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PRÁTICA SIMULADA V - CCJ0049
Semana Aula: 16
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ ... DA VARA CÍVEL DA COMARCA...DO ESTADO X 
DURVAL, nacionalidade, estado civil, vereador, residente e domiciliado na Rua ..., bairro..., cidade..., estado..., portador da carteira de identidade nº, CPF nº, título de eleitor nº da Zona Eleitoral..., por seu advogado (procuração em anexo), com endereço profissional à Rua..., bairro..., cidade..., estado...,onde receberá as intimações para fins do artigo 106 da Lei 13.105/15, vem, respeitosamente, à presença de V. Excelência, com fulcro nos artigos 5º, inciso LXXIII, da CRFB e 1º, da Lei nº 4.717/65, propor 
AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR
pelo rito comum, em face FERREIRA, residente e domiciliado na Rua ..., bairro..., cidade..., estado...; MOURA, residente e domiciliado na Rua ..., bairro..., cidade..., estado...,, MOURA JÚNIOR, residente e domiciliado na Rua ..., bairro..., cidade..., estado...,; ÁGUA PARA TODOS, com endereço na Rua ..., bairro..., cidade..., estado...; MUNICÍPIO X, pessoa jurídica de direito público, na pessoa de seu representante legal..., com endereço na Rua ..., bairro..., cidade..., estado..., e CORREA, residente e domiciliado na Rua ..., bairro..., cidade..., estado..., pelos motivos fáticos e jurídicos que passará a expor.
DOS FATOS
A empresa pública Água Para Todos, ora 4ª ré, criada para a produção dos materiais e a prestação dos serviços pertinentes à instalação de rede hidráulica no Município X, ora 5º réu, é, atualmente, presidida por Moura, 2º réu, que tem estreita relação de amizade com Ferreira, 1º réu, prefeito do município X.
Grande parte da receita do município X decorre do imposto sobre serviços (ISS) recolhido pela empresa Água Para Todos. Assim, valendo-se desse fato e de sua grande amizade com o prefeito Ferreira, Moura, pediu-lhe que, independentemente de aprovação em concurso público, nomeasse seu filho, Moura Júnior, ora 3º réu, para o cargo efetivo de analista administrativo da prefeitura municipal. O pedido foi atendido e Moura Júnior tomou posse, só comparecendo à prefeitura ao final de cada mês para assinar o ponto.
Em retribuição ao gesto de amizade, Moura determinou ao departamento de divulgação da empresa Água Para Todos, representado por Correa, 6º réu, que promovesse uma homenagem ao prefeito Ferreira, em veículo de comunicação de massa, parabenizando-o por seu aniversário.
A empresa Água Para Todos contratou uma produtora de mídia e um minuto em horário nobre na emissora de maior visibilidade local para a veiculação da propaganda.
No dia do aniversário do prefeito, a propaganda foi veiculada, mencionando as realizações da prefeitura municipal na gestão de Ferreira, tendo sido divulgada, ao final, a seguinte mensagem: "A Água Para Todos parabeniza o prefeito Ferreira pelo seu aniversário".
Tendo tomado conhecimento dos fatos, o autor, vereador e líder comunitário, não teve outra alternativa a não ser propor a presente ação para que sejam tomadas providências no sentido se declarar a nulidade do ato de nomeação de Moura Júnior, com o seu imediato afastamento do cargo, e do processo administrativo que culminou na contratação da propaganda, com a respectiva reparação do patrimônio público lesado.
DO DIREITO
É notório o cabimento da presente ação haja vista a previsão legal do artigo 5º, inciso LXXIII, da CRFB e do artigo 1º, da Lei n. 4.717/65, sendo a ação popular o meio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para obter a invalidação de atos ou contratos administrativos ilegais e lesivos ao patrimônio público. 
No que tange a legitimidade, esta se encontra perfeitamente atendida por ser o autor cidadão, com plena regularidade de seus direitos políticos (título de eleitor em anexo).
É a ação popular uma verdadeira ação da cidadania. Com requisitos postos na Constituição Federal, assim tem assento, no inciso LXXIII de seu art. 5.º, bem como os requisitos legais presentes nos artigos da Lei n.º 4.717, de 1.965.
Ademais, resta configurada a lesividade ao patrimônio público, tendo em vista que a Lei da Ação Popular, em seu artigo 2º, parágrafo único, alínea “d” e “e”, já consignou o desvio de finalidade como vício nulificador do ato administrativo lesivo ao patrimônio público, sendo certo que o ato de publicar homenagem direta ao Sr. Prefeito pela empresa ré, com dinheiro público, bem como a contratação de Moura, filho de Moura Junior, são atos totalmente descabidos de validade, pois violam os princípios da moralidade, impessoalidade e legalidade.
