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Aula 2 - História do Serviço Social

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Surgimento e profissionalização do Serviço Social
Profª Alícia Cavalcante – CRP 15/5688
Objetivos da aula
Estudar os movimentos sociais e organização política dos trabalhadores em busca dos direitos trabalhistas;
Compreender o processo histórico do Serviço Social dos anos 1930 a 1950, com o governo de Getúlio Vargas; 
Compreender a diferença entre assistencialismo e serviço social;
Entender sobre o surgimento das FEBEMs e a prática do assistente social nesse contexto de atuação.
A questão social em 1920 e 1930 como bases para a implantação do Serviço Social
A miséria e a extrema pobreza são uma realidade que sempre existiu na história da sociedade capitalista, denunciando uma sociedade em situação de rua, à margem de qualquer direito ou acesso ao mínimo de condições de sobrevivência;
A luta defensiva do operariado começa a ganhar força contra a sociedade burguesa, ameaçando os mais sagrados valores da tão dita “moral”, a religião e a “ordem pública”. 
Questão social e contexto trabalhista dos anos 1920-1930
As políticas sociais de direitos e cunho social passaram a se tornar necessárias a partir do momento que as condições terríveis de exploração do trabalhador atingiram graves níveis;
O operário sobrevivia apenas com a venda diária da força de trabalho, sua de sua mulher e filhos. Não tinha direito a férias, descanso semanal remunerado, licença para tratamento de saúde ou qualquer espécie de seguro regulado apor lei. 
Dentro da fábrica estará sujeito a autoridade absoluta do patrão e não possuía também garantia empregatícia ou contrato coletivo.
Luta da classe trabalhadora nos anos 1920 e 1930
Todo este cenário coloca a classe trabalhadora dependente das filantropias e instituições de caridades;
Lembrando que a realidade é de uma sociedade marcada profundamente pelo patrimonialismo e quem obtém a fortuna são os de primeira linhagem e os demais cidadãos restam apenas a resignação.
Todas as precárias condições de trabalho fazem com que o proletariado se organize para a luta e organização política, principalmente através de movimentos sociais para sua defesa de classe.
Luta da classe trabalhadora nos anos 1920 e 1930
A luta centrada por salário englobava direitos de férias, seguro desemprego por acidente, a luta contra o trabalho infantil, justa jornada e regulamentação das condições de trabalho;
Em 1934, o governo do presidente Getúlio Vargas tornou a Carteira de Trabalho obrigatória para fins de consolidação dos direitos trabalhistas.
Assim, a carteira de trabalho é uma conquista política da classe trabalhadora e da sociedade na luta por direitos trabalhistas. 
Atuação do Serviço Social nos anos 30
A perspectiva de atuação para o Serviço Social se restringe ao atendimento individual, com base na concepção da sociedade. Ela encara o indivíduo em condições estruturais de pobreza, como uma pessoa fraca, desajustada e incapaz que precisa de ajuda especial.
O Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo (CEAS), surge em 1932, para promover o estudo da doutrina social da igreja, aprofundando o conhecimento dos problemas sociais e habilitando os profissionais a resolvê-los.
O CEAS criou também os cargos de fiscais femininos para o trabalho de mulheres e menores, no Departamento Estadual do Trabalho; atuou no Serviço de Proteção aos Migrantes em 1937 e assinou contratos com o Departamento de Serviço Social do Estado de São Paulo em 1939 para organizar três Centros Familiares em bairros populares.
Em 1935 é criado, através da lei n. 2.427, o Departamento de Assistência Social do Estado de São Paulo, estruturou os Serviços Sociais a Menores, Desvalidos, Trabalhadores e Egressos de reformatórios, penitenciárias e hospitais e da Consultoria Jurídica do Serviço Social.
O Serviço Social buscava trabalhar em prol de adaptar o indivíduo ao meio social, visando o consenso para minimizar os conflitos de classe na relação e contradição entre trabalho e capital.
 O corpo profissional era caracterizado por mulheres de famílias ricas, que expressavam sua visão de mundo das classes dominantes. Isso lhes conferia uma superioridade natural em relação à população assistida, legitimando uma intervenção paternalista e autoritária.
Atuação do Serviço Social nos anos 30
Quebra de paradigmas no Serviço Social
O Serviço Social é configurado como extensão da ação social, um veículo de doutrinação e propaganda do pensamento da Igreja Católica. A partir de 1950, começa um movimento de tentativa de ruptura do Serviço Social com a Igreja Católica;
A profissão se desenvolve através de uma teoria social crítica marxista para pensar uma profissão em prol da classe que vive do trabalho;
O conceito de inclusão social passou a se consolidar. Primeiramente era necessário identificar quais aqueles que estariam excluídos da sociedade, ou seja, que não gozam dos seus benefícios e direitos básicos, como saúde, educação, emprego, renda, lazer, cultura, entre outros.
Práticas assistencialistas vs assistência social
Nessa época, a atuação do assistente social estava vinculada ao assistencialismo;
Isso quer dizer que o Estado fazia um trabalho paliativo, ou seja, o problema era resolvido de forma temporária. Isso contribuía para perpetuar a troca de favores e manter quem está no poder.
