Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
P á g i n a | 1 INTRUDUÇÂO. O presente trabalho nos foi conferido como dinâmica de aprendizagem, para conhecermos através de pesquisa em grupo com o intuito de apresentarmos a historia do Serviço Social desde o surgimento no Brasil na década de 30; como também sua trajetória, questões, institucionalização, influencias e profissionalização até a região amazônica chegando ao Estado do Pará na década de 50 e falando também de meados de 60. 1. A Era Vargas e o surgimento do Serviço Social. De acordo com ARAÚJO, (2004); em 1929 houve uma terrível crise financeira na bolsa de New York denominada crack, afetando economicamente o cenário mundial; O Brasil que era um país agrícola dependia quase que totalmente da venda do café no exterior, produto responsável por quase toda a riqueza nacional (69 % das exportações brasileiras). Com a crise internacional de 1929, O Brasil se vê em uma situação muito difícil sem a exportação do café e ainda mais com as eleições da republica velha, que vigorava a chamada "política do café-com-leite", em que os presidentes dos estados (nome que recebiam, à época, os governadores de estado) de São Paulo e de Minas Gerais alternavam-se na presidência da república. Assim, de acordo com esta "política do café-com-leite", Washington Luís deveria indicar, para ser seu sucessor, o presidente de Minas Gerais, mas foi eleito o candidato do governo o presidente de São Paulo, Júlio Prestes que era do mesmo governo de Washington Luiz, a oposição liderada por Getúlio Vargas acusaram fraude nas eleições e Washington Luiz foi deposto da presidência em 1930. Depois de um golpe militar que passou o poder a Getúlio Vargas, na denominada Revolução de 1930, dando inicio a era Vargas. JORGE, 1986; complementa que Getúlio Vargas governou por 15 anos, a maior característica deste período foi o populismo, ou seja, a preocupação dos governantes era de agradar a população de baixa renda que sendo a maior fortalecia o poder destes governantes. Período de governo de Getúlio Vargas 1930 – 1934 (Governo Provisório ou Revolucionário); 1934- 1937 (Governo Constitucional); 1937-1945 (Estado Novo ou Governo P á g i n a | 2 Ditatorial). A partir da década de 30 a Capital do País, localizado na época na cidade do Rio de Janeiro, estava passando por enormes transformações políticas, sociais e econômicas. O então atual presidente Getúlio Vargas, estava implantando no Brasil a industrialização retirando mazelas do passado brasileiro que representava pobreza e atrasos de um enorme país que ainda sobrevivia do setor agrícola. A população urbana havia se tornada numerosa, consequência em parte do êxodo rural, que obrigou muitas pessoas a abandonar o campo rumo à cidade pela carência de emprego resultante da desestruturação da agricultura. Essa industrialização também alcançava outras grandes capitais do Brasil proporcionando ao país um vasto número de pessoas que passavam a viver a margem da pobreza. 1.2 O contexto econômico-político-social nos anos 30. Neste período IAMAMOTO e CARVALHO, (2007); descreve a respeito das condições de existência e de trabalho do proletariado industrial, mostra a extrema voracidade do capital por trabalho excedente: A população operária amontoava-se em bairros insalubres junto às aglomerações industriais, com falta absoluta de água, luz e esgoto; as empresas funcionavam em prédios sem condições mínimas de higiene e segurança; salários insuficientes para a subsistência; o preço da força de trabalho, constantemente pressionada para baixo devido ao exército industrial de reserva; a pressão salarial força a entrada no mercado de trabalho de mulheres e crianças; a jornada de trabalho é do início do século de quatorze horas; não se tem direito a férias, descanso semanal remunerado, licença para tratamento de saúde etc. dentro da fábrica está sujeito à autoridade absoluta de patrões e mestres; não possui garantia empregatícia ou contrato coletivo; com as crises do setor industrial há dispensas maciças e rebaixamentos salariais. 1.3 As relações do Estado com a Igreja. IAMAMOTO e CARVALHO, (2007); também enseja que Após os grandes movimentos sociais, a “questão social” fica definitivamente colocada para a sociedade. Há que analisar a posição da Igreja frente à “questão social” considerando a Igreja não só como Instituição social de caráter religioso, mas também o seu engajamento na dinâmica dos antagonismos de classe da P á g i n a | 3 sociedade na qual está inserida. No Brasil, a partir da segunda metade da República Velha, a Igreja inicia o processo de reformulação de sua atividade política religiosa, a fim de recuperara os privilégios e as prerrogativas perdidos com o fim do Império. Esse movimento condensa-se nos primeiros anos da década de 20. O então Bispo, Dom Sebastião Leme, lança documentos contendo as bases do que seria o programa de reivindicações católicas, com a finalidade de restabelecer as bases da noção de Nação Católica. Com o movimento de 1930, inicia-se um novo período de mobilização do movimento católico laico, visto estarem criadas as condições para que a Igreja seja chamada a intervir nas dinâmicas sociais de forma muito mais ampla. A hierarquia, explorando a nova situação conjuntural, irá compor com o novo bloco dominante que emerge. O movimento laico vive uma fase de identificação com o espírito das Encíclicas Sociais, o sentido do “Aggiornamento”, ou seja, a Igreja passa a se envolver nas causas sociais emergentes da população. 