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Biomembranas 1 Quando nos referimos às Organelas Membranosas estamos nos referindo a todas as organelas que apresentam Membranas Biológicas em sua constituição. As organelas membranosas das Células Eucariontes são: • A Membrana Plasmática • As Mitocôndrias • A Carioteca • O Sistema de Endomembranas – Retículo Endoplasmático – Complexo de Golgi – Lisossomos, Peroxissomos e Endossomos Carioteca Principais funções da Membrana Plasmática -Delimitação do volume celular; -Trocas entre células e o meio (permeabilidade celular); -Antigenicidade ( induz a produção de anticorpos); -Reconhecimento, Adesão celular; -Servir como ponto de fixação para enzimas e estruturas de sustentação. Membrana Plasmática Só conseguimos observar a membrana plasmática através de Microscopia Eletrônica. Observe a foto como não há como identificar sua constituição Fotomicrografia eletrônica mostrando 2 membranas plasmáticas e o espaço entre as 2 células. Existe um modelo teórico, Mosaico Fluido (Singer e Nicholson), que tenta explicar a estrutura química das membranas Modelo do Mosaico Fluido O Modelo do Mosaico fluido diz que as membranas biológicas são formadas por uma bicamada de lipídios, na qual estão inseridas diversas proteínas. Por isso dizemos que a membrana é LIPOPROTEICA LIPO : diz respeito aos lipídios presentes nas membranas PROTEICA : diz respeito às proteínas presentes nas membranas A imagem a seguir mostra um esquema deste modelo. Bicamada de Lipídios Proteínas Modelo do Mosaico Fluido (Singer e Nicholson, 1972) -Mosaico: Proteínas embebidas na bicamada lipídica - Fluido: Proteínas e lipídios apresentam-se em movimento nas membranas Componentes principais da membrana plasmática de vários organismos Componentes (% de peso) Proteínas Fosfolipídeo Esterol Tipo de esterol Outros lipídeos Capa de mielina em humanos Fígado de camundongo Folha de milho Leveduras Paramécio E. coli Composição diferenciada também: 1. Entre células do mesmo organismo 2. Na mesma célula em organelas diferentes Membrana plasmática Composição: Lipídios polares: fosfolipídios, glicolipídios e esteróides Proteínas Carboidratos 9 A membrana é um fluido bidimensional Movimentos determinados pelo tipo de fosfolipídio e o tipo de Ligação: saturada (- fluida, + rígida) insaturada (+ fluida, - rígida) FUNÇÃO: PROTEÇÃO (raro) Mover para cima e para baixo) O estado físico (fase) da bicamada lipídica depende da temperatura Gel Líquido transição de fase Fatores que afetam a fluidez da membrana -temperatura -composição comprimento da cadeia de ácidos graxos saturação da cadeia -interações iônicas entre as cabeças polares 13 -Estrutura delgada com espessura de 60 a 100 Å (6-10 nm) -Consistem principalmente de lipídios e proteínas numa proporção que varia entre 1:4 a 4:1. Também contém carboidratos ligados a lipídios e proteínas - São impermeáveis a moléculas polares e carregadas, porém, apresentam solubilidade a compostos apolares. - São montadas de forma não covalente e são altamente dinâmicas e fluídas. - São assimétricas, uma face é sempre diferente da outra Características das biomembranas 15 Å 15 Å 60 Å Composição Química das Membranas • Componente lipídico (bicamada de lipídios) – fosfolipídios, glicolipídios e esteróides • Componente proteico - Proteínas Periféricas - Proteínas Integrais • Componente glicídico (carboidratos) – Porção de carboidratos dos glicolipídios e glicoproteínas, constituindo o glicocálice Composição Química das Membranas • 1. Componente lipídico (bicamada de lipídios) Os lipídios são moléculas que apresentam uma região denominada cabeça e outra região denominada cauda. A cabeça do lipídio é polar. A cauda do lipídio é apolar. Estruturas polares têm afinidade por estruturas também polares. Estruturas apolares têm afinidade por estruturas também apolares. Lipídios Cabeça: POLAR Cauda: APOLAR 17 Quando os lipídios são misturados com água, formam 3 agregados: Porção Polar (Hidrofílica) Porção Apolar (Hidrofóbica) Vesícula Quando uma bicamada se dobra, ela forma uma bicamada fechada formando uma vesícula (lipossoma) fechando a cavidade aquosa água água Bicamada lipídica Lipídios estruturais das membranas 1. Glicerofosfolipídios 2. Esfingolipídios 3. Esteróis 4. Outros 19 1. Glicerofosfolipídios 20 Os glicerofosfolipídios contêm apenas 2 ácidos graxos unidos a uma molécula de glicerol. O terceiro grupo hidroxila de glicerol se esterifica a ácido fosfórico em lugar de fazê-lo a ácido graxo. G li c e r o l Ác. graxos Ác. graxos Ác. graxos TAG Possuem: •Álcool = glicerol •2 ácidos graxos •Ácido fosfórico •Outro grupo = composto nitrogenado ou poliálcool Os Glicerofosfolipídios Ácido graxo Ácido graxo P Outro Grupo Glicerofosfolipídios 22 2. Esfingolipídios 23 - são derivados da