de seleção nº 25/2015 do Curso de Mestrado Acadêmico em Educação – CMAE – na área de concentração Formação de Professores – criado pela Resolução nº2486/2002 – CEPE/UECE, de 06 de dezembro de 2002, mediante normas e condições especificadas na presente chamada pública de seleção.
Fortaleza – Ceará
2016
�
SUMÁRIO
1. JUSTIFICATIVA E PROBLEMATIZAÇÃO	3
2. OBJETIVOS:	7
2.1. Geral:	7
2.2. Específicos:	7
3. BASE TEÓRICA PRELIMINAR	8
4. INDICAÇÕES METODOLÓGICAS	11��HYPERLINK \l "h.tyjcwt" \h��
4.1. O local do estudo de caso	12
4.2. Os sujeitos do estudo	12
4.3. Os possíveis procedimentos a serem utilizados	13
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	 14
�
1. JUSTIFICATIVA E PROBLEMATIZAÇÃO
Como atual professor de Língua Portuguesa do 2º ano do Ensino Fundamental e também professor alfabetizador desta modalidade, tive várias inquietações relacionadas aos professores em alfabetizar as crianças, principalmente as com dificuldades de aprendizagem que permaneciam do 1° ano até o 2° sem os privilégios de um criança alfabetizada e letrada. Já que anteriormente tive oportunidade de atuar como formador do Programa de Alfabetização na Idade Certa (PAIC), ministrando formações no Programa Luz do Saber Infantil (Alfabetização com Inclusão Digital) e Eixo da Literatura Infantil. Tais vivenciam e experiências levou-me a potencializar minhas práticas com relação arte e aprendizagem no processo de alfabetização junto com os alunos e professores da rede pública de Jijoca de Jericoacoara.. 
Como formador do Projeto Luz do Saber Infantil e Eixo da Literatura Infantil do Programa Alfabetização na Idade Certa PAIC, tive oportunidade de explorar meus dons artísticos e conhecimentos pedagógicos em função da aprendizagem mais lúdica e significativa aliada a alfabetização de crianças do município de Jijoca de Jericoacoara, já que ministrava formações para professores do 1º ao 5º ano na rede pública no ano 2013 e 2014.
Atualmente como professor alfabetizador na EMEF Nossa Senhora da Consolação em Jericoacoara , gozo da felicidade de unir teoria e prática no processo de alfabetização de crianças, especialmente aquelas com distúrbios de aprendizagem e outras patologias que interferem no processo de aprender. .
Como alfabetizador e artista passei a observar que as crianças aprendiam com mais facilidade e prazer quando se inseria musica, dança teatro artes plásticas e arte em geral nos conteúdos e atividades de rotina na sala de aula. Foi daí que surgiu a necessidade de iniciar uma pesquisa mais ousada onde possa ser esclarecida se realmente a arte contribui para o processo de alfabetização nas turmas do 2º ano do Ensino Fundamental em Jijoca de Jericoacoara. 
Alfabetizar crianças não é tarefa fácil, e por mais que estudamos sobre alfabetização ainda há dúvidas sobre quais métodos usar, que atividade é mais adequada, principalmente quando nos deparamos com um indivíduo que apresenta dificuldades e transtornos de aprendizagem, e que se encontram fora da faixa etária .Para ensinar bem precisamos saber como elas aprendem e nem todos os professores alfabetizadores de Jijoca de Jericoacoara possui formação adequada ou conhecimentos necessários para potencializar o trabalho de ensinar a ler , escrever e compreender.Para as crianças os horários de reforços no contra turno tem se tornado cada vez mais estressante,cansativo e evasivo.Toda essa problemática tem sido um desafio acompanhado de fracassos e desânimos por parte dos educadores e toda comunidade escolar. Pensar em aulas de reforços mais prazerosas e com melhores resultados de aprendizagem foi o que me motivou a realizar esta pesquisa.
