Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UEPG Fitormônios: Auxina I Fitormônios Necessidades para planta crescer: luz do sol, CO2, água e íons minerais; Crescimento envolve mais que aumentar o volume, envolve também diferenciação celular, criando tecidos e órgãos; Muitos detalhes da regulação desses processos ainda não são conhecidos – mas está claro que o desenvolvimento normal depende de fatores internos e externos; Fatores externos como: luz, temperatura, comprimento do dia, força da gravidades; Fatores internos que regulam o crescimento e o desenvolvimento das plantas são os hormônios; Fitormônios Portanto, tanto a regulação e a coordenação do metabolismo, do crescimento e da morfogênese dependem de sinais químicos denominados hormônios; Fitormônios – Julius Von Saches Termo hormônio – vem do grego horman – significa “estimular”; Julius Von Sachs (1832 -1897): “Nos vegetais superiores – regulação do metabolismo, o crescimento e morfogênese – depende de sinais químicos de uma parte da planta para outra”; Sachs propôs – hormônios são mensageiros químicos – responsáveis pela formação e pelo crescimento de diferentes órgãos vegetais; Saches também sugeriu que fatores externos como a gravidade – poderiam afetar a distribuição dessas substâncias na planta; Muitos dos conceitos atuais sobre “comunicação intercelular” em plantas derivam de estudos semelhantes em animais; Mensageiros químicos – são mediadores na comunicação intercelular são denominados de hormônios – interagem com proteínas específicas – receptores; Fitormônios – Julius Von Saches Fitormônios – locais de produção diferente dos hormônios dos animais Fitormônios são sintetizados em diferentes locais do corpo vegetal – não em “glândulas ou tecidos específicos”; Alguns fitormônios são produzidos em determinados tecidos – são transportados – produzem resposta fisiológica em outros; Outros fitormônios agem dentro do mesmo tecido onde são produzidos; “Fitormônios são ativos em quantidades muito pequenas”; Exemplo: caule do abacaxi (Ananas comosus): há apenas 6 microgramas de ácido indolilacético (auxina) por quilograma de material vegetal; Peso do hormônio em relação ao caule do abacaxi: comparável ao peso de uma agulha em 20 toneladas de feno; Fitormônios – locais de produção diferente dos hormônios dos animais Fitormônios – tipos de efeitos dos fitormônios e formas conjugadas Alguns fitormônios como o ABA tem efeitos inibitórios; A resposta de um fitormônio não depende apenas da sua estrutura química – mas também como é “lido” pelo tecido alvo; “Um mesmo hormônio pode provocar respostas diferentes em tecidos ou fases diferentes do desenvolvimento num mesmo tecido” Fitormônios – tipos Cinco grupos: auxina, citocininas, etileno, ácido abscísico e giberelinas; Recentemente – que outros “sinais químicos” as plantas utilizam: brassinteróides, ácido salicílico, jasmonatos, poliaminas, sistemina e óxido nítrico (sinal em resposta de defesa); Fitormônios – Auxinas Auxinas – primeiro fitormônio descoberto; “Auxinas e citocininas – considerados os fitormônios vitais às plantas”; Até hoje nunca foram encontrados nenhum mutante que não possua um dos hormônios; “Mutações que eliminem totalmente a capacidade de produção de auxinas ou citocininas são letais” Auxinas – histórico da descoberta Auxinas – primeiro experimentos documentados realizados por Charles Darwin e seu filho Francis – publicado no livro “O poder do movimento nas plantas” em 1881; Darwin e seu filho – fizeram observações da curvatura (fototropismo) caulinar usando plântulas de alpiste (Phalaris canariensis) e aveia (Avena sativa); Conclusões de Darwin e seu filho: “Quando plântulas são expostas a uma luz lateral, alguma influência é transmitida da parte superior para a anterior, causando a curvatura dessa última” Curvatura – resultado do alongamento celular diferencial; Auxinas – histórico da descoberta Auxinas – experimentos fototrópicos realizados por Darwin no século XIX com coleóptilos de alpiste. Concluiu-se “quando as plântulas são expostas a uma luz lateral, alguma “influência” é transmitida da parte superior para a inferior, causando a curvatura dessa última”. Quando o ápice era cortado ou coberto, não havia curvatura. Auxinas – experimentos de Went Termo auxinas – do grego auxein – crescer ou aumentar – proposto por Frits Warmolt Went – 1926; Fritz Went demonstrou a presença de uma substância promotora de crescimento – causador da curvatura dos coleóptilos de gramíneas (aveia) em direção à luz Auxinas – experimentos de Went Coleóptilo de aveia Maior importância da pesquisa de Went: demonstrou de que a “influência transmissível” – assim chamada por Darwin – poderia difundir-se do tecido vegetal para um bloco de ágar (gelatina); Went trabalhou com plântulas de aveia; Went demonstrou a presença de uma substância promotora do crescimento, a qual era difusível em blocos de ágar e induzia a curvatura dos coleóptilos proporcionalmente à sua concentração. Esse bioensaio ficou conhecido como "teste de curvatura do coleóptilo de aveia". Experimentos de Went – 1926 – coleóptilos de aveia Abriram caminhos para isolar e identificar quimicamente as auxinas – que ocorreu em 1946 – extraído de grãos de milho imaturos; Resultados dos experimentos de Went Kenneth Vivian Thimann (1904 – 1997) botânico fisiologista inglês que isolou a auxina; “Pesquisas demonstram que auxina natural - ácido indolil-3-acético – AIA é a mais abundante nos vegetais” Auxina natural: ácido indolil-3-acético - AIA; Atualmente – termo auxina – empregado genericamente – descrever tanto substâncias de ocorrência natural quanto sintéticas; Auxinas – experimentos de Went Auxinas naturais Dependendo da espécie, idade da planta, estação do ano – outras auxinas naturais podem ser encontradas; Outas auxinas naturais: ácido-4-cloroindolil-3-acético (4-cloroAIA), ácido fenilacético e o ácido indolil-3-butírico (AIB); Auxinas naturais Auxinas sintéticas Auxinas sintéticas: ácido alfa-naftaleno acético (alfa-ANA), ácido 2,4,5 – triclorofenoxiacético (2,4,5-T), ácido 2-metoxi-3,6-diclorobenzóico (dicamba); ácido 4-amino-3,5,5-tricloropicolinico (picloram); Auxina sintéticas: sintetizadas em laboratórios – causam muitas das respostas fisiológicas comuns ao AIA; Estrutura química das auxinas sintéticas ou reguladores de crescimento; Auxinas sintéticas Auxinas sintéticas: ácido 2-metoxi-3,6-diclorobenzóico (dicamba), ácido 4-amino-3,5,5-tricloropicolinico (picloram) e o ácido 2,4 –diclorofenoxiacético (2,4D) tem sido usados em concentrações adequadas para o controle de ervas daninhas na agricultura - ; Auxina sintéticas: utilizadas para matar ervas daninhas Em baixas concentrações – induzem resposta de crescimento comparáveis ao AIA; Auxinas sintéticas 2,4 D 2,4 D - empregado no controle de ervas daninhas (dicotiledôneas de folhas largas) – nas plantações de gramíneas – herbicida seletivo; Utilização ampla desses herbicidas devido: alto grau de fitoxidade; custo relativamente baixo; propriedade seletiva; 2,4 D é um sal ou éster amina do ácido 2,4 diclorofenoxiacético; 2,4 D é primeiro herbicida seletivo para controle de plantas daninhas latifoliadas (folhas largas) anuais; Seletividade às ervas de folhas largas – devido em parte – ás maiores taxas de absorção dessas folhas quando comparadas às folhas estreitas das gramíneas; Auxinas sintéticas 2,4 D “2,4 D não é degradado nas plantas como são as auxinas naturais”; 2,4 D recomendado para pastagens, gramados e culturas de gramíneas como arroz, milho, trigo, cana-de-açúcar e outras; “2,4D no mercado brasileiro encontrado em diferentes formulações e marcas comerciais”; Cada formulação com suas características quanto a seletividade, volatilidade, toxidade e persistência no ambiente, etc; Auxinas sintéticas 2,4 D Metabolismo do AIA - biossíntese AIA Triptofano Evidências indicam que plantas podem produzir AIA diretamente a partir do triptofano; AIA sintetizado em praticamentetodos os tecidos vegetais – mas principalmente nos seus centros primários: meristema apical do caule; folhas jovens; frutos e sementes em desenvolvimento (ainda não esclarecida); Onde o AIA é sintetizado? Metabolismo do AIA - biossíntese Auxinas são os únicos fitormônios transportados polarmente – isto é – transporte unidirecionalmente do ápice para a base das plantas; Transporte polar das auxinas O movimento polar da auxina ocorre célula a célula, em vez de se valer dos plasmodesmos, ou seja, do simplasto celular. Não usa a via