Sono e Vigília

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C U R S O : P S I C O L O G I A - U F R J 
2 5 / 1 0 / 2 0 1 3 ( T A R D E ) 
F I L I P E B R A G A 
P Ó S - D O C N O L A B O R A T Ó R I O N E U R O B I O L O G I A I I 
- I B C C F 
P R O F E S S O R S U B S T I T U T O D E F I S I O L O G I A 
U F R J - C A M P U S M A C A É 
Sono e Vigília 
O Sono - Definição 
 Defina SONO! 
 
 O sono é um estado facilmente reversível de reduzida 
responsividade ao ambiente e também de reduzida interação 
com o ambiente 
 
 Assim podemos diferenciar de: 
 Vigília 
 Coma 
 Anestesia Geral 
 
 O sono é essencial para nossas vidas, quase tão importante como a 
alimentação e a respiração 
 
 1/3 da vida dormindo 
 ¼ do sono sonhando ativamente (ou melhor, vívidamente) 
 
Sono - Não conseguimos explicar plenamente mas 
podemos descrever 
 Avaliando a função encefálica e a função corporal podemos 
classificar o sono como: 
 
 Inicia-se com o estado hipnagógico 
 Vários minutos, pensamentos de imagens fragmentadas ou pequenas cenas 
 
 Sono de ondas lentas / Sono não-REM (75%) 
 “Um encéfalo ocioso em um corpo imóvel”(Dement) 
 4 estágios 
 Sono de movimento rápido dos olhos / Sono REM / Sono 
paradoxal(?) (25%) 
 “Um encéfalo ativo e alucinado em um corpo paralizado” (Dement) 
 Primeira descrição- 1899. Sante De Sanctis – observando filho desacordado 
 Sonho e sono – 1957: William Dement, Nathaniel Kleitman e Eugene Aserinsky 
 
 Não-Rem/ REM alternam-se e repetem-se em ciclos de cerca de 90 
minutos 
Sono não-REM e Sono REM 
Como avaliar a função encefálica ? 
- EEG: registro da atividade 
elétrica cortical. 
 
Como avaliar a função encefálica ? 
Ciclo do Sono - Ondas do EEG 
 Frequência das ondas: 
 
 - Alfa: 8 a 13 Hz 
 
 - Beta: 13 a 30 Hz 
 
 - Teta: 4 a 7 Hz 
 
 - Delta: 0,5 a 4 Hz 
 
Estados Funcionais do Encéfalo 
- Alfa: 8 a 13 Hz 
 
- Beta: 13 a 30 Hz 
 
- Teta: 4 a 7 Hz 
 
- Delta: 0,5 a 4 Hz 
- Ondas de vigília 
 
 
 
