Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Anestesiologia A anestesiologia é o estudo das diversas técnicas e procedimentos utilizados para se obter a contenção do paciente e/ou a diminuição ou abolição da sensibilidade dolorosa. Assim, anestesia significa “privado de sensação” e anestesiologista é que realiza a anestesia. Existem 3 tipos de anestesias: a geral, a local e a regional. A anestesia geral deve gerar inconsciência, relaxamento muscular, analgesia e proteção (manutenção) de reflexos autonômicos. Durante a rotina, normalmente se usa a geral e a local juntas, porque a geral auxilia a contenção dos pequenos animais. Como a contenção de grandes animais é mais fácil, se utiliza mais a anestesia local. No passado se usava a concussão cerebral, asfixia, frio, embriaguez, compressão de nervos, uso de fumo e pólvora e suco de plantas alucinógenas para anestesiar as pessoas/animais. Atualmente, existe uma gama imensa de anestésicos e é dever do anestesista saber como usar cada uma delas. Avaliação e preparo pré-anestésico É um planejamento anestésico. Morbidade e mortalidade durante a anestesia está estabelecida para 2 – 4.35% para equinos, 0.25-0.6% para pequenos animais e outras espécies variam em torno de 5%. A variação de equinos para pequenos animais se dá principalmente pelo fato da maioria dos procedimentos para equinos são emergenciais, normalmente devido a cólicas e compactações. O objetivo da avaliação pré-anestésica é determinar a condição física, reconhecer qualquer distúrbio ou alteração no paciente e indicar a melhor técnica anestésica com base no estado clinico do paciente. Durante essa avaliação, duas perguntas tem que ser respondidas: 1. O paciente está na melhor condição possível para a cirurgia? 2. Os riscos de operar o animal agora são maiores do que não operar? Como deve ser executada? 1. Identificação do paciente: raça, estado reprodutivo (gestante ou não) e idade 2. Anamnese 3. Exame Físico 4. Exames complementares × Identificação do paciente Raça, estado reprodutivo (gestante ou não) e idade. × Anamnese Reações alérgicas a medicamentos e alimentos, uso frequente de medicamentos, se presenta cansaço, desconforto ou se teve alguma doença recentemente. Também se deve saber se o paciente recebe algum tratamento, temperamento do animal e se apresenta alterações clinicas. Exemplo, o propofol é feito à base de ovo e se o animal apresenta alergia a ovo provavelmente ele será alérgico ao propofol. Durante a anamnese se deve verificar os diversos sistemas: - S. Respiratório: tosse, dispneia e secreções - S. Cardiovascular: cansaço, sincope e edemas - S. Nervoso central: convulsões. Animais que tomam gadernal para convulsões, pois eles potencializam os anestésicos. Já outras anestésicos como a quetamina pode causar convulsões em cães que já tem problemas com convulsões. - S. Gastrointestinal: vômitos e diarreias. Vômitos podem fazer com que o animal faça falsa via durante a anestesia. - S. endócrino: diabetes e hipotireoidismo pois retardam a metabolização dos fármacos. × Exame Físico É o mais importante de todos. Se deve verificar o peso, avaliar condição física, avaliar o estado de hidratação, auscultação cardiopulmonar e temperatura. Para animais com um peso menor que 20kg, erros no peso afetam a dose significativamente por isso sempre se deve pesar animas com menos de 20kg. Vale lembrar que animais obesos e caquéticos você deve reduzir a dose. Espécie FC FR PA T Cão 60-120 80-160 10-30 S – 90-150 D – 60-100 37.5 – 39.3 Gato 120-220 20-40 S – 90-180 D – 100-130 37.8 – 39.2 Equino 35-45 10-20 S – 90-130 D – 60-90 37.5 – 38.5 Bovino 40-80 70-90 10-40 S – 90-130 D – 60-90 38.5 – 39.5 Suíno 60-80 8-18 S – 90-130 D – 60-90 38.0 – 40.0 Frequência Cardíaca (FC): quando maior o cão, menor é a FC. A bradicardia começa quando a FC no cão abaixo de 60-80, no gato abaixo de 90, equino abaixo de 25 e pequeno ruminante entre 70-90. Frequência Respiratória (FR): se