simplástica – via plasmodesmos; Transporte polar das auxinas Portanto o AIA passa de uma célula para outra, sem usar a via simplástica – via plasmodesmos; Outra via de transporte é o floema – de forma não polar; Com velocidades maiores que o transporte polar; Efeitos fisiológicos das auxinas - Divisão celular Maior parte da atividade de divisão celular nas plantas ocorre num pequeno grupo de células que formam os meristemas; Meristemas são tecidos presentes no embrião e são ativos durante a maior parte da vida da plantas nas regiões de crescimento (zona lisa de raiz, gema de caule); O ciclo celular é formado por interfase e divisão celular (mitose ou meiose); Interfase divide-se em G1 – S e G2; Efeitos fisiológicos das auxinas - Divisão celular Ciclo celular Efeitos fisiológicos das auxinas - Divisão celular A célula pode dividir-se (entrar no ciclo celular), permanecer em repouso (G0) ou diferenciar-se isso depende da presença e da capacidade de percepção de vários sinais; Sinais como: nutrientes, luz, temperatura e níveis hormonais, etc. Efeitos fisiológicos das auxinas - Divisão celular Vias de sinalização que acoplam a percepção do meio ambiente com o controle da divisão celular, permitindo que células em repouso (G0) progridam no ciclo para G1 ou pra G2 ; Efeitos fisiológicos das auxinas - Divisão celular Hormônios ligados a proliferação de células são auxinas e citocininas; Tecidos vegetais (folha, raiz ou caule) cultivados “in vitro” – na presença desses hormônios em concentrações adequadas – estimulam a formação de massas celulares denominadas de calos; Necessidade dos hormônios (auxina e citocinina) ligados a proliferação de células é conhecido há muito temo – mas como eles atuam? Existem enzimas que regulam a passam de G1 para S e de G2 para M – denominadas cinases dependentes de ciclina (CDKs); Efeitos fisiológicos das auxinas - Divisão celular Primeiros trabalhos com cultivo “in vitro” de células de tabaco – quando presente a auxina no meio de cultura – aumenta o nível de uma enzima cinase dependente de ciclina. Outro detalhe – adição de citocinina – necessária para ativação das cinases; Recentemente – verificou-se que na transição de G1 para S a aumenta o conteúdo da cinase dependente de ciclina específica do tipo CDK/a – CYC/D3 ; Formação e ativação dependem de auxina e citocinina; Efeitos fisiológicos das auxinas - Divisão celular Plantas possuem cinases do tipo CDKa e do tipo CDKb – que se acumulam na passagem de G2 para M – que também são ativadas por hormônios (citocinina); Passagem da fase de S para M – depende também de uma ciclina específica do tipo B (CYC/B); Todos esses complexos: CDKa/b-CYC/B (passagem de G2 para M) para serem ativados – necessitam da ação da citocinina; Conclusão: auxina e citocininas controlam o processo da divisão celular na formação e ativação das cinases; 37 Efeitos fisiológicos das auxinas - Divisão celular Efeitos fisiológicos das auxinas - Divisão celular Hormônios vegetais afetam essa progressão no ciclo celular em pontos específicos. A auxina, em conjunto com a citocinina, é responsável pela formação (auxina) e ativação (citocinina) do complexo ativo CDK/a – CYC/D3 no intervalo G1-S; Efeitos fisiológicos das auxinas - Divisão celular A citocinina é responsável pela ativação dos complexos CDKa/b-CYC/B no intervalo G2-M,; Efeitos fisiológicos das auxinas - Divisão celular O ácido abscísico (ABA) pode interromper a progressão no ciclo na transição de G1 para S, em decorrência do surgimento de um estresse inibindo o complexo CDK/a-CYC/D3. Efeitos fisiológicos das auxinas - Expansão/alongamento celular Crescimento em tamanho da célula vegetal não meristemática – caracterizado – aumento irreversível do volume; Esse aumento do volume pode ocorrer por expansão ou alongamento; Expansão: aumento do tamanho em duas ou três dimensões; Alongamento: expansão que ocorre exclusivamente em uma direção – exemplo – expansão em crescimento; 42 Efeitos fisiológicos das auxinas - Expansão/alongamento celular Segundo Kutschera (2000): células de caules e raízes crescem em tamanho quase inteiramente por alongamento – seus diâmetros aumentam menos de 5%; Antes da maturidade – células vegetais podem aumentar seus volumes de 10 a 100 