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O Serviço Social no Brasil

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P á g i n a | 1 
 
INTRUDUÇÂO. 
 O presente trabalho nos foi conferido como dinâmica de 
aprendizagem, para conhecermos através de pesquisa em grupo com o intuito 
de apresentarmos a historia do Serviço Social desde o surgimento no Brasil na 
década de 30; como também sua trajetória, questões, institucionalização, 
influencias e profissionalização até a região amazônica chegando ao Estado do 
Pará na década de 50 e falando também de meados de 60. 
1. A Era Vargas e o surgimento do Serviço Social. 
 De acordo com ARAÚJO, (2004); em 1929 houve uma terrível crise 
financeira na bolsa de New York denominada crack, afetando economicamente 
o cenário mundial; O Brasil que era um país agrícola dependia quase que 
totalmente da venda do café no exterior, produto responsável por quase toda a 
riqueza nacional (69 % das exportações brasileiras). Com a crise internacional 
de 1929, O Brasil se vê em uma situação muito difícil sem a exportação do café 
e ainda mais com as eleições da republica velha, que vigorava a chamada 
"política do café-com-leite", em que os presidentes dos estados (nome que 
recebiam, à época, os governadores de estado) de São Paulo e de Minas 
Gerais alternavam-se na presidência da república. Assim, de acordo com esta 
"política do café-com-leite", Washington Luís deveria indicar, para ser seu 
sucessor, o presidente de Minas Gerais, mas foi eleito o candidato do governo 
o presidente de São Paulo, Júlio Prestes que era do mesmo governo de 
Washington Luiz, a oposição liderada por Getúlio Vargas acusaram fraude nas 
eleições e Washington Luiz foi deposto da presidência em 1930. Depois de um 
golpe militar que passou o poder a Getúlio Vargas, na denominada Revolução 
de 1930, dando inicio a era Vargas. 
 JORGE, 1986; complementa que Getúlio Vargas governou por 15 
anos, a maior característica deste período foi o populismo, ou seja, a 
preocupação dos governantes era de agradar a população de baixa renda que 
sendo a maior fortalecia o poder destes governantes. Período de governo de 
Getúlio Vargas 1930 – 1934 (Governo Provisório ou Revolucionário); 1934- 
1937 (Governo Constitucional); 1937-1945 (Estado Novo ou Governo 
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Ditatorial). A partir da década de 30 a Capital do País, localizado na época na 
cidade do Rio de Janeiro, estava passando por enormes transformações 
políticas, sociais e econômicas. O então atual presidente Getúlio Vargas, 
estava implantando no Brasil a industrialização retirando mazelas do passado 
brasileiro que representava pobreza e atrasos de um enorme país que ainda 
sobrevivia do setor agrícola. A população urbana havia se tornada numerosa, 
consequência em parte do êxodo rural, que obrigou muitas pessoas a 
abandonar o campo rumo à cidade pela carência de emprego resultante da 
desestruturação da agricultura. Essa industrialização também alcançava outras 
grandes capitais do Brasil proporcionando ao país um vasto número de 
pessoas que passavam a viver a margem da pobreza. 
1.2 O contexto econômico-político-social nos anos 30. 
 Neste período IAMAMOTO e CARVALHO, (2007); descreve a 
respeito das condições de existência e de trabalho do proletariado industrial, 
mostra a extrema voracidade do capital por trabalho excedente: A população 
operária amontoava-se em bairros insalubres junto às aglomerações 
industriais, com falta absoluta de água, luz e esgoto; as empresas funcionavam 
em prédios sem condições mínimas de higiene e segurança; salários 
insuficientes para a subsistência; o preço da força de trabalho, constantemente 
pressionada para baixo devido ao exército industrial de reserva; a pressão 
salarial força a entrada no mercado de trabalho de mulheres e crianças; a 
jornada de trabalho é do início do século de quatorze horas; não se tem direito 
a férias, descanso semanal remunerado, licença para tratamento de saúde etc. 
dentro da fábrica está sujeito à autoridade absoluta de patrões e mestres; não 
possui garantia empregatícia ou contrato coletivo; com as crises do setor 
industrial há dispensas maciças e rebaixamentos salariais. 
 1.3 As relações do Estado com a Igreja. 
 IAMAMOTO e CARVALHO, (2007); também enseja que Após os 
grandes movimentos sociais, a “questão social” fica definitivamente colocada 
para a sociedade. Há que analisar a posição da Igreja frente à “questão social” 
considerando a Igreja não só como Instituição social de caráter religioso, mas 
também o seu engajamento na dinâmica dos antagonismos de classe da 
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sociedade na qual está inserida. No Brasil, a partir da segunda metade da 
República Velha, a Igreja inicia o processo de reformulação de sua atividade 
política religiosa, a fim de recuperara os privilégios e as prerrogativas perdidos 
com o fim do Império. Esse movimento condensa-se nos primeiros anos da 
década de 20. O então Bispo, Dom Sebastião Leme, lança documentos 
contendo as bases do que seria o programa de reivindicações católicas, com a 
finalidade de restabelecer as bases da noção de Nação Católica. Com o 
movimento de 1930, inicia-se um novo período de mobilização do movimento 
católico laico, visto estarem criadas as condições para que a Igreja seja 
chamada a intervir nas dinâmicas sociais de forma muito mais ampla. A 
hierarquia, explorando a nova situação conjuntural, irá compor com o novo 
bloco dominante que emerge. O movimento laico vive uma fase de 
identificação com o espírito das Encíclicas Sociais, o sentido do 
“Aggiornamento”, ou seja, a Igreja passa a se envolver nas causas sociais 
emergentes da população. 