2. A emergência do Serviço Social no Brasil. O Brasil passa nesse período por um declínio na sua produção de riqueza agrária e agrícola, iniciando o desenvolvimento industrial. Nesse processo de transição, as pessoas residentes nas regiões agrícolas e rurais migram para os centros industriais em desenvolvimento. Territórios, sem nenhuma infraestrutura para atender esse contingente migratório, que favorece ao aumento significativo das mazelas da “questão social”: como por exemplo, o número de habitações insuficientes, que favorece a construção de moradias „irregulares e ilegais‟ sem nenhum tipo de saneamento básico, ocasionando um aumento significativo de doenças que vão atacar a vida dos trabalhadores e de suas famílias. O quadro que se apresentará neste momento é de um número de trabalhadores afastados dos postos de trabalho sem condições e/ou rendimentos financeiros para a manutenção de suas vidas e de suas famílias. Faz necessária uma profissão qualificada e preparada para trabalhar em favor da “ordem social burguesa”. Consequentemente, a profissão do Serviço Social se institucionaliza com a fundação da primeira escola de Serviço Social em 1936, na cidade de São Paulo, com cunho fortemente religioso. Resultado P á g i n a | 4 das iniciativas das lideranças da igreja católica inspiradas na Doutrina Social da Igreja, particularmente expressa nas encíclicas: “Rerum Novarum” de 1891 e “Quadragésimo Ano” de 1931. “Antes da institucionalização do primeiro curso de Serviço Social, a igreja junto com o movimento da Ação Católica que pregava o caminho da ação social já desenvolvia ações para o enfrentamento da questão social, mesmo antes a fundação das escolas havia no Brasil realização de cursos de formação social e de semanas sociais, entre outros”. Diante da real necessidade de instrumentalização e da organização da ação social mais coerente e organizada por parte do laicato e de todos envolvidos nessa ação inspirada no pensamento social da Igrejavamos encontrar as origens das primeiras escolas de Serviço Social. 2.2 Os processos de institucionalização do Serviço Social Segundo IAMAMOTO e CARVALHO, (2007); O Serviço Social como profissão, está relacionado com os efeitos políticos, sociais e populistas do governo de Vargas. A implantação dos órgãos centrais e regionais da previdência social e a reorganização dos serviços de saúde, educação, habitação e assistência ampliaram de modo significativo o mercado de trabalho para os profissionais da área social. O Serviço Social, como profissão e como ensino especializado, beneficiou-se com esses elementos históricos conjunturais. Ao mesmo tempo em que se ampliava o mercado de trabalho, criavam-se condições para uma expansão rápida das escolas de Serviço Social. A crescente centralização das políticas sociais pelo Estado gera o aumento da demanda pela execução de programas sociais no interior das instituições, induzindo o crescimento numérico das escolas e do meio profissional, com a consequente expansão do Serviço Social e elevação do status profissional. A realização do I Congresso Brasileiro de Serviço Social em 1947 é o início de uma tendência de valorização crescente dos encontros nacionais, cada vez mais massivos e reveladores dos debates e das polêmicas profissionais. A forte influência norte-americana na América Latina e no Brasil, a partir do segundo pós-guerra, irá penetrar também na profissão, com a incorporação das teorias estrutural-funcionalistas e das metodologias de P á g i n a | 5 intervenção, especialmente o Serviço Social de Caso e o Serviço Social de Grupo. 2.3 Encontros católicos mundiais. As Semanas Sociais, que proporcionavam encontros entre os participantes dos vários movimentos católicos existentes, tinham como finalidade analisar as atividades promovidas pelas instituições e programas, como também proporcionar aos participantes formações baseada na Doutrina Social Católica. No Brasil, á primeira Semana Social realizou-se de 7 a 22 de outubro de1928, no Convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro para comemorar os cinco anos de atividades que a Confederação Católica vinha desenvolvendo no campo da ação social, através da colaboração dos leigos. Nesta ocasião Dom Leme fez a referência à Ação Católica, segundo a concepção de Pio XI, considerando-a de máxima necessidade, como participação dos leigos no apostolado social. As semanas processaram-se com autorização das autoridades eclesiásticas e, depois de 1930, até mesmo do governo federal; isto porque, a partir desta revolução por parte de Estado, foi que a igreja desenvolveu-se com liberdade a sua ação no sentido da evolução social. Em 1932 caracterizou-se um curso, no período de 15 a 27 de março a 27 de maio, sendo convidada a ministrar a parte alusiva ao serviço social Mlle Adèle de Loneux, professora de Psicologia da Escola Católica de Serviço Social de Bruxelas, que há muito tempo se dedicava a ação social operária. Na oportunidade, Dom Gastão Liberal Pinto, vigário-geral, convidou Mlle de Loneux a fazer conferência na Cúria Metropolitana de São Paulo para que os católicos conhecessem a Doutrina Social da Igreja. As palestras tratavam da questão social, da importância de uma ação social, das dificuldades e dos remédios de uma ação social organizada; referiam-se ainda à ausência de formação dos católicos em relação aos aspectos religiosos, intelectual, moral e técnico, como também aos meios de superação dessa dificuldade, especificando as qualidades e os defeitos de um trabalhador social. P á g i n a | 6 Ao concluir o curso Mlle de Loneux, ao concluir o curso, expressou às alunas sua esperança de que os ensinamentos transmitidos não limitassem ao plano individual, mas que contribuísse para iniciar uma ação social objetiva no sentido de atender o bem- estar da sociedade. Tal apelo encontrou ressonância e logo ao término do curso foi nomeada uma comissão para estudar a possibilidade da organização de um plano de ação social. Assim nasceu o Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo CEAS que fundaria, em 1936, a primeira escola de serviço social no Brasil. A formação dos primeiros profissionais de serviço social se dá com a criação do Centro de Estudos e Ação Social CEAS entidade fundadora e mantenedora da primeira Escola de Serviço Social do país. As reuniões de criação do grupo foram acompanhadas pela Arquidiocese de São Paulo em plena revolução paulista, e tinha como objetivos a difusão da doutrina e ação social da Igreja Católica. O CEAS desenvolvia cursos sobre filosofia, moral, legislação do trabalho, encíclicas papais, etc. É importante lembrar que as orientações da Igreja Católica, no momento, 1931. Ambas assumiam um posicionamento antiliberal e antissocialista. A “questão social”, neste momento, era vista a partir do pensamento social da Igreja: questão moral, conjunto de problemas sob a responsabilidade individual dos sujeitos. 