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Recursos em espécie

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RECURSOS EM ESPÉCIE 
1. RECURSO ORDINÁRIO 
a) Hipóteses de Cabimento 
Cabe recurso ordinário no Processo do Trabalho em duas hipóteses: 
a) das decisões definitivas e terminativas das Varas do Trabalho (art. 895, I, CLT) e
b) das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais do Trabalho em ações de sua competência originária (art. 895, II, CLT) cabe RO para o TST.
Art. 895, CLT. Cabe recurso ordinário para a instância superior: 
I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e 
II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. 
 Será terminativa quando o processo for extinto sem resolução do mérito. Ex: arquivamento do processo por ausência do Rte; em rito sumaríssimo, quando o autor não atribuir valor a causa; etc.
 Será definitiva quando houver decisão de mérito.
São exemplos de ações de competência originária do TRT a ação rescisória, o mandado de segurança e os dissídios coletivos, os quais passamos a analisar: 
a.1) ação rescisória: 
A competência para o julgamento da ação rescisória está definida em lei, da seguinte maneira:
OBS: cada tribunal tem competência para desconstituir suas próprias decisões.
Importante: Efeito substitutivo das decisões [art. 512 CPC] – após a decisão do TRT não mais existe sentença em relação a matéria decidida. Da mesma forma, após decisão do TST não mais existe acórdão do TRT em relação a matéria decidida.
Art. 512. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a sentença ou a decisão recorrida no que tiver sido objeto de recurso.
Atente-se: cada pedido deve ser visto como uma reclamação diferente.
A Súmula 158 do TST estabelece que das decisões dos TRT’s em ação rescisória cabe RO para o TST. 
Súmula nº 158 do TST
AÇÃO RESCISÓRIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho, em ação rescisória, é cabível recurso ordinário para o Tribunal Superior do Trabalho, em face da organização judiciária trabalhista (ex-Prejulgado nº 35).
A tabela abaixo deixa claro o juízo perante o qual deve a ação rescisória ser proposta e para que tribunal deve ser endereçado o recurso ordinário quando cabível: 
	Decisão a ser rescindida
	Juiz
	TRT
	TST
	sentença
	----------------------
	Ação rescisória
	RO
	Acórdão TRT
	----------------------
	Ação rescisória
	RO
	Acórdão TST
	----------------------
	----------------------
	Ação rescisória – NÃO CABE RO
QUESTÃO: Da decisão do tribunal em ação rescisória cabe RO para o TST correto! (quando a prova não especificar o tribunal, está se referindo ao TST).
a.2) Mandado de segurança: 
O mandado de segurança é ação cuja competência depende da autoridade coatora e está estabelecida em lei da seguinte maneira:
O MS impetrado contra ato de juiz do trabalho, bem como o MS impetrado contra o ato de membro do TRT são casos de ações de competência originária do TRT de cujos acórdãos cabe Recurso Ordinário para o TST (súmula 201, TST) 
Súmula 201, TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, correspondendo igual dilação para o recorrido e interessados apresentarem razões de contrariedade. 
	Autoridade coatora
	Juiz
	TRT
	TST
	AFT
	MS
	RO
	
	Juiz
	--------------------
	MS
	RO
	TRT
	-------------------
	MS
	RO
a.3) Dissídios coletivos
Ação de competência originária é do TRT e TST, levando-se em contra a área de extensão do conflito coletivo e do TRT.
Se proposta diretamente no TRT, caberá RO para o TST.
b) Trâmite do RO no Procedimento Sumaríssimo: 
O recurso ordinário no procedimento sumaríssimo apresenta as seguintes particularidades:
 
 o recurso ordinário deve ser imediatamente distribuído, devendo o relator liberá-lo no máximo em 10 dias para que seja colocado em pauta para julgamento, sem revisor. 
 o parecer do representante do MPT será oral na sessão de julgamento, se entender necessário. 
 no procedimento sumaríssimo o acórdão consistirá unicamente na certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo, da parte dispositiva e das razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos seus próprios fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância servirá de acórdão. 
Art. 895, § 1º, CLT. Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso ordinário: I – vetado 
II - será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor; 
III - terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão; 
IV - terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão. 
§ 2º. Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo. 
	Procedimento ordinário
	Procedimento Sumaríssimo
	Relator e revisor
	Só relator
	Parecer do MPT escrito nas causas que o MP achar conveniente, sendo desnecessária a presença do procurador.
	Parecer do MPT Oral se necessário, estando o procurador presente na sessão de julgamento.
	O relator não tem prazo para liberar o recurso
	O relator tem prazo de 10 dias para liberar o recurso, ou seja, para fazer o juízo de admissibilidade.
c) Efeito devolutivo em profundidade: 
O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário extrai-se do § 1° do art. 515, do CPC, transfere automaticamente ao Tribunal a apreciação de FUNDAMENTO da inicial e da defesa não examinado pela sentença, ainda que não renovado em contrarrazões. 
Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro.
Não se aplica, entretanto, ao caso de PEDIDO não apreciado pela sentença [Súmula 393, TST]. 
Súmula nº 393 do TST
RECURSO ORDINÁRIO. EFEITO DEVOLUTIVO EM PROFUNDIDADE. ART. 515, § 1º, DO CPC (redação alterada pelo Tribunal Pleno na sessão realizada em 16.11.2010) -  Res. 169/2010, DEJT divulgado em 19, 22 e 23.11.2010
O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do § 1º do art. 515 do CPC, transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões. Não se aplica, todavia, ao caso de pedido não apreciado na sentença, salvo a  hipótese contida no § 3º do art. 515 do CPC.
d) Remessa necessária: 
Conforme o Decreto-lei 779/69, art. 1º, V, nas causas trabalhistas em que for parte a União, Estados, Municípios e o DF, bem como suas autarquias e fundações públicas de direito público que não explorem atividade econômica, haverá remessa de ofício (reexame necessário) das decisões que sejam parcialmente ou totalmente contrárias aos seus interesses. 
Caso não haja recurso voluntário ou não seja recebido o recurso interposto pela Fazenda, o juiz determinará a remessa necessária dos autos ao TRT. Há duplo grau de jurisdição obrigatório.
