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Rubiataba 2015 LUDIMILA RODRIGUES DE SOUZA SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO CIÊNCIAS CONTÁBEIS FUNDAMENTOS EM CONTABILIDADE Rubiataba 2015 FUNDAMENTOS EM CONTABILIDADE Trabalho de Ciências Contábeis apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média semestral nas disciplinas de Educação a Distância, Contabilidade Geral, Fundamentos da Administração, Economia, Homem, Cultura e Sociedade, Seminário Interdisciplinar I. Orientadores: Profª. Vania de Almeida Silva Machado Profº. Alcides José da Costa Filho Profª. Suzi Bueno de Almeida Profª. Regina Lúcia Sanches Malassise Profª. Maria Eliza Correa Pacheco Profº. Edson Elias de Morais LUDIMILA RODRIGUES DE SOUZA SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 2 FUNDAMENTOS EM CONTABILIDADE ............................................................. 4 2.1 CONTABILIDADE: CONCEITOS E USUÁRIOS .............................................. 4 2.1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA .............................................................................. 5 2.1.1.1 IMPACTO DA GLOBALIZAÇÃO SOBRE AS INFORMAÇÕES DA CONTABILIDADE ....................................................................................................... 6 2.1.1.1.1 MUDANÇAS QUE FORAM INTRODUZIDAS NA CONTABILIDADE DEVIDO A LEI Nº 11.638/2007 ................................................................................... 7 2.2 MERCADO CONSUMIDOR ATUAL X MERCADO DA ÉPOCA DAS TEORIAS CLÁSSICA E CIENTÍFICA .......................................................................................... 8 2.2.1 MERCADO CONSUMIDOR INFLUENCIOU NA GLOBALIZAÇÃO. ........... 12 2.3 ASPECTOS ECONÔMICOS NO CENÁRIO DA GLOBALIZAÇÃO ................ 13 2.4 COMPORTAMENTOS E CONCEPÇÕES DA SOCIEDADE DOS PRODUTORES X SOCIEDADE DOS CONSUMIDORES ........................................ 15 3 CONCLUSÃO .................................................................................................... 18 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 19 3 1 INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo trazer clareza, sobre os Fundamentos da Contabilidade, abordando a Globalização, as teorias utilizadas, a influência do mercado atual e da época clássica. Observaremos alguns aspectos da globalização, quais influencias isso causou na evolução e modernização da contabilidade. Abordando os pontos que as teorias clássicas e cientificas trouxeram para a modernidade. Trazendo em consideração os comentários de Bauman e outros autores, assim embasando uma ideia contemporânea da contabilidade, seus aspectos econômicos, suas influencias, seus métodos, e a sua importância na sociedade. Estudaremos a importância do estudo e da utilização da contabilidade, sua evolução, sua modernização. Trazendo clareza quanto a fatos marcantes na história da contabilidade. 4 2 FUNDAMENTOS EM CONTABILIDADE A Contabilidade é a ciência que estuda, interpreta e registra os fenômenos que afetam o patrimônio de uma entidade. Ela alcança sua finalidade através do registro e análise de todos os fatos relacionados com a formação, a movimentação e as variações do patrimônio administrativo, vinculado à entidade, com o fim de assegurar seu controle e fornecer a seus administradores as informações necessárias à ação administrativa, bem como a seus titulares (proprietários do patrimônio) e demais pessoas com ele relacionadas, as informações sobre o estado patrimonial e o resultado das atividades desenvolvidas pela entidade para alcançar os seus fins. Para D’Áuria a contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro relativos aos atos e fatos da administração econômica. (apud PADOVEZE, 2000, p.49) Para Hendrikesn a contabilidade é um processo de comunicação e informação econômica para os propósitos de tomada de decisão tanto pela administração como por aqueles que necessitam fiar-se nos relatórios externos. (apud PADOVEZE, 2000,p.49) 2.1 CONTABILIDADE: CONCEITOS E USUÁRIOS Assim, é importante definir que a contabilidade em si mesma é um sistema de informação, fazendo parte também de um sistema de informações gerenciais. Possuindo técnicas, normas e princípios pré estabelecidos, mantendo assim um controle permanente do patrimônio das entidades, que poderá evidenciar suas modificações em seus respectivos relatórios contábeis, trazendo clareza aos seus usuários