2. A emergência do Serviço Social no Brasil. 
 O Brasil passa nesse período por um declínio na sua produção de 
riqueza agrária e agrícola, iniciando o desenvolvimento industrial. Nesse 
processo de transição, as pessoas residentes nas regiões agrícolas e rurais 
migram para os centros industriais em desenvolvimento. Territórios, sem 
nenhuma infraestrutura para atender esse contingente migratório, que favorece 
ao aumento significativo das mazelas da “questão social”: como por exemplo, o 
número de habitações insuficientes, que favorece a construção de moradias 
„irregulares e ilegais‟ sem nenhum tipo de saneamento básico, ocasionando um 
aumento significativo de doenças que vão atacar a vida dos trabalhadores e de 
suas famílias. 
 O quadro que se apresentará neste momento é de um número 
de trabalhadores afastados dos postos de trabalho sem condições e/ou 
rendimentos financeiros para a manutenção de suas vidas e de suas famílias. 
Faz necessária uma profissão qualificada e preparada para trabalhar em 
favor da “ordem social burguesa”. Consequentemente, a profissão do Serviço 
Social se institucionaliza com a fundação da primeira escola de Serviço Social 
em 1936, na cidade de São Paulo, com cunho fortemente religioso. Resultado 
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das iniciativas das lideranças da igreja católica inspiradas na Doutrina Social da 
Igreja, particularmente expressa nas encíclicas: “Rerum Novarum” de 1891 e 
“Quadragésimo Ano” de 1931. “Antes da institucionalização do primeiro curso 
de Serviço Social, a igreja junto com o movimento da Ação Católica que 
pregava o caminho da ação social já desenvolvia ações para o enfrentamento 
da questão social, mesmo antes a fundação das escolas havia no Brasil 
realização de cursos de formação social e de semanas sociais, entre outros”. 
Diante da real necessidade de instrumentalização e da organização da ação 
social mais coerente e organizada por parte do laicato e de todos envolvidos 
nessa ação inspirada no pensamento social da Igrejavamos encontrar as 
origens das primeiras escolas de Serviço Social. 
 
2.2 Os processos de institucionalização do Serviço Social 
 Segundo IAMAMOTO e CARVALHO, (2007); O Serviço Social como 
profissão, está relacionado com os efeitos políticos, sociais e populistas do 
governo de Vargas. A implantação dos órgãos centrais e regionais da 
previdência social e a reorganização dos serviços de saúde, educação, 
habitação e assistência ampliaram de modo significativo o mercado de trabalho 
para os profissionais da área social. O Serviço Social, como profissão e como 
ensino especializado, beneficiou-se com esses elementos históricos 
conjunturais. Ao mesmo tempo em que se ampliava o mercado de trabalho, 
criavam-se condições para uma expansão rápida das escolas de Serviço 
Social. A crescente centralização das políticas sociais pelo Estado gera o 
aumento da demanda pela execução de programas sociais no interior das 
instituições, induzindo o crescimento numérico das escolas e do meio 
profissional, com a consequente expansão do Serviço Social e elevação do 
status profissional. A realização do I Congresso Brasileiro de Serviço Social em 
1947 é o início de uma tendência de valorização crescente dos encontros 
nacionais, cada vez mais massivos e reveladores dos debates e das polêmicas 
profissionais. A forte influência norte-americana na América Latina e no Brasil, 
a partir do segundo pós-guerra, irá penetrar também na profissão, com a 
incorporação das teorias estrutural-funcionalistas e das metodologias de 
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intervenção, especialmente o Serviço Social de Caso e o Serviço Social de 
Grupo. 
2.3 Encontros católicos mundiais. 
As Semanas Sociais, que proporcionavam encontros entre os 
participantes dos vários movimentos católicos existentes, tinham como 
finalidade analisar as atividades promovidas pelas instituições e programas, 
como também proporcionar aos participantes formações baseada na Doutrina 
Social Católica. 
No Brasil, á primeira Semana Social realizou-se de 7 a 22 de outubro 
de1928, no Convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro para comemorar os 
cinco anos de atividades que a Confederação Católica vinha desenvolvendo no 
campo da ação social, através da colaboração dos leigos. Nesta ocasião Dom 
Leme fez a referência à Ação Católica, segundo a concepção de Pio XI, 
considerando-a de máxima necessidade, como participação dos leigos no 
apostolado social. 
As semanas processaram-se com autorização das autoridades 
eclesiásticas e, depois de 1930, até mesmo do governo federal; isto porque, a 
partir desta revolução por parte de Estado, foi que a igreja desenvolveu-se com 
liberdade a sua ação no sentido da evolução social. 
Em 1932 caracterizou-se um curso, no período de 15 a 27 de março a 
27 de maio, sendo convidada a ministrar a parte alusiva ao serviço social Mlle 
Adèle de Loneux, professora de Psicologia da Escola Católica de Serviço 
Social de Bruxelas, que há muito tempo se dedicava a ação social operária. Na 
oportunidade, Dom Gastão Liberal Pinto, vigário-geral, convidou Mlle de 
Loneux a fazer conferência na Cúria Metropolitana de São Paulo para que os 
católicos conhecessem a Doutrina Social da Igreja. As palestras tratavam da 
questão social, da importância de uma ação social, das dificuldades e dos 
remédios de uma ação social organizada; referiam-se ainda à ausência de 
formação dos católicos em relação aos aspectos religiosos, intelectual, moral e 
técnico, como também aos meios de superação dessa dificuldade, 
especificando as qualidades e os defeitos de um trabalhador social. 
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Ao concluir o curso Mlle de Loneux, ao concluir o curso, expressou às 
alunas sua esperança de que os ensinamentos transmitidos não limitassem ao 
plano individual, mas que contribuísse para iniciar uma ação social objetiva no 
sentido de atender o bem- estar da sociedade. Tal apelo encontrou 
ressonância e logo ao término do curso foi nomeada uma comissão para 
estudar a possibilidade da organização de um plano de ação social. Assim 
nasceu o Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo CEAS que fundaria, 
em 1936, a primeira escola de serviço social no Brasil. 
