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Entrevista de Triagem 1 – Com que intuito as pessoas procuram por ajuda terapêutica? Os pacientes que trazem suas queixas, seus traumas e seus sofrimentos com o intuito de livrarem-se dos sintomas que os atormentam. Elas vão em busca, nesse primeiro momento, de um espaço no qual possam ser acolhidas, aceitas e respeitadas em sua dor psíquica. Necessitam do olhar e da escuta de outra pessoa que se disponha a auxiliá-las a compreender algo do que se passa com elas, ajudando-as a encontrar uma saída para sua situação atual. 2 – O que é “Campo de entrevista” e como ele se estrutura? É a interação (relação) estabelecida entre o entrevistador e o paciente. O campo de entrevista estrutura-se a partir da relação intersubjetiva entre entrevistador e entrevistado, determinando um processo dinâmico e criativo. “O campo é uma estrutura distinta da soma de seus componentes, como uma melodia é distinta da soma das notas musicais”. 3 – O que Bion (1995, p. 27) quis dizer ao afirmar que o terapeuta deve assumir uma “atitude sem memória e sem desejo”? Bion destaca a importância de o terapeuta assumir uma atitude “sem memória e sem desejo” em que a capacidade de tolerar o desconhecido se ligue à confiança em algo que vai desenvolver-se por meio do contato emocional com o paciente. Nessa oportunidade, o par poderá obter uma compreensão mais clara e profunda dos motivos que levaram o paciente a buscar ajuda. Não criar expectativas. Vazio de mim. Não há preconceitos estabelecidos. 4 – De acordo com Fraimberg (2001, p. 63) qual a importância da “escuta da escuta”? O entrevistador deve ocupar-se de também escutar como o paciente ouviu seus silêncios e as suas intervenções. Dessa forma, o entrevistador poderá ouvir o inaudível que é comunicado por meio da transferência e da contratransferência, constituindo-se em instrumento indispensável na descoberta do psiquismo do paciente. Escutar além daquilo que o paciente está dizendo, compreender as entrelinhas, observar o silêncio. 5 – Mencione as características da Entrevista de Triagem. A entrevista de triagem se constitui em um importante espaço de acolhida e de escuta para a pessoa que se encontra em sofrimento psíquico. A tarefa de procurar um significado para as perturbações trazidas pelo paciente e de ajuda-lo a descobrir recursos que o aliviem valioso cunho terapêutico. Não se refere a uma única entrevista podendo demandar um período mais longo. As entrevistas de triagem são entrevistas clínicas semi-estruturadas. 6 – As entrevistas de triagem compreendeu uma interação face a face, entre duas pessoas, em um tempo delimitado, com objetivos e com papeis diferenciados. Caracterize esses papéis. O entrevistador tem a função de conduzir o processo de triagem, dirigindo os diversos momentos das entrevistas em seus objetivos primordiais de diagnostico e de indicação terapêutica. O mesmo deve garantir um ambiente de sigilo, confortável e livre de interrupções a fim de que o entrevistado sinta-se à vontade para falar sobre seus problemas. O paciente deve ser convidado a ter uma participação ativa e cooperativa, informando e comunicando a respeito de suas dificuldades, sentimentos e conflitos. 7 – Quais são os objetivos da entrevista de triagem? As entrevistas de triagem, realizadas dentro do enfoque psicodinâmico, objetivam primordialmente elaborar uma historia clinica, definir hipóteses de diagnostico descritivo, de diagnostico psicodinâmico, de prognostico e de indicação terapêutica. 8 – Qual é a diferença entre hipótese psicodinâmica e prognóstico? Visa entender o quanto e como o paciente este doente, como adoeceu e como a sua doença o serve. Na elaboração dessa hipótese dinâmica breve, o entrevistador procura explicar os conflitos subjacentes ao problema atual do paciente. O prognóstico é a previsibilidade e explicabilidade relativa ao quadro atual que motivou a busca do atendimento. Hipóteses levantadas durante a entrevista. É importante analisar as diversas condições diagnósticas do paciente para se considerar um prognóstico como favorável ou desfavorável. 9 – As entrevistas de triagem desencadeiam um processo cuja evolução pode ser observada por meio de fases que apresentam características peculiares. De acordo com Sullivan (1983) são 4 as fases que acompanham as entrevistas. Identifique-as. As entrevistas de triagem desencadeia um processo cuja evolução pode ser observada por meio de fases. A fase inicial é aquela em que o entrevistador analisa e discute com o paciente as razões que o levaram a procurar atendimento. 1 - É necessário estabelecer um bom Rapport explicando os objetivos do encontro, a principal função do entrevistador é o estabelecimento da relação e do contrato de trabalho. O primeiro contato com o entrevistador desempenha um papel fundamental no tipo de vivencia que o paciente terá e do seguimento de seu encaminhamento. É tarefa do entrevistador é estar atento para as ansiedades mobilizadas pelo inicio e defesas que acompanham o paciente nesse primeiro momento. O entrevistador considerando as particularidades de cada entrevistado precisará encontrar o tipo de intervenção que facilite o enfrentamento do paciente destas ansiedades e assim prosseguir com a entrevista. 2 - A fase intermediária caracteriza-se por um período de maior aprofundamento da problemática do paciente. Essa fase visa à investigação detalhada daquilo que constituiu as zonas de conflito da pessoa, encontrando elos entre as situações atuais de conflitos de desajuste com outras experiências que envolvem a historia de vida passada do entrevistador. (Por quês, Como...). Deve-se discutir novamente o verdadeiro motivo da busca pela ajuda, de forma precisa e cuidadosa. 3 - A fase final remete a uma retomada do processo de avaliação com o intuito de se chegar a um fechamento e a uma devolução. A entrevista de devolução deve ser realizada após o estudo da situação do paciente. A devolução, além dos aspectos diagnósticos, precisa contemplar uma hipótese prognostica capaz de tranquilizar o paciente à medida que lhe é mostrado que existem recursos terapêuticos capazes de resolver seus sofrimentos ou pelo menos ameniza-los. Na etapa final é dada a oportunidade de a pessoa expressar seus sentimentos e pensamentos em relação à experiência vivida por meio das entrevistas de triagem. Quando se acha necessário um encaminhamento, o entrevistador deve conhecer os alcances e limites dos tratamentos psicoterápicos existentes disponíveis e acessíveis as reais condições do paciente.
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