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Miriã Moreira – 6º Período – Turma XI – Medicina UniEVANGÉLICA TUTORIA – MODULO 03 – PROBLEMA 01 OBJETIVO 01 – CLASSIFICAR DIABETES MELLITUS (1, 2, gestacional e outros tipos) OBJETIVO 02 – DIFERENCIAR DM TIPO 1 DO DM TIPO 2 (idade, etiologia, fisiopatologia, sinais e sintomas, genética, complicações, relação com obesidade, tratamento) –CONSULTA RAPIDA OBJETIVO 03 – IDENTIFICAR AS COMPLICAÇÕES DO DM (CETOACIDOSE DIABETICA – O QUE É, COMO DIAGNOSTICAR, TTO – ESTADO HIPEROSMOLAR ACETOTICO – O QUEÉ, COMO DIAGNOSTICAR, TTO) OBJETIVO 04 – DESCREVER OS FATORES DE RISCO DA CETOACIDOSE DIABETICA OBJETIVO 05 – FISIOPATOLOGIA DA CETOACIDOSE DIABETICA (DIRETRIZES BRASILEIRAS) OBJETIVO 06 – MEDIDAS TERAPEUTICAS DA CETOACIDOSE DIABETICA OBJETIVO 01 Diabetes mellitus é um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia, resultante de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambas. DIABETER MELLITUS TIPO 1 Destruição das células beta que levam a uma deficiência de insulina TIPO 1.A – autoimune Destruição imunomediada de células betapancreáticas com consequente deficiência de insulina. Autoanticorpos anti-ilhota ou antígenos específicos da ilhota podem ser verificados meses ou anos antes do diagnostico clinico, na fase pré-clinica da doença. Fisiopatologia: fatores genéticos e ambientais. Condição poligênica, sendo que os principais genes envolvidos estão no sistema HLA classe II (antígeno leucocitário humano). Entre os fatores ambientais potenciais para o desencademaneto da autoimunidade em indivíduos geneticamente predispostos estão certas infecções virais, fatores nutricionais (introdução precoce de leite de vaca), deficiência de vitamina D e outros. TIPO 1B – idiopático Não há uma etiologia conhecida para essa forma de DM. Minoria dos casos de DM1 e caracteriza-se pela ausência de marcadores de autoimunidade contra as células beta e não associação com o sistema HLA. Os indivíduos com esse tipo de DM podem desenvolver cetoacidose e apresentam graus diferentes de deficiência de insulina. DIABETES MELLITUS TIPO 2 Verificada em 90 a 95% dos casos e caracteriza-se por defeitos na ação e secreção da insulina e na regulação da produção hepática de glicose. A resistência a insulina e o defeito na função das células beta estão presentes precocemente na fase pré-clinica da doença. Alteração de receptores Down regulation Segundos mensageiros É causada por uma interação de fatores genéticos e ambientais Herdabilidade existe mais permanece inexplicada Fatores ambientais: sedentarismo, dietas ricas em gorduras e envelhecimento A maioria dos pacientes apresenta sobrepeso ou obesidade, e cetoacidose raramente se desenvolve de modo espontâneo, ocorrendo quando associada a outras condições como infecções. Geralmente diagnosticado após os 40 anos. Os pacientes não dependem de insulina exógena parasobreviver. DIABETES MELLITUS GESTACIONAL Qualquer intolerância à glicose, com início ou diagnostico durante a gestação. Ocorre em 1 a 14% de todas as gestações Deve-se reavaliar pacientes com DM gestacional 4 a 6 semanas após o parto e reclassificá-las como apresentando DM, glicemia de jejum alterada, tolerância à glicose diminuída ou normoglicemia. Na maioria dos casos há reversão para a tolerância normal após a gravidez. OUTROS TIPOS ESPECÍFICOS DE DIABETES MELLITUS Apresentação clinica variada e depende da alteração de base Defeitos genéticos na ação da