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Monomito do Batman - A jornada do heroi segundo a psicanalise L G W

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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS – FMU 
CURSO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BATMAN 
 A JORNADA DO HEROI SEGUNDO A PSICANALISE 
 
 
 
 
 
 
Leonardo Gonçalves Wild 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2016 
FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS – FMU 
CURSO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BATMAN 
 A JORNADA DO HEROI SEGUNDO A PSICANALISE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado como nota de avaliação continuada 
para a matéria de Teorias E Sistemas II: 
 
Orientador (a): 
Profª Lisiane Fachianetto 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2016 
SUMÁRIO 
 
1 - INTRODUÇÃO ................................................................................. 4 
2 - ID, EGO, SUPEREGO E MONOMITO ............................................ 5 
3- PRIMEIRO ATO BATMAN BEGINS.................................................. 7 
3- SEGUNDO ATO BATMAN THE DARK KNIGHT............................... 10 
4- CORINGA E AS PULSOES .............................................................. 13 
5- BATMAN THE DARK KNIGHT RISES............................................... 15 
6- CONCLUSÃO.................................................................................... 
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E WEBGRAFIA ........................ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Somos a livre expressão do EU. Vivendo em algum lugar entre os nossos 
desejos mais sombrios, e nosso moralismo mais radical. Transitando 
suavemente entre os dois. E nada nos chama mais atenção do que a quebra 
do status quo; da normalidade. 
O presente trabalho ira retratar a trilogia do Batman (2005-2012), do diretor 
anglo americano Christopher Jonathan James Nolan. Se baseando nos 
conceitos psicanalíticos e no texto "The Hero Of a Thousand Faces" do 
estudioso Joseph John Campbell. 
Aqui sera analisado tanto a jornada do herói, quanto suas motivações mais 
intimas e obscuras. Porem é prudente dizer que: Desde o começo do tempos 
os seres humanos criam criaturas para além do real. Seres que habitam entre 
os deuses e os mortais; que ao enfrentarem a si mesmos e ao mundo, se 
tornam algo mais. Heróis 
E ao longo do decorrer dos tempos, a concepção de heróis foi mudando. Do 
menino franzino que corta a cabeça da medusa; os tres cavaleiros movidos 
pela honra para salvar o reino; ao homem mascarado que transgride a própria 
lei, para justamente encontrar a "ordem". - Por sua vez fica fácil entender que 
nosso Herois são sempre uma construção do período e da cultura. 
 
 
 