vezes – podendo chegar a 10.000 vezes – como ocorre nos vasos do xilema; O aumento do volume é sempre acompanhado pela entrada de água – com pouco aumento na quantidade de citoplasma; 43 Efeitos fisiológicos das auxinas - Expansão/alongamento celular Fatores intrínsecos (internos) que influenciam a taxa de expansão/alongamento da parede celular: tipo de célula; idade da célula; presença de auxina; Fatores extrínsecos (ambientais) que influenciam a taxa de expansão/alongamento da parede celular: disponibilidade de água e de luz; temperatura; gravidade; 44 Efeitos fisiológicos das auxinas - Expansão/alongamento celular Controle da expansão celular é essencial para os processos morfogenéticos nos vegetais – a morfologia de um órgão é determinada pelo tamanho, forma e número de células; Produzindo como consequência órgãos com formas e dimensões características. A melhor explicação para o crescimento em tamanho é a hipótese do crescimento ácido; “Obviamente – para que as células cresçam em tamanho – parede celular rígida – deve ser afrouxada de alguma maneira”; 45 Efeitos fisiológicos das auxinas - Expansão/alongamento celular Hipótese do crescimento ácido – o afrouxamento da parede celular seria induzido pela sua acidificação; Como ocorre essa acidificação? Resultado da eliminação de prótons através da membrana plasmática; 46 Expansão/alongamento celular Hipótese do crescimento ácido Hipótese do crescimento ácido – 1970 – propõe que auxina acidifica a região da parede celular por estimular a célula a excretar prótons; Abaixamento do pH ativa uma ou mais enzimas (expansinas) que atuam em pH ácido – as quais provocam o afrouxamento da parede celular; Há evidências mostrando que auxina aumenta a saída forçada de prótons estimulando dois processos: 1º - Ativação de H+-ATPases preexistentes na membrana plasmática; 2º - A síntese de novas ATP-ases na membrana plasmática; 47 Expansão/alongamento celular Hipótese do crescimento ácido Modelo de acidificação da parede celular induzida por AIA, por meio da ativação de ATPases preexistentes na membrana plasmática (hipótese da ativação) e/ou pela síntese de novos ATPases que são incorporados à membrana (hipótese de síntese). Observe que a síntese envolve a formação da ATP-ase via ativação do DNA e a formação do RNA-mensageiro; Expansão/alongamento celular Hipótese do crescimento ácido Como ocorre esse crescimento? As enzimas expansinas – no pH ácido – atuam sobre as ligações do tipo pontes de hidrogênios existentes entre as microfibrilas de celulose e hemicelulose (polissacarídeos) da parede celular; Com o rompimento dessas ligações da hemicelulose – há o deslizamento das microfibrilas uma sobre as outras e também o distanciamento entre elas; Ao mesmo tempo que ocorre o afrouxamento da parede celular – há a absorção de água – aumentando o turgor da célula e a sua expansão; 49 Expansão/alongamento celular Hipótese do crescimento ácido A: esquema da parede celular mostrando a pressão de turgor dentro da célula; B: pontos de atuação de algumas enzimas que agem no processo de afrouxamento da parede durante o crescimento. A auxinaestá indiretamente envolvida com o rompimento das ligações da hemicelulose, permitindo que as microfibrilas de celulose deslizem umas sobre as outras, e também se distanciando, uma das outras. Promoção do crescimento de caules e de raízes (indução do alongamento celular) As respostas de raízes e da parte aérea às auxinas são similares, exceto que a concentração ótima de auxina é muito menor nas raízes. Cada órgão ou região tem uma concentração ótima diferente. A concentração ótima do crescimento das raízes é menor que a concentração ótima das gemas. A concentração ótima para o crescimento dos caules é muito maior que das raízes. 