A formação dos primeiros profissionais de serviço social se dá com a 
criação do Centro de Estudos e Ação Social CEAS entidade fundadora e 
mantenedora da primeira Escola de Serviço Social do país. As reuniões de 
criação do grupo foram acompanhadas pela Arquidiocese de São Paulo em 
plena revolução paulista, e tinha como objetivos a difusão da doutrina e ação 
social da Igreja Católica. 
O CEAS desenvolvia cursos sobre filosofia, moral, legislação do 
trabalho, encíclicas papais, etc. É importante lembrar que as orientações da 
Igreja Católica, no momento, 1931. Ambas assumiam um posicionamento 
antiliberal e antissocialista. A “questão social”, neste momento, era vista a partir 
do pensamento social da Igreja: questão moral, conjunto de problemas sob a 
responsabilidade individual dos sujeitos. 
2.2 A Escola de Serviço Social de São Paulo. 
 A escola de Serviço Social de São Paulo é fundada pelo Centro de 
Estudos e Ação Social CEAS, que surge de um grupo de moças preocupadas 
com a questão social e que participaram dos cursos de formação social 
ocorridos em abril e maio de 1932. O recurso financeiro existente vinha das 
mensalidades das associadas, pois não havia nenhum apoio nesse sentido por 
parte da igreja; o curso funcionava em uma sala cedida, após um acordo com a 
liga das senhoras católicas, pelo qual assumia a responsabilidade de 
reorganizar e manter serviços de biblioteca desta entidade. CEAS tinha como 
finalidade o estudo e a difusão da “Doutrina Católica visando, promover a 
formação de seus membros pelo estudo da doutrina social da Igreja e de 
fundamentar sua ação nessa formação doutrinária e no conhecimento 
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aprofundado dos problemas sociais.” (IAMAMOTO e CARVALHO, (2007): p. 
169). O CEAS “não se limitava ao debate teórico dos problemas sociais, mas 
promovia para suas sócias visitas, a instituições e obras sociais, criando 
também quatro Centros Operários em São Paulo ainda em 1932, em bairros de 
concentração operária, como Brás, Ipiranga, Barra Funda e Belém”. (YAZBEK, 
MARTINELLI e RAICHELIS, (2008): p. 10). 
É clara a intenção do Serviço Social nessa primeira fase de implantação 
“o que importa é a formação doutrinária e moral; o aspecto técnico só passará 
a ter significação com a influência americana”. Embora nesses primeiros anos 
de profissão a influência europeia seja significativa, ela gradativamente cede 
espaço às técnicas profissionais norte-americanas. “A presença norte-
americana se fará através de técnicas para o agir profissional, técnicas essas 
que terão como pressupostos teóricos o funcionalismo”. 
 Com a influência americana a formação do assistente social se baseia 
em quatro pontos: formação científica, formação técnica, formação prática e 
formação pessoal. A primeira baseada nas disciplinas de Sociologia, 
Psicologia, Biologia e Moral; a segunda voltada aos estudos das teorias sociais 
existentes e sua adaptação à realidade. A terceira está estabelecida no “como 
fazer” nas diferentes realidades que o assistente social deverá ser envolvido. 
De início a parte prática girava exclusivamente em torno de visitas realizadas a 
obras sociais e a famílias necessitadas. (AGUIAR, (1995): p. 57). 
 
2.3 A Escola de Serviço Social no Rio de Janeiro. 
No Rio de Janeiro o processo foi muito próximo ao de São Paulo, mas 
com um diferencial, verifica-se uma participação intensa das instituições 
públicas um marco importante para a fundação da escola de Serviço Social noRio de Janeiro foi à realização da semana de Ação Social de 16 a 19 de agosto 
de 1936. 
As discussões sobre as diretrizes do ensino voltado à formação do 
Assistente Social continuaram mesmo com a consolidação do curso de Serviço 
Social no Brasil. 
Debates e discussões ocorreram não apenas no âmbito nacional. A 
consolidação foi tema de Qualidades exigidas, no folheto de divulgação para a 
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Escola de Serviço Social em 1937, discussões nos congressos pan-
americanos, sendo que os primeiros foram os de 1945 no Chile e de 1949 no 
Brasil. 
No congresso de 1949 que aconteceu no Brasil, a discussão central 
ainda focava a formação do Assistente Social, e no contexto de formação 
profissional afirma: A formação teórica fundamenta-se no conceito do homem e 
da sociedade, em função do qual os princípios filosóficos se assentam. Na 
maioria de nossas escolas, as bases morais e sociológicas do Serviço Social 
são informadas pela conceituação cristã de vida que tem suas fontes na 
doutrina social católica. 
Dentro desse espírito se procura estabelecer a convicção de que o 
Serviço Social se prende a um plano de reestruturação da sociedade e de 
formação dos quadros sociais, requerendo, consequentemente, a ação social. 
Firma-se, assim, o princípio de que o trabalho social lança suas raízes na 
justiça, sobrelevada pela caridade cristã, sem o que é impossível se atingir o 
bem comum e viver-se numa sociedade realmente democrática. 
(KFOURI, 1949: p. s 436; apud AGUIAR, (1995): p 36). 
Os centros familiares fundados pelo CEAS em convênio com o 
Departamento de Serviço Social do Estado vão trabalhar com famílias da 
classe operária numa proposta de prevenção de desorganização social dessas 
famílias por meio de serviços de assistência e da educação. O trabalho a ser 
executado será o de adequação, ajustamento, prevenção, ensino moral, 
vinculado às doutrinas religiosas às técnicas funcionalistas e o Serviço Social 
de caso. O trabalho realizado junto ao Departamento de Serviço Social do 
Estado de São Paulo, “a mais ampla instituição de Serviço Social existente 
nesse momento”. Os serviços direcionados aos menores „delinquentes‟, no 
campo da Assistência Judiciária a fim de reajustar indivíduos ou famílias cuja 
causa de desadaptação social se prende a uma questão de justiça civil. 