2. ID, EGO, SUPEREGO E MONOMITO 
 
Joseph John Campbell, foi um estudioso americano, nascido em 1904. Que 
publicou inúmeros textos, porem, de toda a sua obra, o trabalho mais notável 
foi um livro lançado em 1949, com o titulo "The Hero Of a Thousand Faces", 
sendo livremente traduzido como "A Jornada Do Heroi" ou "Monomito". 
Monomito nos trás as supostas fases que todo herói deve passar para que 
sua jornada seja completa. Sendo esse livro escrito ao longo de alguns anos, e 
tendo como base teórica, inúmeros estudos de Jung. 
Porem para que seja possível falar da Jornada do herói, é necessária falar 
primeiramente sobre "A interpretação dos sonhos"(1990) de Sigmun Freud e "O 
eu e o ID" (1923) do mesmo autor. Onde "o pai da psicanalise" nos mostra que 
todos os seres humanos são constituídos pela ação de três forças primarias. O 
ID: como desde pequenos somos cheios de desejos e forças de um lugar além 
da consciência. Desejos que a todo custo querem ser saciados, e precisam 
sempre de uma contrapressão, para que não venham a tona em sua forma 
mais radical. - As pulsões que não medem consequências. 
Depois em outra instancia temos a noção de Superego: aquela vozinha em 
nossa cabeça, que constantemente nos indica o que não seria "certo", e 
frequentemente age como um punidor, nos mostrando nossas falhas e atuando 
como um freio para todo e qualquer impulso de prazer e desejo. 
Porem para dar conta dos dois (fato o qual não é tarefa fácil ) temos o Ego; o 
Eu. Que também dotado de conteúdo inconsciente (que não é passível á 
consciência; que não é possível de auto entendimento ) age como uma 
balança, tentando impedir que o ID destrua a si mesmo, e que o superego 
estagne o individuo. 
Entretanto como nada é perfeito, o Ego não é capaz de dar conta de tudo o 
tempo todo, e então se instaura o sono. E como fruto do inconsciente, temos os 
deslocamentos, que manifestam no sono, sob metáforas de imagens e 
símbolos, aquilo que mais desejamos e do qual mais temos medo. 
Sendo por assim segundo Campbell, todos os sonhos são manifestações de 
desejo; e o inconsciente que adentramos em nossos sonhos é basicamente 
infantil. Trazendo vida aos momentos mais mágicos e aos monstros mais 
terríveis. Tendo apenas nossos heróis como salvadores e protetores, em 
nossas longas noites de peregrinação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Primeiro Ato – Batman Begins 
 Sendo lançado em 2005 e se tornando a quinta maior bilheteria de filmes de 
super heróis de todos os tempos, Batman Begins foi sem duvida um grande 
sucesso para critica e bilheteria mundial. 
Todo o sucesso do primeiro filme é justificado já na primeira cena, onde o 
pequeno Bruce, ao brincar nos confins de sua enorme mansão cai dentro de 
um poço e em seu momento mais aterrorizante é assustado por morcegos que 
o rodeiam. Para que pouco tempo depois, seu pai afetuoso o tire de dentro do 
buraco e o traga de volta a vida, em seu colo, e com a ideia de que “caímos 
para aprendermos a nos levantar” 
Sendo aqui o primeiro estagio de Campbell, ( o chamado para a ventura ), 
onde o herói descobre algo para além de sua consciência. Onde o primogênito 
Wayne é tirado de todo seu conforto e descobre que existe medo e trevas no 
mundo. – Ao mesmo tempo em que o complexo Edipiano, nos mostra a saída 
do útero materno, pelo pai castrador e possessivo que afasta Bruce de sua 
