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peça pratica 7

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 2ª VARA DO TRABALHO DE GOIANIA ESTADO DE GOIÁS.
Processo nº 1146-63.2012.5.18.0002.
CLINICA DAS AMENDOEIRAS, pessoa jurídica do direito..., CNPJ nº ..., endereço completo com CEP, nos autos da Reclamação Trabalhista movida por JUSSARA PECLIS, por seu advogado (procuração anexa endereço completo/CEP), vem respeitosamente perante Vossa Excelência, apresentar CONTESTAÇÃO, pelos fatos e fundamentos a seguir:
1-DOS FATOS
A reclamante alega que foi contratada em 18/11/2000 e dispensada sem justa causa em 15/07/2013, mediante aviso prévio trabalhado e que a homologação contratual ocorreu em 10/09/2013, alega ainda que havia uma norma interna garantindo ao empregado com mais de 10 anos de serviço o direito a receber um relógio folheado a ouro do empregador.
A reclamante cumpria jornada de 2ª a 6ª das 15 h as 19 h se intervalo, e recebia participação nos lucros (PL) 1 vez a cada semestre, mas ela não era integrada para fim algum.
A reclamante postula o pagamento de multa do art. 477 da CLT alegando que o pagamento ocorreu fora do prazo, requer também a entrega do relógio folheado a ouro e horas extras pela ausência de pausa para alimentar.
2 – PREJUDICIAL DO MÉRITO
2.1 – Da Prescrição Quinquenal
A reclamante foi contratada em 18/11/2000 e ajuizou a reclamação trabalhista em 12/12/2014. Diante da omissão do reclamante e com o objetivo de se evitar pedidos excessivos, a CF em seu art. 7º, inciso XXXIX previu juntamente com o art. 11 da CLT a prescrição quinquenal, ou seja, a discussão processual está restrita aos cincos anos anteriores ao ajuizamento da ação.
Comungando com este entendimento a súmula 308 do TST dispõe:
"I- Respeitado o biênio subseqüente à cessação contratual, a prescrição da ação trabalhista concerne às pretensões imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do ajuizamento da reclamação e, não, as anteriores ao qüinqüênio da data da extinção do contrato.(ex-OJ SDI-1 204) (Res. TST 129/05, DJ 20.04.2005)"
Desta forma requer a extinção do processo com resolução do mérito. Caso V. Exa. Interprete não tratar-se de prescrição quinquenal e consequentemente extinção do processo com resolução do mérito, será abordado o exame do mérito.
3 – MÉRITO
3.1 – Da não obrigação de fazer materializada na entrega do relógio.
A obrigação de fazer é indevida porque houve alteração da norma interna do regulamento da empresa em fevereiro de 2000, antes da admissão da reclamante em 18/11/2000, desta forma não tem direito a postulado, conforme dispõe a súmula 51, I, do TST.
“NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 163 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. (ex-Súmula nº 51 - RA 41/1973, DJ 14.06.1973).”
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3.2 – Do não cabimento da multa do art. 477 da CLT
A reclamante não faz jus ao pagamento da multa do art. 477 da CLT, uma vez que sua demissão ocorreu em 15/07/2013 mediante aviso prévio trabalhado e que suas verbas rescisórias foram pagas em 14/08/2013, (conforme pagina 01), desta forma a empresa cumpriu sua obrigação dentro do prazo estabelecido em lei, muito embora sua homologação tenha ocorrido fora do prazo os tribunais superiores tem entendido que atraso na homologação não faz jus à multa do art. 477 da CLT, conforme decisão abaixo citada:
“TRT-PR-30-07-2010 HOMOLOGAÇÃO DO TRCT EM ATRASO. INDEVIDA A MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT. Na conformidade do art. 477 da CLT, a multa em discussão somente tem lugar quando do pagamento intempestivo das parcelas constantes do instrumento de rescisão do contrato de trabalho ou recibo de quitação, e não da homologação em atraso. Recurso do Reclamante a que se nega provimento.
(TRT-9 29192009594907 PR 2919-2009-594-9-0-7, Relator: UBIRAJARA CARLOS MENDES, 1A. TURMA, Data de Publicação: 30/07/2010).”
3.3 – Do não pagamento de Horas Extras.
A reclamante trabalhava de 2ª a 6ª das 15h às 19h, perfazendo 04 horas diárias, totalizando 20 horas semanais, desta forma preceitua o art. 71, § 1º da CLT, que quando a carga horaria não ultrapassar 4 horas diárias não obrigação da empresa em conceder intervalo para alimentação.
Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 hora e, salvo acordo escrito ou convenção coletiva em contrário, não poderá exceder de 2 horas.
§ 1º - Não excedendo de 6 horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 minutos quando a duração ultrapassar 4 horas.
Desta forma a reclamante não faz jus há horas extras uma vez que trabalhava 04 horas diárias, conforme ponto anexo ao processo pagina 02, e que em nenhum momento esta ultrapassou tal jornada de trabalho.
3.4 – Da integração da PL nas verbas salariais
A reclamante não tem direito a integração da PL nas verbas salarias, visto que está com forma constitucional exclui-se de qualquer caráter salarial pago a titulo de participação nos lucros ou resultados, conforme art. 3º da Lei 10.101/2000.
“Art. 3º - A participação de que trata o art. 2o não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade”.
Vejamos também jurisprudência sobre a sua não incidência
“A Participação nos Lucros e Resultados não sofre nenhuma incidência decorrente de encargo trabalhista quando objeto de negociação coletiva. Inteligência dos art. 2°, inciso II e 3°, ambos da Lei n° 10.101/2000 (TRT - 2ª Região - RO 20080378638 - Relator(A): Silvia Regina Pondé Galvão Devonald - Ano: 2007 - Turma: 3ª Data De Publicação: 23.05.2008)”.
Desta forma fica claro o não cabimento da integração da PL nas verbas salariais e encargos trabalhistas, como FGTS, INSS e IRRF.
4-Requerimentos
Seja julgado procedente a presente contestação,
Requer a improcedências da ação condenando a reclamante aos pagamentos das custas processuais e honorário advocatícios.
Alega provar os fatos por todos os meios de provas admitidos no direito.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Goiânia – GO, xx de dezembro de 2014.
Advogado
OAB

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