2.2 A Escola de Serviço Social de São Paulo. A escola de Serviço Social de São Paulo é fundada pelo Centro de Estudos e Ação Social CEAS, que surge de um grupo de moças preocupadas com a questão social e que participaram dos cursos de formação social ocorridos em abril e maio de 1932. O recurso financeiro existente vinha das mensalidades das associadas, pois não havia nenhum apoio nesse sentido por parte da igreja; o curso funcionava em uma sala cedida, após um acordo com a liga das senhoras católicas, pelo qual assumia a responsabilidade de reorganizar e manter serviços de biblioteca desta entidade. CEAS tinha como finalidade o estudo e a difusão da “Doutrina Católica visando, promover a formação de seus membros pelo estudo da doutrina social da Igreja e de fundamentar sua ação nessa formação doutrinária e no conhecimento P á g i n a | 7 aprofundado dos problemas sociais.” (IAMAMOTO e CARVALHO, (2007): p. 169). O CEAS “não se limitava ao debate teórico dos problemas sociais, mas promovia para suas sócias visitas, a instituições e obras sociais, criando também quatro Centros Operários em São Paulo ainda em 1932, em bairros de concentração operária, como Brás, Ipiranga, Barra Funda e Belém”. (YAZBEK, MARTINELLI e RAICHELIS, (2008): p. 10). É clara a intenção do Serviço Social nessa primeira fase de implantação “o que importa é a formação doutrinária e moral; o aspecto técnico só passará a ter significação com a influência americana”. Embora nesses primeiros anos de profissão a influência europeia seja significativa, ela gradativamente cede espaço às técnicas profissionais norte-americanas. “A presença norte- americana se fará através de técnicas para o agir profissional, técnicas essas que terão como pressupostos teóricos o funcionalismo”. Com a influência americana a formação do assistente social se baseia em quatro pontos: formação científica, formação técnica, formação prática e formação pessoal. A primeira baseada nas disciplinas de Sociologia, Psicologia, Biologia e Moral; a segunda voltada aos estudos das teorias sociais existentes e sua adaptação à realidade. A terceira está estabelecida no “como fazer” nas diferentes realidades que o assistente social deverá ser envolvido. De início a parte prática girava exclusivamente em torno de visitas realizadas a obras sociais e a famílias necessitadas. (AGUIAR, (1995): p. 57). 2.3 A Escola de Serviço Social no Rio de Janeiro. No Rio de Janeiro o processo foi muito próximo ao de São Paulo, mas com um diferencial, verifica-se uma participação intensa das instituições públicas um marco importante para a fundação da escola de Serviço Social noRio de Janeiro foi à realização da semana de Ação Social de 16 a 19 de agosto de 1936. As discussões sobre as diretrizes do ensino voltado à formação do Assistente Social continuaram mesmo com a consolidação do curso de Serviço Social no Brasil. Debates e discussões ocorreram não apenas no âmbito nacional. A consolidação foi tema de Qualidades exigidas, no folheto de divulgação para a P á g i n a | 8 Escola de Serviço Social em 1937, discussões nos congressos pan- americanos, sendo que os primeiros foram os de 1945 no Chile e de 1949 no Brasil. No congresso de 1949 que aconteceu no Brasil, a discussão central ainda focava a formação do Assistente Social, e no contexto de formação profissional afirma: A formação teórica fundamenta-se no conceito do homem e da sociedade, em função do qual os princípios filosóficos se assentam. Na maioria de nossas escolas, as bases morais e sociológicas do Serviço Social são informadas pela conceituação cristã de vida que tem suas fontes na doutrina social católica. Dentro desse espírito se procura estabelecer a convicção de que o Serviço Social se prende a um plano de reestruturação da sociedade e de formação dos quadros sociais, requerendo, consequentemente, a ação social. Firma-se, assim, o princípio de que o trabalho social lança suas raízes na justiça, sobrelevada pela caridade cristã, sem o que é impossível se atingir o bem comum e viver-se numa sociedade realmente democrática. (KFOURI, 1949: p. s 436; apud AGUIAR, (1995): p 36). Os centros familiares fundados pelo CEAS em convênio com o Departamento de Serviço Social do Estado vão trabalhar com famílias da classe operária numa proposta de prevenção de desorganização social dessas famílias por meio de serviços de assistência e da educação. O trabalho a ser executado será o de adequação, ajustamento, prevenção, ensino moral, vinculado às doutrinas religiosas às técnicas funcionalistas e o Serviço Social de caso. O trabalho realizado junto ao Departamento de Serviço Social do Estado de São Paulo, “a mais ampla instituição de Serviço Social existente nesse momento”. Os serviços direcionados aos menores „delinquentes‟, no campo da Assistência Judiciária a fim de reajustar indivíduos ou famílias cuja causa de desadaptação social se prende a uma questão de justiça civil. (IAMAMOTO e CARVALHO, (2007): p. 191). 3. As Instituições Assistenciais e o Serviço Social. A história oficial admite que partir de 1937 com a implantação do Estado Novo, se encerra o período da transição iniciado com a revolução de P á g i n a | 9 30, historiadores relacionam a implantação da aberta à crise econômica que naquele momento se dará em 1939 com o surto indústrial iniciado em 1933, cujas políticas necessárias dificilmente poderiam ser implantadas sem graves riscos de desestabilização nos marcos da construção de 1934. A partir desse momento uma política econômica que se coloca a serviço de industrialização, procurando reverter esse polo, voltado a sustentação de agro exploração, o Estado busca incentivar as indústrias básicas tornando-se produto direto. Desde 1930 o proletariado que lança no quadro político amplo contingente da população. Verifica-se uma diferenciação na composição dos fluxos de população que irão engrossar o mercado de trabalho urbano em expansão, a década de 1920 esse mercado é abastecido por resíduos do fluxo