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Análise de manifestações arquetípica: Coringa


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Lara Nunes do Nascimento – 0009688
Juliana Neves do Nascimento – 0008531
Análise de manifestações arquetípica: Coringa
1. PERSONA
A máscara que os atores usam no teatro grego é chamada de persona. Trazendo
para a psicologia, a persona é como uma espécie de máscara que o sujeito usa para se
adaptar a cada meio, conforme lhe é solicitado, esta não necessariamente traz consigo a
personalidade dele mesmo, mas sim uma fachada que permita a ele não apenas ser aceito,
traz também a capacidade de convívio e relacionamento com os demais sujeitos. Partindo
dessa ideia, podemos observar a forma como Arthur - o coringa - se adapta em diversas
situações.
Podemos citar uma mudança de persona muito marcante que ocorreu nos últimos
minutos do filme. Arthur foi convidado a participar de um programa de televisão apresentado
pelo humorista Murray Franklin, este vai ao camarim conversar com Arthur momentos antes
de entrarem ao vivo, onde ele é simpático e tenta esconder suas verdadeiras intenções.
Instantes depois, durante o programa, Arthur tira sua máscara e apresenta sua sombra, ali
nomeada como Coringa, um homem frio que busca justiça com suas próprias mãos. A
persona costuma encobrir nossa verdadeira essência e esconder aspectos da sombra.
As personas de Arthur aparecem em vários momentos do filme como na sua relação
com Sophie - seu suposto envolvimento amoroso -,onde se mostra um homem engraçado,
ou o filho atencioso que cuida da mãe doente.
2. SOMBRA
A sombra, segundo Jung (1998), é aquilo que um indivíduo,por vezes,não tem
desejo de ser. Ela representa uma parcela do que se é mas de certa maneira não
lhe é permitido ser, representa anseios e desejos, é uma fonte instintiva que se
contrapõe ao Ego, haja vista que está imersa no inconsciente vindo à tona apenas
em momentos.
A sombra é caracterizada como uma parte da personalidade que o indivíduo
repreende em si, por achar que moralmente aquilo não é aceito ou não o representa.
Quanto mais o sujeito tenta ocultá-la, mais forte ela virá à tona. Isso acontece com Arthur
que desejou e buscou fortemente ser representado como um bom filho, bom companheiro
para seu caso amoroso imaginário, além de tentar se enquadrar em padrões neurotípicos.
Quando num ato de impulso rompante (justamente quando a sombra se mostra) sua própria
sombra veio à tona, ele matou três rapazes. A partir de então sua personalidade foi sendo
cada vez mais tomada pela sombra.
Neste filme, alguns outros arquétipos se manifestam através do personagem do
coringa, como o arquétipo do Louco. A figura do louco sempre foi repudiada
socialmente por romper com a ordem social, e gera um extremo medo da
aproximação com o louco, esse medo se dá porque a loucura é um caminho aberto
para o inconsciente se manifestar, e nesses momento a primeira manifestação
arquetípica a vir à tona é a Sombra, tudo aquilo que está reprimido ao longo de toda
uma vida podendo ver a luz do dia.
Enquanto Arthur se apresenta em um programa de tv, e lá toma certas atitudes, a
cidade entra e chamas com pessoas na rua enfurecidas, o que representa a Sombra
coletiva das pessoas correndo pelas ruas.
“Infelizmente, não há dúvida de que o homem não é, em geral, tão bom quanto imagina ou
gostaria de ser. Todo mundo tem uma Sombra, e quanto mais escondida ela está da vida
consciente do indivíduo, mais escura e densa ela se tornará. De qualquer forma, é um dos nossos
piores obstáculos, já que frustra as nossas ações bem intencionadas.” JUNG
3. ANIMA/ANIMUS
A anima seria a junção de todas as experiências vivenciadas pelo homem com o
feminino, estas estão em seu inconsciente coletivo. O sujeito projeta todas estas
experiências na primeira mulher com a qual tem contato, seja esta a mãe, ou alguma
mulher que desempenhe este papel.
Grinberg (1997), citado por Santana, L. (2005), diz que “existe uma desproporção
entre a mulher amada, como ela é, de fato, e a fantasia criada pela anima”, partindo dessa
ideia, observamos como Arthur não conseguiu lidar com suas projeções na relação com a
mãe, pois ele apresenta traços negativos de sua anima. Ele é um homem sensível,
melancólico e de humor instável. Este sempre viu sua mãe como a fantasia idealizada, ao
conhecer um novo lado dela o personagem não soube elaborar a situação e acabou por
matar a mãe. O homem antes dócil, cuidadoso e gentil que fazia tudo pela mãe, mais uma
vez se deixou levar pelo seu senso de justiça.
Outrora, quando o sujeito manifesta o lado positivo do anima, ele passa a ser um
sujeito paciente, que bem expressa sua sensibilidade e afins.
4. SELF
A psicologia analítica explica que a finalidade de todo indivíduo é o
autoconhecimento e a autorrealização, está só se dá quando há a compreensão entre o
consciente e o inconsciente. O Self se constitui como o Si-Mesmo, a junção dos complexos
e arquétipos resultando na individuação da personalidade de cada sujeito, mas este só se
dá de forma um tanto completa quando esta personalidade está aprimorada.
Durante o filme acompanhamos Arthur se desvencilhar de suas máscaras, pois não
sentia mais a necessidade de aceitação; ele também conseguiu encarar sua própria
sombra, compreendendo que ela também faz parte dele e que por isso ele não deve mais
ocultá-la temendo a rejeição. Quando Arthur se encontra consigo mesmo, ele passa a se
denominar Coringa. Curiosamente, quando tira suas máscaras internas (personas), ele se
caracteriza fisicamente como um personagem.
Coringa é uma versão sombria de Arthur, mas traz consigo a coragem do processo
de autoconhecimento e a busca pela autorrealização, mesmo que por vias erradas. Ele
consegue trazer à tona tudo de si, sem medo do perigo, como um herói; vivendo as suas
próprias regras, como um rebelde; se divertindo com todo o caos e rindo de si mesmo, feito
um tolo.
5. HÉROI
O herói é aquele que não tem medo do perigo e se doa aos seus ideais, ideais
esses que vão de acordo com sua época e as necessidades de seu povo. O conceito de
herói varia com o tempo e o lugar, pois vai depender do espelho que o indivíduo se torna ao
defender as mesmas angústias e inquietações que o povo.
O arquétipo do herói traz consigo um embate com a sombra, essa dualidade dá ao
herói a capacidade de reproduzir o círculo de ódio e desprezo ao qual foi exposto na
infância; como também pode quebrar o paradigma aceitando a si. O que difere o caminho
do herói é a forma na qual o sujeito lida com sua criança interna. Os aspectos dessa
sombra surgem pelo ódio, repressão, medo, receios e exageros ao qual o indivíduo foi
exposto na infância.
Coringa é visto como um herói, a princípio, por Sophia, posteriormente notamos que
muitas pessoas foram influenciadas pelo seu primeiro ato no metrô, mesmo o senso de
justiça de Arthur sendo de cunho duvidoso, ele aparece em um momento que a população
está desenganada e a comoção se dá pela ideia de que o Coringa possa ter aparecido para
salvá-los. Tamanha admiração influencia uma rebelião entre os cidadãos que decidem
também fazer justiça com as próprias mãos.
A dualidade do herói permite que o Coringa seja visto não apenas como salvador,
mas também como o excluído, bastardo, perigoso, descontrolado e rebelde a depender dos
olhos que o vêem.
Referências
Santana, L. (2005). Simbolismo do fogo e tentativas de suicídio.

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