(IAMAMOTO e CARVALHO, (2007): p. 191). 
 
3. As Instituições Assistenciais e o Serviço Social. 
 A história oficial admite que partir de 1937 com a implantação do 
Estado Novo, se encerra o período da transição iniciado com a revolução de 
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30, historiadores relacionam a implantação da aberta à crise econômica que 
naquele momento se dará em 1939 com o surto indústrial iniciado em 1933, 
cujas políticas necessárias dificilmente poderiam ser implantadas sem graves 
riscos de desestabilização nos marcos da construção de 1934. 
 A partir desse momento uma política econômica que se coloca a 
serviço de industrialização, procurando reverter esse polo, voltado a 
sustentação de agro exploração, o Estado busca incentivar as indústrias 
básicas tornando-se produto direto. Desde 1930 o proletariado que lança no 
quadro político amplo contingente da população. Verifica-se uma diferenciação 
na composição dos fluxos de população que irão engrossar o mercado de 
trabalho urbano em expansão, a década de 1920 esse mercado é abastecido 
por resíduos do fluxo principalmente a Europa e dirigindo para sustentar a 
expansão da economia cafeeira, década seguinte recebera uma força de 
trabalho liberada pela capitalização interna da agricultura. A violência que 
caracteriza o Estado Novo a tentativa de superação da de classes por meio da 
repreensão e tortura. A pressão pela ampliação da cidadania social torna algo 
necessário com uma renegociação periódica de um contrato social, através do 
qual o Estado procura a integração e mobilização e mobilização controlada por 
trabalhadores urbanos, pela incorporação progressiva e falsificação burocrática 
de suas reinvindicações e aspirações. A paz social do estado corporativo 
pressupõe assim o surgimento constante de suas instituições, seguro social e 
etc. 
 A legislação social passa a ter aplicação mais ampla e efetiva. 
e em 1939 regulamentados dois mecanismos, de 1937 a justiça do trabalho e a 
nova legislação sindical. Em 1940 é decretado o imposto sindical, o salario 
mínimo legal, criado o SAPS (Serviço de Previdência Social) destinado a 
fornecer “alimentação adequada e barata aos operários”. Em 1943 é criada a 
comissão de orientação sindical destinada a atuar junto à massa não 
sindicalizada para esclarecer e aglutiná-la em torno de seus direitos. Por se 
constituírem em estruturas relativamente complexas quando do surgimento das 
escolas de Serviço Social, estas instituições em seus quadros de funcionários 
burocráticos, funções cujas especializações se assemelham aquela que 
poderia ser desenvolvida por um Assistente Social. A partir da segunda guerra 
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mundial e a crise politica e social que precede a desagregação do Estado 
Novo, desse tipo de trabalhadores especializados. 
 A expansão da produção industrial fará acompanhar uma 
intensificação de taxa de exploração da força de trabalho, em que os lucros 
industriais atingem extremamente elevados. Em 1844 é criada a comissão 
executiva têxtil, representante dos empregados e do estado para surpreender a 
aplicação da lei de férias, o pagamento de horas extras e os entraves legais ao 
trabalho noturno de mulheres. É nesse momento, que surge a primeira 
companhia assistencialista de âmbito nacional, que tornará forma através da 
Legião Brasileira de Assistência ALB. O Serviço Nacional de Aprendizagem 
Industrial SENAI surge neste mesmo ano 1942, respondendo, no entanto à 
necessidade básica de qualificação da força de trabalho necessária. 
Movimento Unificado dos Trabalhadores MUT surge em 1943. Em 1946 o MUT 
será proibido e o movimento sindical arrochado com intervenções do ministério 
do trabalho nos sindicatos combativo; em 1947 com o inicio da guerra fria o 
partido comunista será colocado na ilegalidade e seus membros e dirigentes 
perseguidores. 
3.1 O Conselho Nacional de Serviço Social e a LBA. 
 A primeira referência explicita na Legislação Federal com 
respeito a Serviço Social consta na Carta Constitucional de 1934 onde o 
Estado fica obrigado a assegurar o amparo dos desvalidos e se fixa a 
destinação de 19 das rendas tributáveis, a maternidade e a infância. A primeira 
medida legal neste sentido no âmbito federal será dada apenas em 1938 já sob 
a vigência do Estado Novo e instituída sob o regime de Decreto Lei a 
Organização Nacional ao Serviço Social enquanto modalidade de serviço 
público, com o estabelecimento de organismo em direção, execução junto ao 
ministério da educação e da saúde o conselho nacional de Serviço Social, com 
função de órgão consultivo do governo e das entidades privadas e de estudar 
os problemas do Serviço Social. Os efeitos praticados desse decreto de lei 
foram, no entanto muito restrito. O Conselho Nacional do Serviço Social – 
CNSS chegou a ser um organismo atuante. Caracterizou-se pela manipulação 
de verbas e subvenções como mecanismo de clientelismo político. A primeira 
P á g i n a | 11 
 
grande Instituição Nacional de Assistência Social Legião Brasileira tinha o 
objetivo de “prover as necessidades das famílias cujos chefes hajam sido 
mobilizados” surge a partir de iniciativas particulares e logo encampada e 
financiada pelo governo com os patrocínios das grandes corporações(Confederação Nacional da Indústria e Associação Comercial do Brasil) e 
concursos das senhoras da sociedade. 
 O surgimento da LBA terá imediato amplo da politica promovida 
pelo governo e consequentemente ao próprio governo ditatorial, a partir de um 
acontecimento de grande impacto emocional a LBA procurará dar apoio político 
para o governo movimentando sua ação assistencialista, a LBA começa a atuar 
em todas as áreas de Assistência Social para suprir sua atividade. 