51 Fototropismo Fototropismo – mediado pela redistribuição lateral da auxina; Charles Darwin e seu filho Francis observaram que sítio de percepção e do crescimento diferencial (curvatura) estão separados; Percepção: a luz é percebida no ápice; 52 Auxinas – experimentos fototrópicos realizados por Darwin no século XIX com coleóptilos de alpiste. Concluiu-se “quando as plântulas são expostas a uma luz lateral, alguma “influência” é transmitida da parte superior para a inferior, causando a curvatura dessa última”. Quando o ápice era cortado ou coberto, não havia curvatura. Local de percepção Ápice cortado Ápice coberto Base coberta Experiência feita por Darwin (1880). Sem respostas fototrópica Crescimento diferencial Fototropismo Percepção: a luz é percebida no ápice; Crescimento diferencial: a curvatura ocorre abaixo desta região; “Os Dawins (pai e filho) propuseram que alguma “influência” – transportada do ápice para a região de crescimento – responsável pelo crescimento observado (fototropismo)”; 55 Fototropismo “Influência”: mais tarde identificada – ácido indol-3-acético ou AIA; Crescimento vertical de um broto – auxina transportada de modo polar da extremidade em crescimento para a zona de alargamento; Polaridade de transporte de auxina do ápice para a base – determinada pelo desenvolvimento e independe da gravidade (aula anterior); Na década de 1920 – fisiologistas Nicolas Cholodny da Rússia e o holandês Fritz Went – propuseram que a auxina também pode ser transportada lateralmente; 56 Fototropismo Segundo Went e Cholodny – extremidade dos coleóptilos de gramíneas possuem três funções especializadas: a produção da auxina; a percepção de um estímulo unilateral de luz; o transporte lateral de AIA em resposta ao estímulo fototrópico; Dessa forma – em resposta ao estímulo direcional da luz – AIA produzido no ápice – transportado lateralmente para o lado sombreado e não no sentido ápice para a base; 57 Fototropismo Duas flavoproteínas – fototropinas 1 e 2 – são os compostos fotorreceptores da rota de sinalização que induzem o movimento de auxina para o lado sombreado do coleóptilo; Fototropinas são proteínas – cuja atividade – estimulada pela luz azul; Hipótese atual do fototropismo: “A fototropina estimulada pela luz induz o movimento da auxina para o lado sombreado do coleóptilo. Uma vez alcançado o lado sombreado, a auxina é transportada em direção á zona de alongamento celular. A aceleração do crescimento no lado sombreado e a diminuição no lado iluminado (crescimento diferencial) originam a curvatura em direção à luz”. 58 Fototropismo do caule Fototropismo: crescimento em direção a uma fonte unidirecional de luz, devido ao aumento da concentração de AIA no lado não iluminado. Lado escuro tem maior concentração de AIA, o que provoca o crescimento. Fototropismo Observação do professor: o crescimento fototrópico também é influenciado pela acidificação – fenômeno coerente com a hipótese do crescimento ácido; O pH da região do apoplasto (espaço entre as células) do lado sombreado de caule com curvatura fototrópica é mais ácido que o lado iluminado; Coerente com a hipótese do crescimento ácido: a acidificação aumenta o alongamento celular. 60 Gravitropismo ou geotropismo A pergunta – como as células vegetais percebem a gravidade? Único modo como a gravidade pode ser percebida é pelo movimento de um corpo em queda ou em sedimentação; Sensores desse processo nos vegetais – amiloplastos grandes e densos – presentes em muitas células; Amiloplastos que funcionam como sensores – denominados de estatólitos – e as células especializadas (que contém essas organelas) em perceber o estímulo gravitacional – denominadas estatócitos; 61 Gravitropismo ou geotropismo Local de percepção da gravidade em raízes primárias: coifa; Amiloplastos grandes ou estatólitos – localizados em estatócitos no cilindro centra ou columela da coifa; “Remoção da coifa de raízes intactas anula o gravitropismo das raízes sem inibir o crescimento – comprovando que essa hipótese do crescimento ácido está correta”; 62 Gravitropismo Experimentos de microcirurgia demonstrando que a coifa participa na regulação do gravitropismo da raiz. Qual a ligação entre a percepção da gravidade pelos estatólitos e ação do AIA no crescimento? Primeiro ocorre a gravi-estimulação: estatólitos perceberem o estímulo da gravidade – mecanismos de transdução de sinais envolvendo mensageiros secundários – transferem essas informações para iniciar o crescimento Mensageiros secundários: experimentos demonstram que mudanças nos gradientes de cálcio e no pH fazem parte dessa sinalização; 64 Qual a ligação entre a percepção da gravidade pelos estatólitos e ação do AIA no crescimento? Experimentos demonstram