Não haverá obrigatoriedade da remessa de ofício [Súmula 303, TST]: 
 quando a condenação não ultrapassar o valor de 60 salários mínimo; 
 quando a decisão recorrida estiver em consonânciacom decisão plenária do STF ou com Súmula do TST ou OJ do TST; 
Súmula nº 303 do TST
FAZENDA PÚBLICA. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 71, 72 e 73 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - Em dissídio individual, está sujeita ao duplo grau de jurisdição, mesmo na vigência da CF/1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo:
a) quando a condenação não ultrapassar o valor correspondente a 60 (sessenta) salários mínimos; 
b) quando a decisão estiver em consonância com decisão plenária do Supremo Tribunal Federal ou com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho. (ex-Súmula nº 303 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003  - Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
II - Em ação rescisória, a decisão proferida pelo juízo de primeiro grau está sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente público, exceto nas hipóteses das alíneas "a" e "b" do inciso anterior. (ex-OJ nº 71 da SBDI-1 - inserida em 03.06.1996)
III - Em mandado de segurança, somente cabe remessa "ex officio" se, na relação processual, figurar pessoa jurídica de direito público como parte prejudicada pela concessão da ordem. Tal situação não ocorre na hipótese de figurar no feito como impetrante e terceiro interessado pessoa de direito privado, ressalvada a hipótese de matéria administrativa. (ex-OJs nºs 72 e 73 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 25.11.1996 e 03.06.1996)
Em ação rescisória a decisão proferida pelo juízo de primeiro grau está sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente público, exceto nos casos de dispensa citados acima. 
Em mandado de segurança somente cabe remessa ex officio se na relação figurar pessoa jurídica de direito público como parte prejudicada pela concessão da ordem.
Incabível recurso de revista de ente público que não interpôs recurso ordinário voluntário da decisão de primeira instância, salvo se agravada a condenação em segunda instância [OJ 334, SDI-1]. 
OJ 334, SDI-1, TST. REMESSA "EX OFFICIO". RECURSO DE REVISTA. INEXISTÊNCIA DE RECURSO ORDINÁRIO VOLUNTÁRIO DE ENTE PÚBLICO. INCABÍVEL. DJ 09.12.2003 Incabível recurso de revista de ente público que não interpôs recurso ordinário voluntário da decisão de primeira instância, ressalvada a hipótese de ter sido agravada, na segunda instância, a condenação imposta. ERR 522601/1998, Tribunal Pleno Em 28.10.03, o Tribunal Pleno decidiu, por maioria, ser incabível recurso de revista de ente público que não interpôs recurso ordinário voluntário. 
Sintetizando a súmula tem-se
Decisão Contrária Recurso Voluntário Decisão Mantida RR
Decisão contrária Remessa Necessária Decisão Mantida RR (não cabe RR)
Decisão Contrária Remessa Necessária Decisão Agravada RR
 
2. RECURSO DE REVISTA 
O recurso de revista possui natureza extraordinária, conforme quadro comparativo abaixo:
O recurso de revista, assim como o de embargos, não se prestam ao reexame de fatos ou provas, mas apenas de questões exclusivamente de direito. [Súmula 126, TST] 
Súmula nº 126 do TST
RECURSO. CABIMENTO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Incabível o recurso de revista ou de embargos (arts. 896 e 894, "b", da CLT) para reexame de fatos e provas.
QUESTÃO:Os recursos extraordinários não se preocupam com a justiça da decisão, buscando apenas a garantia da ordem legal e constitucional Correto!
Cabe recurso de revista, em dissídios individuais, em duas hipóteses: 
a) de decisão do TRT em RO; e 
b) de decisão do TRT em AP 
Ainda que se esteja diante de uma dessas duas hipóteses, somente caberá recurso de revista se: 
a) a questão for exclusivamente de direito e 
b) se o recorrente estiver diante de uma das hipóteses específicas de cabimento de recurso de revista, a seguir apresentadas: 
Cabimento de RR = Quest. de Direito + hipóteses específicas
Hipóteses específicas de cabimento do Recurso de Revista:
 Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando:  
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou a Súmula de Jurisprudência Uniforme dessa Corte; 
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a;  
c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal.  
§ 1o O Recurso de Revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será apresentado ao Presidente do Tribunal recorrido, que poderá recebê-lo ou denegá-lo, fundamentando, em qualquer caso, a decisão. 
§ 2o Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em execução de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, não caberá Recurso de Revista, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal.  
§ 3o Os Tribunais Regionais do Trabalho procederão, obrigatoriamente, à uniformização de sua jurisprudência, nos termos do Livro I, Título IX, Capítulo I do CPC, não servindo a súmula respectiva para ensejar a admissibilidade do Recurso de Revista quando contrariar Súmula da Jurisprudência Uniforme do Tribunal Superior do Trabalho.  
§ 4º A divergência apta a ensejar o Recurso de Revista deve ser atual, não se considerando como tal a ultrapassada por súmula, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. 
§ 5º - Estando a decisão recorrida em consonância com enunciado da Súmula da Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, poderá o Ministro Relator, indicando-o, negar seguimento ao Recurso de Revista, aos Embargos, ou ao Agravo de Instrumento. Será denegado seguimento ao Recurso nas hipóteses de intempestividade, deserção, falta de alçada e ilegitimidade de representação, cabendo a interposição de Agravo.  
§ 6º Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho e violação direta da Constituição da República.   
Art.896-A - O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.226, de 4.9.2001)
As hipóteses específicas de cabimento do RR variam conforme o procedimento:
O Procedimento Sumário é de única instância. Assim, de uma sentença neste procedimento não cabe recurso ordinário, recurso de revista ou embargos ao TST. Da sentença neste procedimento cabe apenas o recurso extraordinário ao STF se houver violação à Constituição. Não há que se falar em ofensa ao Princípio do Duplo Grau de Jurisdição, uma vez que este não é uma garantia constitucional, estando sujeito a limites impostos pela lei. [Art. 102, III, CF] 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
(...)
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
No procedimento sumaríssimo o recurso de revista é cabível quando o acórdão do TRT contrariar a Constituição Federal ou Súmulas. Não é hipótese de cabimento de recurso de revistaneste procedimento a contrariedade à orientação jurisprudencial [Súmula 442, TST]. 