Pensar sobre as contribuições da arte no processo de alfabetização nos estimula a estudar o saber artístico, as vivências e o meio artístico em que a criança vive, em conhecermos experiências e aproximação artística do professor alfabetizador, em compreendermos as visões de arte que se tem na no 2° ano do Ensino Fundamental. Enfim toda essa problemática nos leva a refletir sobre o verdadeiro papel da arte na vida dos pequenos e as suas contribuições no processo de alfabetizar.
Quais as concepções que norteiam a prática pedagógica-reflexivas do professor alfabetizador?Como essa arte é usada para alfabetizar?Qual a verdadeira contribuição da arte no desenvolvimento cognitivo da criança?Como ter certeza que a arte realmente contribui para o desenvolvimento da aprendizagem dos alfabetizando? Essas são apenas algumas questões que se sobressaem quando relacionamos a arte e com o processo de alfabetização na busca de refletirmos sobre as suas contribuições na prática do educador alfabetizador.
Na concepção de alguns professores a Arte na Educação é vista como uma terapia, passatempo, meio de decoração ou somente como uma estratégia ou recurso qualquer para incrementar a aprendizagem deixando as aulas mais divertidas. Além disso, se tem pouca formação sobre o tema e os professores são bastante leigos sobre a verdadeira importância do ensino da Arte.
A Lei de Diretrizes Bases da Educação Nacional (LDB), Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996, destaca a arte como um dos objetos para se aprender, ensinar e pesquisar, contido no capítulo que trata dos princípios e fins da Educação Nacional (Art.3º paragrafo2º: “Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber” (grifo nosso). No capitulo sobre o direito à educação e do dever de educar (Art.4º, parágrafo 5º), a criação artística deve ser um dever do Estado e um direito do cidadão, e será efetivada mediante a garantia de “acesso a níveis mais elevados do Ensino, da Pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um” (grifo nosso). No Título V – Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino (Art. 26, parágrafo 2º), a arte passou a ser componente curricular obrigatório e oferecido em todos os níveis: “ O ensino de arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos” (grifo nosso).
Para potencializar os estudos desse projeto realizei uma abordagem com alguns professores alfabetizadores sobre como a arte contribui na alfabetização e letramento das crianças do 2° ano do Ensino Fundamental em Jijoca de Jericoacoara. As pesquisas na área que envolve Alfabetização e Arte são poucas ao meu conhecimento, mas me fundamentei principalmente nos estudos de grandes pensadores como Emilia Ferreira e Paulo Freire. 
 Muitos pensadores e estudiosos da Alfabetização e Letramento apontam para a importância do ensino da arte para a criança. O fazer artístico é um fazer cultural, é um repasse de conhecimentos necessários para a geração subseqüente operado pela escola. De acordo com Paulo Freire não é possivel estar no mundo sem fazer história, sem por ela ser feito, sem fazer cultura, sem sonhar, sem cantar, sem pintar, sem exculpir, sem cuidar da terra, das águas, sem filosofar, sem pontos de aprender, sem ensinar. “Poucos sabem que Paulo Freire esteve ligado a Arte/Educação desde os inícios de sua ação educacional. Foi presidente da Escolinha de Arte do Recife nos anos 50 e sua mulher Elza Freire pode ser considerada uma das pioneiras da integração da Arte na Escola Pública, dando ênfase às produtivas implicações do fazer artístico com a alfabetização durante o exílio, Paulo Freire e Dona Elza mantiveram um estreito contato com a Escolinha de Artede São Paulo que de 1968 a 1971 desenvolveu pesquisas orientadas de longe por Paulo Freire e de perto pelos livros que nos enviava de Geneve. Talvez por ser esta ligação com a Arte/Educação pouco conhecida é que tenha sido possível introduzi-lo à Universidade de São Paulo através dos trabalhos nesta área (BARBOSA, 1996, p. 637)