insulina Mutações no gene do receptor da insulina. Resistencia à insulina Acanthosis nigricans Leprechaunismo – retardo no crescimento intrauterino e pós-natal, diminuição do tecido adiposo subcutâneo Síndrome de Rabson-Mendehall – baixa estatura, abdome protuberante, anormalidades em dentes e unhas e hiperplasia pineal. Defeitos genéticos na função das células beta MODY – herança autossômica dominante, idade precoce de aparecimento (antes dos 25 anos); mutações nos genes: HNF1A – MODY3 (falência progressiva da função das células beta resultando em hiperglicemia com aumento no decorrer da vida GCK – MODY2 (hiperglicemia leve desde o nascimento, não progressiva e geralmente não requer tratamento) Diabetes neonatal – forma monogênicade diabetes diagnosticado nos seis primeiros meses de vida. 50% dos casos são transitórios, ocorrendo a remissão em semanas ou menes, podendo recidivar por volta da puberdade, os demais são permanentes. Transitório: anormalidades no cromossomo 6q24; pacientes com baixo peso ao nascer e ah hiperglicemia desenvolve-se nas primeiras semanas de vida. Mutações no gene ABCC8 Permanente: baixo peso ao nascer, idade de aparecimento da hiperglicemia varia, em geral nos 3 primeiros meses de vida. Mutações no gene KCNJ11 Diabetes mitocondrial Doenças do pâncreas exócrino Pancreatite Trauma Pancreatectomia Carcinoma pancreático Endocrinopatias com aumento de hormônios contrarreguladores da ação da insunia (GH, cortisol e glucagon) OBJETIVO 02 CLASSIFICAÇÃO DO DM TIPO 1 TIPO 2 PATOGÊNESE Destruição das células beta pancreáticas Resistência à insulina, hiperinsulinemia e diminuição da função das células beta pancreáticas INÍCIO Infância, adolescência e adultos jovens (< 40 anos) Geralmente após os 40 anos SINTOMAS Instalação abrupta dos sintomas de poliúria, polidpsia e perda de peso Assintomático ou presença de poliúria, polidpsia, perda de peso, visão borrada, candidíase vaginal de repetição, balanopostite e sintomas decorrentes das complicações crônicas CETOACIDOSE Sim Somente se estresse intenso (infecção grave, IAM) OBESIDADE Não Comum GENÉTICA Associação com HLA Sim, poligênica AUTO-IMUNIDADE Anticorpos antiilhota, antiinsulina e anti-GAD Não DIAGNÓSTICO Clínico. Se existirem dúvidas: presença de anticorpos anti GAD e peptídeo C basal < 0,9 ng/ml seis minutos após 1mg de glucagon IV é indicativo de DM1 Clínico (historia familiar de DM2, sobrepeso ou obesidade, tratamento sem necessidade de insulina nos primeiros 5 anos após o dx). Dosagem de peptídeo C > 0,9 demonstra reserva de produção pancreática de insulina TRATAMENTO Insulina em esquema intensivo Dieta, exercício, drogas orais e insulina, além do tratamento de comorbidades. OBJETIVO 03 A Cetoacidose diabética (CAD) e a Síndrome hiperosmolar hiperglicêmica não cetótica (SHHNC) são as complicações agudas hiperglicêmicas do diabetes. A primeira geralmente ocorre em pacientes com DM1, sendo os fatores desencadeantes mais frequentes a má adesão ao tratamento e as infecções. A SHHNC é uma complicação do DM2, com elevada mortalidade devido à idade mais elevada dos pacientes e à gravidade dos fatores precipitantes, como AVE, IAM, infecções, usode glicocorticoides, pós-operatório e também má adesão ao tratamento. SINTOMAS: Polidpsia Poliúria Enurese Halitose cetônica Fadiga Visão turva Náusea, vômitos, dor abdominal Desidratação bastante grave e alterações neurológicas (redução do sensório, convulsões e coma), principalmente