3.2 O SENAI e o Serviço Social. 
 Em 1942 é criado o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
(SENAI) de organizar e administrar nacionalmente escolas de aprendizagem 
para industriários, essa instituição surge através de um decreto de lei federal 
que contribui numa entidade de classe, a confederação nacional de indústria a 
função de gerá-la será um grande empreendimento de qualificação da força de 
trabalho rapidamente incorporará o Serviço Social em seu esquema de atuação 
entre as primeiras grandes instituições a incorporar e teoriza o Serviço Social 
em seu esquema de atuação entre as primeiras grandes instituições a 
incorporações e teorizar o Serviço Social não apenas enquanto serviços 
assistenciais corporificados, enquanto processos postos em prática para a 
obtenção de fins determinados utilizados para tal as técnicas de caso e grupo, 
atua na educação assim como na preparação em nível superior de uma elite de 
técnico, encarregando-se o empresariado da segunda etapa de qualificação da 
força de trabalho de acordo com as necessidades do mercado de trabalho 
operário, surgira assim o SENAI, como principal instrumento de atuação 
coletiva do empresariado sob o comando de sua fração dominante que é 
também sua principal beneficiaria no processo de adequação da força de 
trabalho coletiva às necessidades da produção. A implantação do SENAI 
aparece assim, claramente como elemento constitutivo desse processo de 
aprofundamento, será dada a implantação de Serviço Social nas escolas 
P á g i n a | 12 
 
mantidas pelas instituições, a formação técnica aliada a formação social e 
moral concomitante. As práticas sociais desenvolvidas pelos técnicos 
educadores e pela instituição estão assim voltadas em diferentes graus de 
intencionalidade para a suavização dos aspectos contrários (antagônicos) 
desse ajuste, reforçando objetivamente a dominação de classe. 
3.3 O SESI e o Serviço Social. 
 O Serviço Social da Indústria SESI é oficializado em 1946 por 
intermédio do mecanismo decreto de lei que ainda vigente durante o período 
de elaboração da nova constituição. O SESI se encarrega de estudar, planejar 
e executar medidas que contribua para o bem estar do trabalhador na indústria, 
visa também à defesa do salário do operário através da melhoria das 
condições de habitação, nutrição e higiene a “assistência em relação aos 
problemas domésticos decorrentes da dificuldade de vida” visando à 
valorização do homem e os incentivos à atividade produtiva. 
 O surgimento do SESI se enquadra num processo marcado 
pela maior organização do proletariado, no qual este busca definir e 
homogeneizar uma série de posições que se relacionam a nova situação 
internacional, ao estatuto econômico pós-guerra e aos seus efeitos internos, 
tanto no plano econômico quanto no plano político. 
 Em 1943 realiza-se o I Congresso Brasileiro de Economia, em 
1949 o Congresso Brasileiro da Indústria e em 1945, a confederação das 
classes produtores no Brasil. A indústria reclamará ao aumento do nível do 
proletariado através da maior difusão da instrução pública e particular, 
recreação adequada, e melhorias de higiene e etc. o enfrentamento da 
“questão social” aparece assim teoriza sob uma ótica revolucionária, nesse 
momento também se observa a existência de importantes modificações no 
pensamento social da igreja católica. A ação católica verá nos debates 
travados pelo empresariado um importante progresso da reforma moral da 
sociedade. 
 
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3.4 Fundação Leão XIII e o Serviço Social. 
 A fundação Leão XIII surge em 1946, oficializada por Decreto 
de Lei da Providência da República como a primeira grade instituição 
assistencial que tem por objetivo explicito uma atuação ampla sobre os 
habitantes das grandes favelas, que já nesse momento concertaram parcela 
importante da população pobre dos grandes centros urbanos industriais. 
 A educação será por tanto o meio de arrancar o 
proletariado das influencias exóticas e reconquista-lo. A educação popular, a 
partir de seus elementos mais originais de caráter confessional ou filantrópico, 
sempre teve em sua base uma visão de “democratização” da cultura, como 
instrumento principal de atuação do Serviço Social da fundação Leão XIII 
incorporara diversos desses elementos aos quais acrescentarão novos. 
Educação e lazeres educativos não teriam razão de ser quando orientados 
para um proletariado obrigado a uma jornada de trabalho de quinze horas, sem 
direitos a férias ou descanso semana, enfrentado pelo Serviço Social da 
fundação Leão XIII, ocupar-se dessa produção marginalizada, que por sua 
ligação extremamente irregulares com o mercado de trabalho, isto é, por não 
estarem sob controle continuo e prolongado da agencia básica da socialização, 
a empresa por suas condições de existência são verdadeiros “delinquentes 
sem delitos”. 
3.5 Previdência social e Serviço Social. 
 A partir de quatro benefícios principais, medicina curativa, 
aposentadoria por tempo de serviço, velhice ou invalidez, pensão para 
dependentes e ajuda para funerais. A diferença da sociedade de ajuda mútua, 
partira dos princípios de contribuições tripla (empregador, empregado, e 
Estado) da filiação da contribuição uma acelerada ampliação do seguro social, 
agora vinculados progressivamente a uma política global do Estado, para a 
classe operaria. 
 As CAPs (Caixas de aposentadorias e Pensões) deixa de ter 
por âmbito as grandes empresas tomadas individualmente, para abranger as 
chamadas categorias profissionais, 1933 surgindo o IAPs (Instituto de 
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Aposentadorias e Pensões) que paulatinamente conforme a capacidade de 
pressão e barganha de cada setor e passam a englobar grandes parcelas dos 
assalariados urbanos do setor privado e estadual. 
 As primeiras tentativas de introdução do Serviço Social na 
previdência enquanto contratação de elemento formado nas escolas 
especializadas individualmente por intermédios de apartamento específicos 
dará momentos de reordenação da legitimação, mecanismo e controle do 
proletariado, conjuntura do movimento operário e erosão da base social da 
ditadura estadonovista em que o Estado procura sistematizar sua legislação 
social, terá expressão maior na Consolidação de Leis do Trabalho CLT, nesse 
ano de 1943 se procurara influencia direta do plano Beverigde e ampliar o 
segundo social para tal proposta de unificação das diversas instituição 
previdenciárias, e ampliação dos programas de benefícios e sua 
universalização como criação do ISSB Instituto de Serviço Social do Brasil. Os 
primeiros assistentes sociais especialmente do núcleo de São Paulo explicitam 
uma aguda desconfiança em relação ao seguro e previdência estatais, fazendo 
a apologia das caixas de auxilio mutua e outra iniciativas de tipo corporativista 
particular. 