mãe, e o tras a luz / a superfície / ao mundo, como um ser independente e 
dotado de seus próprios desejos. 
 E logo depois “O estranho” (1919) de Freud entra em ação, quando durante 
uma opera, Bruce é tomado pela angustia de uma performance que o leva ao 
morcegos do passado, e com uma nova intervenção do pai (do controle, da 
segurança e da castração) ele lida com a “vergonha” de sentir medo, e eles 
saem do teatro. Para só então ver os pais sendo mortos na sua frente. 
 Depois temos Bruce como adolescente, no julgamento de seus pais, e 
pronto para matar o assassino. Quando Rachel o confronta, e ele vai falar com 
o chefe do crime Carmine Faclone, que o diz que jamais entendera a mente 
criminosa e o verdadeiro poder do medo já este esta longe demais de toda 
essa realidade. 
E aqui temos escrita a próxima fase do heroi (A ajuda sobrenatural) onde as 
metáforas do superego ( Rachel e Falcone) agem como barreiras para o ID e 
impedem que Bruce seja capaz de fazer algo ruim para si mesmo, movido 
apenas pelo desejo. 
Com isso o filme segue, com Bruce em sua jornada pelo mundo, para 
adentrar o mundo da criminalidade, e entender aquilo que lhe é mais estranho, 
que lhe é mais familiar ( a agressividade, o medo e a violência ) Até que após 
uma prisão, ele é convidado pelo guru Ra’s Al Ghul para treinar nas 
montanhas, com seu clã das sombras. – Onde este aprende a controlar e 
direcionar todos os seus maiores medos, tendo que voltar, conscientemente 
aos morcegos, que aqui nada mais são do que a projeçãode todo o mal que 
dentro dele habita. 
Passam-se ao todo sete anos, até que Bruce retorna para Gotham. E em 
após seu treinamento, esse tem como principal objetivo livrar a cidade de todos 
os criminosos. Porem para isso ele precisa ser outra pessoa, assumir um EU 
que pode fazer qualquer coisa: “como Bruce Wayne sou um mortal; mas como 
símbolo eu posso ser eterno” 
E mais uma vez “O estranho” se manifesta, na escolha de um morcego 
como seu uniforme – Um animal que filma no mais intimo e resguardado, que 
ao sair causa repulsa e medo; algo que assim como ele é um ser real, mas 
que pode se tornar um símbolo de terror; uma caverna na qual a metáfora do 
útero materno o permite renascer todas as noites em forma de algo muito 
maior; a sublimação de suas pulsões em um destino para seus traumas e o 
símbolo da justiça cega, tal como o morcego. 
Segundo camphbell o próximo estagio “A travessia do primeiro limiar” é dada 
justamente no retorno á Gotham. Onde o herói adentra, o mundo obscuro que 
fora apresentado ( as trevas e a realidade fora do luxo, que ele conhece ao cair 
no poço ) – E encontra figuras enganadoras e confusões advindas do 
inconsciente; aqui manifestadas pela verdadeira forma de Ra’s Al Ghul e ao 
veneno da pelo espantalho. – Tudo cominando para a morte de seu mentor 
(pai) e a sua reafirmação no mundo, dizendo a Rachel sua identidade. 
E por fim do primeiro filme temos “O ventre da Baleia” onde o herói é 
engolido pelo inconsciente, adentra mais uma vez na caverna e começa a 
desligar-se do ego para se reinventar. – Fato do qual vemos no telhado, onde o 
Batman assume um lugar para alem da justiça, da ordem e da lei. Promete 
ajudar e pula do prédio (sumindo no vazio) – Como se esse não fosse mais 
necessário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. SEGUNDO ATO - BATMAN THE DARK KNIGHT 
 