Súmula nº 442 do TST
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO. RECURSO DE REVISTA FUNDAMENTADO EM CONTRARIEDADE A ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL. INADMISSIBILIDADE. ART. 896, § 6º, DA CLT, ACRESCENTADO PELA LEI Nº 9.957, DE 12.01.2000 (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 352 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 
Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, a admissibilidade de recurso de revista está limitada à demonstração de violação direta a dispositivo da Constituição Federal ou contrariedade a Súmula do Tribunal Superior do Trabalho, não se admitindo o recurso por contrariedade a Orientação Jurisprudencial deste Tribunal (Livro II, Título II, Capítulo III, do RITST), ante a ausência de previsão no art. 896, § 6º, da CLT.
Na execução, o RR será cabível somente diante de ofensa literal e direta à Constituição Federal [art. 896, § 2°, CLT e súmula 266, TST]. 
Súmula 266, TST. A admissibilidade do recurso de revista contra acórdão proferido em agravo de petição, na liquidação de sentença ou em processo incidente na execução, inclusive os embargos de terceiro, depende de demonstração inequívoca de violência direta à Constituição Federal. 
O RR deve ser endereçado ao Presidente do TRT, que poderá o receber apenas no efeito devolutivo.
Quando o recurso de revista tiver por fundamento contrariedade à súmula, OJ ou a acórdão de outro TRT ou da SDI, o caso é de divergência jurisprudencial. 
A invocação expressa no recurso de revista dos preceitos legais ou constitucionais tidos como violados não significa exigir da parte a utilização das expressões "contrariar", "ferir", "violar", etc (OJ 257, SDI-1, TST). 
OJ 257 da SDI-1, TST. RECURSO DE REVISTA. FUNDAMENTAÇÃO. VIOLAÇÃO DE LEI. VOCÁBULO VIOLAÇÃO. DESNECESSIDADE (alterada em decorrência da redação do inciso II do art. 894 da CLT, incluído pela Lei n.º 11.496/2007) – Res. 182/2012, DEJT divulgado em 19, 20 e 23.04.2012A invocação expressa no recurso de revista dos preceitos legais ou constitucionais tidos como violados não significa exigir da parte a utilização das expressões "contrariar", "ferir", "violar", etc. 
A admissibilidade do recurso de revista por violação tem como pressuposto a indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição tido como violado (súmula 221, I, TST). 
Súmula 221, TST. RECURSO DE REVISTA. VIOLAÇÃO DE LEI. INDICAÇÃO DE PRECEITO. (cancelado o item II e conferida nova redação na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) 
A admissibilidade do recurso de revista por violação tem como pressuposto a indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição tido como violado. 
Ressalte-se quanto à divergência jurisprudencial os seguintes dispositivos: 
Art. 896, § 4º. A divergência apta a ensejar o Recurso de Revista deve ser atual, não se considerando como tal a ultrapassada por súmula, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. alterado pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) 
Súmula 333, TST. RECURSOS DE REVISTA. CONHECIMENTO (alterada) - Res. 155/2009, DJ 26 e 27.02.2009 e 02.03.2009 Não ensejam recurso de revista decisões superadas por iterativa, notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. 
Súmula 337, TST. COMPROVAÇÃO DE DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. RECURSOS DE 
REVISTA E DE EMBARGOS (redação do item IV alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) 
I - Para comprovação da divergência justificadora do recurso, é necessário que o recorrente: 
a) Junte certidão ou cópia autenticada do acórdão paradigma ou cite a fonte oficial ou o repositório autorizado em que foi publicado; e 
b) Transcreva, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos dos acórdãos trazidos à configuração do dissídio, demonstrando o conflito de teses que justifique o conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso. 
II - A concessão de registro de publicação como repositório autorizado de jurisprudência do TST torna válidas todas as suas edições anteriores. 
III - A mera indicação da data de publicação, em fonte oficial, de aresto paradigma é inválida para comprovação de divergência jurisprudencial, nos termos do item I, “a”, desta súmula, quando a parte pretende demonstrar o conflito de teses mediante a transcrição de trechos que integram a fundamentação do acórdão divergente, uma vez que só se publicam o dispositivo e a ementa dos acórdãos. 
IV - É válida para a comprovação da divergência jurisprudencial justificadora do recurso a indicação de aresto extraído de repositório oficial na internet, desde que o recorrente: 
a) transcreva o trecho divergente; 
b) aponte o sítio de onde foi extraído; e 
c) decline o número do processo, o órgão prolator do acórdão e a data da respectiva publicação no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho. 
Súmula 296, TST. RECURSO. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. ESPECIFICIDADE (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 37 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 
I - A divergência jurisprudencial ensejadora da admissibilidade, do prosseguimento e do conhecimento do recurso há de ser específica, revelando a existência de teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo legal, embora idênticos os fatos que as ensejaram. (ex-Súmula nº 296 - Res. 6/1989, DJ 19.04.1989) II - Não ofende o art. 896 da CLT decisão de Turma que, examinando premissas concretas de especificidade da divergência colacionada no apelo revisional, conclui pelo conhecimento ou desconhecimento do recurso. (ex-OJ nº 37 da SBDI-1 - inserida em 01.02.1995) 
Súmula 23, TST. RECURSO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Não se conhece de recurso de revista ou de embargos, se a decisão recorrida resolver determinado item do pedido por diversos fundamentos e a jurisprudência transcrita não abranger a todos. 
O prequestionamento é pressuposto do recurso de revista, assim como dos demais recursos de natureza extraordinária. A matéria estará prequestionada quando houver sido tratada no acórdão impugnado, ou seja, o TST só conhecerá o recurso, perante a manifestação explícita do TRT no acórdão sobre a discussão abordada no RR, inclusive quanto à matéria de ordem pública. [OJ 62, SDI-I, TST] 
OJ. 62 SDI-I - PREQUESTIONAMENTO. PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE EM APELO DE NATUREZA EXTRAORDINÁRIA. NECESSIDADE, AINDA QUE SE TRATE DE INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA (republicada em decorrência de erro material) - DEJT divulgado em 23, 24 e 25.11.2010
É necessário o prequestionamento como pressuposto de admissibilidade em recurso de natureza extraordinária, ainda que se trate de incompetência absoluta.
Caso o TRT não se pronuncie quando à matéria impugnada, deverá ser oposto embargos de declaração com o objetivo de fazê-lo se manifestar quando à tal matéria, sob pena de preclusão [súmula 297, I, TST]. 
Entretanto, se apesar de opostos embargos de declaração, o Tribunal não se manifestar quanto à matéria impugnada, será considerada prequestionada [súmula 297, II, TST]. 
Súmula 297, TST. I- Diz-se pré-questionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito.
II- Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão. 
III- Considera-se pré-questionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração. 
Súmula 184, TST. Ocorre preclusão quando não forem opostos embargos declaratórios para suprir omissão apontada em recurso de revista ou de embargos. 
Registre-se que a palavra “explicitamente” no inciso I da súmula 297 do TST não faz alusão ao dispositivo legal, o que deve estar em evidência é a tese sustentada na decisão, sendo indiferente a referência expressa da norma legal[OJ 118, SDI – 1, TST]. 
OJ 118, SDI-I, TST. Havendo tese explícita sobre a matéria, na decisão recorrida, desnecessário contenha nela referência expressa do dispositivo 
legal para ter-se como pré-questionado este. 
Embora prevista no art. 896-A da CLT, atualmente a transcendência não é um pressuposto de admissibilidade do recurso de revista, posto que ainda não regulamentado. 
Art.896-A - O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.226, de 4.9.2001)
A transcendência é como se fosse repercussão geral.
QUESTÃO: A transcendência é pressuposto específico do RR Errado 
Quando a decisão recorrida está em consonância com enunciado da Súmula da Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, poderá o Ministro Relator, indicando-o, negar seguimento ao Recurso de Revista. Também será denegado seguimento ao Recurso nas hipóteses de intempestividade, deserção, falta de alçada e ilegitimidade de representação. [Art. 896, §5º, CLT] 
O recurso de revista é dirigido ao Presidente do Tribunal do TRT (art. 896, § 1°, CLT), o qual poderá delegar o exame dos pressupostos de admissibilidade ao vice- presidente, de acordo com a previsão do Regimento Interno. Assim, ainda que o advogado possua mandato com poderes limitados ao âmbito do TRT, poderá interpor recurso de revista, já que este é interposto no TRT [OJ 374, SDI-1, TST]. 
OJ 374, SDI-1, TST. AGRAVO DE INSTRUMENTO. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. REGULARIDADE. PROCURAÇÃO OU SUBSTABELECIMENTO COM CLÁUSULA LIMITATIVA DE PODERES AO ÂMBITO DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO (DJe divulgado em 19, 20 e 22.04.2010) 
É regular a representação processual do subscritor do agravo de instrumento ou do recurso de revista que detém mandato com poderes de representação limitados ao âmbito do Tribunal Regional do Trabalho, pois, embora a apreciação desse recurso seja realizada pelo Tribunal Superior do Trabalho, a sua interposição é ato praticado perante o Tribunal Regional do Trabalho, circunstância que legitima a atuação do advogado no feito. 
	RO
	RR
	Hipóteses de cabimento : 2
Contra sentença
Contra acórdão de ações competência originárias do TRT 
	Hipóteses de Cabimento: 2
Contra acordão de RO
Contra Acórdão de AP
3. EMBARGOS AO TST 
Os embargos ao TST podem ser: de divergência e infringentes.
De divergência:
A Lei 11.496/2007 alterou a redação do artigo 894 da CLT, bem como o artigo 3º, III, “b” da Lei 7.701/88, para modificar o processamento dos Embargos ao TST. Com a alteração, os Embargos ficam restritos às divergências e não mais quando contrariarem letra de Lei Federal ou violarem a CF.
Os dispositivos supramencionados determinam quais são as hipóteses específicas de cabimento dos Embargos ao TST: 
Art. 894, CLT. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 dias: 
(...)
II – das DECISÕES DAS TURMAS que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela SEÇÃO DE DISSÍDIOS INDIVIDUAIS, salvo se a decisão recorrida estiver em consonância com SÚMULA ou ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL do Tribunal Superior do Trabalho ou do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 
Art. 3º, Lei 7701/88. Compete à Seção de Dissídios Individuais julgar: 
I - originariamente: 
a) as ações rescisórias propostas contra decisões das Turmas do Tribunal Superior do Trabalho e suas próprias, inclusive as anteriores à especialização em seções; e 
b) os mandados de segurança de sua competência originária, na forma da lei. 
III - em última instância: 
a) os recursos ordinários interpostos contra decisões dos Tribunais Regionais em processos de dissídio individual de sua competência originária; 
b) os embargos das decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais; 
Portanto, caberá Embargos de divergência ao TST, para SDI, em uma hipótese: de decisões de turma do TST que contrariar: 
 Acórdão de outra turma do TST 
 Acórdão da SDI 
SALVO se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou súmula do Supremo Tribunal Federal.
Exemplo 1 – Natureza Salarial do intervalo intrajornada – não cabe ETST (Súmula 437 TST)
Em sentença o juiz declara que o intervalo intrajornada tem natureza salarial, determinando que a empresa Rda realize o pagamento e integração das horas referentes ao intervalo. A Rda interpõe RO e o TRT mantém a sentença. Inconformada, a Rda interpõe RR ao TST (cabível por tratar de questão de direito que viola Lei Federal), o qual, julgando por uma de suas turmas, confirma o acórdão recorrido. Ainda inconformada, a RDA deseja interpor Embargos. É cabível? Não, pois em que pese haver acordão de outra turma do TST em sentido contrário, já há súmula determinando que o intervalo intrajornada tem natureza salarial.
Exemplo 2 – Multa do art. 477, § 8º, CLT (pagamento dentro do prazo e homologação fora do prazo) – cabe ETST
Em sentença o juiz declara que apenas incide multa do art. 477 quando o pagamento é feito fora do prazo, não importando a data da homologação, determinando a improcedência do pedido do Rte. O Rte interpõe RO e o TRT mantém a sentença. Inconformado, a Rte interpõe RR ao TST (cabível por tratar de questão de direito que viola Lei Federal), o qual, julgando por uma de suas turmas, confirma o acórdão recorrido. Ainda inconformado, o Rte deseja interpor Embargos. É cabível? Sim, pois há acordão de outra turma do TST em sentido contrário e não há súmula regulamentando a matéria.
Vale ressaltar que a OJ 294 da SDI-1 do TST, que afirma que cabe embargos ao TST da decisão da Turma do TST que nega seguimento ao recurso de revista pela análise dos pressupostos intrínsecos, desde que o embargante aponte violação expressa ao art. 896 da CLT, merece ser cancelada. 