deve focar na saturação de oxigênio, Pressão Arterial (PA): S: sistólica D: Diastólica × Exame Complementar - Hemograma Completo -- Proteína total (albumina) -- Hemoglobina e Volume Globular ---- Oxigênio Disponível: produção cardíaca (ml/min) × Saturação arterial de oxigênio (%) × hemoglobina (g/ml) × 1.34 ---- Anemia grave: risco de hipóxia tecidual. - Teste de função hepática -- ALT, AST, FA -- Metabolização de fármacos: a biotransformação da maioria dos fármacos fica comprometida se houver comprometimento hepático. - Teste de função renal -- Ureia e creatinina: animais desidratados ou com obstrução no trato urinário podem apresentar ureia e creatinina altas, mesmo sem ter comprometimento renal. -- Excreção de fármacos, equilíbrio eletrolítico - Avaliação da Coagulação -- Contagem de plaquetas -- Tempo de sangramento de mucosa oral --- Tamanho padrão da incisão --- Avalia função plaquetária --- 2 a 3 minutos -- Tempo de tromboplastina parcial ativada -- Tempo de protrombina Exemplo: Cadelas vão passar por uma remoção de mamas é crucial que se faça o tempo de coagulação, pois esses procedimentos sangram muito. - Glicemia -- Causa uma redução do metabolismo, aumento do tempo de recuperação anestésica, fraqueza e convulsões --- Avaliação pré e trans-operatória (cirurgias prolongadas) --- Principalmente para paciente diabéticos, filhotes até 6 meses e idosos. - Demais exames indicados conforme doença de base ou alteração observada ao exame físico: -- Exames radiográficos: animais com câncer e problemas de coração; -- ECG: principalmente para cardiopatas e pacientes geriátricos; -- Exames ultrassonográficos: pacientes com neoplasias; -- Exames parasitológicos: animal com anemia sem causa vale a pena investigar. Se forem cirurgias eletivas, é melhor corrigir problemas parasitológicos para depois operar. - Jejum -- Para diminuir complicações como falsa via pois diminui vomito e regurgitação. O Jejum ajuda a não haver distensão de estomago e diminuir produção de gases, o que ajuda na observação do campo cirúrgico. -- Para animais como ruminantes e equinos, o grande peso e tamanho das vísceras pode pressionar o diafragma, assim deslocando o diafragma cranialmente, causando a compressão do coração e dos pulmões além de comprimir os grandes vasos o que dificulta a oxigenação de tecidos. Espécie Hídrico Alimentar Cão 4 – 6 horas 8 – 12 horas Gato 4 – 6 horas 8 horas Equino 4 horas 12 – 18 horas Bovino 6 horas 72 – 48 horas: ½ dieta 24 horas: jejum total Suíno 2 – 3 horas 12 – 16 horas Neonatos não 1 – 2 horas Pediátricos 2 horas 4 horas Vale lembrar que não se deve fazer o jejum hídrico em dias quentes. No caso de cães e gatos diabéticos se reduz o jejum em 6 horas, oferecendo alimentos pastosos que passam mais rápido e durante o transcirurgico se corrige a glicemia com soro glicosado Riscos Anestésicos–cirúrgicos × Paciente: relacionados a condição física no momento da cirurgia × Cirurgia: cirurgias extensas, localizadas em órgãos vitais e de emergência estão relacionadas aos maiores riscos × Anestesia: tipo de fármacos, equipamentos disponíveis, tempo de anestesia e experiência do anestesista. Classificação de risco anestésico–cirúrgico (Classe ou ASA) Categoria Status Possíveis exemplos 1 Paciente hígico (saudável) Sem doença perceptíveis 2 Pacientes com alteração sistêmica leve Tumores de pele, fratura sem complicações, infecções localizadas, doenças cardíacas compensadas 3 Pacientes com alterações sistêmicas severas Febre, desidratação, anime, caquexia, hipovolemia moderada 4 Paciente com doença sistêmica grave, que é ameaça constante a vida Uremia, endotoxemia, desidratação grave, hipovolemia, anemia, doença cardíaca descompensada e febre alta 5 Pacientemoribundo Choque, desidratação extrema, doença maligna terminal e trauma grave Escolha do protocolo anestésico Cada paciente deve ser tratado e encarado individualmente, levando em consideração o tipo de procedimento cirúrgico. Autorização