O Segundo filme da trilogia, “o cavaleiro das trevas” chegou aos cinemas em 
2008, e se tornou a segunda maior bilheteria de filmes do gênero de herói de 
todos o stempos, tendo conquistador o fato até então inédito de ganhar um 
óscar de melhor ator para filmes de heróis. Aqui o consagrado Heath Ledger 
ganhando menções, após sua morte. 
E assim como o primeiro filme, o segundo vem com força na questão da 
qualidade técnica e pratica, sendo bem avalido tanto pela critica quanto pelos 
fãs de quadrinhos. E esse filme nos levara ao um Batman ainda mais sombrio e 
disposto ao que for preciso para trazer justiça. 
Nesse segundo ato temos o Batman que retorna mais sombrio e sem limites, 
para que se valendo de qualquer meio, seja possível impedir aquilo que é mais 
devastador para ele: a criminalidade (lembrando aqui, que para impedir aquilo 
que mais lhe é estranho e familiar, ele se torna se próprio inimigo) – E 
escorado no trauma da culpa dos pais mortos, o sintomas obsessivos 
compulsivos são direcionados para seu próprio Eu, fazendo com que se sinta 
melhor do que qualquer um. 
Na questão do enredo em si, logo no começo nos deparamos com o Coringa 
( que será analisado separadamente no próximo capitulo ), que a grosso modo 
pode ser compreendido como a livre expressão do ID. E não menos 
importante, Harvey dente, um politico que luta por justiça e igualdade, ao 
mesmo passo que sai com o amor da vida de Wayne, Rachel. Do qual esse foi 
obrigado a esquecer, visando assim a justiça (seu objeto libidinal) – Sendo na 
visão de Campbell outro estagio “Encontro com deusa” ( no caso o objeto de 
escolha sendo a justiça) 
De modo geral o inicio do filme é marcado pelo que Campbell chamaria de 
“a estrada de desafios”. A apresentação do caos na personificação de alguém 
(Coringa), os avisos e presságios da personificação do superego (Alfred) e por 
fim a a virada completa na historia, que se inicia no presidio. 
Na sala de investigação Batman confronta o coringa, enquanto esse ri de 
suas tentativas de conte-lo. A ambivalência de sentimentos dentro do herói é 
intensificada. O homem que ao parar de fugir (viajar por sete anos), e perde 
sua neurose (conflito que o interditava sempre no mesmo desejo de matar o 
homem que matou seus pais) canaliza toda sua raiva para se tornar um 
símbolo de justiça, se encontra com o seu mais estranho e intimo personagem. 
Tanto que na cena da prisão, o coringa nos fala que não existe sem o Batman. 
Porem a real virada desse filme acontece com quando Batman é obrigado a 
escolher se salvara Harvey Dente, ou o amor de sua vida; Rachel. E ao salvar 
o símbolo da justiça e deixar sua maior representação de amor morrer, ele é 
tomado por outra crise. – A castração cai sobre o homem que não pode salvar 
aquela que ama, assim como a repetição nos mostra algo que já havia ocorrido 
e o estranho, se encarrega de sobrecarregar o superego e fazer a culpa se 
instaurar em Wayne. 
Logo, do ponto de vista do Batman, ele é tomado pelo conflito moral da 
ambivalência, que agora mais do que nunca. Não sabe se continuara seguindo 
as regras, ou se realmente abandonara as leis e passara a matar aqueles que 
forem contra ele. – Entretando, em outro núcleo da historia, temos Harvey 
Dent, que após a morte de sua amada, se ve perdido dentro de seus conceitos 
morais, e diferentemente do Batman, decide ser o a lei e juiz. Não apenas 
julgando (ao acaso) o destino de alguém, mas o sentenciando. 
Ainda do ponto de vista do Batman, nós nos encaminhamos para o final do 
filme, onde esse captura o coringa, mas se nega mata-lo justamente para não 
se tornar aquilo que ele tanto luta contra, e aqui podemos ver a ação do 
superego, ainda direcionando as condutas do herói. 
E nos últimos minutos do filme temos a “Apoetose” de campbell, onde o 
Batman quase morre tentando salvar o filho do chefe de policia (a 
representação da ordem ao qual ele tenta proteger). E a morte do Duas caras, 
sendo o símbolo vivido de transitoriedade e mudança de energia libidinal. 
 E por final temos o “A Ultima Benção” onde Batman escolhe ser caçado por 
um crime que não cometeu. Sendo motivado pelo narcisismo, que é alimentado 
nas ultimas cenas quando Gordon o coloca como divindade, e o próprio herói 
se encontra a si mesmo e ve maneiras e ferramentas, com as quais é possível 
de cumprir suas tarefas. E ali mais do que em qualquer momento da trilogia, 
Batman assume um lugar acima de qualquer pessoa, de qualquer desejo e da 
própria lei e ordem. Ele esta movido pelo seu código de conduta intimo e 
singular, vivendo em uma realidade paralela – Muito além dos conceitos de 
herói ou vilão, ele é o que Ghotham precisar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
“- Porque ele está correndo, papai? / 
-Porque temos que caçá-lo. 
- Ele não fez nada de errado. 
-Porque ele é o herói que Gotham merece, mas não é o que ela precisa 
agora. Então vamos caça-lo. Porque ele aguenta. Porque ele não é um herói. 
Ele é um guardião silencioso, um protetor cuidadoso, um cavaleiro das trevas." 
 