 O mais significativo da relação entre Paulo Freire e o campo da Arte/Educação pode ser traduzido por meio de sua relação de estudo, trabalho e pesquisa com as arte/educadoras Noemia de Araújo Varela e Ana Mae Barbosa. A primeira representando o pensamento modernista (baseado nas teorias críticas) e a segunda o pensamento pós-modernista (baseado nas teorias pós-críticas). Outro fato histórico que também marcou esta relação vem dos Círculos de Cultura, isto é, das inúmeras imagens que o educador solicitou ao artista pernambucano Francisco Brennand; essas imagens eram representações visuais dos temas gerados, o que significa que Freire compreendia a importância da relação entre a palavra e a imagem, portanto, pensava a Arte e a Estética como dimensões humanas importantes para o processo de alfabetização, abandonando o mero ler, escrever e contar. Talvez se possa dizer que o ponto de encontro dialogal entre Educação e Arte, que gera o campo da Arte/Educação em nosso país, tenha apreendido das lutas empreendidas pelas personagens em destaque a vivacidade da expressão Leitura de Mundo, porque esta vai além das palavras e seus sentidos ao casar-se com as imagens e suas ambiguidades, ou seja, este casamento entre palavra e imagem – Educação e Arte –LANGER, no decorrer da história humana, o significado da arte é o próprio aprendizado para a vida humana. É veículo e resultado expressivo da existência humana. A arte impulsiona a cultura e a cultura oferece um mundo de significados para que se possa criar e compreender o mundo real.
 Não se alfabetiza fazendo apenas as crianças juntarem as letras. Há uma alfabetização cultural que sem ela a letra pouco significa. As artes plásticas também desenvolvem a discriminação visual, que é essencial ao processo de alfabetização. Para uma criança de seis anos as palavras lata e bola são muito semelhantes porque têm a mesma configuração gestáltica, isto é, uma letra alta, uma baixa, seguida de outra alta e mais uma baixa. Só uma visualidade ativada pode, nesta idade, diferenciar as duas palavras pelo seu aspecto visual e esta capacidade de diferenciação visual é básica para a apreensão do código verbal que também é visual. Aprende-se a palavra visualizando. A representação plástica visual muita ajuda a comunicação verbal, que é restrita a umas setenta palavras para uma criança de seis anos.
 Por meio da criação, da análise e da contextualização é que a linguagem da arte extrapola o previsível. No fazer que a sua linguagem exercita a intuição, a análise, o pensamento, a sensação. Nos ajuda a compreender e a reler o mundo de forma poética e amplia nossas significações, construindo e transformando nossa relação sensível com o mundo. “O conhecimento em artes se dá na interseção da experimentação, da decodificação e da informação”, Barbosa (2001, p. 32), fundamentadora da proposta triangular para o ensino da arte.
A criança inicia a vida com a mente cheia de imagens, Read (1986). O processo em arte possibilita que essas crianças descubram e se relacionem com o mundo e seus mundos. “Se a escola valorizar apenas o sistema da linguagem oral ou escrita, não dará oportunidade para a realização de experiências que podem ampliar a competência simbólica” (GUERRA, MARTINS e PICOSQUE, 2010, p. 96). 
 Dessa forma, Hoffmann (2008, p. 143) reforça que “o melhor ambiente de aprendizagem é rico em oportunidades de diálogo, de desafios, de recursos de todas as ordens”. No mesmo caminho, Ferraz e Fusari (1999, p. 57) afirmam que “As aulas de Arte constituem-se em um dos espaços onde as crianças podem exercitar suas potencialidades perceptivas, imaginativas ou fantasiosas”. Vygotsky (1987) reforça a importância de uma estimulação precoce da percepção para qualquer atividade infantil, pois ajudará as crianças a construir formas, significados e discriminações, ampliando as suas leituras de mundo e suas conexões, por gestos e pela representação com desenhos. A escrita como o desenho são formas de representação. O desenho infantil pode ser considerado o fator antecessor à escrita. Os estudos de Piaget (1990) que propõem a existência do desenvolvimento cognitivo em quatro estágios destacam, por exemplo, que ao final do primeiro ano de vida da criança ela começa a criar seus primeiros gráficos. Desse estágio (sensório-motor), passam progressivamente da garatuja para formas mais ordenadas com o surgimento dos primeiros signos, atingindo o estágio seguinte, o pré-operatório (2 a 7 anos), o descortinar da realidade.
