Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Centro Universitário Uninovafapi Curso: Biomedicina Período: 4° Disciplina: Parasitologia Clínica Professora: Amanda Aluna: Maria Theresa Araújo Neves Neta ATLAS DE PARASITOLOGIA CLÍNICA Teresina 11/2016 Sumário 1. Importância da Parasitologia Clínica e estudo dos enteroparasitos e enteroparasitoses 2. Enteroparasitoses causadas por parasitos 3. Protozoários: Giardia duodenalis, Entamoeba hystolitica/dispar 4. Nematoda: Ascaris lumbricoides, Ancilostomídeos spp, Strongyloides stercoralis, Enterobius vermiculares, Truchuris trichiura 5. Cestoda: Taenia spp, Hymenolepis (H. nana e H. diminuta) 6. Trematoda: Schistosoma mansoni e Fasciola hepática 7. Técnicas de concentração para execução do exame parasitológico 8. Formas parasitárias eliminadas nas fezes IMPORTÂNCIA DA PARASITOLOGIA CLÍNICA A parasitologia é a ciência que estuda os parasitos, as parasitoses humanas e os métodos para diagnóstico e controle das mesma, o que é de grande importância para que se possam ser desenvolvidas através dos profissionais da saúde medidas de prevenção, reabilitem pacientes e promovam a saúde individualmente ou coletivamente. Desastres naturais, baixas condição de higiene, falta de saneamento básico e crescimento desordenados das cidades são fatores que estão associados a doenças parasitarias. Com a globalização o mundo se tornou se tornou menor, devido a rápida movimentação de pessoas e imigrantes de áreas endêmicas, também por esse motivo a parasitologia clínica recebeu uma importância renovada, uma vez que as doenças parasitárias são frequentes na população mundial. O grau de intensidade de uma doença parasitária depende do número de formas infectantes presentes, da idade e do estado nutricional do hospedeiro, do grau de resposta imune ou inflamatória desencadeada, dos órgão atingidos no hospedeiro, da virulência da cepa, dentre outros. O estudo da parasitologia clinica é de suma importância, uma vez que, mesmo os países desenvolvidos estão sujeitos à doenças parasitárias apesar das boas condições sanitárias. As enteroparasitoses são responsáveis pelos altos índices de morbidade e representam um problema de saúde pública mundial, as mesmas possuem elevada prevalência no Brasil, pois estão relacionadas às condições higiênico- sanitárias, no Brasil essas enteroparasitoses atingem principalmente crianças em idade escolar, as mesmas apresentam imunidade em desenvolvimento e hábitos de higiene precários. As enteroparasitoses no Brasil atingem cada vez mais pessoas de nível socioeconômico mais baixo, isso decorre da falta de engenharia sanitária, más condições de habitação e educação, benefícios podem ser atribuídos para minimizar esses danos causados a população através do estudo da parasitologia clínica e do desenvolvimento de medidas eficazes de prevenção. ENTEROPARASITOSES CAUSADAS POR PARASITOS 1.PROTOZOÁRIOS 1.1 GIARDÍASE A Giardíase é uma infecção diarréica amplamente distribuída pelo mundo, sendo prevalente em países em desenvolvimento, inclusive o Brasil, é causada por um protozoário Giardia duodenlis, que é um protozoário flagelado, as infecções sintomáticas apresentam quadro de diarreia crônica seguido se cólicas abdominais, sensação de distenção, esteatorréia, consequentemente perda de peso e desidratação, má absorção de gordura e vitaminas lipossolúveis, sendo algumas infecções assintomáticas. Agente Etiológico O agente etiológico é um protozoário flagelado em forma de pera, Giardia duodenalis, inicialmente chamado de Cercomonas intestinalis por Lambl em 1859 e renomeado Giadia lamblia por Stiles. Em 1915, em memória do professor A, Giard, de Paris e Dr. F. Lambl, de Praga. Classificação Taxonômica Domínio: Eukaria Reino: Protista Subreino: Protozoa Filo: Sarcomastigophora Subfilo: Mastigophora Classe: Zoomastigophora Ordem: Diplomonadida Família: Hexamitidae Gênero: Giardia Espécies: G. lamblia, G. muris e G.agilis Nome binominal: Giardia lamblia Sinônimos: G. lamblia, G. intestinalis, G. duodenalis e Giardia duodenalis Ciclo Biológico Formas Evolutivas Cisto Mede de 8 a 14 μm de comprimento por 7 a 10 μm de largura, apresentando-se em formato ovoide, possui quatro núcleos e uma membrana externa espessa que o torna resistente ao meio ambiente (produtos químicos, variações de temperatura e umidade). Trofozoíto Mede de 10 a 20 μm de comprimento por 5 a 15 μm de largura, apresenta simetria bilateral, dois núcleos duas faces: ventral e dorsal, na face ventral possui uma estrutura denominada disco suctorial responsável pela aderência do parasito à mucosa intestinal, possui estruturas paralelas em forma de vírgula que serve para a distinção das espécies, chamadas de corpos medianos, possui ainda oito flagelos sendo, dois caudais, dois ventrais, dois posteriores, dois laterais, possui ainda axostilo. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Pesquisa de cistos através do método de Faust e colaboradores. 