Embora, caiba salientar que como legítimo instrumento da cidadania, a ação popular sequer prescinde da demonstração do prejuízo material, posto visar, também, os princípios da administração pública, mormente o da moralidade pública, como já sedimentado junto ao Egrégio Supremo Tribunal Federal:
O entendimento sufragado pelo acórdão recorrido no sentido de que, para o cabimento da ação popular, basta a ilegalidade do ato administrativo a invalidar, por contrariar normas específicas que regem a sua prática ou por se desviar dos princípios que norteiam a Administração Pública, dispensável a demonstração de prejuízo material aos cofres públicos, não é ofensivo ao inc. LXXIII do art. 5.º da Constituição Federal, norma esta que abarca não só o patrimônio material do Poder Público, como também o patrimônio moral, o cultural e o histórico. As premissas fáticas assentadas pelo acórdão recorrido não cabem ser apreciadas nesta instância extraordinária à vista dos limites do apelo, que não admite o exame de fatos e provas e nem, tampouco, o de legislação infraconstitucional. Recurso não conhecido. (RE 170168, DJU de 13/08/1999).
No presente caso, então, aliada à real possibilidade iminente de prejuízo ao Erário, temos que o princípio da moralidade está sendo severamente afetado, mormente diante da lesão ao patrimônio público, por ter sido tilizado dinheiro da empresa pública para a realização de propaganda que ilustra a figura da pessoa do prefeito, o que é vedado de forma expressa pela Constituição, nos termos do art. 37, § 1.º: 
“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§ 1.º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.”
A violação aos princípios da moralidade e impessoalidade é nítida, uma vez que o dinheiro público e a máquina pública foram gastos para atender fins pessoais (artigo 37, caput, da CF).
Ademais é plenamente aplicável ao caso o disposto no art. 4.º, I, da Lei n.º 4.717/1965, a seguir transcrito.
“São também nulos os seguintes atos ou contratos, praticados ou celebrados por quaisquer das pessoas ou entidades referidas no art. 1.º:
I – A admissão ao serviço público remunerado, com desobediência, quanto às condições de
habilitação, das normas legais, regulamentares ou constantes de instruções gerais”.
Resta claro que a nomeação de Moura a cargo público viola flagrantemente o principio da legalidade e moralidade pública, princípios esses basilares e que norteiam os atos da administração pública, mormente pelo fato do citado réu, Moura Júnior, ter tomado posse e passado a comparecer à prefeitura ao final de cada mês apenas para assinar o ponto, ou seja, sequer comparece ao local para realizar o efetivo trabalho, não havendo, portanto a devida contraprestação pelos valores recebidos decorrente da ocupação do cargo. 
É certo que a nomeação de pessoa para cargo efetivo somente deve ser promovida mediante a aprovação em concurso público, nos termos do art. 37, II, da CF, a seguir transcrito, o que não foi obedecido, violando o principioda legalidade:
“II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.”
Evidenciada está a lesão aos princípios constitucionais, seguindo nessa linha de entendimento a jurisprudência a seguir transcrita:
PRESSUPOSTOS. ILEGALIDADE. LESIVIDADE. 1. A ação popular é meio processual constitucional adequado para impor a obediência ao postulado da moralidade na prática dos atos administrativos. 2. A moralidade administrativa é valor de natureza absoluta que se insere nos pressupostos exigidos para a efetivação do regime democrático. (EResp nº 14.868, DJU de 18/04/2005).
Nesse diapasão, a pretensão principal do autor é expressamente amparada pelo artigo 11 da Lei nº 4.717/65, postulando a invalidade do ato administrativo e condenação dos réus a reparação em perdas e danos.
DA CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR
Pretende o autor, após a manifestação do Ministério Público, a concessão da medida liminar, demonstrados os relevantes motivos da ação em defesa do patrimônio público e da moralidade, a fim de evitar danos de enorme gravidade e de difícil reparação, ainda mais no vertente caso em que presentes os requisitos do periculum in mora e do fumus boni iuris, apresentando-se este na forma do art. 4.º, I, da Lei n.º 4.717/1965, art. 37, II, da CF, diante do desvio de finalidade e da violação ao princípio da moralidade, bem como o periculum in mora, pois cada dia que passa, Moura Júnior recebe sem trabalhar, causando lesão ao erário. Além disso, será difícil perceber de volta os valores pagos ao final da demanda. (inspiração: REsp 1098028/SP, DJe 2/3/2010)
DO PEDIDO
Diante do exposto requer a V.Exª.:
a) a CONCESSÃO, inaudita altera pars, da MEDIDA LIMINAR determinando o afastamento imediato de Moura Júnior do cargo de analista administrativo da prefeitura municipal X; 
b) a citação dos réus para contestar a presente ação, sob pena de incorrerem nos efeitos da revelia;
c) a intimação do Ministério Público; 
d) seja julgado procedente o pedido para decretar a invalidade dos atos impugnados, condenar a empresa Água Para Todos e Moura a devolver todo o numerário gasto na produção e divulgação da propaganda, bem como a condenação de Moura Júnior ao afastamento definitivo do cargo, condenando-o a devolver as remunerações percebidas, uma vez que não houve prestação de serviço; 
e) a condenação dos réus aos ônus de sucumbência;
DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a prova documental, testemunhal e depoimento pessoal.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ ... (...).
	Nestes termos, pede deferimento.
Local e data
 Advogado...
 OAB/UF n.º...

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