 É por meio do desenho, ferramenta poderosa de representação, que a criança se serve para captar as impressões sobre o que ela sabe sobre o mundo para no seu decorrer, na apreensão de símbolos, utilizá-la para perceber o mundo. É desta maneira que as crianças vão entrando no processo de alfabetização. A percepção, a sensibilidade e a reflexão vão sendo integrados pelo desenho, no percurso que a criança faz individualmente e de forma expressiva. O desenho é o estímulo oportuno que a criança tem para brincar, falar, registrar e que marcará o seu desenvolvimento. A cada representação do que ela percebe do mundo, o desenho se torna uma necessidade intrínseca que a ajudará no seu processo de escrita e leitura, que deixam de ser uma representação mental para ser gráfica, com sentido e significado. O professor alfabetizador deve estar atento não só para mediar como para perceber os estágios e as formas de representação pelo desenho que tanto estimulam seus alunos no seu desenvolvimento e que se faz de maneira muito particular em cada um deles.
 A teoria construtivista (Ferreiro e Teberoski, 1986) ajudou-nos a entender o processo de elaboração conceitual que a criança constrói desde os primeiros rabiscos até as hipóteses relacionadas com a natureza alfabética da escrita. A teoria sócio-histórica, por sua vez, apresenta uma contribuição com relação ao desenvolvimento do caráter simbólico da escrita, ou seja, o processo pelo qual a criança passa atribuir significado à grafia (Vygotsky, 1984; Luria, 1988; Baquero, 1998). 
A meu ver são as pesquisas que contribuem para a construção do conhecimento, são elas que nos dão as respostas e as informações necessárias para a solução de um problema ou mesmo para compreender determinadas situações e curiosidades relacionadas ao assunto estudado. Os professores têm a missão de pesquisar sobre suas práticas, sobre como seus alunos aprendem e quais são as problemáticas que interferem no processo de aprender e de ensinar bem. Assim pretendo investigar como a arte contribui para o processo de aprendizagem dos alunos não alfabetizados do 2º ano da rede pública municipal de Jijoca de Jericoacoara tendo como colaboradores as formações de professores alfabetizadores oferecidas pelo PAIC e PNAIC onde os mesmos ainda participam e fazem parte de sua rotina de estudos.
2. OBJETIVOS:
2.1. Geral:
Analisar as práticas dos professores alfabetizadores do 2º ano do Ensino Fundamental da rede pública de Jijoca de Jericoacoara, com foco nas estratégias artísticas pedagógicas. 
2.2. Específicos:
Investigar o nível de conhecimento dos professores alfabetizadores em relação as práticas e teorias do ensino de arte e alfabetização.
Analisar até que ponto as formações continuadas em Alfabetização e Letramento oferecidas pelo governo e Estado tem contribuído para o êxito profissional do professor alfabetizador.