1.2 AMEBÍASE A amebíase é uma infecção intestinal causada causada por um parasita Entamoeba hystolitica/dispar , esta parasitose atinge 10% da população mundial, no Brasil a prevalência dos casos varia de região para região, a amebíase é a segunda causa de morte por parasitoses em todo o mundo, em casos mais graves causa diarreia sanguinolenta, é comum em países em desenvolvimento onde não há engenharia sanitária, más condições de higiene e má alimentação, o que permite que o indivíduo esteja exposto a contaminação fecal. Existe também alguns fatores de risco para essa infecção, como por exemplo, alcoolismo, câncer, desnutrição, idade infantil ou avançada, gravidez, uso de corticoide para inibir o sistema imunitário, manter relações sexuais desprotegidas, os sintomas da doença costumam aparecer de 7 a 10 dias após a exposição ao parasita. Os sintomas vão de leves a sintomas graves, as manifestações leves da doença se caracterizam por fadiga, perda de peso, presença de sangue ocasional com muco nas fezes, gases em excesso, cólicas, dor retal principalmente durante a evacuação, os sintomas graves se resumem em, febre, vômitos, presença de sangue em fezes líquidas, evacuação anormal de dez a vinte vezes por dia e sensibilidade abdominal, portanto é necessário assistência médica em caso de diarreia persistente. Agente Etiológico O agente etiológico da amebíase é o protozoário Entamoeba hystolitica/díspar, este protozoário é atribuído de flagelos ou cílios, que auxiliam no seu deslocamento assim como os pseudópodos que possui em sua estrutura. Classificação Taxonômica Domínio: Eukaryota Filo: Rhizopoda Classe: Entamoebidea Ordem: Amoebida Família: Entamoebidae Gênero: Entamoeba Espécie: E. hystolitica Nome binominal: Entamoeba hystolitica/díspar Ciclo Biológico Formas Evolutivas Trofozoíto Apresenta em seu ciclo um trofozoíto medindo de 20 a 40 micrômetros, constituído de um núcleo, pleomórfico, e emite pseudópodes, tem seu citoplasma diferenciado em ectoplasma, que é claro e hialino, e endoplasma, que é granuloso e tem vacúolose restos de substâncias alimentares. Fonte:Google Pré-cisto O pré-cisto é apenas uma fase intermediária entre cisto e trofozoito, o mesmo apresenta forma oval, núcleo igual ao do trofozoito, em seu citoplasma apresenta corpos cromatóides em formato de bastonetes. Cistos São esféricos podendo se apresentar em formato oval, mede de 8 a 20 micrômetros de diâmetro, possui um cariossoma, ainda que pequeno, no citoplasma possui vacúolos de glicogênio, possui entre 1 e 4 corpos cromatóiodes em formato de bastonetes. Fonte: Google Metacisto O metacisto emerge do cisto no intestino delgado, onde sofre divisões e da origem ao trofozoito, é uma forma multinucleada. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Para fezes diarreicas: Exame a fresco Para fezes formadas: Método de Hoffman 2. NEMATODA 2.1 ASCARIDÍASE Ascaridíase é uma verminose causada por um parasita, Ascaris lumbricoides, é a verminose intestinal mais difundida no mundo, popularmente conhecida como lombriga, as infecções causadas por Ascaris lumbricoides são geralmente assintomáticas, e pode desencadear sintomas de acordo com a carga parasitária, podendo surgir inicialmente falta de ar e febre, seguindo de inchaço abdominal, dor abdominal e diarreia, perda de apetite, ruído ao respirar, as crianças são as mais atingidas, o que pode provocar nas mesmas desnutrição e problemas de aprendizagem, a melhor maneira de combater a doença além do tratamento medicamentoso é a profilaxia, a mesma é realizada através de cuidados com higiene pessoal, tratamento adequado da água, higiene dos alimentos, saneamento básico e tratamento dos doentes. Cerca de 0,8 e a 1,2 milhões de pessoas em todo mundo tem ascaridíase, as populações mais afetadas estão na África subsaariana, América Latina e Ásia. Agente Etiológico O agente etiológico da ascaridíase é o Ascaris lumbricoides, uma espécie de nematódeo da família Ascarididae, o agente etiológico se desenvolvem no intestino do hospedeiro, onde macho e fêmea se reproduzem. Classificação Taxonômica: Reino: Animalia Filo: Nematoda Classe: Secernentea Ordem: Ascaridida Família: Ascarididae Género: Ascaris Espécie: A. lumbricoides Nome binomial: Ascaris lumbricoides Ciclo Biológico Formas Evolutivas Verme adulto macho O verme adulto macho mede entre 15 e 30 cm de comprimento, corpo cilíndrico, possui um só testículo tubular, possui cor amarelo rosado, possui vestíbulo bucal com três lábios, esôfago musculoso, intestino retilíneo, o macho apresenta um enrolamento ventral na cauda, que é uma característica sexual externa que possui ainda grossas espículas de quitina que funcionam como anexos contráteis durante a cópula. Verme adulto fêmea O verme adulto fêmea mede entre 25 e 40 cm de comprimento, e entre 3 a 6 milímetro de diâmetro, apresenta dois ovários filamentosos, úteros calibrosos, vagina que abre na face ventral na linha mediana, e vulva, o aparelho genital apresenta em torno de 2 milhões de ovos e cada fêmea põe em média entre 220 a 240 mil ovos por dia, a fêmea é pseudocelomada. Ovo fértil Possui formato oval ou quase esférico de casca espessa e célula ovo no interior, formada por três camadas apresentando 60µm de comprimento, a camada mais externa chama-se membrana mamilonada. Ovo