para ato anestésico-cirúrgico Informar o proprietário a respeito do procedimento e dos riscos/dificuldades envolvidos, esclarecendo duvidas e obtendo a autorização sobre procedimentos mediante complicações. Por exemplo, em casos de algumas cesarianas uma complicação comum é a necessidade de castração do animal e o proprietário tem que ser informado. Preparação dos pacientes 1. Confirmar o Jejum 2. Higienização do paciente (banho/escovação): diminui o risco de infecção 3. Tratamento de ectoparasitas 4. Separação dos fármacos a serem utilizados (inclusive os de emergência) 5. Cálculo de reposição volêmica – desidratação 6. Investigação da necessidade de transfusão 7. Separação do material de consumo (descartáveis, soluções e etc) 8. Tricotomia das áreas a serem puncionadas/utilizadas (bordas retas, sem lesões de pele) 9. Cateterização eficiente - Cateter de grosso calibre - Boa fixação - Assepsia Considerações finais Nenhum exame complementar substituiu um exame clinico bem feito. O exame pré-anestésico deve ser considerado na tomada de decisão para cirurgia. Não existem anestésicos seguros, existem anestesistas seguros. Medicação pré-anestésica (MPA) Para anestesiar o animal de maneira segura se deve: Fazer a avaliação pré-anestésica MPA Indução Manutenção Recuperação. Medicamento pré-anestésico é todo agente administrado antes da indução anestésica com a finalidade de preparar o animal para a anestesia. É a primeira etapa da anestesia e influência nas demais etapas da anestesia. A MPA inclui os sedativos, analgésicos e muitos outros. Objetivos A MPA tem como objetivo preparar o paciente para a anestesia, facilitar os procedimentos pré-operatórios, potencializar os anestésicos gerais ou dissociativos, diminuir possível excitação durante a indução anestésica e diminuir a dor e o desconforto. A MPA também possibilita a realização de procedimentos com anestesia local, reduzir efeitos indesejáveis dos anestésicos sobre o SNC e propiciar uma recuperação tranquila, principalmente para equinos ou animais muito agitados. Existem medicamentos nesse grupo que vão promover o relaxamento muscular, o que é favorável em cirurgias como as ortopédicas. Os MPA viabilizam a indução por anestésicos inalatórios, que são ótimos para cesarianas pois são pouco metabolizados (biotransformados) e não são muito prejudiciais aos filhotes. Principais grupos farmacológicos São os fenotiazínicos, benzodiazepínicos, α 2 agonista, anticolinérgicos e opioides. Os fenotizínicos, os bezodiazepinicos e os α-2 agonista diminuem a ansiedade com acentuada depressão do SNC sem causar perda da consciência. Fenotiazínicos Um dos grupos mais empregados para cães e gatos, sendo o acepran o mais famoso. Outros medicamentos importantes dessa classe são a acepromazina, a clorpronazina e a levomepromazina. Promovem tranquilização leve e redução da atividade motora, sem que ocorra desligamento do paciente ao meio ambiente. Causam uma sedação intermediaria, mas pode ser associada com outros medicamentos causando uma sedação mais intensa. Em cães e gatos a acepromazina causa a diminuição da movimentação, animal fica mais recolhido, procura um local para se esconder e prolapso da terceira pálpebra que vai cobrir parte do globo ocular (olho mais fechadinho). Em equinos o animal apresenta a cabeça mais baixa, exposição do pênis e relaxamento do lábio. × Efeitos Desejáveis Sedação leve a moderada, efeito potencilizador dos anestésicos gerais diminuindo o gasto desses medicamentos em 30-40%, ação anti-emética e efeito antiarritmogênico o que é ótimo para animais que já possuem arritmias. Esse efeito anti-arritmogênico se da pela diminuição da sensibilidade do miocárdio a catecolaminas (adrenalina) através do bloqueio dos α-adrenérgicos, o que diminui as arritmias em animais muito agitados ou com histórico de arritmias. × Efeitos indesejáveis - Cardiovasculares: diminuição da pressão arterial. PA = DC (Débito