Averiguar os pontos positivos e negativos nas práticas de sala de aula dos professores que utilizam a arte ou não como um recurso pedagógico para alfabetizar as crianças do 2° ano do Ensino Fundamental de Jijoca de Jericoacoara.3. BASE TEÓRICA PRELIMINAR
A temática da alfabetização encontra-se na pauta de discussão de importantes fóruns, órgãos e instâncias no Brasil ... mas esse interesse não representa uma novidade, bem o sabemos. Ao mirarmos em direção à história da educação nacional vamos encontrar pistas sobre como o tema vem sendo tratado há muito neste país. Saviani (2002) nos lembra que em 15 de outubro de 1827 foi promulgada a primeira Lei que determinava a criação de escolas de primeiras letras. É em alusão a importância dessa data que temos comemorado o dia do professor. A referida lei estabelecia que nas escolas criadas, os professores ensinariam a ler, escrever, as quatro operações de aritmética, prática de quebrados, decimais e proporções, as noções mais gerais de geometria prática, a gramática da língua nacional, os princípios de moral cristã e de doutrina da religião católica e apostólica romana proporcionadas à compreensão dos meninos. Este regulamento, no entanto, não garantiu na prática a instalação de escolas elementares em todas as cidades, vilas e lugares populosos como se propunha. Em 1834 um Ato Adicional à Constituição do Império desobrigou o governo central de cuidar das escolas primárias e secundárias, transferindo essa incumbência aos governos provinciais. O resultado, afirma ainda Saviani, foi a falta de investimentos na abertura de escolas e o adiamento da alfabetização da população Brasileira. Vemos assim que a tematização da alfabetização e a ausência de ações sérias e concretas em favor da aprendizagem da leitura e da escrita da população não é algo novo neste país.
A alfabetização pode ser vista de diferentes formas. Na concepção tradicional, alfabetização corresponde a processos de codificação e decodificação de sinais. Nela, a escrita é entendida como reprodução da linguagem oral supondo-se que para cada som emitido corresponde um sinal gráfico. Essa concepção originou práticas mecânicas para trabalhar com a escrita na escola cujo centro é o código. (CAGLIARI, 1998). Podemos ressaltar, dentro dessa concepção, uma metodologia fundamentada no positivismo, que considera o construído na escola, não levando em conta o indivíduo enquanto ser social. A orientação que perpassa essa concepção de alfabetização é a de que devemos aguardar pelo desenvolvimento cognitivo da criança, atuando no momento adequado. Assim, a alfabetização avança em estágios, os quais deverão ser respeitados e seguidos pela professora alfabetizadora. O ensino deve seguir o desenvolvimento biológico natural da criança, ficando o social como apêndice desse processo. 
A função primordial da escola seria, para grande parte dos educadores, propiciarem aos alunos caminhos para que eles aprendam, de forma consciente e consistente, os mecanismos de apropriação de conhecimentos. Assim como a de possibilitar que os alunos atuem, criticamente em seu espaço social. Essa também é a nossa perspectiva de trabalho, pois, uma escola transformadora é a que está consciente de seu papel político na luta contra as desigualdades sociais e assumem a responsabilidade de um ensino eficiente para capacitar seus alunos na conquista da participação cultural e na reivindicação social. (Soares, 1998).
A concepção atual (contemplada nos PCNs) aborda a alfabetização a partir de sua dimensão simbólica, ou seja, dos significados culturais que a escrita carrega. Assim, nessa concepção, não há sentido no ensino do código pelo código sendo que a sua implicação metodológica mais importante é a de trabalhar a escrita do jeito que ela aparece socialmente, isto é, através de seus usos sociais. A forma social de uso da escrita é o texto. Sendo assim, na concepção atual de alfabetização o texto é a unidade significativa, pois é produto de uma atividade discursiva oral ou escrita. (VYGOTSKY, 1991). Em vista disso, a alfabetização deve ser entendida como um processo amplo, o qual deverá envolver todas as habilidades da criança, seja através da arte do seu comportamento social, respeitando sua história de vida e suas fragilidades. 
Assim, o professor deve atualizar se nos aspectos teóricos e práticos, precisa se libertar do ciclo vicioso que é o tradicionalismo e a ociosidade de conhecimentos. Precisa se auto avaliar e buscar recursos para que possa contribuir com o direito de aprender de cada criança. 
4. INDICAÇÕES METODOLÓGICAS
No decorrer da pesquisa foram muitas as incertezas que alavancaram a incessante busca entre os autores que tratam da pesquisa com o intuito de descobrir como proceder para verificar as contribuições da arte para o processo de alfabetização das crianças não alfabetizadas no 2º ano do Ensino Fundamenta de Jijoca de Jericoacoara. De que forma esses professores articulam os conhecimentos teóricos com a sua prática. Nas escolas da rede municipal, desde o inicio fica evidente que a pesquisa deveria ocorrer com base no modelo da abordagem colaborativa, sob o delineamento de um estudo de caso. 