que 10 minutos antes do crescimento geotrópico – há alteração do pH; “Após 2 minutos da gravi-estimulação – pH citoplasmático das células da columela (cilindro central) da coifa aumenta de 7,2 para 7,6 e o pH apoplástico diminuí de 5,5 para 4,5”; 65 Qual a ligação entre a percepção da gravidade pelos estatólitos e ação do AIA no crescimento? Acidificação do apoplasto e alcalinização do citossol – provoca liberação do AIA; “pH citoplasmático das células do cilindro central (columela) da coifa aumenta de 7,2 para 7,6 e o pH apoplástico diminuí de 5,5 para 4,5”; 66 Qual a ligação entre a percepção da gravidade pelos estatólitos e ação do AIA no crescimento? AIA sintetizado no caule – transportado pelo cilindro central até a raiz; Esse transporte é denominado de transporte polar basípeto. Variação do pH provoca liberação dessa auxina de forma igual em ambos os lados da coifa; AIA é transportado (acrópeto) em direção a zona de alongamento – onde regula o alongamento celular; O transporte da auxina da coifa (raiz), para o ápice da planta é denominado de acrópeto. 67 Gravitropismo Modelo proposto para a redistribuição da auxina durante o gravitropismo. A distribuição uniforme de auxina na raiz posicionada verticalmente resulta no crescimento em direção descendente. Transporte basípeto Transporte acrópeto Orientação horizontal Caule realiza fototropismo positivo e a raiz o geotropismo positivo. Colocando-se um vegetal contendo na ponta a raiz e outra o caule – reações desses órgãos é diferente. Cocando essa planta de forma horizontal, a raiz tende crescer em direção a gravidade e as partes aéreas em direção à luz (fototropismo). 69 Orientação horizontal Explicação para esse mecanismo envolve: redistribuição de auxina do lado superior para o inferior via fototropinas e sensibilidade dos órgãos quanto a auxina. No caule – concentração mais alta de AIA no lado inferior – estimula a expansão celular – resultando numa curvatura para cima; Na raiz – mais sensível à auxina (concentração para o seu crescimento é menor) – aumento da concentração no lado inferior inibe a expansão celular –– células no lado de cima expandem-se mais rapidamente que as do lado de baixo - resultando uma curvatura para baixo; 70 Orientação horizontal Explicação da orientação horizontal da raiz através da teoria dos estatólitos Planta deitada horizontalmente – estatólitos sedimentam-se na lateral da coifa – desencadeando o transporte do AIA para a metade inferior da coifa. Maior parte do AIA transportado para o córtex na metadeinferior da raiz; Sensibilidade da raiz é maior que o caule – alta concentração de auxina na parte inferior da raiz inibe o seu crescimento; Lado superior da raiz cresce mais e encurva-se para baixo; 72 Gravitropismo Observação: ainda é pouco compreendido como os estatocistos percebem precisamente a sedimentação dos estatólitos. De acordo com uma hipótese, o contato ou a pressão resultante da sedimentação do amiloplastos no retículo endoplasmático na metade inferior da célula desencadeia a resposta. Comprovação da orientação horizontal Influenciada pela distribuição e sensibilidade dos órgãos quanto á auxina . Experimento mostrando a ausência de orientação horizontal quando a planta é girada constantemente devido a distribuição uniforme do AIA. O que é uma gema axilar? Com o crescimento do ápice vegetativo e a formação de novos primórdios foliares – formam-se as gemas axilares; Efeitos fisiológicos das auxinas: quebra da dominância apical e crescimento da gema axilar Gemas axilares ou laterais: pequeno grupo de células que se isolam do meristema apical; Conforme a espécie: uma ou mais gemas – todas com potencial suficiente de se desenvolverem em novos ramos; 75 Remoção do ápice caulinar – induz crescimento da gema axilar; Efeitos fisiológicos das auxinas: quebra da dominância apical e crescimento da gema axilar Técnica conhecida como despontamento ou decapitação - comum entre agricultores para obtenção de plantas ramificadas em forma de touceira ou até em miniaturas – como o caso do bonsai; Eliminação das gemas apicais é chamada de poda e tem como consequência o aumento da copa do vegetal com formação de novos ramos laterais. 