na hora de tomadas de decisões. Os usuários da contabilidade são todas as pessoas físicas ou jurídicas, de forma direta ou indireta, internos ou externos. Sendo eles os mais variados como: administradores, sócios e acionistas, governo, bancos, concorrentes, sindicatos, empregados, fornecedores, e etc. 5 2.1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA Para iniciar esse tópico podemos utilizar a seguinte expressão: “A contabilidade é tão antiga, como a própria civilização”. Tendo origem em Uruk, uma cidade da Mesopotâmia (Turquia), por volta de 8000 a 3000 a.C. Os primeiros vestígios foram encontrados em sítios arqueológicos de Israel, Síria, Iraque, Turquia e Irã, que eram registrados em pedras de argila, possuindo as mais diversificadas formas. Desde os primórdios o homem já vinha demonstrando necessidade de CONTROLE, de bens e produções. Os relatos bíblicos também são importantes, porque evidenciam controles contábeis, e trazem uma compreensão ainda maior e mais ampla na história da contabilidade. Diversos versículos deixam de forma clara e objetiva, que existia, uma ideia de inventário, de riqueza, controle patrimonial, planejamento, obtenção de renda, venda. (Gênesis 30, 32. Lucas 14-28). A contabilidade, assim como a sociedade passou por grandes evoluções, não só passou como ainda permanece passando por essas evoluções. Podemos observar que a Contabilidade possui a sua ciência, a sua grande importância em nosso meio, conforme fomos evoluindo, ela foi evoluindo também. Vejamos abaixo um breve resumo de sua evolução. Resumo da Evolução Contábil: a) CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO - período que se inicia com as primeiras civilizações e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci , da autoria Leonardo Fibonaci, o Pisano. b) CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL - período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano. 6 c) CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO - período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche”, da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na história da Contabilidade. d) CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍFICO - período que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje. Partindo da Evolução Contábil, vamos estudar um pouco a globalização da contabilidade,que também possuí sua grande importância para nós, que trouxe diversas mudanças na metodologia contábil Brasileira. 2.1.1.1 IMPACTO DA GLOBALIZAÇÃO SOBRE AS INFORMAÇÕES DA CONTABILIDADE Com o aumento tanto na quantidade de negociações, quanto no volume de dinheiro, a contabilidade ganhou impulso como ferramenta imprescindível, para ajudar as empresas a não perderem o controle do que esta acontecendo dentro da entidade. A luta das empresas para se manterem no mercado econômico se tornou maior, portanto é fundamental que obtenham o controle do patrimônio, pesando as despesas e as receitas, procurando sempre se apoiar em um bom nível de segurança, para a tomada de novas decisões. Então se tornou indispensável o auxílio de um profissional contábil. Houve então a necessidade da globalização, pois já não se pensava em pequenos negócios, e sim em grandes. A mesma trouxe um grande impacto sobre o Brasil, fazendo o país se desenvolver de uma forma mais ampla, visando não só o mercado nacional, como também o internacional. O Brasil teve na globalização uma das suas principais influências de modelo econômico, se espelhando em países desenvolvidos. De acordo com Antunes (2004), os avanços tecnológicos surgidos na década de 90 impulsionaram de formas acentuadas a globalização, propiciando ao mundo inteiro uma substancial melhora nos sistemas de comunicação, o que interferiu diretamente na economia e nas finanças dos países. 7 A década de 90 foi essencial para o fortalecimento da globalização no Brasil, com a abertura econômica, a entrada dos grandes sistemas de telecomunicações e a Internet de banda larga, que impulsionou a globalização de forma definitiva. De acordo com Morais (2013), a globalização trouxe ao país inúmeros investidores, e muitos destes participam da economia brasileira, através da Bolsa de Valores, porém quando os mercados mundiais entram em queda, o Brasil sai bastante prejudicado. A globalização influenciou os aspectos socioeconômicos de diversos países. Esse processo global trouxe alterações na contabilidade dos mesmos, fazendo com que o Brasil entre outros, mudassem seus paradigmas e adentrassem a realidade da internacionalização das normas contábeis nacionais. 