- Ondas de sono 
Vigília relaxada 
 
Vigília atenta 
Ciclo do Sono - Ondas do EEG 
EEG – estágios do sono 
Ciclo do Sono 
 Estágio 1 do Não-REM 
 Poucos minutos 
 Desaparecimento das ondas alfa do EEG 
de vigília 
 Movimentos oculares lentos de rotação 
 Sono mais leve 
 Estágio 2 
 5 a 15 min 
 Fuso do sono - EEG (8 a 14 Hz, 
marcapasso talâmico) 
 Complexo K 
 Cessam movimentos oculares 
 Estágio 3 
 Ondas delta lentas, de grande amplitude 
– EEG 
 Estágio 4 
 Sono mais profundo 
 Grande amplitude, 2Hz – EEG 
 Primeiro ciclo – 20 a 40 minutos 
 Sono REM 
 Ritmos beta 
 Movimentos nítidos e frequentes dos 
olhos 
Ciclo do Sono 
 Progressão da noite - Redução do não REM 
(estágios 3 e 4) e aumento dos REM 
 Sono REM mais longos podem durar de 30 a 50 
minutos 
 ½ do sono REM ocorre no 1/3 final 
 Intervalo entre os períodos REM – 30 minutos 
 Noite normal de sono 
 Adultos – varia entre 5 e 10h 
 Adultos jovens – duração média 7,5 h 
 68% dos adultos jovens dormem de 6,5 e 8,5h 
Ciclo do Sono 
Ciclo do Sono 
Estados Funcionais do Encéfalo 
COMPORTAMENTO VIGÍLIA SONO REM SONO NÃO -REM 
EEG Voltagem baixa, 
rápido 
Voltagem baixa, 
rápido 
Voltagem alta, lento 
SENSAÇÃO Vívida, gerada 
externamete 
Vívida, gerada 
internamente 
Fraca ou ausente 
PENSAMENTO Lógico, 
progressivo 
Vívido, ilógico, 
bizarro 
Lógico, repetitivo 
MOVIMENTO Contínuo, 
voluntário 
Paralisia muscular; 
movimentos 
comandados pelo 
encéfalo, mas não 
executados. 
Excessão:músculos 
dos olhos 
Ocasional, 
involuntário 
MOVIMENTO RÁPIDO 
DOS OLHOS 
Frequente Frequente Raro 
Sono de ondas lentas / Sono não-REM (1) 
 Período de Repouso 
 Baixa tensão muscular, mínimos movimentos (ajuste 
de posição corporal) 
 Temperatura e consumo de energia temporal 
reduzidos 
 Aumento da atividade Parassimpática 
 Queda da frequencia cardíaca 
 Queda da frequencia respiratória 
 Queda da função renal 
 Aceleração da digestão 
Sono de ondas lentas / Sono não-REM (2) 
 Encéfalo 
 Ritmos lentos e de grande amplitude no EEG 
 Sincronia alta 
 Maioria dos sinais aferentes não pode alcançar o córtex 
 Níveis mais baixos de uso de energia 
 Níveis mais baixos de frequencia de disparo neuronal 
 Quando acordadas as pessoas não recordam de coisa 
alguma ou de pensamentos muito vagos 
 David Poulkes: “O que se passava em sua mente?”, em 
vez de “Você estava sonhando?” 
 Tipo pensamento (menos alucinatórios) 
Sono de movimento rápido dos olhos / Sono 
REM / Sono paradoxal (1) 
 Atonia muscular (paralisia quase total do tônus 
muscular esquelético) 
 Músculos respiratórios – funcionamento tênue 
 Músculos oculares e do ouvido interno são exceções 
 Desliga-se o sistema de controle da temperatura 
corporal 
 Considerável Atividade Simpática 
 aumento e irregularidade da frequencia cardíaca e respiratória 
 Máximo de atividade parassimpática 
 Preenchimento sanguineo e ereção do clitóris e do 
pênis (usualmente sem relação com conteúdo sexual 
dos sonhos) 
 
Sono de movimento rápido dos olhos / Sono 
REM / Sono paradoxal (2) 
 Encéfalo 
 Ativo (parece da vigília) 
 Oscilações rápidas e de baixa voltagem 
 Alto consumo de energia 
 máximo de atividade cerebral nas 24 horas do dia! 
 acordar espontâneo 
 
 “sono em que se sonha” (?) 
 Episódios Visualmente detalhados 
 Animados 
 Com histórias bizarras 
 Gostamos de falar sobre eles e interpretá-los 
 Movimentos rápidos dos olhos – indício dos sonhos vívidos 
 
 
Sono ocorre em répteis, aves e mamíferos 
Por Quê Nós Dormimos? 
 REM – mamíferos e algumas aves 
 Morcegos – 18h 
 Cavalos e Girafas – 3h 
 Importância para o encéfalo 
Evolução 
Por Quê Nós Dormimos? 
 Teorias de Adaptação – diminuir problemas, 
conservar energia 
 Reforço de isolamento 
 Baixo gasto para conservação de energia 
 Teorias de Restauração – repouso, preparação para 
nova vigíla 
 Nutrição (produção de substância) ou cicatrização (destruição 
de toxina)? 
 Não há aumento de reparação tecidual 
 Repouso x sono 
 Encéfalo (córtex cerebral) 
Por Quê Nós Dormimos? 
 Importância para o encéfalo (funções cognitivas e 
emocionais) 
 
 Nature. 2005 Oct 27;437(7063):1264-71. Clues to 
the functions of mammalian sleep. Siegel JM. 
Poucas certezas e um 
florescimento de hipóteses 
Por Quê Nós Dormimos? 
 Restauração – repouso, preparação para nova vigíla 
 Nutrição (produção de substância) ou cicatrização (destruição 
de toxina)? 
 Repouso x sono 
 Não há aumento de reparação tecidual 
 Encéfalo (córtex cerebral), repouso sono não-REM 
 Adaptação – diminuir problemas, conservar energia 
 Reforço de isolamento 
 Baixo gasto para conservação de energia 
Função dos sonhos e do sono REM 
 Sonhos têm significado? 
 