principalmente a Europa e dirigindo para sustentar a expansão da economia cafeeira, década seguinte recebera uma força de trabalho liberada pela capitalização interna da agricultura. A violência que caracteriza o Estado Novo a tentativa de superação da de classes por meio da repreensão e tortura. A pressão pela ampliação da cidadania social torna algo necessário com uma renegociação periódica de um contrato social, através do qual o Estado procura a integração e mobilização e mobilização controlada por trabalhadores urbanos, pela incorporação progressiva e falsificação burocrática de suas reinvindicações e aspirações. A paz social do estado corporativo pressupõe assim o surgimento constante de suas instituições, seguro social e etc. A legislação social passa a ter aplicação mais ampla e efetiva. e em 1939 regulamentados dois mecanismos, de 1937 a justiça do trabalho e a nova legislação sindical. Em 1940 é decretado o imposto sindical, o salario mínimo legal, criado o SAPS (Serviço de Previdência Social) destinado a fornecer “alimentação adequada e barata aos operários”. Em 1943 é criada a comissão de orientação sindical destinada a atuar junto à massa não sindicalizada para esclarecer e aglutiná-la em torno de seus direitos. Por se constituírem em estruturas relativamente complexas quando do surgimento das escolas de Serviço Social, estas instituições em seus quadros de funcionários burocráticos, funções cujas especializações se assemelham aquela que poderia ser desenvolvida por um Assistente Social. A partir da segunda guerra P á g i n a | 10 mundial e a crise politica e social que precede a desagregação do Estado Novo, desse tipo de trabalhadores especializados. A expansão da produção industrial fará acompanhar uma intensificação de taxa de exploração da força de trabalho, em que os lucros industriais atingem extremamente elevados. Em 1844 é criada a comissão executiva têxtil, representante dos empregados e do estado para surpreender a aplicação da lei de férias, o pagamento de horas extras e os entraves legais ao trabalho noturno de mulheres. É nesse momento, que surge a primeira companhia assistencialista de âmbito nacional, que tornará forma através da Legião Brasileira de Assistência ALB. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI surge neste mesmo ano 1942, respondendo, no entanto à necessidade básica de qualificação da força de trabalho necessária. Movimento Unificado dos Trabalhadores MUT surge em 1943. Em 1946 o MUT será proibido e o movimento sindical arrochado com intervenções do ministério do trabalho nos sindicatos combativo; em 1947 com o inicio da guerra fria o partido comunista será colocado na ilegalidade e seus membros e dirigentes perseguidores. 3.1 O Conselho Nacional de Serviço Social e a LBA. A primeira referência explicita na Legislação Federal com respeito a Serviço Social consta na Carta Constitucional de 1934 onde o Estado fica obrigado a assegurar o amparo dos desvalidos e se fixa a destinação de 19 das rendas tributáveis, a maternidade e a infância. A primeira medida legal neste sentido no âmbito federal será dada apenas em 1938 já sob a vigência do Estado Novo e instituída sob o regime de Decreto Lei a Organização Nacional ao Serviço Social enquanto modalidade de serviço público, com o estabelecimento de organismo em direção, execução junto ao ministério da educação e da saúde o conselho nacional de Serviço Social, com função de órgão consultivo do governo e das entidades privadas e de estudar os problemas do Serviço Social. Os efeitos praticados desse decreto de lei foram, no entanto muito restrito. O Conselho Nacional do Serviço Social – CNSS chegou a ser um organismo atuante. Caracterizou-se pela manipulação de verbas e subvenções como mecanismo de clientelismo político. A primeira P á g i n a | 11 grande Instituição Nacional de Assistência Social Legião Brasileira tinha o objetivo de “prover as necessidades das famílias cujos chefes hajam sido mobilizados” surge a partir de iniciativas particulares e logo encampada e financiada pelo governo com os patrocínios das grandes corporações(Confederação Nacional da Indústria e Associação Comercial do Brasil) e concursos das senhoras da sociedade. O surgimento da LBA terá imediato amplo da politica promovida pelo governo e consequentemente ao próprio governo ditatorial, a partir de um acontecimento de grande impacto emocional a LBA procurará dar apoio político para o governo movimentando sua ação assistencialista, a LBA começa a atuar em todas as áreas de Assistência Social para suprir sua atividade. 3.2 O SENAI e o Serviço Social. Em 1942 é criado o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de organizar e administrar nacionalmente escolas de aprendizagem para industriários, essa instituição surge através de um decreto de lei federal que contribui numa entidade de classe, a confederação nacional de indústria a função de gerá-la será um grande empreendimento de qualificação da força de trabalho rapidamente incorporará o Serviço Social em seu esquema de atuação entre as primeiras grandes instituições a incorporar e teoriza o Serviço Social em seu esquema de atuação entre as primeiras grandes instituições a incorporações e teorizar o Serviço Social não apenas enquanto serviços assistenciais corporificados, enquanto processos postos em prática para a obtenção de fins determinados utilizados para tal as técnicas de caso e grupo, atua na educação assim como na preparação em nível superior de uma elite de técnico, encarregando-se o empresariado da segunda etapa de qualificação da força de trabalho de acordo com as necessidades do mercado de trabalho operário, surgira assim o SENAI, como principal instrumento de atuação coletiva do empresariado sob o comando de sua fração dominante que é também sua principal beneficiaria no processo de adequação da força de trabalho coletiva às necessidades da produção. A implantação do SENAI aparece assim, claramente como elemento constitutivo desse processo de aprofundamento, será dada a implantação de Serviço Social nas escolas P á g i n a | 12 mantidas pelas instituições, a formação técnica aliada a formação social e moral concomitante. As práticas sociais desenvolvidas pelos técnicos educadores e pela instituição estão assim voltadas em diferentes graus de intencionalidade para a suavização dos aspectos contrários (antagônicos) desse ajuste, reforçando objetivamente a dominação de classe. 