4. A influência norte americana no Serviço Social Brasileiro. 
 No Contexto de 1941, GetúlioVargas estreitou relações com o 
governo norte-americano de Roosevelt Metas prioritárias fortalecimento do capitalismo 
e, a luta contra o comunismo e a expansão de sua hegemonia sobre todo o continente 
americano. A grande ofensiva norte-americana se dá após a II Guerra Mundial. 
Comunismo não estava de forma alguma erradicado. EUA desencadearam, então, a 
Guerra Fria. A Guerra Fria possibilitou aos EUA: reativar as grandes indústrias (dando 
trabalho aos desempregados) e a implementação do Plano Marshall possibilitou 
manter o capitalismo através de empréstimos aos países europeus (França e Itália, 
por exemplo) ANDRADE, 2008.p. 272; A saída foi à democracia cristã, eficaz no 
combate à “atitude materialista e individualizada (egoísta)” e a “tendência à 
descontinuidade”. Desse modo, o Serviço Social conciliou os fundamentos da filosofia 
cristã com uma proposta política que legitimasse o capitalismo. Por outro lado, foi o 
próprio processo de desenvolvimento capitalista que vinha, paulatinamente, 
oferecendo condições para a institucionalização da profissão. 
P á g i n a | 15 
 
 Entretanto, como já enunciamos anteriormente, as exigências da 
racionalidade capitalista impunham aos assistentes sociais, a necessidade de novas 
estratégias e instrumentos. Não era mais suficiente a “compreensão e experiência de 
mulheres com dom de si próprias à vida popular”. A demanda institucional conclamava 
o Serviço Social para o terreno da formação técnica, da eficiência. 
Foi nessa direção que o movimento interno da profissão conseguiu caminhar 
qualitativamente, também aderindo ideologicamente à racionalidade capitalista, o que 
lhe garantiu a legitimação profissional. 
 O Serviço Social latino-americano aliou-se às técnicas funcionalistas 
advindas da Sociologia norte-americana, enquanto forma de instrumentalizar a 
investigação e a intervenção na realidade social. A hegemonia dos Estados Unidos 
influenciou diretamente o Serviço Social latino-americano, no tocante à profissão. Sob 
a concepção funcionalista, o controle social exercido pressupunha a integração do 
indivíduo ao bom funcionamento de uma sociedade proposta pela classe dominante. 
Era enfatizado o trabalho com grupos, quer para interação, quer para fins terapêuticos, 
de forma a conseguir a melhor adaptação do indivíduo ao seu meio. O modo 
funcionalista de pensar, investigar e intervir na realidade social ganhou força porque, 
culturalmente, correspondia aos interesses da ordem e da lógica burguesas 
instauradas na sociedade civil e no Estado brasileiro. Assistentes Sociais Brasileiros 
nos EUA. 
 Em 1942, a concessão de bolsas de estudos pelo governo dos 
Estados Unidos, dentro de seu programa de cooperação, levou vários assistentes 
sociais a cursar Escolas de Serviço Social naquele país, os quais, ao regressar, 
introduziram o processo de Serviço Social de Casos e a Supervisão de Estágios. 
Assistentes Sociais bolsistas brasileiras nos EUA (de SP e RJ) A influência dos EUA 
Em 1948, e ainda por influência dos assistentes sociais que estudaram nos Estados 
Unidos, as Escolas introduziram no seu currículo a cadeira de Pesquisa e Organização 
de Comunidade. 
 A influência norte-americana, com a volta dos primeiros bolsistas, 
começou a se fazer sentir. Registram-se alguns ensaios de Serviço Social de Grupo 
no campo da recreação, e, em Organização de Comunidade, a experiência mais 
saliente foi a Missão de Itaperuna (1949-1951), dentro de uma visão interdisciplinar no 
meio rural. VIEIRA, 1978. p. 143-144; Referencial Científico TEORIAS 
SOCIOLÓGICAS “Na visão sociológica não se pode separa o cliente do seu ambiente: 
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é o ambiente que molda a pessoa e sua personalidade, e, para compreendê-la, é 
necessário conhecer este ambiente e todas as circunstâncias que a rodeiam. 
 Na década de 30, nos Estados Unidos, os assistentes sociais 
compreenderam a necessidade de explicar melhor o comportamento de seus clientes; 
perceberam o aspecto psicológico de muitos dados sociológicos; Entre as teorias da 
personalidade destacam-se as de Freud, e entre os conceitos freudianos, o de „ego‟, 
que o Serviço Social tomou emprestado. “Gordon Hamilton (1940 e 1952) definiu a 
contribuição da Psicologia e da Psiquiatria para o Serviço Social de Casos”. Os 
procedimentos do Serviço Social de caso, grupo e comunidade 
As teorias de caso, grupo e comunidade compuseram a tríade metodológica que 
orientou o Serviço Social na busca da integração do homem ao meio social. 
 A influência norte-americana ocorreu com a difusão da base técnica 
dos métodos de caso e grupo e posteriormente, com a proposta de Desenvolvimento 
de Comunidade, como técnicas e campos de intervenção profissional. 
5. O Serviço Social no Pará. 
 No dia 10 de abril de 1950, em Belém do Pará, na Rua 
mundurucus casa 610, estavam reunidos o Dr. Paulo Eleutério Álvares da 
Silva, sua esposa senhora Amélia Mendes Álvares da Silva, senhora Celina 
lima Cavalcante de Albuquerque, esposa do Dr. Paulo Eleutério Cavalcante de 
Albuquerque Álvares da Silva, e neste dia após entrar em acordo com sua 
esposa Paulo Eleutério se propôs a instituir a Escola de Serviço Social no Pará. 