cardíaco) × RVP( resistência vascular periférica, sempre sendo um valor negativo). DC é o volume de sangue que o coração joga na circulação. O fenotiazinicos causam um bloqueio da vasoconstrição, aumentando assim a vasodilação periférica o que aumenta a RVP. Redução da PA a 15-20% é uma resposta no aumento do DC para compensar a vasodilatação. Não se deve usar esse medicamento em animais cardiopatas descompensados. Animais com sepse onde o excesso de substancias pró-inflamatórias causa um aumento de permeabilidade vascular e vasodilação não se deve usar esse medicamento pois ele causará uma vasodilação extrema. - Respiratórios: diminuem a frequência respiratória (FR) porque o animal fica mais tranquilo. Animais braquicefálicos se deve reduzir a dose em 40-50%. - Outros: não possuem efeito analgésico, causam redução hematócrito em até 60% devido a vasodilação o que causar sequestro de hemácias pelo baço, causam redução do limiar convulsivo e redução da temperatura corporal porque atuam no hipotálamo. Quando o animal já tiver hipotermia prévia esse medicamento é contraindicado. Esse medicamento também é contraindicado em animais muito pequenos que tem uma área de superfície muito grande em relação ao peso e em filhotes. Para gerar o efeito analgésico o fenotizinico deve ser dado com opioides. × Características O incremento na dose não potencializa os efeitos sedativos (dose-teto). Em altos doses pode causar efeitos extrapiramidais (tremores, hipertonia muscular, inconsciência e convulsões), pois atuam no tronco cerebral. × Uso clínico - MPA: usado sozinho ou em associação com opioides tipo a morfina tendo uma sedação mais acentuada e analgesia. Pode associar também com tramadol (opioide) com benzodiazepínicos. - Transporte: principalmente em pequenos animais VO - Exames: ultrassonografia e outros. Acepromazina Clorpromazina levomepromazina Efeito Sedativo +++ ++ +++ Efeito Analgésico - - + Anti-histamínico + ++ + Anti emético + +++ + Dose 0,03 a 0,1 mg/Kg IV, IM, SC (máx. 3mg/animal) 0,3 a 1 mg/Kg IV, IM (máx. 25 mg/animal) Pequenos Animais: 0,3 a 1 mg/Kg (máx. 25 mg/animal) Grandes Animais: 0,5-1mg/kg; 1,0 mg/kg Duração de ação 2-4 horas 1.5 horas 1 hora × Contra-indicações - Desidratação devido a diminuição da resposta a hipotensão, hemorragia e choque. - Cães braquicefálicos. Benzodiazepínicos Apresentam propriedades ansiolítica, miorrelaxante (relaxante muscular), hipnótica (sono) em algumas espécies (não funciona em cão e gato) e anticonvulsivante. São utilizados em associação a outros fármacos visando potencialização mutua. Em pequenos animais apresenta uma considerável variação individual em resposta a sedação, alguns animais ficam agressivos e agitados (efeito paradoxal). Contudo, esses medicamentos são muitos bons para animais já debilitados pois apresentam mínimos efeitos nos sistemas cardiovascular e respiratório. Os benzodiazepínicos mais famosos são o diazepam e midazolam. × Efeitos Desejáveis Tranquilização leve, relaxamento muscular, efeito potencializador de outros fármacos, efeito anticonvulsivante, pouca influência sobre os parâmetros cardiovasculares e respiratórios e possuem antagonistas (flumazenil). × Efeitos Indesejáveis Não possuiu efeito analgésico e causam agitação em cães e gatos hígidos. O efeito de agitação é potencializado quando a medicação é feita via IV, por isso se deve fazer por via IM se houver dúvida de que tipo de efeito que o animal vai apresentar. Diazepam Midazolam Potencial hipnótica + ++ Efeito analgésico - - Dose PA: 0,2 a 0,5mg/kg; 1 a 2 mg/kg; GA: 0,022 a 0,088 mg/kg PA: 0,2-0,5mg/kg; Eq.: 0,022-0,2 mg/kg Meia vida 4 horas 1.7 horas PA: pequenos animais GA: grandes animais - Flumazenil Alta afinidade e especificidade pelo receptor e mínima atividade intrínseca. Promove antagonismo competitivo revertendo todos os efeitos gerados pelo benzodiazepínicos. Assim, o medicamente não apresentando atividade anticonvulsivante. Ele inibe a ligação dos