infértil O ovo infértil apresenta um formato mais alongado medindo entre 80 e 90µm de comprimento, sua casca é mais delgada com uma camada albuminosa reduzida, irregular ou ausente. O interior do ovo infértil é cheio de grânulos refringentes, de aspecto grosseiro. Fonte: Google DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Exame macroscópico de fezes: pesquisa de proglotes e de vermes adultos. Exame microscópico de fezes: Método de Hoffman 2.2 ANCILOSTOMÍASE É popularmente conhecida como amarelão, ocorre principalmente em climas tropicais e subtropicais, o agente etiológico, Ancilostomídeos spp, parasita o intestino do indivíduo, causando portanto diarreia moderada e dor abdominal, Os vermes parasitas causadores da doença são Ancylostoma duodenale e Necator americanos, pessoas saudáveis e com alimentação rica em ferro podem não perceber os sintomas da doença. No local onde as larvas penetram é possível sentir a sensação de uma picada, consequentemente a pele se torna e vermelha e ocorre o inchaço, que pode causar reação alérgica com coceira por dias, os sintomas mais comuns são, perda de apetite, febre, náuseas, cólica, diarreia ou constipação, nos casos mais graves observa-se anemia ferropriva causada por desnutrição, daí o nome amarelão em referência a palidez decorrente do quadro anêmico, déficit físico e mental permanente e dor de barriga alérgica persistente. Agente Etiológico São responsáveis por infectar o homem o Ancylostoma duodenale que é encontrado na zonado Mediterrâneo, Índia, China e Japão, o Necator americanos encontrado nas zonas tropicais da África, Ásia e América, e Ancylostoma braziliense encontrado na América do Sul e conhecido como bicho-geografico, o Ancylostoma tubaeforme que infectam além do homem, felinos, o Ancylostoma caninum infecta canídeos e humanos e o Stenocephala uncinaria infecta tanto cães quanto gatos. Classificação Taxonômica Filo Nematoda; Família: Ancylostomidae Espécies: Ancylostoma duodenale e Necator Americanus Ciclo Biológico Formas Evolutivas Verme adulto: Ancylostoma duodenale Possui um par de dentes cortantes, corpo cilíndrico medindo entre 0,8 a 1,3 cm de comprimento, possui dimorfismo sexual, o macho possui uma bolsa copuladora e a fêmea possui vulva. Verme adulto: Necator americanus Possui corpo cilíndrico, aspecto avermelhado, capsula bucal com duas placas cortantes, medindo entre 0,8 e 1,3 mm, o macho mede entre 5 e 9 mm e a fêmea entre 9 e 11 mm, ambos possuem uma bolsa copuladora. Ovos Possuem uma casca transparente e fina, são liberados no ambiente e tornam- se larvados, apresentam de 4 a 8 blastômeros. DIAGNOSTICO LABORATORIAL Kato Katz 2.3 ESTRONGILOIDÍASE A Estrongiloidíase ou Estrongiloidose é uma doença causada pelo parasita Strongyloides stercoralis e possui maior prevalência em regiões quentes (com temperatura entre 25 a 30º C) e com bastante umidade. Os nematódeos são encontrados em solo arenoso e podem viver indefinidamente no solo como formas livres. A forma parasita deste verme possui corpo cilíndrico, filiforme, esbranquiçada, com as extremidades afiladas. Na porção anterior encontramos a boca com três pequenos lábios. Possui esôfago estreito e cilíndrico (filarióide), e mede de 2 a 3 mm de comprimento. Agente Etiológico Strongyloides stercoralis Nomenclatura e Taxonomia: Reino – Animalia Filo – Nematoda Classe – Secernentea Ordem – Rhabditida Família – Strongyloididae Espécie – Strongyloides stercoralis Ciclo Biológico Ciclo (Monoxênico) • DIRETO – Fêmeas realizam a ovipostura e, ainda no intestino ocorre a eclosão, com liberação de larvas rabditóides; – Larvas rabditóides podem se desenvolver de duas maneiras: » Transformarem-seem machos e fêmeas de vida livre no solo (CICLO INDIRETO); » Transformarem-se em larvas filarióides (infectantes) no hospedeiro ou no solo; – As larvas filarióides desenvolvem ciclo pulmonar e as fêmeas adultas completam o desenvolvimento mergulhadas na mucosa de jejuno ou íleo; – A ovipostura ocorre por partenogênese. – Ciclo (Monoxênico) • INDIRETO – Fêmeas realizam a ovipostura e, ainda no intestino ocorre a eclosão, com liberação de larvas rabditóides; – Larvas rabditóides são eliminadas pelas fezes e transformam-se em machos e fêmeas de vida livre (solo); – Da ovipostura, originam-se larvas rabditóides que, após alguns dias, passam a filarióides; – As larvas filarióides continuam seu desenvolvimento somente após penetração cutânea e ciclo pulmonar; – O desenvolvimento completa-se na mucosa do intestino delgado. Formas Evolutivas Larva Filarióide O esôfago(es), que é do tipo filarióide, dá origem ao nome das larvas. Este é longo, correspondendo à metade do comprimento da larva. Cutícula fina e hialina. Medem de 0,35mm a 0,50mm de comprimento por 0,01mm a 0,03mm de largura. Apresentam vestíbulo bucal(vb) curto e intestino terminado em ânus, um pouco distante da extremidade posterior. A porção anterior é ligeiramente afilada e a posterior afina-se gradualmente, terminando em duas pontas, conhecida como cauda entalhada(ca), que a diferencia das larvas filarióides de ancilostomídeos, que é pontiaguda. Essa é a forma infectante