 
 
 
 
4. CORINGA E AS PULSOES 
 
Como mencionado no capitulo anterior, um dos personagens mais 
importantes do segundo filme da trilogia “Cavaleira Das Trevas” é o Coringa. 
Porem se torna quase injusto analisar ele em um filme, quanto sua 
complexidade é tão ou até mais do que a do próprio Batman. 
O coringa assim como o Batman o ocupa um lugar para alem da realidade, 
para alem do ser humano e da existência. Ele não é verdadeiro nem falso. – 
Temos isso claro na própria analise de suas Roupas. 
O Batman usa uma mascara, teoricamente para proteger sua identidade e 
aqueles que ama. E por mais que em vários momentos ao longo da trilogia, se 
torne difícil identificar se o Batman é o objetodo Wayne ou se o Wayne se 
tornou o objeto da própria mascara; ainda existe algo que deseja ser 
preservado. – Por outro lado temos o Coringa, um sujeito sem nome, e sem 
rastros que não esconde sua verdadeira aparecia, já que não existe aqui algo 
que deva ser protegido guardado, o coringa se mostra como em sua totalidade 
a maquiagem e a roupa que nunca saem do homem, o constituindo enquanto 
um ser único, sem absolutamente nada a temer. 
Durante o filme todo vemos um ser movido apenas pelo desejo, ele deixa 
claro isso quando mata os parceiros no banco, quando queima uma filha de 
dinheiro, quando coloca uma explosivos em duas balsas e deixa que as 
pessoas escolham quem vao matar. – “Algumas pessoas apenas querem ver o 
circo pegar fogo” – Ele é a personificação da pulsão de morte e do ID 
O coringa é o próprio ato, não existe uma reflexão (um retorno) do assunto e 
nem um questionamento, apenas puro desejo. E o que mais choca em seu 
percurso e falta de justificativa em seus atos, onde justifica todos os atos de 
violência com a cicatriz que teoricamente seu pai fez nele. – Diferentemente de 
Ra’s Al Ghul, que no primeiro ato se mostra um sujeito violento, porem 
direcionado a um proposito (seja ele qual for). – Um dos aspectos que mais 
fascina é ausência de planos do Coringa, e o simples agir dele, mas se torna 
fácil de entender a medida que fazer planos significaria conter a energia. 
E durante todo o filme o coringa transita silenciosamente pela cidade, em 
busca de algo para aplcar seu desejo, da compulsão a repetição e da 
agressividade destrutiva. 
Porem é valido aqui chamar atenção para a ambivalência de sentimentos 
que se instaura entre o Batman e o Coringa. – Ambos tem momentos dos quais 
seria possível aniquilar um ao outro. Porem ambos não o fazem. – Ao passo de 
que o coringa internaliza isso no “Voce me completa. O que eu faria sem 
você?”. 
Agora se pararmos para analisar mais a fundo, fica mais fácil entender o 
conceito de ambivalência em entre os dois personagens. Já que o Batman se 
mostra como um homem da lei (que canaliza toda a sua destruição a direciona 
para o mal – Expressao do Superego na sociedade) enquanto o Coringa tem 
justamente o papel oposto, de agente do caos. E por mais estranho que pareça 
um mostra ao outro o lado que ambos tentam mais esquecer, e que hora ou 
outra vem da latência ao real. 
Entretanto até agora só foi exposto o lado da disjunção social, onde o 
Coringa assume o papel de criador do caos. Entretanto sua pulsão de morte se 
encontra também em um lugar para alem do caos; criação. Do vazio nasce o 
novo, e aqui o personagem age justamente como um conflito as regras morais 
e ao statuos qou, agindo como o porta voz da criação. 
Independente de gostar o ou não do coringa, é provável que leeh lhe chame 
atenção. E essa atenção vem da estranhesa, do nosso desedo latente de 
quebrar as regras, de desafiar a logica sistemática com a qual nossa própria 
psique age ante o mundo. E o coringa assim como Batman nos mostram algo 
para alem do certo e do errado. 
 