 Em 1950 foram feitas as primeiras matriculas da primeira turma 
de sua escola, onde a comissão fundadora recebeu 30 mulheres porem apenas 
22 resolveram ingressar. 
 Segundo a Ata de inauguração da escola de Serviço Social do 
Pará, em 15 de maio de 1950. Na cidade de Belém, mais precisamente no 
pavimento térreo do palácio do comercio, na avenida quinze de agosto, onde 
se encontrava o escritório modelo do SENAC, as 16:00hs estavam presentes 
na inauguração os senhores Antônio Alves Afonso Ramos Júnior, o vereador 
Adolfo Burgos Xavier, os doutores Paulo Eleutério Alves da Silva, Clóvis de 
Bastos Meira, Rubens Guilhon e Paulo Cordeiro de Azevedo, dentre outros. 
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5.1 A fundação da escola 
 A fundação da escola de Serviço Social foi possível devido o 
empreendimento do professor Paulo Eleutério Sênior, que quis trazer para o 
Pará os conhecimentos adquiridos das escolas do Rio de Janeiro, Pernambuco 
e Amazonas. A fundação da Escola de Serviço Social no Pará. 
 Paulo Eleutério Álvares da Silva ou Paulo Eleutério Sênior; 
Nasceu no dia 04 de setembro de 1885, em Pau D‟alho no estado de 
Pernambuco. Era Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, jornalista 
administrador, professor secundarista inscrito no ministério da educação, 
pertenceu ao instituto-histórico do Pará. Possuía sensibilidade poética e foi 
eleito para academia paraense de letras, também exerceu o magistério no 
colégio estadual Paes de Carvalho. Fundou a escola de Engenharia e a escola 
de Serviço Social do Pará. 
5.2 O contexto histórico do surgimento da escola de Serviço 
Social no Pará. 
 O impacto da II guerra mundial faz surgir uma nova ordem 
social, politica e cultural se estalam nos países de 3º mundo, principalmente na 
América Latina, porém na Amazônia é mais grave, mesmo economicamente 
rica e produtiva de matéria prima se localizava a distancia dos centros mais 
desenvolvidos. 
 Nas décadas de 40 e 60 a sociedade encontra-se 
empobrecida e com diversos tipos de doenças, no mesmo período surgem 
grandes empreendimentos de exploração mineral, com a implantação de 
indústria e comercio de minerais, Bethelelen Steel (trust de aço) que dá rumosao capital monopolista na “guerra Fria” se apropriava de novas fontes de 
matéria-prima, atraindo força de trabalho para a região, que gerou muita 
riqueza e contraditoriamente reproduziu uma grande massa de pobreza, que 
não foi beneficiada pelo desenvolvimento previsto. Ainda no período de 40 e 60 
do ponto de vista politico foi marcado por efeito da ditadura e a politica 
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populista de Getúlio Vargas no governo federal, e local o domínio de 
Magalhaes Barata por quase 30 anos no poder que exerceu influencia direta 
nas decisões politicas, na formação de grupos opositores de varias facções, 
agrupadas em varias legendas partidárias, esta foi uma das fases mais 
violentas para as eleições de 1950 no estado do Pará, que culminou no 
assassinato de Paulo Eleutério Filho. 
5.3 A contribuição de Paulo Eleutério para a primeira escola de 
Serviço Social no Pará. 
 Segundo relatos do Dr. Clóvis Meira e Dra. Graziela Gabriel, 
Paulo Eleutério foi muito importante para o desenvolvimento do Serviço Social 
no Pará, pois antes da fundação de sua escola no Pará o Serviço Social era 
inexistente, a principio a primeira escola de serviço social passou por grandes 
dificuldades a escola não tinha sede própria, nem recursos contava apenas 
com a colaboração da família de Paulo Eleutério, a escola funcionava na Av. 
Assis de Vasconcelos lar de D. Antônia, em outubro passou a funcionar no 
edifício da LBA e posteriormente passou a sede para o SESC e em 09 de 
fevereiro de 1951 a fundação foi extinta e passou, a escola aos cuidados do 
Instituto Ophir Loiola, em 1954 a escola foi regulamentada como ensino 
superior e passou a ser reconhecida pelo MEC em 1967. Paulo Eleutério foi 
conhecido como um homem carismático e apaixonado pela questão da 
educação buscou conhecimento em outros estados para atribuir a sua escola, 
e a motivação de Paulo Eleutério dava força as alunas para continuar os 
estudos mesmo com poucos recursos. 
 O projeto da Escola de Serviço Social no Pará surge desde a 
década de 1940, pelo Sr. Paulo Eleutério Álvares que estava preocupado com 
o “desajustamento” da sociedade paraense, para ele era necessário formar 
profissionais técnicos para reajustamento humano, ainda no período de 1940, 
Belém refletia consequências do ciclo da borracha que trouxe diversas 
mudanças em toda a região amazônica, esta vivenciava um movimento 
econômico atrasado, na década de 1950 em Belém e suas proximidades 
apresentavam um cenário desolador, com alta concentração de pessoas, 
desemprego em massa, ausência de saneamento básico e etc. nesse 
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momento as ações assistenciais eram realizadas de forma não sistematizadas, 
com um caráter apenas assistencialista. Nos anos de 1930 o governador 
Magalhaes Barata iniciou uma politica de assistência publica e o cenário 
socioeconômico da região gerou o surgimento de vários órgãos públicos e 
privados que tinham por objetivo atender as novas demandas sociais, e o 
Serviço Social surge a principio nesses órgãos, por exemplo: O SESC e o 
SESI; foi em torno do SESC que a escola de Serviço Social gestou, enquanto o 
SESC iniciou atividades promovendo um curso para prepara educadores 
sociais, porém a idealização de criar uma escola de Serviço Social no Pará 
surgiu após os esforços de Paulo Eleutério. 