benzodiazepínicos nos seus receptores, deixando o GABA livre. Assim ele reverte o benzodiazepínico, mas não interfere o anestésico geral. Dose 0.005 – 0,05mg/kg α-2 agonistas Causam sedação mais acentuada sendo um medicamento dose dependente. Não deve ser usado como anestésico geral pois não promove perda total da consciência. São exemplos a xilazina, detomidina, medetomidina, romifidina e dexmedetomidina. Os antagonistas são ioimbina e atipamezole. São as drogas de eleição para a MPA em equinos. Os bovinos são mais sensíveis muitas vezes entrando em decúbito. × Efeitos Desejáveis Sedação pronunciada, analgesia dose dependente, miorrelaxamento, reduzem o requerimento de anestésicos gerais e possuem antagonistas (ioimbina e atipamezole). × Efeitos indesejáveis - Cardiovasculares: hipertensão inicial transitória seguida da redução do débito cardíaco (DC) podendo causar bradicardia. O α-2 faz um feedback negativo, diminuindo o tônus simpático causando a redução da frequência cardíaca. Portanto, não se deve usar em animais debilitados ou em cardiopatas descompensados. - Respiratórios: redução da FR sem alteração da dosagem dos gases sanguíneos. - Outros: vômitos e salivação Xilazina Detomidina Medetomidina Dexmedetomidina Romifidina Potência Sedativa + ++ +++ ++++ + Efeito Analgésico ++ +++ ++++ +++++ + Dose PA: 0,25 a 1 mg/Kg IV/IM/SC Equinos: 0,3 a 1,0 mg/kg Bovinos: 0,05 a 0,3 mg/kg PA: 5-20mcg/kg IV,10-40mcg/kg IM; Equinos: 10 a 20 mcg/kg IV PA: 20-40 mcg/kg; Equinos: 7mcg/kg PA: 10 a 20 mcg/kg GA: 80mcg/kg Duração de ação 45 min – 2horas 1 – 2 horas 1 – 2 horas 2 horas 2 horas × Antagonista - Ioimbina: antagonista alfa1, aumenta a liberação de noradrenalina nas terminações nervosas. É necessário manipular e deve ser feito lentamente por via IV. Doses: 0.1 -0.2mg/kg que reverte 1mg/kg ??? Observação: cuidado com a diferença de dose entre equinos e bovinos. Em equinos a dose é 0.6 – 1mg/kg e em bovinos é 0.05 – 0.3mg/kg. Os bovinos tendem a entrar em decúbito quando a dose é de 0.1mg/kg. -Atipamezole: antagonista competitivo que reverte os efeitos adversos dos alfa-2 agonistas. Mais poente e seletivo que a ioimbina. Dose: Cão e gato – 0.05mg/kg IV ou IM Grandes animais – 0.05 a 1mg/kg × Conta Indicações Desidratação, hemorragia, choque, cardiopatas, pacientes debilitados e situações em que o vomito é contraindicado como, por exemplo, pacientes com corpo estranho alojado no esôfago, estenose de esôfago, megaesôfago ou pacientes para endoscopia. Observações: 1. Xilazina aumenta o espaçamento das contrações cardíacas que pode ser visto no eletro. 2. Xilazina pode causar bloqueio átrio ventricular, onde a Onda P e o Complexo QRS apresentam um grande espaçamento ou podem acontecer sucessivas Onda P até começar o complexo QRS. Anticolinérgicos Inibem a ação da acetilcolina (Ach) nas estruturas inervadas pelos nervos parassimpáticos pós-ganglionares (receptores muscarínicos). São utilizados para antagonizar os efeitos muscarínicos da acetilcolina, que são efeitos parassimpáticos. Não apresentam efeito sedativo e nem analgésico. São exemplos a atropina, sendo ela comumente utilizada para reverter o efeito de bradicardia sobre o coração. Atualmente a atropina é utilizada previamente a xilazina em cães e gatos. × Indicações É indicado para reduzir secreções salivares e respiratórias, aumentar a frequência cardíaca (bloqueio vagal) e promover midríase (dilatação da pupila). Eles também causam a broncodilatação e diminuem as secreções respiratórias o que pode ser benéficos em gatos pois eles tendem a aumentar as secreções respiratórias na presença do traqueotubo. × Contra indicações É contra indicado em casos de taquicardia e arritmia cardíaca. Animais que já tem, naturalmente, a frequência cardíaca muito alta não se utiliza mesmo em doses baixas pois os anticolinérgicos podem causar hipóxia no miocárdio levando a arritmias mesmo em cachorros que não apresentam arritmias ou que apresentam uma