 O que se entende por pesquisa colaborativa no contexto específico da prática docente? Em princípio, diríamos que uma pesquisa colaborativa supõe a contribuição dos professores em exercício no processo de investigação de um objeto de pesquisa, este freqüentemente enquadrado por um ou mais pesquisadores universitários. Tais professores tornam-se, em algum momento
da pesquisa, “co-construtores” do conhecimento que está sendo produzido em relação ao objeto investigado. (COLE, 1989; COLE; KNOWLES, 1993). No plano epistemológico, isso significa que para os defensores da pesquisa colaborativa a construção de conhecimentos ligados a uma dada prática profissional deve considerar o contexto real em que ela é atualizada e os seus componentes, em termos de limites e recursos existentes em situações reais, observando em que contribuem para a sua estruturação. Ademais, isso significa que tal construção não se faz sem considerar a compreensão que o docente tem das situações práticas, no interior das quais ele se desenvolve. Por sua vez, esta compreensão é concebida como “atuante” (GIDDENS, 1987), pois ela impregna e influencia a direção dada às situações de prática. A idéia sobre o docente-prático, em seu contexto de ação e no processo de construção de conhecimentos ligados ao exercício profissional, é parte constitutiva dos postulados sobre os quais repousa o conceito de pesquisa colaborativa.
No decorrer da pesquisa devo garantir meios para que todos se sintam realmente comprometidos e integrantes do processo para não haja deficiência no produto final. Vale ressaltar a relevância do total comprometimento com a veracidade dos dados e a fundamentação teórica para validação do tema pesquisado em questão.
4.1. O local do estudo de caso
4.2. Os sujeitos do estudo
4.3. Os procedimentos a serem utilizados
A pesquisa será realizada com os professores alfabetizadores que lecionam do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental das escolas publicas do município de Jijoca de Jericoacoara. O estudo priorizará a observação das práticas pedagógicas dos educadores em sala de aula como também as reflexões teóricas e a capacidade de solucionar problemas inseridos nas estratégias de ensino.A s etapas para a organização do projeto de pesquisa são: 
 ETAPA 01 - Levantamento bibliográfico referente ao tema da pesquisa:
Participação de todo o Programa de Mestrado;
Estudo do material bibliográfico sobre o tema em estudo;
Organização dos questionários para coleta de informações dos professores;
Buscar auxílio do orientador para a realização da pesquisa.
ETAPA 02 - Trabalho de campo:
Potencializar os estudos e as fundamentações teóricas;
Encontro com os professores alfabetizadores para a continuação da pesquisa; 
Coleta das informações mais relevantes dos professores alfabetizadores; 
Participação nos momentos letivos para realização de filmagens, registros no diário de campo e gravações de depoimentos de professores e alunos.
 ETAPA 03 - Análise dos dados.
Verificação das informações coletadasem campo. 
Produção das considerações finais.
�
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Brasil: MEC: Secretaria de Educação Fundamental, 1997. 
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. RJ: Vozes, 2002. 
TOZETTO, S. S. Dificuldades de aprendizagem: um desafio no cotidiano escolar. Dissertação de Mestrado. UEPG, 1999. 
TOZETTO, S.S. Mudanças nos saberes na perspectiva de professoras dos anos iniciais do ensino fundamental face à implantação de ações políticas educacionais no município de Ponta Grossa – PR. Araraquara, SP. 2008, 258 p. 
VYGOTSKY, L. A formação social da mente. SP: Martins Fontes, 1991. 
CARVALHO, M. Guia Prático do Alfabetizador. 4ª. ed. São Paulo: Ática, v. I, 2001.

Continue navegando