 No dia 15 de maio de 1950, no palácio do comercio, acontece o 
momento solene de inauguração da Escola de Serviço Social, com o Pará 
tornando-se o 15º estado brasileiro e o 2º da região norte a possuir uma escola 
de Serviço Social. 
5.4 As grandes mudanças no seio da Escola de Serviço Social. 
 Após a morte de Paulo Eleutério filho, Paulo Eleutério Sênior 
ficou desolado e tirou sua atenção que era dada a escola, então para dar 
sequencia ao seu projeto alunas e professores continuaram com as aulas 
mesmo com todas as dificuldades para manter a escola. Em 1951 Paulo 
Eleutério declarou extinta a fundação doando sua escola para instituição Ophir 
Loyola e sua sede passou a ser o Palácio da caridade. 
 Nos anos de 1952 e 1953 as dificuldade em manter a escola 
ainda eram encontradas porem neste período havia um problema político-
partidário, com a derrota de Magalhaes Barata houve uma perseguição aso 
baratistas que apoiavam a escola, o Instituto Ophir Loyola também passa por 
problemas financeiros nesta época, chega a cogitar fechar a escola porem 
devido o empenho de alunos e professores isto não aconteceu. 
 Em 1953 Jean Bittar, diretor do instituto Ophir Loyola 
encaminha ao ministério de estado de negócios de educação e cultura uma 
previa no sentido de seu funcionamento regular a base da lei federal. Até o ano 
de 1955 escola ficou sob responsabilidades dos médicos e só após a exigência 
P á g i n a | 20 
 
do MEC que o instituto providenciou assistentes sociais para dirigir a escola, 
neste momento a questão social estava acirrada e o estado se reaproximou da 
escola tendo como primeiro ato a criação da agencia de serviço social em 
seguida a secretaria de saúde do estado, então firmou-se um contato entre o 
Pará e o Rio Grande do Sul, foram enviadas as profissionais Lêda Maria solto 
Franzem e Graziela Brenner, vindas da PUC de Porto Alegre que assumiram a 
direção da escola que ainda encontrava-se em uma situação delicada, porem 
elas contribuíram para a organização da categoria impulsionando a criação da 
Associação Paraense de Assistência Sociais (APAS), e em 1955 Paulo 
Eleutério entregou a direção de sua escola e se afastou de seu grande projeto. 
 Em 1956 foi aprovado o primeiro regimento onde constavam as 
finalidades da formação do Assistente Social, em 27 de agosto de 1957 ocorre 
à regulamentação do exercício da profissão, em 30 de dezembro de 1957 o 
MEC reconhece a escola do Pará. 
 Apesar de a escola existir desde 1950 a primeira turma só foi 
diplomada 8 anos depois, concluindo o curso em 1957 devido o atraso do 
reconhecimento da escola e no dia 15 de junho de 1958 apenas 12 alunas 
receberão seus diplomas de Assistentes Sociais, e estas alunas assumiram a 
direção e a docência das disciplinas de Serviço Social da escola. 
5.5 A integração da escola de Serviço Social á Universidade 
Federal do Pará/UFPA O curso de Serviço Social. 
 A UFPA é uma instituição de ensino publico que funciona em 
regime de autarquia tendo o MEC como sua entidade mantenedora. A 
integração do Serviço Social a UFPA ocorreu em 18 de novembro de 1963, isto 
aconteceu devido as poucas condições financeiras da entidade que matinha a 
escola, muitas candidatas estavam interessadas em matricular-se o que tornou 
mais complicado para a instituição em manter a escola e enquanto surgiu a 
ideia de transferi-la para UFPA, ainda em 1963 ocorreu a inspeção federal que 
tinha como objetivo avaliar o funcionamento das escolas. Após contatos e 
apoio do Dr. Jean Bittar recebeu então do reitor da UFPA Sr. José da Silveira 
Neto um oficio que federalizava a escola de Serviço Social do Pará, integrando 
P á g i n a | 21 
 
a universidade, também indicou para diretor o Dr. Alves Muller o que o que 
gerou alguns protestos. A partir deste momento ocorreram muitas mudanças o 
curso de Serviço Social passou a ter duração de 4 anos, havendo o básico e o 
profissional. Em 23 de junho de 1964 ocorre à aprovação do 2º Currículo 
mínimo do curso de Serviço Social, com a reforma universitária de 1968 ocorre 
uma restruturação que teve como principal transformação os centros de 
estudos básicos e os centrosde formação profissional, e o curso de Serviço 
Social passou a pertencer ao Centro Sócio econômico na área de filosofia e 
Ciências Humanas. 
Considerações Finais 
 Nesta produção, nos propusemos apresentar com auxilio da investigação 
de diversos autores uma viagem panorâmica na historia de nossa nação e com 
o ponto de vista técnico e teórico compreendemos o gênesis da profissão que 
aspiramos. “A origem do Serviço Social como profissão tem, pois, a marca 
profunda do capitalismo e do conjunto de variações que a ele estão 
subjacentes; alienação, contradição, antagonismos, pois foi neste vasto caudal 
que ele foi engendrado e desenvolvido” (MARTINELLI, 2007, p. 66). O Serviço 
Social, a profissão emergiu em um contexto sócio-histórico brasileiro definido, 
no período da passagem do capitalismo concorrencial para o monopolista, e 
possuiu ao longo de sua trajetória diferentes parâmetros no que diz respeito 
aos aspectos éticos, técnicos, políticos e metodológicos. A trajetória do Serviço 
Social no Brasil, enfatizamos os elementos centrais para o desenvolvimento 
das dimensões que perpassam o fazer e o pensar da profissão, desde seu 
surgimento até os meados dos anos 60 no estado do Pará. 
 
 
 
 
 
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