2.1.1.1.1 MUDANÇAS QUE FORAM INTRODUZIDAS NA CONTABILIDADE DEVIDO A LEI Nº 11.638/2007 A data do dia 1 de Janeiro de 2008 sempre será recordada, como uma data de suma importância para o Brasil, para a contabilidade Brasileira, um grande avanço, uma grande valorização para os profissionais contábeis, quando o Brasil passou a adotar as normas Internacionais de Contabilidade, através da Lei nº 11.638/2007. Foi então que o país começou abranger as suas fronteiras, alargando os passos, e abrindo as portas para o mercado internacional. - A regulamentação das normas contábeis brasileiras é feita pelo Comitê de Pronunciamento Contábil (CPC), mas a partir da Lei nº 11.638/2007, que começaram as convergências das normas brasileiras aos padrões internacionais. No ano de 2009 a Resolução CFC 1.156/2009 fez com que as normas brasileiras seguissem os padrões contidos no International Financial Reporting Standards (IFRS). O Brasil passou a adotar as Normas Internacionais de Contabilidade a partir de 2008, com a promulgação da Lei 11.638/2007. (ANTUNES et al, 2012, p.8) Segue abaixo o exemplo de um quadro comparativo, contendo as mudanças que foram introduzidas na contabilidade devido à Lei 11.638 de dezembro de 2007, sendo assim, adequando a Contabilidade Brasileira às Normas 8 Internacionais de Contabilidade. Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976 Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007 Publicação das Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos – Doar. Publicação das Demonstrações dos Fluxos de Caixas – DFC. Não havia a exigência da publicação da Demonstração do Valor Adicionado – DVA para as companhias abertas. Obrigatoriedade da publicação da Demonstração do Valor Adicionado – DVA para as companhias abertas. Os aumentos de valores nos saldos de ativos serão registrados com Reserva de Reavaliação, no Patrimônio Líquido. Os aumentos ou diminuições de valores nos saldos de ativos e passivos decorrentes de avaliações e preço de mercado serão registrados na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial, no Patrimônio Líquido. O ativo permanente é dividido em: investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido. Ativo permanente passa a ser dividido em: investimentos, imobilizado, intangível e diferido. Nas operações de incorporação, fusão ou cisão, os saldos vertidos poderão ser registrados pelos valores contábeis. Os saldos serão vertidos a valor de mercados nos casos de: fusões, cisões ou incorporações. O Patrimônio Líquido: capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros ou prejuízos acumulados. O Patrimônio Líquido: capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. As companhias abertas são obrigadas a publicar as suas demonstrações contábeis devidamente auditadas. As companhias fechadas são obrigadas a publicar suas demonstrações contábeis. As companhias abertas e as sociedades de grande porte de capital fechado são obrigadas a apresentar demonstrações contábeis segundo os mesmos padrões da Lei das S.As. e auditadas por auditores independentes. A escrituração contábil será efetuada de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos, podendo registrar nos livros comercias ou em livros auxiliares os ajustes decorrentes da legislação tributária. Deverá ocorrer segregação entre escrituração mercantil e tributária. A CVM expedirá normas contábeis de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos. A CVM expedirá normas contábeis em consonância com as Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) As sociedades controladas devem ser avaliadas pelo método da equivalência patrimonial. As sociedades controladas, sociedades que fazem parte do mesmo grupo que estejam sob influência e controle comum, devem ser avaliadas pelo método de equivalência patrimonial. Fonte: Capital Aberto, (2009, Ed. 66) Vale ressaltar que além de alterar artigos da lei nr. 6.404/1976 um dos objetivos da Lei nº 11.638 é de atualizá-la ao novo mundo de negócios global, e providenciar maior transparência às atividades empresariais brasileiras. 