O assistencialismo se refere à doação e à troca de favores. O que vai totalmente contra ao objetivo da política de Assistência Social, que é a garantia de direito à proteção social a seus usuários.
O assistencialismo reafirmava a exclusão social do indivíduo, o mínimo social não garantia a sobrevivência, promovia a reprodução de uma cultura de troca de favores.
Os onzes princípios do atual Código de Ética do Assistente Social de 1993
I. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais; 
II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do autoritarismo; 
III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras; 
IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida; 
V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática; 
VI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças; 
Os onzes princípios do atual Código de Ética do Assistente Social de 1993
VII. Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual; 
VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero; 
IX. Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos/as trabalhadores/as; 
X. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional; 
XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física.
Legião Brasileira de Assistência (LBA) - 1942
Em 1942, a LBA (Legião Brasileira de Assistência) foi criada por Darcy Vargas (esposa de Getúlio Vargas);
Tratava-se de uma organização de voluntárias com primeiras-damas em todo o Brasil. À época, o assunto era fortemente associado ao trabalho de mulheres por lidar com pobres, fazer caridade e não formar pautas políticas. Distribuíam de tudo, desde próteses à comida. 
A Assistência era vista como um Estado debenevolência e não de direito.
Nesse mesmo período o CNSS (Conselho Nacional Serviço Social) foi criado, e tinha o objetivo de dar suporte às entidades filantrópicas e privadas que também promoviam assistência. O grande problema desses conselhos é que foram responsáveis por inúmeros desvios e corrupções;
Surgimento e atuações da FEBEM
O Ministério do Bem-Estar social originou essas instituições que visavam desenvolver uma política de institucionalização do menor abandonado ou carente e, principalmente, do infrator.
As crianças das classes populares eram tidas como mal-educadas e precisavam ser amparadas, educadas e corrigidas, por serem bandidos em potencial. 
Nos reformatórios nos quais os menores deviam ser ressocializados, ficando afastados de suas famílias.
Surgimento e atuações da FEBEM
No discurso, essas instituições se propunham a amparar, dar assistência e educar os menores; mas, na prática, confinavam essas crianças e adolescentes oriundos de classes populares, desenvolvendo práticas repressivas;
De fato, o que acaba ocorrendo com muita frequência é a criminalização da miséria. 
Os meninos que roubam balas, frutas, relógios etc. eram tratados na FEBEM como se fossem delinquentes, potencialmente com periculosidade criminal. 
Eles eram ser internados lá porque não existem instituições que dêem conta de atender e de assistir adequadamente esses menores.
Surgimento e atuações da FEBEM
As FEBEMs eram grandes depósitos de crianças e adolescentes, que sem uma perspectiva pedagógica, trabalhavam com uma política de higienização e não de proteção. 
Deste modo, o ano que é criado o LBA e o Ministério do Bem-Estar Social foram instintos foram em 1995, sendo substituídos pelas SEAS (Secretaria de Estado de Assistência Social) e o programa Comunidade Solidária.
A conquista na Constituição Federal
Em 1988, com o surgimento da constituição cidadã, foram publicados os artigos 203 e 204 que tratam da Assistência Social. 
O artigo 203, prevê quem são os destinatários da assistência social, enquanto o artigo 204 direciona-se para as ações governamentais, indicando a fonte de recursos que a custearão e trazendo diretrizes a serem observadas pelos legisladores e administradores.
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso.
A conquista na Constituição Federal
No ano de 1993 foi aprovada a Lei 8.742, conhecida como Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS).
Também em 1993 foi proposta a Lei 8.662, que regulamentou a profissão de assistente social, sendo permitido exercer a profissão apenas quem tiver diploma na graduação de Serviço Social.
Uma grande conquista trabalhista das assistentes sociais foi a jornada de 30 horas semanais, sem desconto salarial, presente na Lei nº 12.317/2010.
Principais áreas de atuação do assistente social na atualidade
Órgãos governamentais (secretarias, centros de atendimento a populações em estado de risco social, delegacias e juizados).
Empresas privadas (empresas privadas e órgãos patronais voltados ao serviço social — como o SESC E SESI. Os profissionais fazem o planejamento, a organização e a implantação de ações e programas para o benefício social).
Escolas públicas e privadas (A Lei 13.935/2019 tornou obrigatória a prestação de serviços de Psicologia e Serviço Social na rede pública de educação básica).
Organizações não-governamentais (ONGs)
Principais áreas de atuação do assistente social na atualidade
Clínicas, hospitais e postos de saúde
Conselhos de políticas públicas (Os conselhos — dos Direitos da Criança e do Adolescente, de Idoso, de Saúde etc. — são órgãos colegiados pelo Estado e têm como principal função deliberar, planejar, implantar e fiscalizar políticas públicas.)
 Instituições de ensino e pesquisa
Habitação e meio ambiente (o profissional atua como um elo entre os moradores e a empresa).
OBRIGADA

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