no quadro de SHHNC Taquipneia (na tentativa de compensar a acidose metabólica) CETOACIDOSE DIABÉTICA CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: Glicemia > 250mg/Dl Ph < 7,3 BICARBONATO < 18 Cetonúria significativa (mais de 2=) Cetonemia positiva Ânion gap > 10 Sódio-cloreto+bicarbonato De 10 a 12 – acidose moderada > 12 acidose grave SHHNC CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: Hiperglicemia (> 600-800 mg/Dl) Hiperosmolalidade (2x sódio + glicose/18, normal até 320) Desidratação grave Ausência de cetoacidose significativa (ainda existe reserva de insulina, então corpos cetonicos não são produzidos em grande quantidade). MANEJO: Corrigir fatores desencadeantes (abandono de tratamento, infecção, AVE, IAM) Insulinoterapia: aplicar insulina regular em bolus (não recomendado em crianças devido ao risco de edema cerebral) na dose de 0,1 U/kg e iniciar infusão contínua IV (bomba de infusão) de insulina regular 0,1 U/kg/h (só deve ser iniciadase o potássio estiver > 3,3, devido ao risco de arritmia associado a hipopotassemia) Igualmente eficaz iniciar o tratamento sem insulina em bólus, mas em bomba de infusão na dose de 0,14 U/kg/h Monitorar glicemia capilar e cetonemia (h/h), Ph/bicarbonato (2/2h), eletrólitos (4/4h) Quando glicemia < 200-250mg/dl (<300 se SHHNC), iniciar infusão de glicose a 5%. A infusão de insulina pode ser reduzida, mas não deve ser suspensa nas primeiras 24 horas. Manter glicemia entre 150 e 200mg/dl Se não houver melhora metabólica, deve ser aumentada a infusão de insulina em 1 U/h Introdução de insulina subcutânea após a suspensão da infusão de insulina: se o paciente já fazia uso prévio de insulina, retornar às doses utilizadas; se a CAD for primeira manifestação da DM, calcular a dose total de insulina regular utilizada na bomba de infusão nas ultimas 24h (dois terços do valor). A bomba de infusão de insulina deve ser mantida por 1-2h após a administração da 1ª dose de insulina subcutânea. Paciente deve estar ingerindo líquidos e alimentos. Reposição de líquidos Soro fisiológico, isotônico, a 15-20Ml/KG/H ou 1-1,5L na 1ª hora Após hidratação inicial, 250-500ml/h costumam ser adequados OBJETIVO 04 Os estados infecciosos são as etiologias mais comuns de CADe EHH (estado hiperglicêmico hiperosmolar). Entre as infecções mais frequentes são as do trato respiratório superior, as pneumonias e as infecções de vias urinárias e também infecções de pele. Também existem outros fatores importantes como AVE (escala de Sinccinatti – SAMU – sorriso, abraço, música, urgência) ingestão excessiva de álcool, pancreatite aguda, IAM, traumas e uso de glicocorticoides. Entre as drogas ilícitas, a cocaína (paciente sudoreico, taquicardico, miótico) pode ser a causa de episódios recorrentes de CAD em jovens. Os distúrbios psquiatricos associados a irregularidades na condução da dieta ou no uso diário de insulina também podem contribuir para a CAD. A utilização frequente de APA é capaz de aumentar o risco de distúrbios metabólicos, como ganho de peso, dislipidemia, DM, CAD e pancreatite aguda (maiores riscos com clozapina e olanzapina e menores com risperidona e quetiapina). OBJETIVO 05 FISIOPATOLOGIA DA CAD Primeira característica – acidose metabólica (bicarbonato < 18 e pH <7,3) Segunda característica – cetose (aumento da lipólise devido ao aumento dos hormônios contrarreguladores) Ocorre redução na concentração efetiva de insulina circulante associada à liberação