2.2 MERCADO CONSUMIDOR ATUAL X MERCADO DA ÉPOCA DAS TEORIAS CLÁSSICA E CIENTÍFICA A revolução industrial foi um dos grandes marcos para a administração, pois trouxe consigo a invenção da máquina a vapor, que possibilitou o surgimento de uma nova forma de organização do trabalho. Chiavenato destaca: 9 Com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819) e sua aplicação à produção, surgiu uma nova concepção de trabalho que modificou completamente a estrutura social e comercial da época [...]. Surgiu então o sistema fabril, a produção deixa de ser realizada em casa e passa a ser em edifícios do empregador, sendo assim os trabalhadores perderam sua independência, porque toda a estrutura para a produção pertence ao empregador, e com isso o trabalhador passa ser empregado, e recebe por seu trabalho. Após a revolução industrial, no século XIX, Taylor, nascido em uma família tradicional e muito rígida, foi o pioneiro do desenvolvimento da teoria científica. Taylor foi influenciado pela educação e crença que recebeu, em que a perfeição e a racionalização eram sempre perseguidas. Na época que Taylor desenvolveu sua teoria, a principal preocupação era aumentar a produtividadeobtida por meio do novo modelo de trabalho, que utilizava as máquinas como diferencial principal, que na realidade elas trouxeram de fato aumento na produtividade. Taylor acreditava no aumento da produtividade como ferramenta para melhorar a vida das empresas, e com isso a dos funcionários, entendendo que quanto maior a produção, maiores seriam os salários. Outro ganho importante foi trazido pelo novo modelo de produção era a padronização, que garantia que todas as peças saíssem com o mesmo padrão, e por outro lado, racionalizar o trabalho dos funcionários, que para Taylor reduzia os esforços físicos. O mercado passou a ganhar, pois os clientes poderiam ter acesso a produtos com uma qualidade melhor com um custo reduzido. Taylor em suas observações percebeu que patrões e empregados não possuíam o mesmo objetivo, e que estavam sempre em conflito. Com a preocupação na racionalização das tarefas e na eliminação de desperdícios e perdas, Taylor realizou seus estudos dando ênfase na análise e divisão do trabalho dos operários como objetivo de melhor a produtividade. Princípios da administração científica: Os empregados devem ser treinados no método cientifico; Padronização das maquinas e ferramentas; Divisão do trabalho e especialização dos operários para execução de uma única tarefa, aplicada a linha de produção; Desenho de cargos e tarefas; Renumeração por produção; Necessidade de cooperação entre a administração e os operários. 10 Enquanto Taylor voltou o seu olhar para nível operacional, o Francês Henry Fayol procurou trabalhar com todos os níveis da organização em diferentes tipos de empresas não só a industrial. Enquanto Taylor possuía um olhar mais mecanicista voltado à área de produção, Fayol possuía uma visão mais orgânica da organização. A palavra orgânica define bem a visão de Fayol, pois ele via os diferentes órgãos da empresa de uma forma muito anatômica, por isso foi chamado de anatomista das organizações. Fayol desenvolveu 14 princípios de administração, conforme escreveram Bateman e Snell (1998, p.52), sendo elas: Divisão do Trabalho; Autoridade; Disciplina; Unidade de Direção; Subordinação; Renumeração; Centralização; Hierarquia; Ordem; Equidade; Estabilidade e manutenção de pessoal; Iniciativa; Espírito de Equipe. Fayol ainda definiu seis grupos de operações que poderiam ser encontrados em toda empresa econômicos, assim descritos por Ferreira ET AL. (2006, p. 59), sendo elas: Função Técnica; Função Comercial; Função Financeira; Função Segurança; Função Contábil. A teoria clássica de Fayol herda as concepções antigas de organização como a militar e eclesiástica, em que as organizações são vistas como uma estrutura que possui partes que se inter-relacionam. A estrutura é concebida como uma cadeia de comando, baseada na unidade de comando na qual cada empregado deve receber ordem de apenas um superior. A ênfase era na organização linear, como uma forma piramidal, em que existem dois tipos de autoridade, a de linha e a de staff. A autoridade de staff é representada por especialistas que aconselham e orientam os gerentes em suas áreas de especialidade. Como nas demais teorias, apesar das criticas, também podemos encontrar importantes contribuições, que são detectadas até hoje em diferentes empresas. Não podemos negar, por exemplo, a importância dada por ele na função gerencial, contribuindo para que administração pudesse ser formalmente ensinada e a empresa vista