Isso porque a Lei 11496 de 2007 excluiu das hipóteses de cabimento dos embargos ao TST a violação à Constituição e a Lei Federal, razão pela qual não é mais cabível tal recurso por violação ao art. 896 da CLT. Observe-se o teor da orientação jurisprudencial referida: 
OJ-SDI1-294, TST. EMBARGOS À SDI CONTRA DECISÃO EM RECURSO DE REVISTA NÃO CONHECIDO QUANTO AOS PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS. NECESSÁRIA A INDICAÇÃO EXPRESSA DE OFENSA AO ART. 896 DA CLT. DJ 11.08.03 Para a admissibilidade e conhecimento de embargos, interpostos contra decisão mediante a qual não foi conhecido o recurso de revista pela análise dos pressupostos intrínsecos, necessário que a parte embargante aponte expressamente a violação ao art. 896 da CLT. 
O recurso de Embargos ao TST apresenta diversas semelhanças com o Recurso de Revista, pois apesar de serem recursos distintos, julgados por órgãos diferentes do TST, em hipóteses de cabimento que lhe são singulares, ambos possuem natureza extraordinária. 
Os embargos, assim como o recurso de revista, não se prestam a reexame de fatos ou provas; propondo-se a discutir apenas matéria direito. [Súmula 126, TST] 
Aplica-se aos Embargos ao TST as mesmas súmulas e orientações jurisprudenciais mencionadas no tópico destinado à análise do recurso de revista no que tange a divergência jurisprudencial e ao prequestionamento. 
Deve ser memorizada a nova OJ 378 do TST, segundo a qual não encontra amparo no art. 894 da CLT, quer na redação anterior quer na redação posterior à Lei n.º 11.496, de 22.06.2007, recurso de embargos interposto à decisão monocrática exarada nos moldes dos arts. 557 do CPC e 896, § 5º, da CLT, pois o comando legal restringe seu cabimento à pretensão de reforma de decisão colegiada proferida por Turma do Tribunal Superior do Trabalho. 
OJ 378, SDI-1. EMBARGOS. INTERPOSIÇÃO CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA. NÃO CABIMENTO (DJe divulgado em 19, 20 e 22.04.2010) Não encontra amparo no art. 894 da CLT, quer na redação anterior quer na redação posterior à Lei n.º 11.496, de 22.06.2007, recurso de embargos interpostoà decisão monocrática exarada nos moldes dos arts. 557 do CPC e 896, § 5º, da CLT, pois o comando legal restringe seu cabimento à pretensão de reforma de decisão colegiada proferida por Turma do Tribunal Superior do Trabalho. 
Uma vez que recurso de revista na execução é cabível quando houver ofensa à Constituição, os embargos ao TST cabem apenas por divergência na interpretação da Constituição (súmula 433, TST). 
Súmula 433, TST. EMBARGOS. ADMISSIBILIDADE. PROCESSO EM FASE DE EXECUÇÃO. ACÓRDÃO DE TURMA PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.496, DE 26.06.2007. DIVERGÊNCIA DE INTERPRETAÇÃO DE DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL - Res. 177/2012, DEJT divulgado em 13, 14 e 15.02.2012 A admissibilidade do recurso de embargos contra acórdão de Turma em Recurso de Revista em fase de execução, publicado na vigência da Lei nº 11.496, de 26.06.2007, condiciona-se à demonstração de divergência jurisprudencial entre Turmas ou destas e a Seção Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho em relação à interpretação de dispositivo constitucional.
Infringentes:
 Cabe de decisão do TST em dissídio coletivo de sua competência originária.
Art. 894, CLT. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 dias: 
I – de decisão não unânime de julgamento que: 
a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e 
b) (vetado) 
O dissidio coletivo é uma ação de competência originaria dos tribunais, ou do TRT ou do TST. Para saber de quem é a competência basta olhar a área de extensão do conflito. Quando ultrapassar a área de jurisdição de um TRT, será proposto perante o TST. Apenas neste caso é que caberá Embargos infringentes.
Quando julga um dissídio coletivo, o TST profere uma sentença normativa. O recurso desta sentença normalmente é os embargos infringentes.
Assim, os embargos infringentes são cabíveis contra a decisão do TST que julgar, conciliar ou homologar conciliação e das decisões que revisarem ou estenderem o dissídio.
Quem julga o dissídio coletivo é a SDC.
O único requisito é que a decisão não seja unânime, não importa se a questão é de fato ou de direito.
	RO
	RR
	ETST de divergência
	ETST infringentes
	H. cabimento: 2
- Contra sentença
- Contra acórdão de ações competência originárias do TRT 
	H. cabimento: 2
- Contra acordão de RO
- Contra Acórdão de AP
Quando tratar-se apenas de questão de direitos e se enquadrar nas hipóteses especiais.
	H. cabimento: 1
- Contra decisão de turma que contrariar acordão de outra turma ou SDI
	H. cabimento: 1
- Contra decisão de dissidio de competência originária do TST
4. AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Sua finalidade é a de destrancar recurso, ou seja, atacar o despacho que nega seguimento a recurso [Art. 897, ‘’b’’, CLT], por ausência de pressupostos de admissibilidade.
Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias:  
b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos.
Caso o Juízo a quo impeça a tramitação regular do recurso, por entender que os pressupostos de admissibilidade não estão presentes, o meio apropriado para impugnar este despacho denegatório é o agravo de instrumento. 
Poderá ser interposto em face das decisões que denegarem seguimento a RO, RR, Rext, recurso adesivo, agravo de petição e, por óbvio, contra as decisões que denegarem seguimento ao próprio agravo de instrumento. 
Não cabe agravo de instrumento:
a) contra decisões que denegarem seguimento ao recurso de Embargos ao TST, sendo, nesse caso, é agravo regimental o recurso adequado, conforme o inciso VII do artigo 235 do RI do TRT: 
Art. 235, VII, RI do TRT. Do despacho do relator que negar prosseguimento a recurso, ressalvada a hipótese do artigo 239. 
b) Não cabe agravo de instrumento para submeter a decisão do relator ao órgão colegiado. Assim, se o relator do Tribunal julgador denegar seguimento ao recurso por ausência dos pressupostos de admissibilidade, caberá agravo regimental, no prazo previsto pelo regimento interno.
A Lei 12.275/2010, inseriu o § 7° no artigo 899 da CLT, passando a exigir depósito recursal para interposição do agravo de instrumento, no importe de 50% do valor do depósito de recurso ao qual se pretende destrancar. 
Os recursos no processo do trabalho, com exceção dos embargos de declaração, serão dirigidos, previamente, para o Juízo que proferiu a decisão impugnada, a fim de que seja realizado o juízo de admissibilidade.