do parasito, capaz, portanto, de penetrar pela pele ou pelas mucosas; alem de serem vistos no meio ambiente, também podem evoluir no interior do hospedeiro, ocasionando os casos de auto-infecção interna. Larva Rabditóide: O esôfago(es), que é do tipo rabditóide, dá origem ao nomes das larvas. As originárias das fêmeas parasitas são praticamente indistinguíveis das originadas das fêmeas de vida livre. Apresentam cutícula fina e hialina. Medem 0,02 a 0,03mm de comprimento por 0,015mm de largura. Apresentam vestíbulo bucal(vb) curto, cuja profundidade é igual ao diâmetro da larva, características que a diferenciam das larvas rabditóides de ancilostomídeos, em que o vestíbulo bucal é alongado e sua profundidade é igual ao diâmetro do corpo (10µm). O intestino termina em ânus afastado da extremidade posterior. Apresentam primórdio genital(pg) nítido formando um conjunto de células localizadas um pouco abaixo do meio do corpo. Esse caráter também auxilia na diferenciação das larvas de ancilostomídeos, que apresentam somente vestígio da de primórdio genital. Terminam em cauda pontiaguda. Visualizada a fresco, as larvas se mostram muito ágeis com movimentos ondulatórios. Nas formas disseminadas são encontradas na bile, no escarro, na urina, nos líquidos duodenal, pleural e cefalorraquidiano. Ovos São elípticos, de parede final e transparente, praticamente idênticos aos do ancilostomíeos. Originários da fêmea parasitam medem 0,05mm de comprimento por 0,03mm de largura e os da fêmea de vida livre são maiores, medindo 0,07mm de comprimento por 0,04 de largura. . Fêmea de Vida Livre Possui aspecto fusiforme, com extremidade anterior arredondada e posterior afiada. Mede de 0,8 a 1,2mm de comprimento po 0,05 a 0,07 de largura. Apresenta cutícula fina e transparente, com finas estriações. Aparelho digestivo simples, com boca(bo) contendo três lábios; esôfago(es), que é curto, tem aspecto rabditóide, pois apresenta três porções, sendo uma anterior, cilíndrica e alongada (corpo), uma intermediaria estreitada (istmo) e uma posterior globulosa (bulbo); o anel nervoso contorna a parte estreitada um pouco adiante do bulbo; o intestino é simples e de difícil observação, devido à presença dos órgão genitais; terminando no ânus. Aparelho genital anfidelfo, contendo ovários, ovidutos, vulva(vu) situada próxima ao meio do corpo e útero(ut) divergente, contendo até 28 ovos em diferentes graus de evolução. Apresenta receptáculo seminal. Macho de vida Livre Possui aspecto fusiforme, com extremidade anterior arredondada e posterior recurvada ventral mente. Mede 0,7mm de comprimento por 0,04mm de largura. Boca(bo) com três lábios, esôfago(es) tipo rabditóide seguido de intestino(in) terminando em cloaca(cl). Aparelho genital contendo testículos, vesícula seminal, canal deferente e canal ejaculador, que se abre na cloaca. Apresenta dois pequenos espículos, auxiliares na cópula, que se deslocam sustentados por uma estrutura quitinizada denominada gubernáculo. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Método de Baerman-Moraes 2.4 ENTEROBÍASE A Enterobiose, Enterobíase, Oxiurose ou ainda Oxiuríase tem como agente etiológico o Enterobius vermiculares, a doença possui maior prevalência nas regiões temperadas, apesar de sua distribuição ser mundial, os sintomas mais comuns da doença são, diarreia com muco, cólicas abdominais, náuseas, vômitos, prurido anal intenso principalmente nos horários da noite, esse é o sintoma marcante da doença, além de inflamação da região anal, podendo causar vaginite em pacientes do sexo feminino, atinge mais crianças na idade escolar, é de extrema importância profilática, a lavagem das mãos, manter o corpo asseado, uso de roupas limpas, de corpo e de cama, o tratamento medicamentoso apresenta índices de cura satisfatórios, para tanto os métodos de profilaxia ainda são a melhor maneira de prevenir a doença. Agente Etiológico O causador da Enterobíase é o nematódeo Oxyurus vermicularis ou Enterobius vermicularis. Classificação Taxonômica Reino: Animalia Filo: Nematoda Classe: Secernentea Subclasse: Spiruria Ordem: Oxyurida Família: Oxyuridae Género: Enterobius Ciclo Biológico Formas Evolutivas Verme adulto macho Este possui asas encefálicas, mede entre 2 e 5 mm, diferentemente da fêmea possui a parte posterior enrolada terminando em ponta romba. Verme adulto fêmea As fêmeas se apresentam maiores que os machos, medindo entre 8 e 12 mm, possui a região posterior do corpo retilínea ou ligeiramente encurvada. Ovo O ovo é assimétrico, medindo de 50 x 60 mm de comprimento e de 25 x 30 mm de largura, é convexo, possui casca dupla transparente, o que permite observar em seu interior o embrião formado. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL MÉTODO DE GRAHAM (FITA ADESIVA) 2.5 . TRICURÍASE A tricuríase é uma parasitose muito comum em países subdesenvolvidos, onde as condições de saneamento básico são precárias. O Trichuris trichiura é um parasito que não se adapta bem a locais áridos ou muito frios, por isso, as regiões tropicais, onde o clima é úmido e quente, são as que apresentam maior número de casos desta verminose. Em todo mundo, estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas estejam infectadas com esse parasito, a maioria delas sem apresentar qualquer tipo de sintoma. Devido ao fato do Trichuris trichiura viver em ambientes com características semelhantes aos do parasito Ascaris lumbricoides, é muito comum a co-infecção por ambos nematódeos. O Trichuris trichiura é um verme morfologicamente parecido com o Ascaris lumbricoides, porém, ele é bem menor, medindo, em média, cerca de 4 cm contra os habituais 30 cm do áscaris. Agente Etiológico O agente etiológico da Tricuríase é o Trichuris trichiura Classificação Taxonômica Reino – Animalia Filo – Nematoda Classe – Adenophorea Subclasse – EnopliaOrdem – Trichurida Família – Trichuridae Gênero: Trichuris Ciclo Biológico Formas Evolutivas Verme Adulto Os vermes adultos apresentam uma forma típica semelhante a um chicote, devido ao afilamento da região esofagiana, que compreende cerca de 2/3 do comprimento total do corpo e do alargamento posterior, na região do intestino e órgãos genitais, que corresponde a 1/3 do comprimento total do corpo. No final do intestino encontra-se o ânus. A forma adulta possui um nítido dimorfismo sexual: tem o macho e a fêmea. Eles possuem: abertura bucal desprovida de lábios, localizado na extremidade anterior do parasito; Esôfago delgado com musculatura pouco desenvolvida e na porção posterior é circundado por células glandulares (ESTICÓCITOS). Os vermes adultos medem cerca de 3 a 5 cm de comprimento, sendo o macho menor que a fêmea. Ovo Comprimento:50 – 55 µm / Largura: 22 µm, ocupam o cólon distal reto e poção distal do íleo. É considerado um parasita tissular: pois toda a região esofagiana do parasito penetra na camada epitelial da mucosa intestinal do hospedeiro, a porção posterior fica exposta na luz intestina. Alimentam-se de enterócitos e sangue (segundos alguns autores) DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Método de Kato Katz 3.0 CESTODA 3.1TENÍASE A Teníase é uma parasitose causada pela forma adulta das tênias: Taenia solium(do porco) e Taenia saginata (do boi) que parasitam o intestino delgado do homem, seu parasita hospedeiro, originando sintomas como enjoo, náuseas, diarreia, dor abdominal,dor de cabeça, falta ou aumento do apetite, irritação, cansaço, insônia, a transmissão se dá pela ingestão de carne crua ou mal cozida de boi ou de porco contaminada com o parasita. A teníase geralmente não provoca sintomas, no entanto na presença destes sintomas, o indivíduo deve consultar o médico para fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento. Agente Etiológico O agente etiológico é a Taenia sollium e Taenia saginata. Reino: Animalia Filo: Platelmintos Classe: Cestodas Subclasse: Eucestoda Ordem: Cyclophyllidea Família: Taeniidae Género: Taenia Espécies: Taenia solium e Taenia saginata Ciclo Biológico Formas Evolutivas Proglote de Taenia solium A proglote gravídica de Taenia solium é quadrangular e apresenta 12 ramificações uterinas, dentríticas. Proglote de Taenia saginata É retangular, possui útero com ramificações dicotômicas, e carrega cerca de 160 mil ovos. Cisticerco de Taenia solium O cisticerco pode medir entre 1 e 4 metros, possui escólex com 4 ventosas rosto armado com dupla hélice de acúleos, ramificações uterinas pouco numerosas proglotes são eliminados de forma passiva Cisticerco de taenia saginata Pode medir entre 4 e 10 metros, possui escólex com 4 ventosas, ramificações uterinas numerosas, seus proglotes são eliminados de forma ativa DIAGNOSTICO Método de tamização e Graham 3.2 HIMENOLEPÍASE Himenolepíase é uma verminose causada pelo Hymenolepis nana, que é um parasita cosmopolita, mais frequente em regiões de clima quente. A densidade populacional e o hábito de viver em ambientes fechados são dois fatores muito importantes na determinação da incidência dessa verminose. A resistência de até 10 dias dos ovos do parasita em meio externo, os maus hábitos higiênicos, a ingestão acidental de alimentos e bebidas contaminados são formas bastante comuns de se contrair a himenolepíase. Agente Etiológico Hymenolepis nana Classificação Taxonomica Reino – Animalia Filo – Platyhelminthes Classe – Cestoda Ordem – Cyclophyllidea Família – Hymenolepididae Gênero – Hymenolepis Espécie – Hymenolepis Nana e Hymenolepis Diminuta Ciclo Biológico A) Heteroxênico (Não cria imunidade): Inseto ingere ovo → inseto contaminado → forma larva no inseto → homem ingere inseto → não entra nas vilosidades Hiperinfecção: Quando paciente ingere o HI contaminado não há estimulação do sistema imune (não entra nas vilosidades); sem resposta imunológica ao parasita acarretará a hiperinfecção B) Monoxênico ou Direto (Cria imunidade): Ovo ingerido → vilosidades intestinais → forma larva cisticercóide com proglotes e escólex → verme adulto C) CICLO HETEROXÊNICO : Parasito de ratos, acidentalmente o homem Formas Evolutivas Verme Adulto (H. nana): O corpo dos vermes adultos estão divididos em três partes: Cabeça ou escólex: Apresenta 4 ventosas e um rosto-retrátil armado de ganchos Colo: Longo e sem segmentação Estróbilo: Constituído