3.3 O SESI e o Serviço Social. O Serviço Social da Indústria SESI é oficializado em 1946 por intermédio do mecanismo decreto de lei que ainda vigente durante o período de elaboração da nova constituição. O SESI se encarrega de estudar, planejar e executar medidas que contribua para o bem estar do trabalhador na indústria, visa também à defesa do salário do operário através da melhoria das condições de habitação, nutrição e higiene a “assistência em relação aos problemas domésticos decorrentes da dificuldade de vida” visando à valorização do homem e os incentivos à atividade produtiva. O surgimento do SESI se enquadra num processo marcado pela maior organização do proletariado, no qual este busca definir e homogeneizar uma série de posições que se relacionam a nova situação internacional, ao estatuto econômico pós-guerra e aos seus efeitos internos, tanto no plano econômico quanto no plano político. Em 1943 realiza-se o I Congresso Brasileiro de Economia, em 1949 o Congresso Brasileiro da Indústria e em 1945, a confederação das classes produtores no Brasil. A indústria reclamará ao aumento do nível do proletariado através da maior difusão da instrução pública e particular, recreação adequada, e melhorias de higiene e etc. o enfrentamento da “questão social” aparece assim teoriza sob uma ótica revolucionária, nesse momento também se observa a existência de importantes modificações no pensamento social da igreja católica. A ação católica verá nos debates travados pelo empresariado um importante progresso da reforma moral da sociedade. P á g i n a | 13 3.4 Fundação Leão XIII e o Serviço Social. A fundação Leão XIII surge em 1946, oficializada por Decreto de Lei da Providência da República como a primeira grade instituição assistencial que tem por objetivo explicito uma atuação ampla sobre os habitantes das grandes favelas, que já nesse momento concertaram parcela importante da população pobre dos grandes centros urbanos industriais. A educação será por tanto o meio de arrancar o proletariado das influencias exóticas e reconquista-lo. A educação popular, a partir de seus elementos mais originais de caráter confessional ou filantrópico, sempre teve em sua base uma visão de “democratização” da cultura, como instrumento principal de atuação do Serviço Social da fundação Leão XIII incorporara diversos desses elementos aos quais acrescentarão novos. Educação e lazeres educativos não teriam razão de ser quando orientados para um proletariado obrigado a uma jornada de trabalho de quinze horas, sem direitos a férias ou descanso semana, enfrentado pelo Serviço Social da fundação Leão XIII, ocupar-se dessa produção marginalizada, que por sua ligação extremamente irregulares com o mercado de trabalho, isto é, por não estarem sob controle continuo e prolongado da agencia básica da socialização, a empresa por suas condições de existência são verdadeiros “delinquentes sem delitos”. 3.5 Previdência social e Serviço Social. A partir de quatro benefícios principais, medicina curativa, aposentadoria por tempo de serviço, velhice ou invalidez, pensão para dependentes e ajuda para funerais. A diferença da sociedade de ajuda mútua, partira dos princípios de contribuições tripla (empregador, empregado, e Estado) da filiação da contribuição uma acelerada ampliação do seguro social, agora vinculados progressivamente a uma política global do Estado, para a classe operaria. As CAPs (Caixas de aposentadorias e Pensões) deixa de ter por âmbito as grandes empresas tomadas individualmente, para abranger as chamadas categorias profissionais, 1933 surgindo o IAPs (Instituto de P á g i n a | 14 Aposentadorias e Pensões) que paulatinamente conforme a capacidade de pressão e barganha de cada setor e passam a englobar grandes parcelas dos assalariados urbanos do setor privado e estadual. As primeiras tentativas de introdução do Serviço Social na previdência enquanto contratação de elemento formado nas escolas especializadas individualmente por intermédios de apartamento específicos dará momentos de reordenação da legitimação, mecanismo e controle do proletariado, conjuntura do movimento operário e erosão da base social da ditadura estadonovista em que o Estado procura sistematizar sua legislação social, terá expressão maior na Consolidação de Leis do Trabalho CLT, nesse ano de 1943 se procurara influencia direta do plano Beverigde e ampliar o segundo social para tal proposta de unificação das diversas instituição previdenciárias, e ampliação dos programas de benefícios e sua universalização como criação do ISSB Instituto de Serviço Social do Brasil. Os primeiros assistentes sociais especialmente do núcleo de São Paulo explicitam uma aguda desconfiança em relação ao seguro e previdência estatais, fazendo a apologia das caixas de auxilio mutua e outra iniciativas de tipo corporativista particular. 4. A influência norte americana no Serviço Social Brasileiro. No Contexto de 1941, GetúlioVargas estreitou relações com o governo norte-americano de Roosevelt Metas prioritárias fortalecimento do capitalismo e, a luta contra o comunismo e a expansão de sua hegemonia sobre todo o continente americano. A grande ofensiva norte-americana se dá após a II Guerra Mundial. Comunismo não estava de forma alguma erradicado. EUA desencadearam, então, a Guerra Fria. A Guerra Fria possibilitou aos EUA: reativar as grandes indústrias (dando trabalho aos desempregados) e a implementação do Plano Marshall possibilitou manter o capitalismo através de empréstimos aos países europeus (França e Itália, por exemplo) ANDRADE, 2008.p. 272; A saída foi à democracia cristã, eficaz no combate à “atitude materialista e individualizada (egoísta)” e a “tendência à descontinuidade”. Desse modo, o Serviço Social conciliou os fundamentos da filosofia cristã com uma proposta política que legitimasse