O agravo de instrumento será dirigido ao juiz prolator do despacho, no prazo de oito dias. O juiz prolator deve receber o agravo de instrumento. Não receber fere direito liquido e certo, pelo que é cabível Mandado de Segurança. Alguns doutrinadores defendem também que cabe reclamação correicional, já que é ato que prejudica a marcha processual. 
O agravo de instrumento admite juízo de retratação, logo o juízo que denegou seguimento ao recurso poderá reconsiderar sua decisão. Trata-se do efeito regressivo.
Caso o juiz mantenha a decisão agravada, a outra parte será intimada para apresentar a contra minuta ao agravo de instrumento, bem como as contrarrazões ao recurso principal, no prazo de 8 dias [Art. 897, § 6º, CLT]. 
§ 6o O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso principal, instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao julgamento de ambos os recursos. 
O agravo será julgado pelo Tribunal que seria competente para conhecer o recurso cuja interposição foi denegada. [Art. 897, § 4º, CLT] 
§ 4º - Na hipótese da alínea b deste artigo, o agravo será julgado pelo Tribunal que seria competente para conhecer o recurso cuja interposição foi denegada. 
Ao receber o agravo de instrumento, o relator realizará o juízo de admissibilidade do agravo, recebendo-o ou não.
Caso conhecido, será enviado para turma para julgamento do mérito.
Provido o agravo, a turma deliberará sobre o julgamento do recurso principal, observando-se a partir de então, se for o caso, o procedimento relativo a tal recurso (Art. 897, § 7º, CLT). 
§ 7o Provido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento do recurso principal, observando-se, se for o caso, daí em diante, o procedimento relativo a esse recurso. 
O julgamento do recurso principal é possível já que para interposição do agravo faz-se necessária a sua formação, com a juntada de cópia das peças indicadas no § 5º do artigo 897 da CLT. Note-se que tal artigo também foi alterado pela Lei 12.275/2010. 
§ 5o Sob pena de não conhecimento, as partes promoverão a formação do instrumento do agravo de modo a possibilitar, caso provido, o imediato julgamento do recurso denegado, instruindo a petição de interposição: 
I- obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, do depósito recursal referente ao recurso que se pretende destrancar, da comprovação do recolhimento das custas e do depósito recursal a que se refere o § 7o do art. 899 desta Consolidação; (Redação dada pela Lei nº 12.275, de 2010)
II - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis ao deslinde da matéria de mérito controvertida.
Peças obrigatórias: cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, da comprovação do recolhimento das custas e do depósito recursal do recurso trancado e a comprovação do recolhimento das custas e do depósito a que se refere o § 7° do art. 899 da CLT (depósito para interposição do agravo de 50% do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar). 
Peças facultativas: outras peças que o agravante reputar úteis ao deslinde da matériade mérito controvertida. 
A formação do agravo de instrumento cabe às duas partes, tanto ao agravante quanto ao agravado.
Para o TST não é necessária a formação do agravo, já que os TRTs devem digitalizar todo o processo.
Segundo a OJ 217 da SDI-I do TST, não é necessário juntar os comprovantes de depósito e custas do RO para interpor agravo de instrumento para destrancar RR, desde que o depósito e as custas não sejam objeto de discussão neste recurso. 
217. AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRASLADO. LEI Nº 9.756/98. GUIAS DE CUSTAS E DE DEPÓSITO RECURSAL (inserida em 02.04.2001) 
Para a formação do agravo de instrumento, não é necessária a juntada de comprovantes de recolhimento de custas e de depósito recursal relativamente ao recurso ordinário, desde que não seja objeto de controvérsia no recurso de revista a validade daqueles recolhimentos.
O recurso de revista é dirigido ao Presidente do Tribunal do TRT (art. 896, § 1°, CLT), o qual poderá delegar o exame dos pressupostos de admissibilidade ao vice- presidente, de acordo com a previsão do Regimento Interno. Assim, ainda que o advogado possua mandato com poderes limitados ao âmbito do TRT, poderá interpor recurso de revista e agravo de instrumento para destrancá-lo, já que são interpostos no TRT [OJ 374, SDI-1, TST]. 
OJ 374, SDI-1, TST. AGRAVO DE INSTRUMENTO. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. REGULARIDADE. PROCURAÇÃO OU SUBSTABELECIMENTO COM CLÁUSULA LIMITATIVA DE PODERES AO ÂMBITO DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO (DJe divulgado em 19, 20 e 22.04.2010) 
É regular a representação processual do subscritor do agravo de instrumento ou do recurso de revista que detém mandato com poderes de representação limitados ao âmbito do Tribunal Regional do Trabalho, pois, embora a apreciação desse recurso seja realizada pelo Tribunal Superior do Trabalho, a sua interposição é ato praticado perante o Tribunal Regional do Trabalho, circunstância que legitima a atuação do advogado no feito.
O fato de o presidente do TRT entender cabível o recurso de revista apenas quanto à parte das matérias veiculadas, não impede a apreciação integral de recurso, sendo incabível a interposição de agravo de instrumento. [Súmula 285, TST] 
Súmula 285, TST. RECURSO DE REVISTA. ADMISSIBILIDADE PARCIAL PELO JUIZ-PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO. EFEITO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O fato de o juízo primeiro de admissibilidade do recurso de revista entendê-lo cabível apenas quanto a parte das matérias veiculadas não impede a apreciação integral pela Turma do Tribunal Superior do Trabalho, sendo imprópria a interposição de agravo de instrumento. 
O artigo 269 do RI do TST prevê a hipótese de cabimento do agravo de instrumento contra despacho denegatório do recurso extraordinário. 
Art. 269, Regimento Interno TST. Cabe agravo de instrumento contra despacho denegatório do recurso extraordinário, no prazo de dez dias, contados de sua publicação no órgão oficial. 
Cuidado! Agravo de instrumento para destrancar recurso extraordinário tem prazo de 10 dias. 
Importante: 
#Cabe agravo de instrumento para destrancar o agravo de petição (Art. 897, §2º)? 
Cabe, mas o agravo de instrumento para destrancar o agravo de petição não suspende a execução, levando em contra que possui apenas efeito devolutivo.
§ 2º - O agravo de instrumento interposto contra o despacho que não receber agravo de petição não suspende a execução da sentença. 