76 O que é dominância apical? Efeitos fisiológicos das auxinas: quebra da dominância apical e crescimento da gema axilar Dominância apical é o controle exercido pelo ápice vegetativo sobre o desenvolvimento das gemas laterais; 77 Dominância apical Estágios do desenvolvimento da dominância apical antes e depois da decapitação do ápice caulinar. Antes da remoção do ápice, têm-se os estágios de formação da gema lateral (A) e o de imposição da inibição (dominância apical) (B). Após a decapitação (quebra da dominância apical), têm-se o início do crescimento da gema axilar no segmento induzido (C) e o subsequente desenvolvimento de um novo ramo (D). “Quebra da dominância apical pode ser induzida – aplicação direta de citocinina sobre a gema lateral ou revertida pela aplicação de auxina na gema decapitada”; Efeitos fisiológicos das auxinas: quebra da dominância apical e crescimento da gema axilar Portanto – aplicação da citocinina elimina a dominância apical; Após perda da dominância apical – inicia o crescimento da gema lateral – que passa produzir sua própria auxina – produzindo seu alongamento; 79 Efeitos fisiológicos das auxinas: quebra da dominância apical e crescimento da gema axilar Mecanismo da dominância apical representa particularmente o processo fisiológico envolvido na imposição e quebra da dominância; Teoria mais aceita afirma que a concentração ideal de auxina para estimular o crescimento da gema axilar seria muito mais baixa que o teor necessário ao crescimento do ápice caulinar. O fluxo de auxina proveniente do ápice e segue para a região basal da planta poderia inibir o desenvolvimento da gema axilar por estar numa concentração acima do ideal. Remoção da fonte produtora desse hormônio (decapitação) reduz o fornecimento de AIA na região lateral – liberando-a da inibição; 80 Efeitos fisiológicos das auxinas: quebra da dominância apical e crescimento da gema axilar Outros hormônios – citocininas e ácido abscísico (ABA) podem também estar envolvidos com mecanismo da dominância apical – mas isso ainda não está esclarecido. 81 Com gema apical Gemas laterais não crescem Substituindo gema apical por lanolina pura. Dominância apical Sem gema apical Gemas laterais crescem: formação de ramos laterais. Gemas laterais crescem: formação de ramos laterais. Substituindo gema apical por lanolina + auxina. Inibição das gemas laterais – sem formação de ramos laterais. Efeitos fisiológicos das auxinas: desenvolvimento radicular Raízes laterais ou radicelas são iniciadas no periciclo (primeira camada do cilindro central); Auxina estimulam células do periciclo a se dividirem; Aplicação prática: formação de raízes adventícias (nascem do caule) em estacas; Tratamento de estacas com auxina – importância comercial – propagação de plantas lenhosas; Na horticultura – utilizado na propagação vegetativa de plantas por estaquia; 83 Efeitos fisiológicos das auxinas: desenvolvimento radicular Raízes adventícias em estacas de Paspalum vaginatum (gramínea); Formação de raízes adventícias Efeitos fisiológicos das auxinas: auxina promove o desenvolvimento de frutos Auxina também regula o desenvolvimento dos frutos; Fruto – exclusividade das angiospermas – provém das paredes do ovário; Polinização bem sucedida inicia o desenvolvimento do fruto; Após fertilização – crescimento do fruto depende da auxina produzida na semente (óvulo fecundado) em desenvolvimento; 86 Efeitos fisiológicos das auxinas: auxina promove o desenvolvimento de frutos Auxina do endosperma (órgão de reserva da semente) também contribui no crescimento do fruto; Embrião em desenvolvimento: fonte principal de auxina durante os estágios seguintes; Se durante o desenvolvimento do pseudofruto (parte comestível não corresponde às paredes ovário) do morangueiro todas as sementes forem removidas - receptáculo para de crescer totalmente; 87 Efeitos fisiológicos das auxinas: auxina promove o desenvolvimento de frutos Na verdade – no morango os pequenos frutículos denominados de aquênios que são removidos; Auxina aplicada ao receptáculo sem sementes – crescimento prossegue normalmente; Conclusão: desenvolvimento do fruto depende da auxina; 88 Efeitos fisiológicos das auxinas: auxina promove o desenvolvimento de frutos Receptáculo de morango (pseudofruto), cujo crescimento é