o capitalismo. Por outro lado, foi o próprio processo de desenvolvimento capitalista que vinha, paulatinamente, oferecendo condições para a institucionalização da profissão. P á g i n a | 15 Entretanto, como já enunciamos anteriormente, as exigências da racionalidade capitalista impunham aos assistentes sociais, a necessidade de novas estratégias e instrumentos. Não era mais suficiente a “compreensão e experiência de mulheres com dom de si próprias à vida popular”. A demanda institucional conclamava o Serviço Social para o terreno da formação técnica, da eficiência. Foi nessa direção que o movimento interno da profissão conseguiu caminhar qualitativamente, também aderindo ideologicamente à racionalidade capitalista, o que lhe garantiu a legitimação profissional. O Serviço Social latino-americano aliou-se às técnicas funcionalistas advindas da Sociologia norte-americana, enquanto forma de instrumentalizar a investigação e a intervenção na realidade social. A hegemonia dos Estados Unidos influenciou diretamente o Serviço Social latino-americano, no tocante à profissão. Sob a concepção funcionalista, o controle social exercido pressupunha a integração do indivíduo ao bom funcionamento de uma sociedade proposta pela classe dominante. Era enfatizado o trabalho com grupos, quer para interação, quer para fins terapêuticos, de forma a conseguir a melhor adaptação do indivíduo ao seu meio. O modo funcionalista de pensar, investigar e intervir na realidade social ganhou força porque, culturalmente, correspondia aos interesses da ordem e da lógica burguesas instauradas na sociedade civil e no Estado brasileiro. Assistentes Sociais Brasileiros nos EUA. Em 1942, a concessão de bolsas de estudos pelo governo dos Estados Unidos, dentro de seu programa de cooperação, levou vários assistentes sociais a cursar Escolas de Serviço Social naquele país, os quais, ao regressar, introduziram o processo de Serviço Social de Casos e a Supervisão de Estágios. Assistentes Sociais bolsistas brasileiras nos EUA (de SP e RJ) A influência dos EUA Em 1948, e ainda por influência dos assistentes sociais que estudaram nos Estados Unidos, as Escolas introduziram no seu currículo a cadeira de Pesquisa e Organização de Comunidade. A influência norte-americana, com a volta dos primeiros bolsistas, começou a se fazer sentir. Registram-se alguns ensaios de Serviço Social de Grupo no campo da recreação, e, em Organização de Comunidade, a experiência mais saliente foi a Missão de Itaperuna (1949-1951), dentro de uma visão interdisciplinar no meio rural. VIEIRA, 1978. p. 143-144; Referencial Científico TEORIAS SOCIOLÓGICAS “Na visão sociológica não se pode separa o cliente do seu ambiente: P á g i n a | 16 é o ambiente que molda a pessoa e sua personalidade, e, para compreendê-la, é necessário conhecer este ambiente e todas as circunstâncias que a rodeiam. Na década de 30, nos Estados Unidos, os assistentes sociais compreenderam a necessidade de explicar melhor o comportamento de seus clientes; perceberam o aspecto psicológico de muitos dados sociológicos; Entre as teorias da personalidade destacam-se as de Freud, e entre os conceitos freudianos, o de „ego‟, que o Serviço Social tomou emprestado. “Gordon Hamilton (1940 e 1952) definiu a contribuição da Psicologia e da Psiquiatria para o Serviço Social de Casos”. Os procedimentos do Serviço Social de caso, grupo e comunidade As teorias de caso, grupo e comunidade compuseram a tríade metodológica que orientou o Serviço Social na busca da integração do homem ao meio social. A influência norte-americana ocorreu com a difusão da base técnica dos métodos de caso e grupo e posteriormente, com a proposta de Desenvolvimento de Comunidade, como técnicas e campos de intervenção profissional. 5. O Serviço Social no Pará. No dia 10 de abril de 1950, em Belém do Pará, na Rua mundurucus casa 610, estavam reunidos o Dr. Paulo Eleutério Álvares da Silva, sua esposa senhora Amélia Mendes Álvares da Silva, senhora Celina lima Cavalcante de Albuquerque, esposa do Dr. Paulo Eleutério Cavalcante de Albuquerque Álvares da Silva, e neste dia após entrar em acordo com sua esposa Paulo Eleutério se propôs a instituir a Escola de Serviço Social no Pará. Em 1950 foram feitas as primeiras matriculas da primeira turma de sua escola, onde a comissão fundadora recebeu 30 mulheres porem apenas 22 resolveram ingressar. Segundo a Ata de inauguração da escola de Serviço Social do Pará, em 15 de maio de 1950. Na cidade de Belém, mais precisamente no pavimento térreo do palácio do comercio, na avenida quinze de agosto, onde se encontrava o escritório modelo do SENAC, as 16:00hs estavam presentes na inauguração os senhores Antônio Alves Afonso Ramos Júnior, o vereador Adolfo Burgos Xavier, os doutores Paulo Eleutério Alves da Silva, Clóvis de Bastos Meira, Rubens Guilhon e Paulo Cordeiro de Azevedo, dentre outros. P á g i n a | 17 5.1 A fundação da escola A fundação da escola de Serviço Social foi possível devido o empreendimento do professor Paulo Eleutério Sênior, que quis trazer para o Pará os conhecimentos adquiridos das escolas do Rio de Janeiro, Pernambuco e Amazonas. A fundação da Escola de Serviço Social no Pará. Paulo Eleutério Álvares da Silva ou Paulo Eleutério Sênior; Nasceu no dia 04 de setembro de 1885, em Pau D‟alho no estado de Pernambuco. Era Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, jornalista administrador, professor secundarista inscrito no ministério da educação, pertenceu ao instituto-histórico do Pará. Possuía sensibilidade poética e foi eleito para academia paraense de letras, também exerceu o magistério no colégio estadual Paes de Carvalho. Fundou a escola de Engenharia e a escola de Serviço Social do Pará. 5.2 O contexto histórico do surgimento da escola de Serviço Social no Pará. O impacto da II guerra mundial faz surgir uma nova ordem social, politica e cultural se estalam nos países de 3º mundo, principalmente na América Latina, porém na Amazônia é mais grave, mesmo economicamente rica e produtiva de matéria prima se localizava a distancia dos centros mais desenvolvidos. Nas décadas de 40 e 60 a sociedade