 
“Ou você morre herói ou vivo o bastante para se tornar o vilão “ 
 
 
5. BATMAN THE DARK KNIGHT RISES 
 
O final da trilogia o cavaleiro das trevas, chegou aos cinemas em meados de 
2012. Não superando as expectativas do publico e da critica, que havia sido 
comido com o segundo filme. Porem, ainda assim é um dos melhores finais de 
heróis, atingindo todas as fases propostas por Campbell 
O filme começa oito anos depois do ultimo, com um Bruce recluso, 
depressivo, tentando lidar com todas as consequências que seus atos 
causaram no destino do Coringa, Rachel e do duas caras. – Sendo assolado 
pela culpa e por sua vez fixado sempre ao mesmo momento. E tendo assim 
como válvula para descarga libidinal a sintomatização (uma vez que esse 
arruma um meio de melhorar quando é realmente preciso). 
Para Campbell temos “recusa do retorno” justamente nesse Eu que se 
martiriza por coisas que nem mesmo ele poderia ter evitado. E por assim hesita 
em voltar para seu lugar. – Ao passo que somos apresentados a mulher gato, 
que dentro do universo de personagens Batman é a mais “normal”, movida 
sempre pela motivação de uma nova vida e um novo começo. Mas que aqui 
assume um lugar de aviso ao dançar com Bruce e avisa-lo sobre tudo que 
estaria por vir. 
Depois encontraremos “O võo magico” onde o heroi assume mais uma vez 
sua identidade, tenta por sua vez controlar a situação e é finalmente 
confrontado com o clímax da historia como um todo. – Sendo aqui 
reperesnados pelo Bane, que bsuca uma “ordem” da mninoria, um anarquismo 
e ve o Batman como inimido de seus objetivos. Projetando nele toda a 
sociedade que o abandonou e todo o poder que ele mesmo tem. 
E dentro do “voo” temos a ultima grande virada na historia. Onde a cidade é 
tomada pelo anarquismo e o Batman, enquanto simbulo e pessoa são 
quebrados e jogados dentro de uma prisão no fundo de um poço. 
Agora temos o momento do “resgate” no uqal, segundo campbell, o heroi 
precisara de algo (seja um objeto ou ma pessoa) para ajudar a sair da situação 
com a qual se encontra – E aqui temos a aparição de um idoso que graças ao 
estranho; assim como Alfred, assume a figura do “pai”,e age como um guia de 
sabedoria para Bruce. Que é tocado com a frase “escale com medo, pois ai sim 
você terá condições parar superar obstáculos” – Aqui indo completamente 
contra as ideias impulsivas de personagens como o Coringa e assumindo a 
ideia de algo para alem do real 
Depois temos a consagração – “ a passagem do limiar para o retorno” no 
qual Bruce retorno ao real, como o poço de lazaro. Ele volta como alguém 
pronto para sanvar a cidade; mais forte; e para muito mais longe do que a 
própria existência humana. Assumindo mais uma vez o lugar de símbolo. – E 
assim como o poço que abre a trilogia, esse age da mesma forma; sendo o 
renascimentod o heroi (que também foi ajudado por um pai) 
O penúltimo estagio de Campbell nos leva a “mestre de dois mundos” onde 
o heroi pode andar livremente entre o inconsite e o conciente – Ele pode 
escolher quem ele quer ser. E aqui temos como exemplo disso a mulher gato o 
chamando para deixar tudo, pois ele não deve mais nada a ninguém , ele já 
teria dado tudo. E esse se recusa para que possa terminar antes de ir. – Sendo 
movido pelo narcisismo (como já dexcrito antes) esse ainda se ve acima da lei, 
e finalmente destrói Bane e a bomba. 
O ultimo estagio é a liberdade para viver. – Aqui ele sendo marcado pela 
bomba, onde a representação simbólica da bomba, simboliza a morte não do 
símbolo, mas o nascimento do homem Brune Wayne. No qual ele Abandona 
não somente toda a gothan , mas quase todos do qual ele conhece. – Como se 
todo seu trauma tivesse sido resolvido e esse agora fosse livre para realmente 
decidir o que deseja fazer de sua própria vida. 
E essa liberdade descrita por campbell seria justamente o poder de operar 
livremente em sua prorpia mente, a ciência de suas priproas escolhas, 
impulsos e pulsões. O direcionamento da energia diante de escolhas 
concientes. A morte do trauma e do simbulo traumático, com o qual o individuo 
fora atormentado por toda a jornada. E somente ao passo que essa morte 
existe que Wayne se torna singular. 
Porem é valido aqui notar que o final da Trilogia se da justamente com o 
sucessor do batmam descobrindo a caverna. E isso para a psique dos 
espectadores, é um reforço do convite ao fantástico; colocando em cheque 
nosso próprio narcisismo e ideia de poder mudar o mundo e as coisas ao 
nosso poder.6. CONCLUSÃO 
 