# Cabe Agravo de instrumento para destrancar ETST?
Não, pois o agravo de instrumento é o carrinho que leva o recurso para outro juízo. Como o ETST é para o próprio tribunal não cabe agravo de instrumento. Caberá agravo regimental.
Convém analisar as Súmulas 218 e 353 do TST. A primeira veda a interposição de RR em face de uma decisão do TRT que julga o agravo de instrumento, eis que não se trata de decisão que aprecie o mérito. 
Súmula nº 218 do TST
RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PROFERIDO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
É incabível recurso de revista interposto de acórdão regional prolatado em agravo de instrumento.
A segunda, Súmula 353, veda a interposição de Embargos ao TST (SDI) em face de uma decisão do TST (turma) que julga o Agravo de Instrumento, excepcionando alguns caos.
Trata-se de súmula bastante complexa, pelo que para entende-la propõe-se que antes de analisa-la se tenha em mente o seguinte:
- para que caiba ETST é necessário que haja decisão de turma do TST;
- o recurso deve chegar a turma do TST, ainda que para isso seja necessária a interposição de AI, agravo regimental ou agravo inominado;
- a súmula chama de agravo tanto o agravo regimental como o agravo inominado e a distinção será realizada caso a caso;
- a análise de casa alínea inicia-se sempre pelo RR.
Súmula nº 353 do TST
EMBARGOS. AGRAVO. CABIMENTO (nova redação da letra "f" em decorrência do julgamento do processo TST-IUJ-28000-95.2007.5.02.0062)  – Res. 189/2013, DEJT divulgado em 13, 14 e 15.03.2013
Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de decisão de Turma proferida em agravo, salvo: 
a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos; 
b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento; 
c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada originariamente pela Turma no julgamento do agravo; 
d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento; 
e) para impugnar a imposição de multas previstas no art. 538, parágrafo único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC.
f) contra decisão de Turma proferida em agravo em recurso de revista, nos termos do art. 894, II, da CLT.
a) da decisão da turma que não conhece agravo de instrumento por ausência de pressupostos extrínsecos.
Entende-se que o RR ficou trancado perante o juízo a quo. Interposto Agravo de instrumento, os autos foram remetidos ao TST. O relator conhece do o agravo de instrumento e remete para turma. A turma não conhece do agravo por ausência de pressupostos extrínsecos. Assim, há possibilidade de ETST.
a’) da decisão da turma que não conhece agravo regimental por ausência de pressupostos extrínsecos.
Entende-se que o RR foi recebido pelo Juízo a quo, o qual encaminhou para o TST. O relator não conhece do RR por ausência de pressupostos extrínsecos. Então, foi interposto agravo regimental para que a turma verificasse. A Turma não conhece do Agravo regimental por ausência de pressupostos extrínsecos. Assim, há possibilidade de ETST.
b) Entende-se que o RR ficou trancado perante o juízo a quo. Interposto AI, os autos foram remetidos ao TST. O relator, monocraticamente, não conhece do agravo de instrumento por ausência de pressupostos extrínsecos. Interposto agravo regimental, o relator remete para turma. A turma conhece do agravo, mas nega provimento (decisão de mérito em relação ao agravo regimental). Assim, há possibilidade de ETST
c) Entende-se que o RR foi recebido pelo Juízo a quo, o qual encaminhou para o TST. O relator não conhece do AI por ausência de um dos pressupostos extrínsecos (ex: o RR é intempestivo). Então, foi interposto agravo regimental para que a turma verificasse. A Turma conhece do agravo regimental, dando provimento (Ex: o RR é tempestivo), mas na mesma oportunidade verifica a ausência de outro pressuposto extrínseco (Ex: o RR é deserto). Assim, há possibilidade de ETST.
d) Entende-se que o RR ficou trancado perante o juízo a quo. Interposto AI, os autos foram remetidos ao TST. O relator conhece o AI, remetendo o AI para a turma. A turma conhece do agravo de instrumento. Assim, há possibilidade de ETST
e) da decisão das turmas que aplicou multas por ED protelatório ou AI protelatório.
Entende-se que o RR foi interposto e julgado pelo TST. Acreditando ser omisso o acórdão opõe-se ED. O relator analisa e remete para aTurma. Se a turma aplica multa, cabe ETST.
f) Entende-se que o RR foi recebido pelo Juízo a quo, o qual encaminhou para o TST. O relator, monocraticamente, dá provimento ao RR (julga o mérito), conforme art. 557, §1º, “a”, CPC (a decisão recorrida está em confronto com súmula do TST). Então, foi interposto agravo inominado para que a turma verificasse. A Turma julga o mérito do agravo e contra essa decisão cabe ETST.
5. AGRAVO REGIMENTAL e AGRAVO 
O agravo regimental pode se utilizado em várias hipóteses a depender do regimento interno. Entretanto, pode-se citar algumas:
- para submeter a decisão do relator ao órgão colegiado;
- contra decisões que denegarem seguimento ao recurso de Embargos ao TST
O prazo para sua interposição também está previsto no regimento interno de cada tribunal. 
Por outro lado, quando o relator tiver competência para monocraticamente julgar o recurso (art. 557 CPC), ou seja, para dar ou denegar provimento, para submeter esta decisão ao órgão colegiado cabe Agravo (agravo inominado), cujo prazo para interposição é de 5 dias.
OJ 412, SDI-2, TST. AGRAVO INOMINADO OU AGRAVO REGIMENTAL. INTERPOSIÇÃO EM FACE DE DECISÃO COLEGIADA. NÃO CABIMENTO. ERRO GROSSEIRO. INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL. (DEJT divulgado em 14, 15 e 16.02.2012) É incabível agravo inominado (art. 557, §1º, do CPC) ou agravo regimental (art. 235 do RITST) contra decisão proferida por Órgão colegiado. Tais recursos destinam-se, exclusivamente, a impugnar decisão monocrática nas hipóteses expressamente previstas. Inaplicável, no caso, o princípio da fungibilidade ante a configuração de erro grosseiro. 
6. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
Os Embargos de Declaração estão previstos no artigo 897-A, CLT, embora os dispositivos do CPC (artigos 535-538) também sejam aplicados subsidiariamente. 
Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. 
No Processo do Trabalho, os Embargos de Declaração representam o meio adequado para impugnar, no prazo de cinco dias, sentença ou acórdão quando estas decisões apresentarem omissão, contradição ou obscuridade. Este recurso também é cabível por manifesto equívoco na análise dos pressupostos extrínsecos do recurso. 