 Vistos como janela para mundo superior, fonte de informação, guia, 
poder e iluminação 
 
 Interpretação dos sonhos varia na sabedoria coletiva 
 
 Sigmund Freud – funções para os sonhos (Bear) 
 
 Realização de desejos disfarçados (Bear) 
 Via inconsciente para expressão de fantasias agressivas e sexuais (Bear) 
 
 Via privilegiada para o incinsciente: revelariam de forma disfarçada, os 
elementos mais profundos da vida interior do indivíduo (Jonathan Winson – 
Universidade de Rockfeller) 
 
Função dos sonhos e do sono REM 
 Sonhos são difíceis de estudar 
 Lembrança dos últimos sonhos 
 Esquecimento e distorção da experiência onírica 
 Sonhamosdurante 4 ou 5 períodos REM e, normalmente, só 
nos lembramos do último sonho antes de acordarmos. 
 Sono é um estado profundamente amnésico 
 Como estudar importância dos sonhos? 
 Estudar o sono REM ajuda compreender 
 No entanto, existe Sono REM sem sonhos 
 Existe sonho fora do sono REM (sono inicial e sono não-REM) 
Função dos sonhos e do sono REM 
 Podemos privar uma pessoa de sono REM. Como 
podemos fazer isto? 
 
 Rebote de REM - Após vários dias desse tratamento 
as pessoas tenderam a entrar no estado REM mais 
frequentemente que o normal, proporcional à 
privação 
 
 Sono REM é desejado-necessário 
 
 
Função dos sonhos e do sono REM 
 Teoria “ativação-síntese” (Allan Hobson e Robert 
McCarley, Harvard Universtity) – rejeição de 
interpretações psicológicas freudianas 
 
 
 Aspectos bizarros – associações e memórias do cortex cerebral, 
causadas por descargas aleatórias da ponte durante o sono REM 
 Ativação cortical da ponte via tálamo 
 Imagens e emoções, sintese das imagens discrepantes dando sentido 
 Hipótese que prevê/explica a extravagância dos sonhos e a sua 
correlação com o sono REM 
Função dos sonhos e do sono REM 
 Teoria “ativação-síntese” (Allan Hobson e Robert 
McCarley, Harvard Universtity) – rejeição de 
interpretações psicológicas freudianas 
 Evidencias incogruentes. Vc consegue pensar problemas nesta 
hipóstese? 
 Como acaso pode ativar histórias fluentes e complexas 
 Como acaso pode causar sonhos que se repetem sucessivamente 
noite após noite? (redes?) 
 Podemos sonhar sem ativação pontina 
 Sonho parece depender do Córtex, apsear da ponte parecer ser um 
gatilho sincronizador 
Função dos sonhos e do sono REM 
 Papel na memória 
 Como vc verificaria a importância do sono REM para 
a memória? 
 Privação de sono REM em humanos e ratos gera prejuízo na 
capacidade de aprendizado de diversas tarefas 
 Aumento do sono REM após intensa experiência de 
aprendizagem. 
 Melhora de desempenho em tarefa de discriminação visual 
após noite de sono 
 Pessoas privadas de sono REM não apresentaram tal melhora 
 Não existe evidência para aprendizado durante o sono (ex: 
audio) 
Função dos sonhos e do sono REM 
 Psicoterapia noturna? 
 Diminuição da reatividade da amigdala em resposta a estímulo previamente 
apresentado 
 
 Sonhos e insight (resolução de problemas) 
 
 Sonhos e Simulação de futuros possíveis (sobrevivência e 
procriação do indivíduo) 
 Comer 
 Acasalar 
 Fugir da predação 
 Refúgiso naturais 
 
 “Objetivo final do sono é aumentar a adaptação do organismo ao 
seu ambiente por otimizar processos cognitivos necessários para 
superar com sucesso desafios do dia a dia” 
Para encerrar... 
 Sonanbulismo – qual fase do sono? 
 Auge – 11 anos 
 Usualmente, primeiro estágio 4 do Não-REM 
 
 Terrores Noturnos 
 5 a 7 anos 
 Estágio 3 ou 4 do sono não-REM 
 
 Pesadelos 
 Sonhos 
 Sono REM