de cerca de 100 a 200 proglotes bastante estreitos. Cada um destes possui genitália masculina e feminina. Os anéis grávidos apresentam-se repletos de ovos e quando se desprendem do estróbilo se rompem liberando os ovos. Ovos (H. nana) Os ovos de Hymenolepis nana possuem forma elíptica. A casca é formada por duas membranas separadas por largo espaço claro, são finas e transparentes deixando ver em seu interior o embrião hexacanto ou oncosfera com seus seis ganchos. Possuem ainda duas pequenas saliências polares chamadas mamelões, das quais partem filamentos. Larva Cisticercóide (H. nana) As larvas são pequenas, formadas por um escólex invaginado e envolvido por uma membrana. Contém pequena quantidade de líquido. Ovo (H. diminuta) São maiores que H. nana e sem filamentos polares. DIAGNOSTTICO LABORATORIAL Método de Kato Katz 4.0 TREMATODA 4.1 Esquistossomose A infecção ocorre quando a pele entra em contato com a água doce contaminada com o parasita do tipo Schistosoma mansoni, segundo a Organização Mundial de Saúde, a esquistossomose afeta quase 240 milhões de pessoas no mundo, e mais de 700 milhões de pessoas vivem em áreas endêmicas. A infecção é prevalente em áreas tropicais e subtropicais, em comunidades carentes sem acesso a água potável e saneamento adequado. Vários milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de patologia grave em consequência da esquistossomose. A esquistossomose é prevalente em áreas tropicais e subtropicais, especialmente em comunidades carentes sem acesso a água potável e saneamento adequado. Estima-se que pelo menos 90% das pessoas com necessidade de tratamento para a esquistossomose vive na África. A doença afeta principalmente comunidades pobres e rurais, o hábito de fazer tarefas domésticas em águas infestadas também aumenta o risco. Higiene inadequada e contato com a água infectada tornam as crianças especialmente vulneráveis à esta infecção. Agente Etiológico O Schistosoma mansoni é uma espécie de helminto, da família Schistosomatidae. Das cinco espécies que parasitam o homem, apenas esta é encontrada na América. Classificação Taxonômica Classificação científica Reino: Animalia Filo: Platyhelminthes Classe: Trematoda Subclasse: Digenea Ordem: Strigeiformes Família: Schistosomatidae Género: Schistosoma Ciclo Biológico Formas morfológicas Ovo O ovo é caracterizado ela presença de um espinho lateral, se apresenta e forma elipsoíde irregular com duas membranas envoltórias, mede 115 mm de comprimento e 65 mm de largura. Miracídeo Mede aproximadamente o tamanho do ovo, possuem cilias responsáveis por sua motilidade, possui duas glândulas adesivas, e uma glândula adesiva e uma glândula de penetração na região anteriordo corpo. Cercária São delgadas, medem aproximadamente entre 2 e 4 mm, possuem termotropismo positivo, penetração ativa pela pele, são subdivididas em cabeça, corpo e cauda, sendo a cauda bifurcada, esta é a forma infectante, possui ainda duas ventosas. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Método de Kato Katz 4.2 FASCIOLA HEPÁTICA A Fasciola hepatica é um parasito dos canais e vesículas biliares de ovinos, bovinos, caprinos, suínos, vários mamíferos silvestres e pode parasitar o humano. Este helminto é conhecido popularmente como “baratinha do fígado”. É de ampla distribuição mundial, principalmente nas áreas úmidas, alagadiças ou sujeitas a inundações periódicas. A Fasciola hepática teve sua primeira incidência no Brasil em 1918 em bovinos e ovinos, no estado do Rio Grande do Sul. Em humanos, o primeiro relato foi no estado do Mato Grosso em 1958. Agente Etiológico Classificação Taxonomica Reino – Animalia Filo – Platyhelminthes Classe – Trematoda Subclasse – Digenea Ordem – Echinostomida Família – Fasciolidae Gênero – Fasciola Espécie – F. hepática Ciclo Biológico O parasita, no homem, vive em geral nas vias biliares, alvéolos pulmonares e demais localizações, sendo que apresenta um ciclo evolutivo do tipo heteroxênico (mais de um hospedeiro de espécie diferente para completar seu ciclo de vida), seguindo a seguinte ordem: 1. Os ovos são lançados à bile e eliminados pelas fezes 2. Após, originam miracídeos em condições favoráveis (principalmente temperatura e iluminação) e estes são atraidos até o caramujo 3. Cada miracídeo forma um esporocisto, que por sua vez origina em torno de 8 rédias 4. As rédeas podem originar novas cercárias ou se multiplicarem novamente 5. As cercárias formadas nadam até o solo ou superficie da água e perdem a cauda, encistando-se logo em seguida (metacercária) 6. A metacercária infecta o hospedeiro quando este bebe água contaminada ou come alimentos contaminados 7. Desencista no Intestino Delgado, perfura sua parede e migra pelo parênquima hepático 8. A metacercária chega aos ductos biliares após dois meses 9. No fígado, a metacercária completa a maturação. Formas Evolutivas Ovo Mede 150 mm de comprimento e 90 mm de largura,apresenta forma elipsóide, presença de opérculo, miracídio não desenvolvido. Verme Adulto Mede cerca de 3 cm de comprimento e 1,3 de largura, forma cônica, possuem cone anterior, ventosa oral e ventral. Possui útero adjacente a ventosa ventral e testículos ocupando a região central do parasito. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Elisa TÉCNICAS DE CONCENTRAÇÃO PARA EXECUÇÃO DO EXAME PARASITOLÓGICO Introdução: O exame parasitológico de fezes (EFP) tem como objetivo diagnosticar os parasitos intestinais, por meio da pesquisa das diferentes formas parasitárias que são eliminadas nas fezes. Método de Kato Katz: Fundamento – Técnica qualitativa e semi-quantitativa, para pesquisas de ovos de Schistosoma mansoni, Ascaris lumbricoides, Necator americanus, Schistosoma mansoni, Trichuris trichura, Taenia sp, Enterobios vermiculares e Strongyloides stercoralis. Não é possível visualizar cistos de protozoários. OBS: Não é possível realização do teste em fezes diarreicas. Materiais: • Lamina/ lamínula de celofane • Folha absorvente dobrada • Placa perfurada • Tela • Bastão de vidro • Placa de petri • Solução diafanizadora (azul de metileno ou verde malaquita) • Pinça Método: 1- Preparou-se a solução diafanizadora 2- Cortou-se papel celofane em tamanho de lamínula e mergulhou-se na solução diafanizadora por 24 horas 3- Colocou-se uma amostra de fezes sobre o papel absorvente 4- Comprimiu-se as fezes em tela, para passagem de ovos de helmintos e detritos menores do que os ovos 5- Transferiu-se as fezes peneiradas para a placa perfurada 6- Em seguida encheu-se e retirou-se a placa sobre a lamina 7- Com o auxílio de uma pinça, pegou-se o papel celofane e cobriu-se as fezes, inverteu-se a lamina no papel e pressionou-se 8- Aguardou-se duas horas e examinou-se ao microscópio contando todos os ovos presentes na preparação 9- O número contado x 23= Quantidade de ovos por grama de fezes Método de Faust (centrífugo-flutuação) Fundamento: Pesquisa de ovos leves Objetivo: Realização do Método de Faust, em uma amostra de fezes, com objetivo de familiarização com ele, aplicando os procedimentos referentes ao método, com o intuito de preparar uma amostra para posterior observação microscópica de uma pequena alíquota retirada desta. Materiais: ▪ Luvas descartáveis ▪ 2 gramas de fezes frescas ▪ Béquer ▪ Palheta de madeira ▪ Água ▪ Tubo de ensaio ▪ Funil ▪ Filtro de gaze ▪ Centrífuga ▪ Pipeta pasteur ▪ Sulfato de Zinco 33% com densidade 1,18 g/mL ▪ Alça de platina ▪ Lâmina ▪ Lâmínula ▪ Microscópio óptico ▪ Lugol Método: Utilizando o jaleco, óculos de proteção e luvas descartáveis pegou-se cerca de 2 gramas de fezes frescas e colocou-se em um béquer com o auxilio de uma palheta de madeira, homogeneizou-se com cerca de 10 mL de água da bica e após a ausência ou quantidade desprezível de resíduos sólidos verteu-se a solução para um tubo de ensaio específico para centrifugar, utilizando um funil forrado com uma gaze para filtrar a solução. Centrifugou-se por 2 minutos a 2500 rpm descartou-se o sobrenadante, essa etapa foi repetida até ser observada pouca coloração no sobrenadante. Desprezou-se então o sobrenadante e adicionou-se 5mL de uma solução de sulfato de zinco, com o auxílio de uma pipeta Pasteur, e centrifugou-se novamente por 2 minutos a 2500 rpm. Com o auxílio de uma alça de platina, retirou-se três pequenas alíquotas da superfície do material e colocou-se na lâmina seguido de uma gota de lugol, cobriu-se então a região com a lamínula e observou-se em um microscópio. Conclusão: Muito embora não tenha sido possível a observação de parasitas na amostra, o objetivo da prática pode ser concluído, pois ele se foca no aprendizado do método pela qual a amostra foi preparada, de maneira à evitar possíveis erros. Pode-se afirmar com maior certeza de que a ausência de parasitas na análise microscópica não foi um erro de manipulação por conta dos resultados semelhantes de outros grupos em laboratório. Método de Willis (Flutuação) Fundamento: Concentração e flutuação de cistos de protozoários e ovos leves de helmintos em solução saturada de cloreto de sódio ou açúcar. Objetivo: Realização e familiarização com o método parasitológico de flutuação em solução saturada de cloreto de sódio, ou método de Willis, para a obtenção de uma amostra com possíveis ovos de ancilostomídeos, aproveitando-se de seu tigmotropismo. Esta amostra poderá ser usada para observação no microscópio, embora não seja o objetivo da prática. Materiais: - Amostra biológica; - Água destilada; - Borrel; - Bastão de vidro; - Gaze cirúrgica dobrada em quatro partes; - Tubo de hemólise (120 x 12); - Solução saturada de Cloreto de sódio (1,2g/mL); - Lâminas para citologia e lamínulas 24x32mm; - Microscópio Óptico. Método: Transferiu-se do béquer de 25mL um pouco de solução de cloreto de sódio saturada, para um pote âmbar, até que alcançasse aproximadamente 0,5cm da base. Em seguida, com o auxílio de uma palheta de madeira, homogeneizou-secerca de 2 gramas de fezes formadas nesta solução. Quando foi obtida a solução homogênea, completou-se o volume do pote com mais solução de cloreto de sódio até bem próximo a sua abertura. Posicionou-se uma lâmina de microscópio sobre o pote, com o devido espaço para poder completá-lo, o que foi feito com uma pipeta pasteur, até que a solução