Batman é uma ficção que nos leva para além do que já é conhecido. Para 
muito distante do normal, e do estranho. Projeta em nós mesmo aquilo que 
temos latente em nosso inconsciente, de que podemos fazer tudo, que 
estamos a cima da lei, mesmo quando tentamos fazer com que ela seja 
cumprida. 
A nova trilogia Batman o cavaleiro das trevas, é sobre justiça, para o herói e 
para sua psique, que incessantemente é atormentado pela sua existência 
ambivalente. E Christopher Jonathan James Nolan nos apresenta um universo 
do Batman muito mais real, e sombrio. Onde toda justiça pode ser corrompida 
e nada é apenas bom ou mal, e sim manifestações do período e de seus 
desejos e impulsos. 
Enquanto mergulhamos na profundidade e complexidade de personagens 
complexos, que transitam em lugares onde nem mesmo a ordem psíquica 
existe. Sendo quase todos movidos por seus próprios desejos. Buscando 
incessantemente apaziguar aquilo que mais querem. 
E nós enquanto seres humanos, nos fascinamos e assustamos com 
tamanha familiaridade e estranheza que esse personagem nos trás. E como 
Freud nos mostra em “Mal-estar na civilização” (1930/72), todo sujeito tende a 
fugir da realidade, seja em maior ou menor grau, para que seja possível 
encontrar a felicidade. Sendo assim, a ficção nos tira por um momento do real 
e nos coloca em um lugar de maior poder e significado, enquanto criaturas 
como o Batman, que rompem com a ordem, se tornam nossas válvulas de 
liberação para nossas pulsões. Podendo por assim sendo deixar o sujeito 
aliviado de seus próprios impulsos homicidas, se projetando no ser das trevas, 
que como o próprio terceiro filme nos mostra... Pode ser qualquer um. 
 
 
 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E WEBGRAFIA 
O coringa como personificação de morte na cultura – Matéria Online 
 
(1919). O Estranho, v. XVII 
(1920). Além do Princípio do Prazer, v. XVIII 
(1923 )O Eu e o Id. I- Escritos sobre a Psicologia do Inconsciente. Vol. III, 
(1930) O Mal Estar na Civilização 
O estranho Mundo de Batman – Manifestaçoes UNheimlich do deenvolvimento 
de um personagem – Tiago Alves De Moraes SAREMNTO – Universidade 
federal de juiz de fora MG – 30 06 2012 
Batman NO Diva – 18.02.2009-Analise do filme Batman o cavaleiro das trevas 
e a dimensão simbólica do homem duplo 
A jornada do cavaleiro das trevas – Freud, campbell e o Homem – Morcego – 
Tiago Alves de Moraes SARMENTO – Universidade federeal de Juiz De Fora 
MG 2013 
As representações sociais no discurso dos super-herois: o caso Batman, o 
cavaleiro das trevas 
Pulsao de morte: MOrtificaçao ou combate? – Profesora Maria Regina Prata – 
Professora do mestrado em educação da Universidade estacio de Sá 
psicalanista do espaço brasileiro de estudos psicanalíticos jan/jun 2000

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