Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ENDODONTIA – AULA 2 ABERTURA CORONÁRIA É a fase operatória do tratamento endodôntico que permite o acesso ao interior da cavidade pulpar através da remoção do teto da câmara, e a realização de desgastes compensatórios e extensões suplementares que permitam um acesso direto, amplo e sem obstáculos. A cavidade pulpar é composta da câmara pulpar e do canal radicular. Nos dentes uniradiculados, o canal radicular é um extensão da câmara pulpar. Nos dentes multiradiculados, se tem bem definida uma câmara pulpar e a partir do assoalha da câmara formam-se os canais radiculares. Além da remoção do teto, a abertura coronária envolve alguns desgastes compensatórios na entrada dos canais. É normal que com o passar do tempo, a dentina secundária (fisiológica) deposite-se em maior quantidade na entrada nos canais, formando os ombros dentinários. Esses ombros podem dificultar ou impedir o acesso ao canal. Portanto, a abertura coronária também envolve a remoção desses ombros. OBJETIVOS DA ABERTURA Acesso livre e direto a todas as porções da cavidade pulpar Visualização da câmara pulpar e seu assoalho Facilitar as etapas PRINCÍPIOS DA ABERTURA CORONÁRIA Remoção de todo o teto da câmara pulpar e divertículos que abrigam os cornos pulpares Divertículos são reentrâncias no teto da cavidade pulpar que correspondem as cúspides Não alterar a anatomia do assoalho da câmara pulpar No meio o assoalho é mais alto e indo para os cantos ele vai descendo. E vai direcionando os instrumentos para entrada no canal. Quando se regulariza a parade, perde-se a convexidade que ajuda a encontrar os canais além do risco de fazer uma perfuração. Requisitos prévios Remoção da cárie Remoção de restaurações defeituosas. Restaurações adaptadas e que estejam vedadas não precisam ser removidas. Remoção de blocos, coroas e pontes sem adaptação MATERIAL E INSTRUMENTAL Brocas para remoção de restaurações metálicas e cárie Brocas carbide (alta) – 2,4,6 (esféricas) Brocas de aço (baixa) – 2,4,6 (esféricas) Brocas para remoção de restaurações de resina, porcelanas e partes hígidas Pontas diamantadas – 1011, 1012 e 1013 Brocas para trepanação Pontas diamantadas – 1011 ou Carbide 01 para câmaras pulpares atresiadas Brocas para forma de contorno – 3082 (não possui corte na ponta) Brocas para forma de conveniência e desgastes compensatórios – CA877 Sonda clínica, sonda modificada, pinça e espelho front surface Limas de 21mm Limas preparadas ETAPAS DA ABERTURA Ponto de eleição Local onde vai se iniciar a abertura coronária. O ponto de eleição deve fazer o trajeto mais curto para a câmara pulpar ou em um ponto que seja o mais seguro. Direção de trepanação É o posicionamento ou inclinação da broca ou ponta diamantada para que se possa atingir a câmara pulpar. Existem 4 maneiras de se verificar a trepanação 1. Quando se tem o dente com o câmara pulpar ampla e sem nódulos de calcificação. Com a própria broca sente-se a falta de resistência ou “queda no vazio”. 2. Verificar com a sonda se ela entra na cavidade pulpar. 3. Tentar colocar a lima 30 de 21mm (azul) na cavidade. Se a lima não entrar, não ocorreu a trepanação 4. Tentar introduzir a lima preparada onde foi o possível acesso. Forma de contorno É a remoção do teto da câmara pulpar. Portando, quando se termina a remoção do teto, tem-se a forma de contorto. Forma de conveniência São os desgastes compensatórios que permitem que os instrumentam tenham acesso ao canal. A forma de conveniência tem duas etapas: desgaste do nível da câmara pulpar e acesso radicular (feito em molares) Limpeza da cavidade Quando se termina a abertura coronária, pode se encontrar duas situações: tecido pulpar (polpa viva) inflamado. Quando a polpa está inflamada, há grande quantidade de sangramento, portanto ela deve ser rapidamente removida. Quando se demora para remover a polpa, há deposição de ferro nos canaliculos dentinários que escurem o dente. Quando se encontra uma polpa necrosada, deve-se lavar a câmara pulpar para remover esse tecido. E normalmente esse tecido está repleto de bactérias. ABERTURA EM CADA GRUPO DE DENTES INCISIVO CENTRAL SUPERIOR/INFERIOR Forma triangular com base voltada para incisal. Isso porque todos os incisivos tem 2 cornos pulpares (mesial e distal). Como se deve envolver os dois cornos na abertura, ela fica com a base voltada para vestibular. Parede