encontra-se empobrecida e com diversos tipos de doenças, no mesmo período surgem grandes empreendimentos de exploração mineral, com a implantação de indústria e comercio de minerais, Bethelelen Steel (trust de aço) que dá rumosao capital monopolista na “guerra Fria” se apropriava de novas fontes de matéria-prima, atraindo força de trabalho para a região, que gerou muita riqueza e contraditoriamente reproduziu uma grande massa de pobreza, que não foi beneficiada pelo desenvolvimento previsto. Ainda no período de 40 e 60 do ponto de vista politico foi marcado por efeito da ditadura e a politica P á g i n a | 18 populista de Getúlio Vargas no governo federal, e local o domínio de Magalhaes Barata por quase 30 anos no poder que exerceu influencia direta nas decisões politicas, na formação de grupos opositores de varias facções, agrupadas em varias legendas partidárias, esta foi uma das fases mais violentas para as eleições de 1950 no estado do Pará, que culminou no assassinato de Paulo Eleutério Filho. 5.3 A contribuição de Paulo Eleutério para a primeira escola de Serviço Social no Pará. Segundo relatos do Dr. Clóvis Meira e Dra. Graziela Gabriel, Paulo Eleutério foi muito importante para o desenvolvimento do Serviço Social no Pará, pois antes da fundação de sua escola no Pará o Serviço Social era inexistente, a principio a primeira escola de serviço social passou por grandes dificuldades a escola não tinha sede própria, nem recursos contava apenas com a colaboração da família de Paulo Eleutério, a escola funcionava na Av. Assis de Vasconcelos lar de D. Antônia, em outubro passou a funcionar no edifício da LBA e posteriormente passou a sede para o SESC e em 09 de fevereiro de 1951 a fundação foi extinta e passou, a escola aos cuidados do Instituto Ophir Loiola, em 1954 a escola foi regulamentada como ensino superior e passou a ser reconhecida pelo MEC em 1967. Paulo Eleutério foi conhecido como um homem carismático e apaixonado pela questão da educação buscou conhecimento em outros estados para atribuir a sua escola, e a motivação de Paulo Eleutério dava força as alunas para continuar os estudos mesmo com poucos recursos. O projeto da Escola de Serviço Social no Pará surge desde a década de 1940, pelo Sr. Paulo Eleutério Álvares que estava preocupado com o “desajustamento” da sociedade paraense, para ele era necessário formar profissionais técnicos para reajustamento humano, ainda no período de 1940, Belém refletia consequências do ciclo da borracha que trouxe diversas mudanças em toda a região amazônica, esta vivenciava um movimento econômico atrasado, na década de 1950 em Belém e suas proximidades apresentavam um cenário desolador, com alta concentração de pessoas, desemprego em massa, ausência de saneamento básico e etc. nesse P á g i n a | 19 momento as ações assistenciais eram realizadas de forma não sistematizadas, com um caráter apenas assistencialista. Nos anos de 1930 o governador Magalhaes Barata iniciou uma politica de assistência publica e o cenário socioeconômico da região gerou o surgimento de vários órgãos públicos e privados que tinham por objetivo atender as novas demandas sociais, e o Serviço Social surge a principio nesses órgãos, por exemplo: O SESC e o SESI; foi em torno do SESC que a escola de Serviço Social gestou, enquanto o SESC iniciou atividades promovendo um curso para prepara educadores sociais, porém a idealização de criar uma escola de Serviço Social no Pará surgiu após os esforços de Paulo Eleutério. No dia 15 de maio de 1950, no palácio do comercio, acontece o momento solene de inauguração da Escola de Serviço Social, com o Pará tornando-se o 15º estado brasileiro e o 2º da região norte a possuir uma escola de Serviço Social. 5.4 As grandes mudanças no seio da Escola de Serviço Social. Após a morte de Paulo Eleutério filho, Paulo Eleutério Sênior ficou desolado e tirou sua atenção que era dada a escola, então para dar sequencia ao seu projeto alunas e professores continuaram com as aulas mesmo com todas as dificuldades para manter a escola. Em 1951 Paulo Eleutério declarou extinta a fundação doando sua escola para instituição Ophir Loyola e sua sede passou a ser o Palácio da caridade. Nos anos de 1952 e 1953 as dificuldade em manter a escola ainda eram encontradas porem neste período havia um problema político- partidário, com a derrota de Magalhaes Barata houve uma perseguição aso baratistas que apoiavam a escola, o Instituto Ophir Loyola também passa por problemas financeiros nesta época, chega a cogitar fechar a escola porem devido o empenho de alunos e professores isto não aconteceu. Em 1953 Jean Bittar, diretor do instituto Ophir Loyola encaminha ao ministério de estado de negócios de educação e cultura uma previa no sentido de seu funcionamento regular a base da lei federal. Até o ano de 1955 escola ficou sob responsabilidades dos médicos e só após a exigência P á g i n a | 20 do MEC que o instituto providenciou assistentes sociais para dirigir a escola, neste momento a questão social estava acirrada e o estado se reaproximou da escola tendo como primeiro ato a criação da agencia de serviço social em seguida a secretaria de saúde do estado, então firmou-se um contato entre o Pará e o Rio Grande do Sul, foram enviadas as profissionais Lêda Maria solto Franzem e Graziela Brenner, vindas da PUC de Porto Alegre que assumiram a direção da escola que ainda encontrava-se em uma situação delicada, porem elas contribuíram para a organização da categoria impulsionando a criação da Associação Paraense de Assistência Sociais (APAS), e em 1955 Paulo Eleutério entregou a direção de sua escola e se afastou de seu grande projeto. Em 1956 foi aprovado o primeiro regimento onde constavam as finalidades da formação do Assistente Social, em 27 de agosto de 1957 ocorre à regulamentação do exercício da profissão, em 30 de dezembro de 1957 o MEC reconhece a escola do Pará. Apesar de a escola existir desde 1950 a primeira turma só foi diplomada 8 anos depois, concluindo o curso em 1957 devido o atraso do reconhecimento da escola e no dia 15 de junho de 1958 apenas 12 alunas receberão seus diplomas de Assistentes Sociais, e estas alunas assumiram a direção e a docência das disciplinas de Serviço Social da escola. 