esfingosina - NÃO contém GLICEROL (Grupo cabeça substituinte) A esfingomielina forma a bainha de mielina, que circunda os axônios nas células nervosas. Na Esclerose Múltipla a perda da bainha de mielina leva à lentidão ou à interrupção da transmissão nervosa Composição da Bainha de Mielina 3. Esteróis Colesterol - A estrutura química do colesterol é arranjada em quatro anéis fundidos A, B, C e D. A B C D 25 Membranas eucarióticas contem alta quantidade de colesterol, o qual a diminui a permeabilidade da bicamada A estrutura planar do anel rígido do esteróide inserido entre as cadeias laterais dos AG, reduz a liberdade de movimento da cadeia acil. São lipídios que não possuem ácidos graxos em sua estrutura; Destes, o principal exemplo é o Colesterol; O colesterol é um esteróide importante na estrutura das membranas biológicas; Esteróis atuam como precursores de produtos com funções biológicas específicas. Ex: Os hormônios esteróides (regulam expressão genes) e os ácidos e sais biliares (emulsificam gorduras); O excesso de colesterol no sangue é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças arteriais coronarianas, principalmente o infarto agudo do miocárdio. Nas células animais: A membrana plasmática é rica em colesterol. As membranas do complexo de Golgi: têm uma quantidade intermediária As membranas das outras organelas são relativamente pobres em colesterol. Nas mitocôndrias, a membrana externa é mais rica em colesterol que a membrana interna. membrana plasmática Complexo de Golgi mitocôndrias Composição Química das Membranas 2. Componente proteico - Proteínas Periféricas ou Extrínsecas • Interagem de forma fraca com a bicamada de lipídios, podendo ser facilmente extraídas das membranas. -Proteínas Integrais, Intrínsecas, ou Transmembrânicas • Interagem de forma bastante forte com a membrana, sendo de difícil extração; • Podem atravessar a bicamada mais de uma vez, chegando a formar canais de passagem através dela. Funções das Proteínas na Membrana -transportadores de substâncias que não conseguem atravessar a bicamada; -estruturas de ligação (elos) entre a célula e o meio extracelular (matriz), ou ainda entre a célula e estruturas do citoplasma (citoesqueleto);-receptores de substâncias do meio extracelular, desencadeando uma resposta intracelular (sinalização intracelular); -enzimas para diferentes reações químicas; - antígenos que identificam que uma célula pertence a determinado organismo. Proteínas de membrana (Estrutura de Ligação) Proteínas transmembrânicas ou integrais A: proteínas receptoras: cruzam 1 vez B: poro hidrofílico: cruzam várias vezes Na maioria das proteínas transmembrânicas (integrais), a cadeia polipeptídica atravessa a membrana na forma de α-hélice. a proteína atravessa a região hidrofóbica da bicamada devido a aminoácidos com cadeias laterais hidrofóbicas (1)E. coli proteína OmpA (8 folhas β), serve como receptor de um vírus. (2) Proteína OMPLA de E. coli (12 folhas β), é uma lipase. (3) A proteína porina da bactéria Rhodobacter capsulatus, que forma poros aquosos através da membrana externa (16 folhas β). (4) Proteína FepA de E. coli (22 folhas β), que transporta íons de ferro. Proteínas que atravessam a membrana na forma de barril- β (formam poros) Movimentação das proteínas na bicamada Propriedades das Proteínas de membrana Mobilidade Proteínas periféricas - ligadas à proteínas integrais - ligadas a própria bicamada lipídica Proteínas periféricas São solúveis em água e podem ser dissociadas por tratamentos brandos (sal ou ácido) Se ligam a proteínas integrais ou lipídios por interações não covalentes ( pontes de hidrogênio, interações eletrostáticas) 3. Componente glicídico (carboidratos) - Porção de carboidratos dos glicolipídios e glicoproteínas, constituem o glicocálice Nas membranas existem glicoproteínas e glicolipídios. Estes são formados respectivamente por proteínas e lipídios ligados a uma molécula de carboidrato. As glicoproteínas e glicolipídios estão distribuídos nas membranas conforme pode ser observado na imagem a seguir. Composição Química das Membranas Glicídios Glicídios } glicocálice A parte carboidrato dessas moléculas fica sempre voltada para o meio extracelular, constituindo uma camada de carboidratos denominada GLICOCÁLICE (Glicocálix) Glicocálice em microvilosidades de células de intestino de rato Importância do Glicocálice • Proteção e lubrificação da superfície celular • Reconhecimento célula-célula e adesão celular • Especificidade celular • Função enzimática • Especificidade dos grupos sanguíneos do sistema ABO Fusão de membranas Característica das Biomembranas: -fusão sem perda da integridade -eucariotos, sistema de endomembranas está constantemente se reorganizando. 44 FIM
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