como algo além de produção. Fayol concluiu que administrar é prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Tanto Taylor como Fayol contribuíram para o avanço do mercado atual, proporcionando qualidade empregatícia, qualidade de produção, vendas com 11 custos menores, maior produção, rendimento financeiro. Entendemos que o mercado consumidor tem passado por transformações em sua estrutura. E não somente o mercado, mas também o consumidor está bem diferente dos tempos antigos. Desde o início da história da humanidade, as pessoas buscavam suprir suas necessidades. Contudo o consumidor era mais despretensioso, restrito apenas ao necessário e ao que o mercado oferecia. O comércio antigo era estruturado na geração de lucro, não se atendo à relação com o consumidor. O consumo era ditado pela mídia, onde a oferta era escassa e havia poucos critérios para avaliar a qualidade daquilo que se adquiria. Em um período pós-guerra, a cultura norte-americana dominou o mercado mundial, tomando conta do comércio e caindo no gosto popular. Mas foi só a partir do século XX, que o mercado consumidor passou a se preocupar com questões como as relações humanas e o vínculo entre o produto ou serviço e o consumidor. O consumidor passou a ser visto como uma das principais chaves para a obtenção de lucro, tornando o comércio mais categórico e competitivo, tanto na forma de vender seus produtos quanto na qualidade deles. Essa competitividade fez com que o comércio buscasse aperfeiçoar a qualidade em todos os processos de suas atividades, desde a fabricação de qualidade até o bom atendimento ao consumidor final, almejando seus objetivos e a aceitação de seus produtos ou serviços, assim como sua permanência no mercado que atuam. Assim, o mercado que antes convergia para apenas uma direção, consumida por um amplo público, agora se fragmenta em diversos caminhos diferentes, cada um deles atendendo a uma pequena parcela de pessoas, dando origem aos mercados de nicho, voltados para especificidades dentro dos segmentos. Com essa maior quantidade de opções, o consumo se fragmentou, para atender a demanda cada vez mais exigente dos consumidores. (ANDERSON, 2009, p. 2). Mas não foi somente o comércio que mudou desde então, o consumidor também está diferente. Bem mais criterioso, busca, além de suprir suas necessidades, também exige qualidade e preço justo, conforto, originalidade e 12 exclusividade nos produtos/serviços que adquire e principalmente ter um bom atendimento. Outro fator a ser observado é a inserção da nova classe média que passou a consumir produtos e serviços como TV a cabo e internet, antes exclusivos para classes mais abastadas. Essa ascensão causou o aumento da demanda desses produtos, fazendo com que as empresas se preocupassem mais com a qualidade do produto e com seu lugar à frente da concorrência que aumentava cada vez mais. Uma das provas das mudanças de comportamento nos consumidores é o crescente número de reclamações e opiniões dadas por eles, em SACs e sites de avaliações e reclamações. Por fim, concluímos que o consumidor se tornou extremamente criterioso e consciente de seus direitos, por isso ele busca o melhor produto, o melhor atendimento e sua plena satisfação pessoal. E para o comércio atender a tantas exigências ele precisa investir na qualidade de seus produtos e serviços, na imagem de sua empresa, nas tecnologias que irão facilitar nas etapas da produção e no relacionamento com consumidor, atento ao que ele procura e precisa. 2.2.1 MERCADO CONSUMIDOR INFLUENCIOU NA GLOBALIZAÇÃO. Pode-se pensar na globalização como um processo de integração econômica, social, cultural e política dos países, que torna o mundo uma "grande aldeia". Mas, aprofundando essa reflexão, percebe-se que a globalização não foi ou é um único processo, mas o resultado de três processos distintos (FRIEDMAN, 2009, p. 20- 21). A globalização veio revolucionar não só o mercado, mas também o mundo. E a evolução da economia aconteceu em grande parte pela globalização. Os meios de comunicação evoluíram, a internet facilita muito o trabalho, computadores e máquinas que acrescentamem alto grau na produção, os novos estudos e pesquisas que contribuem diariamente para a compreensão e descoberta de várias técnicas e soluções. Nada disso seria possível sem o advento da globalização. Junto com a globalização veio a conscientização em torno da sustentabilidade. A sociedade cada vez