5.5 A integração da escola de Serviço Social á Universidade Federal do Pará/UFPA O curso de Serviço Social. A UFPA é uma instituição de ensino publico que funciona em regime de autarquia tendo o MEC como sua entidade mantenedora. A integração do Serviço Social a UFPA ocorreu em 18 de novembro de 1963, isto aconteceu devido as poucas condições financeiras da entidade que matinha a escola, muitas candidatas estavam interessadas em matricular-se o que tornou mais complicado para a instituição em manter a escola e enquanto surgiu a ideia de transferi-la para UFPA, ainda em 1963 ocorreu a inspeção federal que tinha como objetivo avaliar o funcionamento das escolas. Após contatos e apoio do Dr. Jean Bittar recebeu então do reitor da UFPA Sr. José da Silveira Neto um oficio que federalizava a escola de Serviço Social do Pará, integrando P á g i n a | 21 a universidade, também indicou para diretor o Dr. Alves Muller o que o que gerou alguns protestos. A partir deste momento ocorreram muitas mudanças o curso de Serviço Social passou a ter duração de 4 anos, havendo o básico e o profissional. Em 23 de junho de 1964 ocorre à aprovação do 2º Currículo mínimo do curso de Serviço Social, com a reforma universitária de 1968 ocorre uma restruturação que teve como principal transformação os centros de estudos básicos e os centrosde formação profissional, e o curso de Serviço Social passou a pertencer ao Centro Sócio econômico na área de filosofia e Ciências Humanas. Considerações Finais Nesta produção, nos propusemos apresentar com auxilio da investigação de diversos autores uma viagem panorâmica na historia de nossa nação e com o ponto de vista técnico e teórico compreendemos o gênesis da profissão que aspiramos. “A origem do Serviço Social como profissão tem, pois, a marca profunda do capitalismo e do conjunto de variações que a ele estão subjacentes; alienação, contradição, antagonismos, pois foi neste vasto caudal que ele foi engendrado e desenvolvido” (MARTINELLI, 2007, p. 66). O Serviço Social, a profissão emergiu em um contexto sócio-histórico brasileiro definido, no período da passagem do capitalismo concorrencial para o monopolista, e possuiu ao longo de sua trajetória diferentes parâmetros no que diz respeito aos aspectos éticos, técnicos, políticos e metodológicos. A trajetória do Serviço Social no Brasil, enfatizamos os elementos centrais para o desenvolvimento das dimensões que perpassam o fazer e o pensar da profissão, desde seu surgimento até os meados dos anos 60 no estado do Pará. P á g i n a | 22 REFÊRENCIAS ARAÚJO, Maria Celina Soares d'. A era Vargas, 2ª edição, Editora Moderna, 2004. AGUIAR, Antonio Geraldo de. Serviço Social e Filosofia Das Origens A Araxá. 5 ed. São Paulo: Cortez; Piracicaba, SP: Universidade Metodista de Piracicaba, 1995. ENCIAS MIRANDA, Ana Paula Rocha; CAVALCANTI, Patrícia Barreto. O Serviço Social e sua ética profissional. In: Revista Ágora: Políticas Públicas e Serviço Social, ano 1, nº 2, julho de 2006 – ISSN – 1807-698X. Disponível em 05/11/2013 as 01:35 http://www.assistentesocial.com.br IAMAMOTO, Marilda Villela; CARVALHO, Raul de. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: Esboços de uma interpretação histórico-metodológica. 21 ed. São Paulo: Cortez; Lima, Peru: CELATS, 2007. LIMA, Arlete Alves – Serviço Social no Brasil. Editora Cortez, 3ª edição. São Paulo 1987. JORGE, Fernando, Getúlio Vargas e seu Tempo, 2 vol., T. A. Queirós, 1986. MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social: identidade e alienação. – 13ª edição. São Paulo: Cortez, 2009. MANRIQUE CASTRO, Manuel. História do Serviço Social na América Latina. 5ª. Edição revista. São Paulo: Cortez Editora, 2000. YAZBEK, Maria Carmelita; MARTINELLI, Maria Lúcia; RAICHELIS, Raquel. O Serviço Social brasileiro em movimento: fortalecendo a profissão na defesa de direitos. Serviço Social & Sociedade. São Paulo, n. 95, p. 5-32, Especial, 2008. ANDRADE, M. A. R. A. Methodologism and Developmentism in the Brazilian Social Service – 1947 to 1961. Serviço Social & Realidade (Franca), v. 17, n. 1, p. 283-316, 2008.p. 288-289) P á g i n a | 23 NETTO, José Paulo. O Movimento de Reconceituação – 40 anos depois. In Serviço Social e Sociedade 84. São Paulo, Cortez Editora, 2005. SPOSATI, Aldaíza. A menina LOAS um processo de construção da Assistência Social. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2005. SPOSATI, Aldaíza de Oliveira; BONETTI, Dilsea Adeodata; YAZBEK, Maria Carmelita e FALCÃO, Maria do Carmo B. Carvalho. Assistência na Trajetória das Políticas Sociais uma questão em análise. 8 ed. São Paulo: Cortez, 2003. Anais do VI Seminário Avançado de Serviço Social-EDUFPA 2000. _____________________. O significado sócio histórico da profissão. In Serviço social: direitos e competências profissionais – Brasília, CFESS /ABEPSS, 2009. ____________________. A Assistência Social na Prática Profissional: História e Perspectivas. In Serviço Social e Sociedade 85. São Paulo, Cortez Editora, 2006. _____________________. Fundamentos históricos e teórico-metodológicos do Serviço Social. In Serviço social: direitos e competências profissionais – Brasília, CFESS /ABEPSS, 2009. _________________. Ditadura e Serviço Social: Uma análise do Serviço Social no Brasil pós-64. São Paulo: Cortez, 1998. _________________. Capitalismo Monopolista e Serviço Social. São Paulo: Cortez, 1992. __________________. http://www.senai-ce.org.br/?st=index/ Acessado em 10/11/2013 as 15:10 P á g i n a | 24 __________________.http://www.portaldaindustria.com.br/sesi/ Acessado em 10/11/2013 as 15:00 __________________. http://www.leao.rj.gov.br/Acessado em 10/11/2013 as 12:05 __________________. http://www.mpas.gov.br/Acessado em 10/11/2013 as 03:25 __________________http://historiavestibulando.webnode.com.br/services / historia-do-brasil/golpe-de-30-era-vargas/Acessado em 01/11/2013 as 19:30 _________________http://www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?cod Arquivo=11356. Acessado em 01/11/2013 as 19:30
Compartilhar