IMPORTANTE MEMORIZAR! 
Hipóteses de cabimento - quando houver: 
 Omissão; 
 Obscuridade; 
 Contradição; e 
 MANIFESTO equívoco na analise dos pressupostos EXTRÍNSECOS do recurso. 
Os recursos de natureza extraordinária exigem prequestionamento. A súmula 297, II, do TST admite a interposição dos Embargos Declaratórios com o intuito de prequestionar a matéria. A matéria estará prequestionada quando no acórdão recorrido houver tese explícita acerca da matéria que se deseja impugnar. Caso não haja, devem ser opostos Embargos de Declaração, sob pena de preclusão. [Súmula 184 do TST]. 
Súmula 297, TST. 
I - Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito. 
II - Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão.
Súmula 184, TST. Ocorre preclusão quando não forem opostos embargos declaratórios para suprir omissão apontada em recurso de revista ou de embargos. 
Entretanto, se mesmo após o ED presquestionatório e o Tribunal não trata da matéria, considera-se prequestionada a matéria, estando a parte autorizada a interpor o RR.
Os embargos de declaração tem prazo de 5 dias e, nos termos da OJ 192 da SDI-I do TST, o prazo é em dobro para os entes públicos que não exploram atividade econômica.
OJ 192, SDI-I, TST. Decreto-Lei 779/69. É em dobro o prazo para a interposição de Embargos Declaratórios por pessoa jurídica de Direito Público. 
Os embargos de declaração são dirigidos ao juiz que proferiu a sentença ou, no Tribunal, ao relator, com o objetivo de eliminar eventual vício presente na decisão originado por omissão, obscuridade, contradição ou manifesto equívoco em relação aos pressupostos extrínsecos. 
Em regra, não há manifestação da outra parte nos Embargos de Declaração, entretanto, se o juiz vislumbrar efeito modificativo no julgado, deverá permitir a manifestação da outra parte, no prazo de 5 dias, sob pena de nulidade da decisão. 
Atenção! Em decorrência do efeito devolutivo amplo conferido ao recurso ordinário, o item I não se aplica às hipóteses em que não se concede vista à parte contrária para se manifestar sobre os embargos de declaração opostos contra sentença (OJ 142, SDI-I, TST) 
OJ 142, SDI-1, TST. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EFEITO MODIFICATIVO. VISTA À PARTE CONTRÁRIA (inserido o item II à redação ) - Res. 178/2012, DEJT divulgado em 13, 14 e 15.02.2012 
I - É passível de nulidade decisão que acolhe embargos de declaração com efeito modificativo sem que seja concedida oportunidade de manifestação prévia à parte contrária. 
II - Em decorrência do efeito devolutivo amplo conferido ao recurso ordinário, o item I não se aplica às hipóteses em que não se concede vista à parte contrária para se manifestar sobre os embargos de declaração opostos contra sentença. 
Atenção! A interposição de Embargos de Declaração interrompe (zera) o prazo para interposição de outros recursos até que seja proferida a decisão, para as duas partes. O novo prazo para recurso começa a correr a partir da publicação da decisão de embargos.
Com o intuito de evitar um aproveitamento inadequado deste recurso, há previsão para aplicação de multa se os Embargos forem manifestamente protelatórios. [Art. 538, CPC] 
Art. 538. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer das partes. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)
Parágrafo único. Quando manifestamente protelatórios os embargos, o juiz ou o tribunal, declarando que o são, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente de 1% (um por cento) sobre o valor da causa. Na reiteração de embargos protelatórios, a multa é elevada a até 10% (dez por cento), ficando condicionada a interposição de qualquer outro recurso ao depósito do valor respectivo.
Os Embargos de Declaração com efeito modificativo possibilitam a interposição de RO complementar em relação às matérias versadas pelo ED. Quanto às matérias já tratadas no RO interposto antes da decisão de embargos há preclusão consumativa.
Não cabem Embargos de Declaração contra decisão de admissibilidade do recurso de revista, não tendo o efeito de interromper qualquer prazo recursal. [OJ 377, SDI-1] 
OJ 377, SDI-1 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DECISÃO DENEGATÓRIA DE RECURSO DE REVISTA EXARADO POR PRESIDENTE DO TRT. DESCABIMENTO. NÃO INTERRUPÇÃO DO PRAZO RECURSAL (DJe divulgado em 19, 20 e 22.04.2010) Não cabem embargos de declaração interpostos contra decisão de admissibilidade do recurso de revista, não tendo o efeito de interromper qualquer prazo recursal.
Vale ressaltar que também cabem Embargos Declaratórios em face de decisão monocrática do relator nas hipóteses previstas no artigo 557, CPC. [súmula 421, TST].
Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)
§ 1o-A Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)
§ 1o Da decisão caberá agravo, no prazo de cinco dias, ao órgão competente parao julgamento do recurso, e, se não houver retratação, o relator apresentará o processo em mesa, proferindo voto; provido o agravo, o recurso terá seguimento. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)
§ 2o Quando manifestamente inadmissível ou infundado o agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado multa entre um e dez por cento do valor corrigido da causa, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito do respectivo valor. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)
Súmula 421, TST. EMBARGOS DECLARATÓRIOS CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA DO RELATOR CALCADA NO ART. 557 DO CPC. CABIMENTO (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 74 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 
I - Tendo a decisão monocrática de provimento ou denegação de recurso, prevista no art. 557 do CPC, conteúdo decisório definitivo e conclusivo da lide, comporta ser esclarecida pela via dos embargos de declaração, em decisão aclaratória, também monocrática, quando se pretende tão-somente suprir omissão e não, modificação do julgado. II - Postulando o embargante efeito modificativo, os embargos declaratórios deverão ser submetidos ao pronunciamento do Colegiado, convertidos em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e celeridade processual. (ex-OJ nº 74 da SBDI-2 - inserida em 08.11.2000)
O relator tem poder de proferir decisão de mérito nas hipóteses do 557, a qual possui caráter decisório, decisivo e conclusivo. Por isso, admite ED.
 
Para submeter a decisão do relator pautada no art. 557 a revisão pelo colegiado cabe agravo inominado.
Em caso de propositura de ED visando reformar a decisão, admite-se a aplicação do princípio da fungibilidade e celeridade, podendo o ED ser recebido como agravo.

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