mais procura empresas socioambientalmente responsável, bem como produtos que não agridam a natureza. Essa sustentabilidade, com certeza será um diferencial nas empresas que à 13 adotarem, pois hoje, principalmente no Brasil, existe uma discrepância no que o consumidor procura e no que a empresa oferece. O especialista Newton Figueiredo, presidente do Grupo Sustentax, comenta que “não há conflito entre lucro, ética e responsabilidade socioambiental”. A sustentabilidade de um negócio tem por objetivo preservar a rentabilidade e a perenidade da companhia e uma das principais ferramentas para isso é garantir uma demanda permanente e crescente por produtos e serviços que atendam as expectativas dos consumidores. A sustentabilidade socioambiental está diretamente relacionada a estas expectativas, completa Figueiredo. Em meio a um colapso mundial da falta de água e saúde, recursos, política mal aplicada e educação, qualquer solução empresarial que possa oferecer algo novo e que está em falta, com certeza trará lucro e constância para qualquer empresa. A sustentabilidade resguarda a rentabilidade e a estabilidade da empresa. É necessário garantir produtos e serviços que tenham a aprovação dos consumidores, atendendo as expectativas e tendo sempre a preocupação com a qualidade e inovação somando valor a seus produtos, para o público alvo. “Não há milagre para unir estes pontos, sustentabilidade exige planejamento, estabelecimento de prioridades e metas reais.” (Figueiredo - ***) 2.3 ASPECTOS ECONÔMICOS NO CENÁRIO DA GLOBALIZAÇÃO A globalização é um processo que estabelece integração entre os países e as pessoas do mundo todo. Através desse processo, ocorrem transações financeiras e comerciais e troca de ideias entre pessoas, empresas e principalmente governos. É a criação de uma rede de conexões que deixam as distâncias cada vez mais curtas, facilitando as relações culturais e econômicas de forma rápida e eficiente. Foi impulsionado pelo barateamento dos meios de comunicação e transporte dos países de todo o mundo. Com o mercado interno saturado, as empresas multinacionais buscaram conquistar novos mercados consumidores. A concorrência fez com que as 14 empresas utilizassem cada vez mais recursos tecnológicos para baratear os preços e também estabelecer contatos comerciais e financeiros de forma rápida e eficiente. A globalização levou a busca de barateamento do processo produtivo pelas indústrias. Dessa maneira, as empresas produzem seus produtos em vários países com o objetivo de reduzir os custos. Assim optam por países em que a mão-de-obra, a matéria-prima e a energia são mais baratas, chegando a produzir seus produtos em vários países. Com a globalização, as pessoas estão cada vez mais descobrindo uma maneira rápida e eficiente de entrar em contato com pessoas de outros países e conhecer aspectos culturais e sociais de várias partes do planeta. As redes mundiais de computadores, as televisões e a internet estão cada vez mais aproximando as pessoas do mundo todo e espalhando ideias, quebrando barreiras e formando assim uma grande aldeia global. O surgimento das empresas globalizadas e decorrente de um consumidor globalizado que deseja produtos globais. A busca de produtos globais é uma constante na vida do consumidor de qualquer parte do mundo e consequentemente leva existe uma empresa globalizada com o objetivo de alcançar este consumidor, utilizando-se de mecanismos globais. A globalização é um fenômeno que envolve a integração econômica, política, cultural e governamental de todo o mundo, não sendo um fenômeno atual, pois o comércio existe a mais de quinhentos anos. O que acontece na atualidade é a aceleração do processo de integração mundial. As organizações precisam incorporar uma nova ordem para alcançar seus objetivos que é a produção de bens e serviços em atendimento a uma sociedade consumidora cada dia mais exigente. As organizações precisam se modernizar nos aspectos estruturais e tecnológicos quanto humanos, culturais e intelectuais para acompanhar o desenvolvimento globalizado, procurando atender um novo perfil de consumidor que exige atendimento personalizado como se fosse um único cliente, um consumidor caracterizado como consumidor global que busca produtos globalizados fornecidos por empresas globalizadas. 