taquicardia moderada. Também pode ocorrer uma diminuição da motilidade e secreções do TGI, por isso que se evita o uso de atropina em equinos. Se usada em equinos a atropina pode levar a cólicas, compactações e íleo paralítico pois ele interage com o neuropeptídeo Y. × Efeitos farmacológicos Diminuição da produção lacrimal, por isso devemos tomar cuidado com animais com cerato conjuntivite seca ou leves ulceras de córnea. Atropina Escopolamina Glicopirrolato Secreções (salivar e S. Respiratórios) + +++ ++ Frequência Cardíaca +++ + ++ Motilidade do TGI ++ + ++ Midriase + +++ Não Dose PA : 0,044 mg/kg; GA: 0,044-0,088 mg/kg 0,01 a 0,02 mg/kg PA: 0,011 a 0,022 mg/kg; GA :0,0033 a 0,0066 mg/ kg Duração IV (15 minutos) SC (1 a 1.5 horas) 4 a 6 horas 2 a 3 horas Observação: Escopolamina é tóxica para gatos, causando hemólise. Opioides A ação analgésica se dá através da interação com os receptores opioides e pode ser antagonizada pela naloxona. São fármacos com efeito predominantemente analgésico. × Efeitos Desejáveis Analgesia, sedação em algumas espécies, redução o requerimento de anestésicos gerais e podem ser administrados em pacientes com alto risco. Os opioides causam mais sedação em bovinos e cães, enquanto equinos e felinos podem apresentar excitação em pacientes que não apresentam dor. Receptor Principais efeitos μ (mi) Analgesia, depressão respiratória, euforia, dependência física e constipação κ (Kappa) Analgesia, sedação e disforia δ (delta) Disforia, Alucinações e excitação, modulação da memória e processos de aprendizado × Efeitos indesejáveis - Ação no SNC causando excitação em gatos e quinos; - Diminuição da frequência cardíaca devido a estimulo do núcleo vagal central; - Liberação de histamina quando a morfina e a meperidina são administrados por via IV causando uma resposta Th2 (alérgica), com vasodilação e redução da pressão arterial que podem levar a hipovolemia; - Depressão respiratória dose-dependente; - Vômito e constipação (uso prolongado) devido a ação do plexo mioentérico, causando uma hipomotilidade intestinal. × Classificação em relação ao receptor de ligação - Agonistas Puros: morfina, fentanil, meperidina, aximorfona, metado - Agonistas parciais: buprenorfina - Agonista antagonista: nalbufina e butorfanol. O putorfanol, por exemplo, causa uma ação agonista κ e ação antagonista μ. - Antagonista puros: naloxona. Nos casos de efeito histamínico, a naloxona não vai reverter esse efeito, será necessário um antihistaminico. Morfina Meperidina Fentanil Metadona Tramadol Butorfanol Potência Analgesica 10 vezes menor 75 a 175 vezes maior 5 a 10 vezes maior 6 a 10 vezes menor 3 a 5 vezes maior Classificação Agonista μ, δ e κ Agonista μ, δ e κ Agonista μ Agonista μ Agonista μ Agonista κ e antagonista μ Duração da Ação 3 a 4 horas 3 horas 20 a 30 minutos 7 horas 6 horas 4 a 6 horas Dose PA: 0,5 a 1,0 mg/ kg, IM, SC; Bovinos: 0,2 a 0,4 mg/kg; Equinos: 0,05 a 0,2 mg/kg PA: 2 a 10 mg/kg, IM, SC GA: 1 a 2 mg/kg. PA: 2 a 4 μg/kg/IV, IM PA: 0,5 a 0,5 mg/kg IM, SC Equinos: 0,1 mg/kg IM PA: 2 a 6 mg/kg IV, IM PA: 0,2 a 0,4 mg/ kg IV, IM, SC Equinos: 0,05 a 0,1 mg/Kg Metadona: tem uma maior chance de causar arritmias Tramadol: dor leve a moderada. Butorfanol: Não tem tanto efeito cardiovascular comum bom efeito sedativo. Não deve fazer ele com agonistas μ. É um medicamento muito caro! × Naloxona Antagonista puro, promove hiperalgesia (aumento da dor) em situações de estresse, gera um antagonismo da depressão respiratórias, mas pode causar convulsões em altas doses. Período de duração de efeito varia entre 1 a 2 horas. Dose: ?? × Uso Clínico Analgesia, pré, trans e pós opoeratóra. A escolha de qual opioide usar deve ser baseada na severidade da dor, potencia e período hábil do fármaco, intensidade do efeito sedativo. Administração por via sistêmica, epidural (efeito da morfina pode durar 24horas), intra-articular, tópica (córnea) e transdérmica (fentanil adesivo).
Compartilhar