regulado pela auxina produzida pelos aquênios (pequenos frutos secos) (A). Receptáculo cujos aquênios foram removidos não se desenvolve (B), porém, se for pulverizado com uma solução de AIA, readquire o crescimento e o tamanho normal (C). Efeitos fisiológicos das auxinas: partenocarpia Normalmente – se a flor não é polinizada e a fertilização não ocorre – fruto não se desenvolve; Em algumas plantas – a fecundação da oosfera – suficiente para o desenvolvimento normal do fruto; Plantas como melões e mamões – possuem muitas sementes – várias devem ser formadas para que as paredes do ovário amadureçam e formam o fruto; Formação de um fruto sem a fecundação é conhecido como partenocarpia (grego phartenos = donzela, virgem) – esses frutos não possuem sementes; 90 Efeitos fisiológicos das auxinas: partenocarpia Partenocarpia pode ser obtida através do controle genético - melancia produzida pela Embrapa de Pernambuco; Partenocarpia pode ser induzido artificialmente pela aplicação de reguladores de crescimento; Atualmente vários frutos podem ser obtidos por partenocarpia: tomates, berinjelas, uva, pêssego, nectarina e outros; Na maioria dos frutos partenocárpicos ainda existem óvulos imaturos; 91 Na flor da esquerda ocorreu processo reprodutivo normal com a polinização, formação do tubo polínico e consequente fecundação do óvulo e consequente formação de sementes. Na flor da direita ocorreu a aplicação de AIA no ovário da flor. Isso provocou a formação de fruto partenocárpico. As células da parede do ovário aumentaram, devido a água e reservas, formando o fruto sem sementes. Pois não ocorreu a fecundação dos óvulos vegetais. Efeitos fisiológicos das auxinas: partenocarpia Efeitos fisiológicos das auxinas: abscisão foliar Durante desenvolvimento normal – plantas perdem folhas, flores e frutos – processo denominado abscisão. Importância da abscisão: remoção de órgãos senescentes ou injuriados;liberar frutos quando amadurecidos; Abscisão ocorre – na maioria dos casos – numa camada de células denominadas de zona de abscisão; 93 Efeitos fisiológicos das auxinas: abscisão foliar Nas folhas a zona de abscisão esta localizada na base do pecíolo; Camada de abscisão pode ser formada por poucas ou até muitas camadas de células; Sob condições apropriadas do meio (outono – inverno) ou do desenvolvimento da planta (senil) – células da zona de abscisão começam a se expandir; 94 Efeitos fisiológicos das auxinas: abscisão foliar Inicia-se então a dissolução da lamela média - resultando no aparecimento de um plano de fratura e consequentemente – na queda do órgão; Estudos demonstram que o etileno e a auxina controlam o processo de abscisão; “Níveis endógenos de auxina são mais elevados em folhas jovens – decrescendo progressivamente nas maduras - até praticamente desaparecer nas folhas senescentes”; 95 Efeitos fisiológicos das auxinas: abscisão foliar “Aplicação de AIA em estágios iniciais de abscisão geralmente atrasa a queda da folha”; “Aplicação de AIA em estágios mais avançado do desenvolvimento – acelera processo – provavelmente pela indução da síntese do etileno”; Conclusão: etileno sinal primário que dirige esse processo (veremos mais tarde); Auxina: permite ou retarda a abscisão – reduzindo ou não a sensibilidade da zona de abscisão ao etileno; 96 A medida que folhas envelhecem diminuí o teor de auxina e aumenta a concentração de etileno. O etileno ativa enzimas específicas ( pectinase e celulase) que provocam a formação da camada de abscisão. Efeitos fisiológicos das auxinas: abscisão foliar Esquema representativo dos efeitos induzidos pela auxina e etileno presentes em folhas jovem (A) e senescente (B). Efeitos fisiológicos das auxinas: abscisão foliar Folhas jovens são menos responsivas (que contém resposta) ao etileno do que as mais velhas; além disso, a presença de teores elevados de auxina nas folhas jovens reduz a sensibilidade da zona de abscisão ao etileno. Abscisão é a queda das folhas, ocorre devido a diminuição do nível de auxina no limbo foliar e o aumento do teor de etileno. Abscisão foliar Abscisão foliar Abscisão é a queda das folhas, ocorre devido a diminuição do nível de auxina no limbo foliar; Auxina inibe a abscisão foliar; UEPG Fitormônios: Auxina I
Compartilhar