15 2.4 COMPORTAMENTOS E CONCEPÇÕES DA SOCIEDADE DOS PRODUTORES X SOCIEDADE DOS CONSUMIDORES Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês escritor do livro “Vida para Consumo”, a sociedade está passando por problemas gerados pela modernidade. Nessa obra o autor esclarece os efeitos da evolução da sociedade de produtores estrutura com segurança e estabilidade para a sociedade de consumidores estrutura na instabilidade e liquidez. A sociedade de produtores era conhecida como a fase sólida da modernidade. Foi basicamente direcionada para a segurança e apostava nos desejos humanos de um ambiente confiável, ordenado, regular, transparente e, como prova duradouro, resistente ao tempo e seguro. Os padrões comportamentais e as estratégias de vida eram construídos através desses desejos que eram orientados para aquisição de posses e bens com grande visibilidade na sociedade, pois naquela época o tamanho dos bens era ligado como poder e status. Naquela época possuir uma grande quantidade de bens implicava em uma existência segura, resguardando dos futuros caprichos do destino, protegendo a vida de seus proprietários. Como os bens adquiridos tinham como propósito uma segurança em longo prazo, não se destinavam ao consumo imediato e deviam ser protegidos e permanecer intactos. Na sociedade de produtores a segurança em longo prazo era a maior posse e não o desfrute imediato, pois se acreditava na prudência e na segurança, sobretudo em longo prazo. O consumo ostensivo portava um significado bem distinto do atual onde consistia a exibição pública de riqueza com ênfase em sua solidez e durabilidade, não uma demonstração da facilidade com prazeres imediatos extraídos de riquezas adquiridas. A transição de sociedade de produtores para sociedade de consumidores apresenta uma mudança extremamente significativa no comportamento e desejo do indivíduo. Ambos distinguem-se de uma reconstrução das relações humanas a partir do padrão e a semelhança das relações entre consumidores e os objetos de consumo. Na sociedade de consumidores ocorre a emancipação dos indivíduos para uma sociedade livre de responsabilidades, ou seja, indivíduo possui sua liberdade de escolher e decidir como e da maneira que atender suas necessidades naquele momento. A felicidade na sociedade de consumidores não está ligada tanto à satisfação de necessidades e sim a um 16 volume e intensidades de desejos crescentes, implicando o uso imediato e a rápida substituição dos objetos destinados a satisfazê-la. O ponto durável das mercadorias é descartado por essa nova sociedade e não existe mais lealdade aos objetos que obtêm com a intenção de consumir. Os consumidores precisam se equipar com um ou outro produto fornecido pelas lojas se quiserem ter a capacidade de alcançar e manter a posição social que desejam desempenhar, suas obrigações sociais e proteger a autoestima. As pessoas são forçadas a uma situação na qual tem que gastar o pouco dinheiro ou os poucos recursos quepossuem com objetos de consumo se sentido, e não com suas necessidades básicas para evitar tal humilhação social e evitar ser provocado e ridicularizado. A economia na sociedade de consumidores baseia-se na ideia de desenvolver e adquirir produtos e esquecer a ideia de aplicação, cultivando o excesso de mercadorias e aumentando o anseio dos desejos. Tal economia é caracterizada como economia do engano que aposta na irracionalidade dos consumidores e não em suas estimativas sóbrias e bem informadas. Com o aumento das mercadorias projeta-se um aumento das incertezas das escolhas para os indivíduos e diante do consumo excessivo, a necessidade de mobilidade e visibilidade é cada vez maior. Não existe não consumidor e sim um consumidor falho. Os membros da sociedade de consumo são eles próprios mercadorias de consumo e a qualidade de ser uma mercadoria de consumo torna-os membros autênticos dessa sociedade. A formatação pós-moderna suscita uma condição humana na qual predominam o desapego, a versatilidade em meio à incerteza, e a vanguarda constante de um eterno recomeço. A vida de consumo não pode ser outra coisa senão uma vida de aprendizado rápido e esquecimento veloz. Nessa nova sociedade, o contexto leva muitas vezes em sensação de inadequação, de deslocamento, originando a crise de identidade do ser que de tão múltiplo, perdeu-se em si mesmo e luta para buscar-se. Tamanha incerteza, contradição e multiplicidade do indivíduo levam a estados tão severos de questionamento, sensação de inadequação e perda em si mesmo que se tornam depressivos e criam