excessiva de hormônios contrarreguladores, glucagon, catecolaminas, cortisol, GH. Essas alterações hormonais desencadeiam o aumento da produção hepática e renal de glicose e a redução de sua captação pelos tecidos periféricos sensíveis à insulina, resultando, assim, em hiperglicemia e consequente hiperosmolalidade no espaço extracelular. A hiperglicemia é resultante de 3 mecanismos: Ativação da gliconeogênese Ativação da glicogenólise Redução da utilização periférica de glicose DEFICIENCIA DE INSULINA + AUMENTO DE HORMONIOS CONTRARREGULADORES LIBERAÇÃO EXCESSIVA DE ÁCIDOS GRAXOS (LIPÓLISE) FÍGADO: OXIDAÇÃO EM CORPOS CETÔNICOS CETONEMIA E ACIDOSE METABÓLICA. OBJETIVO 06 As metas do tratamento das crises hiperglicêmicas agudas são: Manutenção das vias respiratórias pérvias e, em caso de vô- mitos, indicação de sonda nasogástrica Correção da desidratação Correção dos distúrbios eletrolíticos e acidobásico Redução da hiperglicemia e da osmolalidade Identificação e tratamento do fator precipitante REPOSIÇÃO DE LÍQUIDOS E DE ELETRÓLITOS Para correção da desidratação, na ausência de comprometimento das funções cardíaca e renal, deve-se indicar: Infusão salina isotônica de cloreto de sódio (NaCl) a 0,9%, em média 15 a 20 ml/kg na primeira hora, buscando-se restabelecer a perfusão periférica Regra- 1 L na primeira hora Da segunda hora a sexta hora – 500ml/h Depois da sexta hora – 250 ml/h HGT de hora em hora Se Na > 150 – solução hipotônica (250 de soro e 250 de agua) APÓS: Se o paciente evolui com sódio elevado (≥ 150 mEq/l), deve-se prescrever solução salina hipotônica de NaCl a 0,45%, em média 10 a 14 ml/kg/h. Caso contrário, pode-se administrar solução isotônica de NaCl a 0,9% Com débito urinário presente: Inicia-se a infusão de 20 a 30 meq/l de cloreto de potássio (kcl) a 19,1% por hora, com a proposta de manter o potássio sérico entre 4 e 5 meq/l Paciente com hiperpotassemia Infusão de cálcio (proteger o coração) Diminuir níveis de potássio Diurético Insulina Bicarbonato Resina de troca Aerossol com berotec INSULINO TERAPIA Para corrigir a hiperglicemia e a acidose metabólica, inicia-se a terapia com insulina. A insulina somente deve ser iniciada se o potássio estiver > 3,3 mEq/l, devido ao risco de arritmias associado à hipopotassemia. Nos casos GRAVES: A via de escolha é a infusão intravenosa contínua de INSULINA REGULAR e a dose, em média, de 0,1 U/kg/h Em casos leves e moderados: Utilizar insulina regular IM, 1/1h, ou análogos ultrarrápidos SC, 1/1 ou 2/2h * vias SC e IM, estas são recomendadas apenas em casos mais leves ou moderados Quando a concentração de glicose na CAD atingir 250 mg/dl (EHH, 300 mg/dl), e se o paciente ainda não tiver condições de alimentar-se: Iniciar o soro glicosado a 5% associado à insulina regular intravenosa contínua ou SC a cada 4 h até a resolução da CAD ou do EHH. *Na prática, os critérios utilizados para definir o controle laboratorial da CAD incluem glicemias ≤ 200 mg/ dl, bicarbonato sérico ≥ 18 mEq/l e pH ≥ 7,3 BICARBONATO A indicação de bicarbonato de sódio na CAD é controversa, mas a literatura considera prudente o uso em baixas doses quando pH ≤ 7,1: Recomendam-se 50 mEq/l de bicarbonato de sódio IV se o pH estiver entre 6,9 e 7,1 100 mEq/l se o pH < 6,9 ou com hiperpotassemia grave * O uso de bicarbonato de sódio com pH > 7,1 não melhora o prognóstico “Alta”: Ph > 7,5 Bicarbonato > 18 Glicose < 200
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