vestibular convergente Paredes lingual, mesial e distal parelelas Ponto de eleição: 1 a 2 mm distante do cíngulo na direção incisal. O acesso é feito por palatino por dois motivos: é mais próximo da cámara e esteticamente favorável. Direção de trepanação: 45° em relação ao longo eixo do dente até a JAD e paralelo ao longo eixo do dente para a trepanação. Forma de contorno com ponta diamantada sem corte na ponta (3082). Desgasta lateralmente o teto trabalhando de dentro para fora. A permanência de teto faz retenção de tecido necrosado, de polpa que não foi removido, de sangue que não foi limpo e material obturador e levando ao escurecimento do dente. Ao final, deve-se passar a sonda de dentro para fora sem que ela prenda. deve-se cuidar para broca não tocar na incisal do dente. Forma de conveniência: desgaste da dentina INSICIVO LATERAL SUPERIOR/INFERIOR Forma triangular com base voltada para incisal. Como se deve envolver os dois cornos na abertura, ela fica com a base voltada para vestibular. Paredes lingual, mesial e distal paralelas. A raiz é achatada no sentido mésio-distal. Portanto, a sensação de queda no vazio vai ser menor percebida (câmara pulpar é menor) Ponto de eleição: 1 a 2 mm distante do cíngulo na direção incisal. Direção de trepanação: 45° em relação ao longo eixo do dente até a JAD e paralelo ao longo eixo do dente para a trepanação. CANINOS SUPERIORES/INFERIORES O canino possui 1 divertículo na câmara pulpar. Portanto, a abertura do canino é oval. Atinge-se o vértice da cúspide. Parede vestibular convergente porque ela é direcionada para o lado palatino. Paredes lingual, mesial e distal paralelas. Ponto de eleição: Palatino distante 1 a 2 mm do síngulo. Direção de trepanação: paralela ao longo eixo do dente Forma de contorno Forma de conveniência: CA877 na parade palatina devido as projeções dentinárias como no incisivo. As projeções em dentes anteriores são sempre linguais ou palatinas. PRÉ MOLARES SUPERIORES Forma oval Paredes mesial/distal paralelas Paredes lingual e vestibular convergentes para oclusal. Isso protege as cúspides (principalmente a de trabalho - vestibular). Mesmo convergindo, é possível acertar os canais de forma direta. Não apresentam formação de ombro. Ponto de eleição: centro da superfície oclusal Direção de trepanação: Em direção ao canal mais amplo (palatino). Após trepanado, substui pela broca 3087 e dirige essa broca para o lado vestibular e palatino/lingual removendo o teto. Forma de contorno Forma de conveniência: Dada pela CA877 só entrando na embocadura dos canais devido a falta de ombro. Pré molares inferiores Mesma sequência dos superiores. Porém em 85% das vezes existe somente um único canal. Portanto a forma da abertura quando um único canal é um ovo mais arredondado. No 2º pré molar inferior, a cúspide vestibular é bem alta e a lingual bem baixa. A abertura fica levemente voltada para lingual. MOLARES SUPERIORES Forma triangular com base voltada para vestibular Parede mesial divergente para oclusal. Para entrar no canal mesio vestibular, deve-se entrar de distal para mesial. Se a parede está divergente, o acesso com as limas é facilitado. Parede palatina e distal convergentes para oclusal Parede vestibular pode ser reta Ponto de eleição: centro da fosseta mesial Direção de trepanação: sentido do canal mais amplo (palatino). A ponte de esmalte vai da cúspide disto - vestibular até a cúspide mésio - palatina. A abertura deve sempre ficar para mesial da ponte de esmalte. Ela nunca é envolvida na abertura coronária. A menos que esteja destruída pela cárie. Não existe câmarapulpar para distal da ponte de esmalte. A forma da abertura coronária dos molares superiores é a que mais varia. Possuem ombros dentinários Também possui ombros dentinários, que são desgastados com a broca CA877. molares inferiores Forma trapezoidal com base voltada para mesial, podendo ser um retângula se houverem 2 canais na raiz distal. Parede mesial divergente para oclusal. Mesmo motivo do molar superior: para facilitar o acesso. Parede distal levemente convergente. Parede vestibular e lingual paralelas ao eixo de dente. O ponto de eleição é centro da superfície oclusal Direção de trepanação: sentido do canal mais amplo (distal). Deve-se inclinar a broca levemente para distal dos molares inferiores, para palatino em superiores e em pré molares superiores.
Compartilhar