medos e inseguranças. Todas essas situações são geradas pela configuração da sociedade pós-moderna. O homem contemporâneo não vive imerso em certezas, padrões e modelos e sim no seu extremo oposto. O indivíduo busca por si em si mesmo com 17 suas ambiguidades e em sua história de vida. A sua completude o impulsiona ao consumismo exacerbado, levando ao esperado. Encontro com a felicidade para atingir sua máxima plenitude. A ideia de felicidade só pode ser entendida como um lugar ilusório em que o vasto empreendimento de novas promessas esmaece o excesso de decepções, fazendo com que a crença na busca da felicidade não seja perdida e permaneça reatualizando a cultura consumista. A sociedade de consumidores busca a satisfação e a felicidade do consumista através do consumo excessivo e quando o indivíduo não consegue atingir essa felicidade e satisfação, criam vergonha ou mal-estar naqueles que dela se sentem excluídos. Assim reina a “felicidade despótica” onde os indivíduos não são mais apenas infelizes, mas sentem a culpabilidade de não se sentir bem. O nível de cobrança na busca da felicidade apresenta-se de maneira sofrida e torna-se uma obrigação, mesmo que essa sensação seja por instantes. A obsessão da sociedade dos consumidores é amenizar os medos, diminuir o pavor das incertezas e mais profunda a felicidade é o núcleo central dessa jornada com a manipulação de identidades, mas com pouco sacrifício e o mínimo de esforço diário. O consumo é uma atividade um tanto quanto solitária, mesmo quando realizado com alguém. É uma atividade que não emergem vínculos duradouros e os vínculos que consegue estabelecer podem ou não sobreviver ao ato, porém são frágeis e leves. A participação ativa no mercado de consumo é a principal virtude de participantes da sociedade de consumo, pois quando o crescimento monetário ameaça diminuir é dos consumidores pegando talões de cheque e cartões de crédito devidamente persuadidos que se espera que façam a economia ir em frente, tirando o país da recessão. O consumismo tornou-se, nos dias atuais, a principal política de sobrevivência, pois é através desse consumismo que a pós-modernidade está caminhando. 18 3 CONCLUSÃO Podemos concluir que a Contabilidade nasceu da necessidade da sociedade registrar bens e produção, com o objetivo de organizar e analisar probabilidades de ganho de capital. A contabilidade é uma ciência que vem evoluindo com o passar do tempo e tornando-se uma ferramenta indispensável para a sociedade. Ela nunca para de evoluir, pois é uma ciência social e por esse motivo evolui em sociedade. Concluímos que a sua globalização trouxe grandes progressos para a contabilidade no Brasil, trazendo a internacionalização da mesma. O Brasil precisou se adaptar e adequar às novas normas contábeis, e continua a se adaptar. O mercado mudou, as normas mudaram, a valorização da Contabilidade mudou, deixando de ser pouco reconhecida, para ser muito reconhecida. Com a globalização da Contabilidade os contadores brasileiros, passaram a ter grande valorização. Concluímos que: conforme a sociedade evoluir, a contabilidade evoluirá, porque ambas caminham juntas. 19 REFERÊNCIAS BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo. Edição 2008. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. CARAVANTES, Geraldo R. ADMINISTRAÇÃO, TEORIAS E PROCESSOS – Geraldo R. Caravantes, Cláudia C. Panno, Mônica C. Kloeckner – São Paulo: Person Prentice Hall, 2005. CARDOSO, Rafael. Influencias da Globalização no Comportamento do Consumidor. 2011. Artigo (Especialização em Marketing Integrado) – Universidade Positivo, Curitiba, 2012. Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/influencias-da-globalizacao-no- comportamento-do-consumidor/60316/ Acesso em 08 abril. 2015. COSTA, José Manoel da, Contabilidade básica: ciências contábeis. 1. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. Malassise, Regina Lúcia Sanches. Introdução à Economia / Regina Lúcia Sanches Malassise, Wilson Salvalagio – Londrina: Unopar, 2014. SÁ, Antonio Lopes. Fundamentos da Contabilidade Geral. Edição 4º. São Paulo: Juruá, 2012. Silva, Mônica Maria, Fundamentos da Administração: ciências contábeis I / Mônica Maria Silva. – São Paulo : Pearson Prentice Hall, 2010. Uni-FACEF – Centro Universitário de Franca: Impairment – Conceitos iniciais e seu impacto pelo valor de mercado. (facef.br)
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