encostasse inteiramente na face inferior da lâmina, sem a formação de bolhas. Deslizou-se com cuidado esta lâmina para tampar completamente o pote, e esperou-se por volta de 10 min, embora o protocolo padrão indique que o tempo ideal varia de 30 à 45 minutos. Após o tempo indicado retirou-se a lâmina, invertendo rapidamente a face antes encostada na solução para cima, para que não haja perda do pequeno volume de líquido sobre a lâmina por conta dos efeitos da tensão superficial. Adicionou-se uma gota de lugol a lâmina, e cobriu-se com a lamínula. Em seguida pode-se realizar uma análise microscópica da lâmina, porém este procedimento não foi realizado nesta prática. Conclusão: Se considerar-se o objetivo apenas o aprendizado da técnica e sua reprodução em laboratório podemos afirmar que ele foi alcançado, todavia se considerar-se a eficácia do ensaio, ela é questionável, uma vez que houve uma adaptação do tempo para fixação dos ovos na lâmina, o que pode torná-la ineficaz. Independente disto pôde-se discutir a respeito das etapas do método, ressaltando as possíveis interferências na observação de ancilostomídeos, que são o enfoque da prática. Método de Hoffman (sedimentação espontânea) Fundamento: Teste qualitativo para a detecção de ovos e larvas de helmintos. Objetivo: Detectar ovos pesados. Materiais: • Béquer, espátula de madeira, gaze, peneira, taça de sedimentação, pipeta Pasteur, lâmina, lamínula, lugol, microscópio, fezes frescas. Método: Dissolveu-se 2 a 5 g de fezes no béquer com um pouco de água. Coou-se a suspensão em gaze, em uma taça de sedimentação, com auxilio de uma pipeta de Pasteur, coletou-se do fundo cônico da taça um poço do sedimento. Passou-se o material para uma lâmina de vidro, adicionou-se 1 ou 2 gotas de lugol, cobriu-se com lamínula e realizou-se leitura em microscópio ótico. Conclusão: Obteve-se como resultado a visualização de cistos. Método de Baermann Moraes Fundamento: Baseia-se no hidro e termotropismo das larvas e na tendência destas de sedimentar, espontaneamente, quando se encontram na água. Objetivo: Realização e familiarização com o método cropológico de Baermann-Moraes, para a obtenção de uma amostra com possíveis larvas vivas de Strongyloides stercoralis, por conta de suas características de termohidrotropismo positivo. Esta amostra poderá ser usada para observação na lupa, embora não seja o objetivo da prática. Materiais: ▪ Fezes formadas ▪ Palheta de madeira ▪ Filtro de gaze ▪ Béquer de 100mL ▪ Água ▪ Suporte de madeira ▪ Funil ▪ Peneira ▪ Mangueira de látex ▪ Pinça de Mohr ▪ Vidro de Relógio ▪ Banho-Maria Método: O sistema para a realização do método montou-se, acoplando a mangueira de látex no funil, que colocou-se sobre o suporte de madeira. Utilizou-se uma pinça de mohr para fechar a mangueira, não permitindo que houvesse perda de água durante o método. Para confirmar se não havia vazamento colocou-se um pouco de água da bica no funil, esta água foi posteriormente descartada. Simultaneamente, aqueceu-se mais água no banho-maria à 42°C, e com o auxílio de um béquer de 100mL transferiu-se para o funil, enchendo-o parcialmente para que o nível de água não atingisse o fundo da peneira que foi colocada posteriormente no sistema. Em um filtro de gaze, com uma palheta de madeira, espalhou-se um pouco de fezes formadas, com cuidado para que fragmentos não ultrapassassem o filtro. Em seguida, este filtro foi fixado em uma peneira, e o funil preparado foi completado com água até que ela encostasse no fundo da peneira, sem que as fezes fiquem submersas. Após aproximadamente 15 minutos uma alíquota de água coletou-se em um vidro de relógio, embora o procedimento padrão indique que o tempo desejável para este método esteja entre 1h e 1:30h. Conclusão: Devido à falta de tempo, não foi possível fazer a análise da amostra, porém o objetivo descrito no relatório pôde ser alcançado, tendo em vista que os técnicos tiveram a possibilidade de se familiarizar com o método, de forma a poderem reproduzi-lo em possíveis futuras análises, e pôde-se compreender e discutir a respeito das etapas e eficiência do método realizado. Método Direto Fundamento: O método direto é específico para a pesquisa de trofozoítos nas fezes (forma adulta dos protozoários). Obs: É imprescindível para amostra de urgência e é importante realizar mais de uma lâmina por paciente. Objetivo: Observar as formas trofozoíticas vivas dos protozoários. Método: Aplicou-se diretamente na lâmina de vidro pequena quantidade de fezes frescas fazendo misturar com algumas gotas de solução salina fisiológica, homogeneizou-se suavemente. Cobriu-se com lamínula e observou-se imediatamente ao microscópio. OBS: método de baixa sensibilidade. FORMAS PARASITÁRIAS ELIMINADAS NAS FEZES Entamoeba Histolytica /DISPAR (ovo) Entamoeba Hidtolytica/ DISPAR (Trofozoíto) Giardia duodenalis/ Trofozoíto Giardia duodenalis (cistos) Ascaris lumbricoides (ovo) Trichuris Trichiura (ovo) Taenia sp. (ovo) Enterobius vermiculares (ovo) Ancilostomideos (ovo) Schistossoma mansoni (ovo) Fasciola hepática (ovo) Hymenolepis nana (ovo) Hymenolepis diminuta (ovo)
Compartilhar